Voyeurismo Bárbaro
Durante o fim-de-semana os telejornais deram conta da romaria que os famosos "populares" fizeram à aldeia da Figueira, até junto da casa onde vivia a criança desaparecida.
Instados pelos repórteres a justificar a sua presença ali, depois do tradicional encolher de ombros (de quem nunca pensou o porquê das suas acções) lá contavam do seu desejo de ver como a casa era, como corriam as buscas e de poderem estarem presentes caso se desse a descoberta do corpo da Joana. Alguns, levantavam as tampas da rede de esgoto, espreitando para a escuridão só para depois relatarem aos que os rodeavam, o desalento de nada encontrarem. Todos tinham a sua teoria, baseada em anos de experiência como membros da raça humana, do que se terá passado e davam sugestões de como arrancar a "verdade" da boca dos detidos - "Fazia falta era a PIDE!", dizia um.
Eu acredito na boa vontade da maior parte das pessoas; acredito que toda a história choca até os corações mais empedernidos; acredito que os repórteres tentam fazer o seu trabalho da maneira mais isenta e emocionalmente desligada possível.
Custa-me a acreditar que o Juiz que está a ouvir os familiares da menina, o Ministério Público, a Polícia Judiciária e a GNR não pudessem evitar aquele ajuntamento continuado de gente a andar de um lado para o outro, numa área que pelos vistos tem estado continuamente sujeita a escavações e demais buscas pelo corpo que provará o homicídio.
Caso o corpo não apareça e os arguidos resolvam não falar em julgamento ou desmentirem as confissões, como poderá o MP fundamentar o seu caso? Espero que as possíveis provas deste crime não sejam adulteradas pelos populares em busca de satisfação para o seu voyeurismo bárbaro.
Instados pelos repórteres a justificar a sua presença ali, depois do tradicional encolher de ombros (de quem nunca pensou o porquê das suas acções) lá contavam do seu desejo de ver como a casa era, como corriam as buscas e de poderem estarem presentes caso se desse a descoberta do corpo da Joana. Alguns, levantavam as tampas da rede de esgoto, espreitando para a escuridão só para depois relatarem aos que os rodeavam, o desalento de nada encontrarem. Todos tinham a sua teoria, baseada em anos de experiência como membros da raça humana, do que se terá passado e davam sugestões de como arrancar a "verdade" da boca dos detidos - "Fazia falta era a PIDE!", dizia um.
Eu acredito na boa vontade da maior parte das pessoas; acredito que toda a história choca até os corações mais empedernidos; acredito que os repórteres tentam fazer o seu trabalho da maneira mais isenta e emocionalmente desligada possível.
Custa-me a acreditar que o Juiz que está a ouvir os familiares da menina, o Ministério Público, a Polícia Judiciária e a GNR não pudessem evitar aquele ajuntamento continuado de gente a andar de um lado para o outro, numa área que pelos vistos tem estado continuamente sujeita a escavações e demais buscas pelo corpo que provará o homicídio.
Caso o corpo não apareça e os arguidos resolvam não falar em julgamento ou desmentirem as confissões, como poderá o MP fundamentar o seu caso? Espero que as possíveis provas deste crime não sejam adulteradas pelos populares em busca de satisfação para o seu voyeurismo bárbaro.