Evoluir ou estagnar?
O Setubalense:
"A Confederação do Comércio juntou-se, ontem, à Associação de Comerciantes do Distrito, numa posição de “completo repúdio” face à perspectivada abertura dos hipermercados, aos domingos."
A escolha destes senhores (chamar-lhes empresários seria ofensivo para outros) é, desde sempre, a segunda opção. Como muitos que os antecederam esforçam-se para obter dos empregados estatais que lhes atendam as queixas, que lhes dêem a segurança de não terem de se adaptar e evoluir.
Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes de Setúbal, "o que vai acontecer é a machadada final no comércio tradicional e no turismo, porque em qualquer lado do mundo, os turistas pretendem visitar os centros históricos das cidades e comprar no comércio tradicional."
Curioso. Não me lembro de terem feito nada para evitar que a zona da Baixa Setubalense (se assim se pode chamar) se desertificasse. Não me recordo de manterem as lojas abertas ao domingo fora da época natalícia. Durante essa época, não me recordo de protestarem nem de usarem argumentos mui cristãos apontando que o domingo deve ser reservado à família. Não seria o Natal uma época especialmente destinada a esse elevado sentimento?
O único hipermercado da cidade que poderá beneficiar da nova legislação é o Jumbo, uma vez que todos as outras grandes superfícies já estão abertas em virtude de não ultrapassarem a dimensão de área que uma lei idiota previa. Abertos ao domingo já estão as várias lojas Pingo Doce, Lidl, Intermarché e Modelo. Até agora, a única descriminação era contra o grupo Auchan porque para os demais comerciantes nada muda.
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal diz que "se esta medida for adiante, Portugal passará a ter a lei mais liberal da Europa".
Ver que o lider de uma associação de supostos empresários se coloca nesta posição é concluir que a liberdade económica não é um dado garantido. Nem na cabeça de quem mais devia lutar por ela.
Infelizmente para todos, receio que estes pedidos tenham acolhemento junto dos mesmos empregados estatais que dizem ser urgente mais despesa pública.