CDU em Beja e Setúbal - Caminhos rumo à vitória e à derrota
Falando da CDU nas autárquicas, Setúbal e Beja revelam tendências de sinal contrário mas com resultados paradoxais.
Começando por Setúbal, a Coligação Democrática Unitária regista uma quebra ligeira, quer em número de votantes quer em percentagem dos votos expressos (38,83% nesta eleições; 40,39% em 2005), mas consegue mesmo assim a maioria absoluta de mandatos na Câmara Municipal, que não detinha em 2005 (4 Vereadores da CDU contra 5 da oposição).
Já quanto a Beja, a CDU regista um aumento do número de votantes (embora descendo em percentagem de votos, que ainda assim é mais alta do que a verificada em Setúbal) e no entanto acaba por perder a Câmara Municipal que detinha desde que o poder democrático de Abril instituiu a democracia local. Ou seja, a boa votação do PC, para utilizar uma linguagem pura e dura, não impediu uma pesada derrota autárquica. Digo pesada não pela dimensão dos números (diferença entre PS e CDU até foi curta), mas sim pelo que Beja representa no imaginário comunista. É pois uma dura perda para a Coligação Democrática Unitária.
Tanto em Setúbal como em Beja, há um terceiro actor que voluntária ou involuntariamente contribuiu para aqueles resultados. Trata-se, evidentemente, do PSD, que vê o seu eleitorado pulverizado em Beja (perde o vereador, passa de uma votação na casa dos 17% para uns reduzidos 4,98% de votos) e Setúbal (recua de três para um vereador). Em Beja, o eleitorado do PSD engrossou a votação socialista, permitindo ao PS ganhar a Câmara. Em Setúbal, a transferência do eleitorado social-democrata para o PS e o CDS criou o quadro da maioria absoluta da CDU agora existente; bastaria o PSD não ter perdido tantos votos para o CDS, ou ter feito uma coligação com este partido, para continuarmos com uma maioria relativa no executivo camarário setubalense.
Jerónimo de Sousa falou em acordo tácito entre o PS e o PSD, no que toca à Câmara de Beja. Talvez assista alguma razão ao Secretário-geral do PCP. Contudo, não é de excluir que o desnorte que afecta o PSD tenha redundado em mais uma “não candidatura”, como sucedeu em Setúbal. É que o desnorte não grassa apenas na direcção nacional, mas também está patente na ligeireza com que algumas concelhias escolhem os candidatos às câmaras municipais.
P.S. Em Baleizão ainda mandam os comunistas.
Começando por Setúbal, a Coligação Democrática Unitária regista uma quebra ligeira, quer em número de votantes quer em percentagem dos votos expressos (38,83% nesta eleições; 40,39% em 2005), mas consegue mesmo assim a maioria absoluta de mandatos na Câmara Municipal, que não detinha em 2005 (4 Vereadores da CDU contra 5 da oposição).
Já quanto a Beja, a CDU regista um aumento do número de votantes (embora descendo em percentagem de votos, que ainda assim é mais alta do que a verificada em Setúbal) e no entanto acaba por perder a Câmara Municipal que detinha desde que o poder democrático de Abril instituiu a democracia local. Ou seja, a boa votação do PC, para utilizar uma linguagem pura e dura, não impediu uma pesada derrota autárquica. Digo pesada não pela dimensão dos números (diferença entre PS e CDU até foi curta), mas sim pelo que Beja representa no imaginário comunista. É pois uma dura perda para a Coligação Democrática Unitária.
Tanto em Setúbal como em Beja, há um terceiro actor que voluntária ou involuntariamente contribuiu para aqueles resultados. Trata-se, evidentemente, do PSD, que vê o seu eleitorado pulverizado em Beja (perde o vereador, passa de uma votação na casa dos 17% para uns reduzidos 4,98% de votos) e Setúbal (recua de três para um vereador). Em Beja, o eleitorado do PSD engrossou a votação socialista, permitindo ao PS ganhar a Câmara. Em Setúbal, a transferência do eleitorado social-democrata para o PS e o CDS criou o quadro da maioria absoluta da CDU agora existente; bastaria o PSD não ter perdido tantos votos para o CDS, ou ter feito uma coligação com este partido, para continuarmos com uma maioria relativa no executivo camarário setubalense.
Jerónimo de Sousa falou em acordo tácito entre o PS e o PSD, no que toca à Câmara de Beja. Talvez assista alguma razão ao Secretário-geral do PCP. Contudo, não é de excluir que o desnorte que afecta o PSD tenha redundado em mais uma “não candidatura”, como sucedeu em Setúbal. É que o desnorte não grassa apenas na direcção nacional, mas também está patente na ligeireza com que algumas concelhias escolhem os candidatos às câmaras municipais.
P.S. Em Baleizão ainda mandam os comunistas.