Mudam-se os tempos...Ou o Lux fora de horas
Entretanto, os hábitos mudam e com eles os horários de vida: No Frágil a gente chegava à meia-noite e a animação já era grande: uns bebiam, e algumas raparigas dançavam em cima das mesas: A entrada era seleccionada seja pela Anamar, seja pela Guida do Abraço (o Abraço veio mais tarde). E nós ali estávamos até às três da manhã. Hoje as coisa são completamente diferentes. Se aparecermos no Lux à meia-noite, vemos apenas alguns casais que num canto ciciam palavras de amor (suponho) ou algumas almas mais ou menos penadas que, aproveitando da solidão, se sentam na varanda e dali contemplam as paisagens ( a exterior e as interiores) . São portanto meia dúzia de gatos pingados (expressão curiosa porque serve para designar o número de pessoa que estão presentes. Quando as coisa enchem, os gatos deixam de pingar...). As grandes vagas de pessoas chegam por volta das duas da manhã e não pretendem sair antes das cinco ou da seis. Alguns estiveram entretanto a dormir e (por testemunho dos meus alunos, não sei se credível) alguns terão aproveitado para estudar.
Deve-se dizer que vestem todos de um modo muito idêntico. Sem qualquer sofisticação. Mulheres de salto alto batendo nas calçadas e rímel azul é algo que escasseia. É pena. Mas temos de nos adaptar a esta vertiginosa mudança de costumes...”
Eduardo Prado Coelho, in Público, 11/10/06.
Deve-se dizer que vestem todos de um modo muito idêntico. Sem qualquer sofisticação. Mulheres de salto alto batendo nas calçadas e rímel azul é algo que escasseia. É pena. Mas temos de nos adaptar a esta vertiginosa mudança de costumes...”
Eduardo Prado Coelho, in Público, 11/10/06.
É a vida, meu caro prof. Eduardo Prado Coelho. São coisas da massificação. E da democracia também.