sexta-feira, junho 08, 2007

O efeito Keynesiano de Cavaco Silva

A zona da baixa de Setúbal, à volta da Luísa Todi e da Marina, foi tomada de assalto por equipas de esteticistas urbanos.
Entre as maquilhagens aplicadas, houve a idiótica ideia de pintar o edíficio do (antigo) Banco de Portugal com uma côr esbranquiçada, melhor definida como "côr de burro quando foge", em substituição da tradicional côr. Até a pedra usada na parede foi pintada...
As paredes do tribunal, também elas em pedra, foram limpas e arranjadas - neste caso sem recurso a pinturas.
Reparei também, por exemplo, que até as pequenas pedras que cercam as árvores da zona, foram repostas onde faltavam.
Apesar de algumas dúvidas de carácter estético (podiam ter aproveitado para tirar aquele amontoado de tripods em betão e cordas meio podres, que está no meio da avenida), não ficam mal à cidade estes arranjos. Até os inúmeros cartazes que anunciam as comemorações do Dia das Medalhas, têm um bonito efeito, como se preparassem a cidade para a festa que aí vem. Isto, apesar das barreiras que certamente impedirão que os "populares" (vulgo cidadãos/eleitores/contribuintes) de se aproximarem demasiado dos mais distintos representantes da Raça, claro. Afinal, o socialismo constitucional ainda não foi cumprido e não foi assegurado a todos o direito a uma medalha.

Podemos talvez dizer que os festejos do Dia dos Comendadores Desconhecidos são uma espécie de mini-mini-mini-Polis, deixando o Presidente da República, keynesiano de créditos firmados, satisfeito com o resultado da sua escolha para o beija-mão real presidencial (sempre foram 800 anos de monarquia...).