A importância da Cultura e do ensino para as artes.
António Barreto, sobre a importância da cultura e as limitações de uma educação meramente técnica para a formação dos indivíduos:
Quem, em Portugal, quer dar alguma formação artística (e já agora cultural…) aos seus filhos tem de recorrer a escolas privadas, cursos de fim de tarde e nocturnos ou qualquer outra solução.
Na verdade, os programas e currículos oficiais não consideram as artes como matérias essenciais. Não Há professores qualificados, os que existem não tem, eles próprios formação suficiente. As disciplinas artísticas, de estudo ou de expressão, não estão organizadas como sendo elementos essenciais do currículo, com carga horária obrigatória e possibilidade de escolha entre opções, com provas e exames. No furacão da formação profissional e da aprendizagem para o emprego (com, aliás, muito reduzida eficácia), perderam-se a cultura e as artes como contributos indispensáveis para a formação das pessoas. Ao conferirem o privilégio às disciplinas técnicas e práticas, com uma aparente preocupação de igualdade social, as ideologias dominantes acabaram por produzir o mais perverso dos resultados: as diferenças culturais entre classes são definitivamente mais radicais do que as diferenças técnicas. Por outro lado, do ponto de vista do emprego, que tanto parece preocupar as autoridades, as artes e a cultura, tanto nas suas versões eruditas, como nas modalidades de massas, são hoje factor de criação de emprego e riqueza.
António Barreto, in Público, 12/03/2006
Quem, em Portugal, quer dar alguma formação artística (e já agora cultural…) aos seus filhos tem de recorrer a escolas privadas, cursos de fim de tarde e nocturnos ou qualquer outra solução.
Na verdade, os programas e currículos oficiais não consideram as artes como matérias essenciais. Não Há professores qualificados, os que existem não tem, eles próprios formação suficiente. As disciplinas artísticas, de estudo ou de expressão, não estão organizadas como sendo elementos essenciais do currículo, com carga horária obrigatória e possibilidade de escolha entre opções, com provas e exames. No furacão da formação profissional e da aprendizagem para o emprego (com, aliás, muito reduzida eficácia), perderam-se a cultura e as artes como contributos indispensáveis para a formação das pessoas. Ao conferirem o privilégio às disciplinas técnicas e práticas, com uma aparente preocupação de igualdade social, as ideologias dominantes acabaram por produzir o mais perverso dos resultados: as diferenças culturais entre classes são definitivamente mais radicais do que as diferenças técnicas. Por outro lado, do ponto de vista do emprego, que tanto parece preocupar as autoridades, as artes e a cultura, tanto nas suas versões eruditas, como nas modalidades de massas, são hoje factor de criação de emprego e riqueza.
António Barreto, in Público, 12/03/2006