Pequenas contrariedades
São aquelas que num dado momento, muitas vezes solitário, nos afectam e nos deixam com vontade de reagir de forma inversamente proporcional ao incómodo causado. Reagir de forma desproporcionada e causadora duma vingança terminal sobre quem ou o quê nos contrariou.
Há uma que me acontece de forma recorrente. Suponho mesmo que nunca a conseguirei evitar.
Hoje aconteceu de novo: fui buscar o carro ao estabelecimento que o lava e limpa (o que acontece só quando os demais passageiros me começam a questionar sobre os objectivos de tanta camuflagem exterior e interior na viatura) e lá estava. Ou melhor, não estava. O volante não estava na mesma posição, o banco não tinha a mesma inclinação nem estava à distância correcta do volante e pedais. Nem a altura era a mesma! O ângulo dos espelhos, claro estava todo alterado.
Mas quem são estes tipos que sentem necessidade de personalizar o interior do carro dos outros para a viagem que fazem desde a zona de lavagem até à da limpeza e até ao estacionamento (no caso de hoje, ainda eram uns valentes 10 a 15 metros ao todo)?
Agora expliquem-me lá como é que recupero do desgaste que sofri por tentar colocar tudo na posição exacta...? A coordenação das distâncias e posições de condução de cada um são um exercício que, após se atingir o ponto de equilíbrio, proporciona uma satisfação semelhante à sentida quando se encontra o ponto G da oposição. Quem perturba esse equilíbrio, intromete-se na relação íntima entre condutor e automóvel. Infelizmente não há maneira de, sem parecer lunático e picuinhas, conseguir explicar isto a quem acabou de restaurar o aspecto sexy da nossa viatura.
Era como se nos fossemos queixar à cabeleira da nossa mulher por ter exagerado na coloração ou extravagância do seu corte de cabelo. Também nessa situação, somos nós que temos de nos adaptar, fazendo, quando muito, algumas sugestões (muito subtis) sobre uma futura visita ao cabeleireiro. Mas apenas depois de reconhecer, com boa cara, que o resultado foi bastante positivo.
Calada cá dentro fica a vontade de reagir a estas pequenas contrariedades e a quem as provocou. Uma coisa bem pessoal. Algo nada compreensível para os outros. Por isso, nem se percebe como se deu ao trabalho de ler isto até ao fim...
Há uma que me acontece de forma recorrente. Suponho mesmo que nunca a conseguirei evitar.
Hoje aconteceu de novo: fui buscar o carro ao estabelecimento que o lava e limpa (o que acontece só quando os demais passageiros me começam a questionar sobre os objectivos de tanta camuflagem exterior e interior na viatura) e lá estava. Ou melhor, não estava. O volante não estava na mesma posição, o banco não tinha a mesma inclinação nem estava à distância correcta do volante e pedais. Nem a altura era a mesma! O ângulo dos espelhos, claro estava todo alterado.
Mas quem são estes tipos que sentem necessidade de personalizar o interior do carro dos outros para a viagem que fazem desde a zona de lavagem até à da limpeza e até ao estacionamento (no caso de hoje, ainda eram uns valentes 10 a 15 metros ao todo)?
Agora expliquem-me lá como é que recupero do desgaste que sofri por tentar colocar tudo na posição exacta...? A coordenação das distâncias e posições de condução de cada um são um exercício que, após se atingir o ponto de equilíbrio, proporciona uma satisfação semelhante à sentida quando se encontra o ponto G da oposição. Quem perturba esse equilíbrio, intromete-se na relação íntima entre condutor e automóvel. Infelizmente não há maneira de, sem parecer lunático e picuinhas, conseguir explicar isto a quem acabou de restaurar o aspecto sexy da nossa viatura.
Era como se nos fossemos queixar à cabeleira da nossa mulher por ter exagerado na coloração ou extravagância do seu corte de cabelo. Também nessa situação, somos nós que temos de nos adaptar, fazendo, quando muito, algumas sugestões (muito subtis) sobre uma futura visita ao cabeleireiro. Mas apenas depois de reconhecer, com boa cara, que o resultado foi bastante positivo.
Calada cá dentro fica a vontade de reagir a estas pequenas contrariedades e a quem as provocou. Uma coisa bem pessoal. Algo nada compreensível para os outros. Por isso, nem se percebe como se deu ao trabalho de ler isto até ao fim...