segunda-feira, março 05, 2007

Para que conste




E também para pôr alguma água na fervura.
Creio que não virá mal ao mundo com a transformação da antiga casa de Salazar em museu.
Do espólio inventariado, dos manuscritos e antigos objectos pessoais do ditador, podemos extrair valioso conhecimento sobre o homem que governou os destinos pátrios por tão longo período.
Eu gostaria que a futura Casa-museu Oliveira Salazar servisse a História, e não fins propagandísticos. Não sei se é esse o propósito do presidente da Câmara de Santa Comba Dão, mas, mesmo em caso da hipótese contrária, assiste-lhe legitimidade para tal. É da democracia. É da superioridade desta, permitir as manifestações e formas de expressão daqueles que nela não se revêem.
Mais de trinta anos passaram desde a instauração da democracia no nosso país, exigir-se-ia algum amadurecimento. (o que está longe de ser sinónimo de indiferença para com as manifestações de cariz fascista). Mas não foi isso que a URAP, a União dos Resistentes Antifascistas Portugueses, revelou, cuja acção esteve no limiar da intolerância. Destemperada e no limite do insulto às gentes do Vimieiro.