Visto
Miss Coppola sabe realizar.
Eu já sabia que ela sabia, mas quando entrei na sala ía com receio de sofrer um desapontamento, daqueles que se tem quando se regressa a um lugar que nos traz boas memórias. É que Virgens Suícidas e Lost in Translation (alguém, alguma vez, se vai lembrar do nome traduzido...?) estão na minha lista de filmes favoritos (admissivelmente longa).
Uma teenager inconsciente do mundo político que a cerca, de repente lembrada do papel a que o seu Sangue a obriga. Uma Kirsten Dunst a desempenhar na perfeição a tranquilidade e as súbitas angústias de quem apenas quer ser feliz e não compreende as barreiras a essa busca mas que tenta não desapontar quem dela espera que se comporte como uma rainha.
E as cores - da paisagem, dos fatos e sapatos, da luz. As cores de uma vida dentro de um conto de fadas.
E a música, claro.
Compreendo que deve ter sido díficil para os franceses a visão da guilhotina sobre aquela família que despede de Versailles ao nascer do sol.