As eleições na Sérvia
Quem se limitou a ouvir o que as televisões disseram, com destaque para o jornalista da RTP Esteves Martins, oficioso em tudo o que respeita à União Europeia, o mais provável é ter-se convencido de que os democratas de Tadic obtiveram uma retumbante vitória nas eleições legislativas sérvias.
A realidade é porém bem mais complexa. Certo que os democratas arautos do liberalismo económico e da União Europeia a qualquer preço conseguiram um resultado bem acima das previsões, ficando à frente dos radicais de Tomislav Nikolić, mas o número de mandatos por estes obtido, somado aos dos partidos Democrático da Sérvia (de Kostunica) e Socialista, dá uma maioria de representantes na futura assembleia. Ora, estes partidos formam o chamado arco nacionalista, pelo que é não de surpreender que deles saia um governo de coligação.
As últimas notícias fazem crer isso mesmo, com contactos entre Kostunica e Nikolić, tendo em vista um gabinete de coligação. Mas o papel de fiel da balança, esse, foi confiado aos socialistas herdeiros de Milosevic, ironia das ironias, estão já a ser cortejados pelos democratas de Tadic, que lhes oferecem até lugares no futuro governo. Esses mesmos democratas que cozinharam a entrega de Milosevic ao Tribunal Penal Internacional...
Enfim, estas eleições não trouxeram a mudança, a Sérvia permanece polarizada, profundamente divida entre dois campos, o dos liberais entusiastas da União Europeia e o dos nacionalistas, muitos dos quais eslavófilos, favoráveis à aproximação à Mãe Rússia.
A realidade é porém bem mais complexa. Certo que os democratas arautos do liberalismo económico e da União Europeia a qualquer preço conseguiram um resultado bem acima das previsões, ficando à frente dos radicais de Tomislav Nikolić, mas o número de mandatos por estes obtido, somado aos dos partidos Democrático da Sérvia (de Kostunica) e Socialista, dá uma maioria de representantes na futura assembleia. Ora, estes partidos formam o chamado arco nacionalista, pelo que é não de surpreender que deles saia um governo de coligação.
As últimas notícias fazem crer isso mesmo, com contactos entre Kostunica e Nikolić, tendo em vista um gabinete de coligação. Mas o papel de fiel da balança, esse, foi confiado aos socialistas herdeiros de Milosevic, ironia das ironias, estão já a ser cortejados pelos democratas de Tadic, que lhes oferecem até lugares no futuro governo. Esses mesmos democratas que cozinharam a entrega de Milosevic ao Tribunal Penal Internacional...
Enfim, estas eleições não trouxeram a mudança, a Sérvia permanece polarizada, profundamente divida entre dois campos, o dos liberais entusiastas da União Europeia e o dos nacionalistas, muitos dos quais eslavófilos, favoráveis à aproximação à Mãe Rússia.