O que eles mereciam era uma boa avaliação
Ainda a propósito da manifestação dos professores, e como era de prever, os serviçais do governo, os arautos da avaliação rapidamente e em força, lá apareceram nos blogues de maior difusão com a cassete do costume, anatemizando toda uma classe profissional. Para essa gente, os professores não passam de um bando de preguiçosos privilegiados, entre outras faltas talvez mais graves, como a de ser sindicalista ou comunista.
Tais comentários são reveladores do maniqueísmo e da intolerância que grassam nas fileiras socialistas. É o discurso oficial do governo sim, mas em estado bruto, desprovido das subtilezas que encontramos em Sócrates e nos publicistas de serviço. Bem, a entrevista da ministra aproximou-se perigosamente dos comentários desta gente.
O primarismo deles é uma coisa por demais. Coitados, vivem do ódio aos professores, o que não deixa de ter propriedades terapêuticas. Nada como um bom ódio de estimação para nos aliviar as frustrações, algo que qualquer manual de psicologia explicará.
Estaremos nós na presença desses génios que povoam os gabinetes da 5 de Outubro? Ou tão-só de moços de recados de uma qualquer assessoria governamental? Os nossos homens (e talvez mulheres) bem se tem desdobrado em comentários feitos de arrogância moral, num tom deveras intimidatório.
Confesso que esta gente me provoca arrepios, sobretudo se os imaginarmos nos corredores do poder. Pequenos Torquemadas deste nosso podre reino. O que eles mereciam era uma boa avaliação ;)Luís Marvão