segunda-feira, outubro 10, 2005

As Autárquicas em Setúbal

Numa primeira análise aos resultados de Setúbal, há a registar a quebra eleitoral da CDU, que, embora mantendo a presidência da Câmara, perde a maioria absoluta de mandatos; teve menos 7966 votos do que em 2001.
Era de prever alguma erosão eleitoral, muito por força de constrangimentos de ordem financeira (pesada herança socialista) que impediram o cumprimento de pelo menos uma parte do programa eleitoral sufragado há quatro anos, quando a coligação recebeu um expressivo mandato dos setubalenses. Mesmo assim, quedou-se a apenas 184 votos do quinto vereador (eleito pelo PSD), que lhe permitiria ter a maioria absoluta.
Creio ter sido na freguesia de São Julião que a descida da CDU foi mais acentuada, acabando por ditar a perda da maioria absoluta. Com efeito, caiu mais de 1500 votos, registando aqui o PSD o seu melhor resultado (vence as eleições para Câmara e para a Assembleia de Freguesia).
Há quatro anos houve um voto de rejeição da vereação socialista de Mata Cáceres, que então detinha a Câmara , que se traduziu numa convergência de votos na figura de Carlos de Sousa, à época o rosto da alternativa. Parte desse eleitorado votou agora em Fernando Negrão, que obtém para o PSD o melhor resultado de sempre, ou então engrossou as fileira da abstenção; sobe no concelho de Setúbal.
O PS passa a ser a terceira força política, sinal da depreciação deste partido, em especial das suas estruturas locais, aos olhos dos munícipes.
Relativamente modestos foram os ganhos do BE, somente dois mandatos na Assembleia Municipal, ficando muito longe de eleger um vereador, ao contrário do que faziam prenunciar os bons resultado das últimas legislativas; mas sabemos que nem sempre há tradução entre legislativas e autárquicas, e a implantação local do “bloco” é ainda fraca.
Um último apontamento para o CDS, cada vez mais residual no concelho, desta vez até abaixo do PCTP/MRPP.