segunda-feira, julho 11, 2005

Lá como cá

Quando passei a ponte 25 de Abril no sábado passado (a caminho de Lisboa), a faixa do lado esquerdo estava fechada à circulação. O aviso era feito pelos habituais semáforos colocados por cima do tabuleiro. Algo deveria estar a impedir a passagem...
Encostei para a faixa do meio mas o mesmo não fizeram dezenas de outros condutores que, propositadamente, devem ter pensado que era boa ideia aproveitar o caminho vazio para seguir adiante. À minha frente, estava um carro holandês com um casal que presumo fossem turistas. No intervalo do pára-arranca para atravessar, o condutor ía apontando os que nos ultrapassavam pela esquerda para depois gesticular de forma desaprovadora. No fim do tabuleiro, lá estava a razão do semáforo encarnado: um carro avariado. Claro que os "espertalhaços" travavam de repente, faziam pisca, alguns ajudados pelo proverbial braço de fora, e lá entravam na faixa à direita. Mais travagens de quem tinha cumprido a sinalização desde o ínicio do tabuleiro (os semáforos repetem-se ao longo deste), mais possibilidades de acidente.

Este comportamento não espanta só os estrangeiros que nos visitam. Para onde vamos, levamo-lo atrás. Veja-se esta notícia do The Independent:
I squeezed the little Suzuki 4x4 up against the cliff edge as the Portuguese army vehicle hurtled past in the opposite direction, occupying most of the road and travelling far too fast.
A couple of years ago, if you were going to be killed on the roads of East Timor it was likely to be by a United Nations vehicle.(...) But "peacekeeper" seemed particularly inappropriate shorthand for the Portuguese soldiers who had brought their reputation as, statistically, the most dangerous drivers in Western Europe with them.