Festroia, primeiras impressões
Vi este documentário intitulado The Divided States of America, sobre a digressão da lendária banda eslovena Laibach pelos Estados Unidos em 2004, no tempo das presidenciais americanas que nos revelaram um país profundamente polarizado.
Imagens dos concertos, do rock apocalíptico e iconoclasta , o testemunho de uma miríade de personagens do undergound ou de simples admiradores que nunca imaginaram ver os Laibach em território americano (conservo a deliciosa imagem do pai de duas filhas ainda no início da adolescência, os três vestidos de negro, preparados para o grande concerto; também de um skinhead que sentia uma atracão irresistível pelo som desta banda e que dizia que os Laibach cruzavam “o fascismo com a moderna economia”; deslocou-se do sul dos Estados Unidos até Chicago para não perder o acontecimento).
E depois o discurso dos Laibacah, inteligente e mordaz, às vezes mesmo no limite da provocação: “América é a única nação que na história passou do barbarismo para a decadência sem conhecer o estádio intermédio da civilização”; “dormimos melhor sem o sonho americano.”
A montagem é quase febril, o ritmo a que se sucedem os fragmentos dos concertos ou dos testemunhos capta eficazmente aquilo que julgamos ser a música dos Laibach.
Os Laibach nasceram na Jugoslávia comunista, onde foram alvo da censura. Também proibidos na França democrática, sob a acusação de fazerem “propaganda fascista”.
Gostei da economia de meios, da argúcia e humor presentes nos diálogos de “Na Cama”, filme do chileno Matias Bize. Um homem e uma mulher num quarto de Motel, cenário único desta película. Muito bem engendrado o processo narrativo; da casualidade do encontro à cumplicidade.
Matias Bize soube jogar muito bem com a luz, que muito contribui para atmosfera do filme, para carga intimista que o impregna.
Por último, o privilégio de ter visto Terge Vigen, Victor Sjöström.
Cópia restaurada e belíssimo o acompanhamento pelo pianista norueguês, Ketil Bjornstad.
Pena o calor intenso que se fazia sentir na sala do Fórum Luísa Todi, já é tempo de se investir no conforto dos espectadores, que certamente não tem vocação para estóicos.
A Câmara de Setúbal, se quer continuar a acolher eventos desta dimensão, necessita urgentemente de melhorar as condições do Fórum, sem dúvida um bela sala, mas sem sistema de refrigeração que se sinta.
Imagens dos concertos, do rock apocalíptico e iconoclasta , o testemunho de uma miríade de personagens do undergound ou de simples admiradores que nunca imaginaram ver os Laibach em território americano (conservo a deliciosa imagem do pai de duas filhas ainda no início da adolescência, os três vestidos de negro, preparados para o grande concerto; também de um skinhead que sentia uma atracão irresistível pelo som desta banda e que dizia que os Laibach cruzavam “o fascismo com a moderna economia”; deslocou-se do sul dos Estados Unidos até Chicago para não perder o acontecimento).
E depois o discurso dos Laibacah, inteligente e mordaz, às vezes mesmo no limite da provocação: “América é a única nação que na história passou do barbarismo para a decadência sem conhecer o estádio intermédio da civilização”; “dormimos melhor sem o sonho americano.”
A montagem é quase febril, o ritmo a que se sucedem os fragmentos dos concertos ou dos testemunhos capta eficazmente aquilo que julgamos ser a música dos Laibach.
Os Laibach nasceram na Jugoslávia comunista, onde foram alvo da censura. Também proibidos na França democrática, sob a acusação de fazerem “propaganda fascista”.
Gostei da economia de meios, da argúcia e humor presentes nos diálogos de “Na Cama”, filme do chileno Matias Bize. Um homem e uma mulher num quarto de Motel, cenário único desta película. Muito bem engendrado o processo narrativo; da casualidade do encontro à cumplicidade.
Matias Bize soube jogar muito bem com a luz, que muito contribui para atmosfera do filme, para carga intimista que o impregna.
Por último, o privilégio de ter visto Terge Vigen, Victor Sjöström.
Cópia restaurada e belíssimo o acompanhamento pelo pianista norueguês, Ketil Bjornstad.
Pena o calor intenso que se fazia sentir na sala do Fórum Luísa Todi, já é tempo de se investir no conforto dos espectadores, que certamente não tem vocação para estóicos.
A Câmara de Setúbal, se quer continuar a acolher eventos desta dimensão, necessita urgentemente de melhorar as condições do Fórum, sem dúvida um bela sala, mas sem sistema de refrigeração que se sinta.