Notícias da extrema-direita. O que não fazer
Segundo o PÚBLICO, uma operação da Polícia Judiciária (PJ) desencadeada esta madrugada, a nível nacional, levou à detenção de 27 pessoas associadas a movimentos de extrema-direita. Os detidos, que só amanhã deverão ser presentes aos juízes de Instrução Criminal, são acusados de terem em sua posse armas, munições e material propagandístico susceptível de configurar os crimes de discriminação racial e religiosa.
Esta notícia vem provar que não têm razão as luminárias que procuram equiparar a extrema-esquerda (o epíteto destina-se evidentemente a (des)classificar o PC e o BE) aos grupúsculos de extrema-direita.
É que não raro aparecem notícias de membros de partidos de cariz protofascista associados à posse ilegal de armas ou até ao tráfico, para não falar na cultura de violência... Ora, o mesmo não podemos dizer dos militantes comunistas ou do bloco, que não consta que se entreguem a práticas de intimidação de pessoas, por causa da cor da pele ou da orientação sexual destas, ou que revelem particular apetência pelo admirável mundo das armas.
Apesar disso, há um lado da notícia que me suscita preocupação, e daí a razão da parte que sublinhei. É que creio ser exagerado que na tipificação do crime de discriminação racial e religiosa caiam coisas como o material propagandístico.
É um caminho errado policiar e criminalizar a opinião. Na direito à opinião cabe o erro e a persistência no erro, mesmo que este consista na manifestação de preconceitos (raciais, sexuais, etc.). Além disso, ao proibirmos a manifestação de determinadas ideias, só porque estas ofendem grupos da população ou tão-só a nossa consciência, estamos a fornecer um precioso capital político aos seus autores. Capital político que estes não enjeitarão.
Esta notícia vem provar que não têm razão as luminárias que procuram equiparar a extrema-esquerda (o epíteto destina-se evidentemente a (des)classificar o PC e o BE) aos grupúsculos de extrema-direita.
É que não raro aparecem notícias de membros de partidos de cariz protofascista associados à posse ilegal de armas ou até ao tráfico, para não falar na cultura de violência... Ora, o mesmo não podemos dizer dos militantes comunistas ou do bloco, que não consta que se entreguem a práticas de intimidação de pessoas, por causa da cor da pele ou da orientação sexual destas, ou que revelem particular apetência pelo admirável mundo das armas.
Apesar disso, há um lado da notícia que me suscita preocupação, e daí a razão da parte que sublinhei. É que creio ser exagerado que na tipificação do crime de discriminação racial e religiosa caiam coisas como o material propagandístico.
É um caminho errado policiar e criminalizar a opinião. Na direito à opinião cabe o erro e a persistência no erro, mesmo que este consista na manifestação de preconceitos (raciais, sexuais, etc.). Além disso, ao proibirmos a manifestação de determinadas ideias, só porque estas ofendem grupos da população ou tão-só a nossa consciência, estamos a fornecer um precioso capital político aos seus autores. Capital político que estes não enjeitarão.