Michelangelo Antonioni (1912-2007)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb8GO1wXX_8DBQkCFR3ZSNWOOPw_x2NIS5Af6_-WqaVZt-n7EgAqg1Z653cSOoRUcHAqOxQsMgfVzWf2XIF9xcvlX5b-qNkiAtinh7tPLbXteCHo5I-VO1yjH8KD318wYID1c-/s320/Michelangelo-Antonioni_04.jpg)
Travei conhecimento com a obra de Antonioni pela televisão, quando o cinema era presença assídua nos ecrãs da RTP2. Nas salas escuras da sétima arte, vi apenas a reposição de Profissão Repórter, o Blow Up e o Para Além das Nuvens (bem, este foi feito a meias com o Wim Wenders, não sei se Antonioni o considerava seu).
Do que então vi, ficaram-me marcas profundas. A força das paisagens, da natureza agreste de A Aventura aos espaços industriais de Deserto Vermelho. E esses homens e mulheres à deriva nesses grandes espaços. A subjectividade desses homens e mulheres a impregnar profundamente a paisagem.
Como Bergman, também Antonioni era um cineasta de mulheres:
Amo em primeiro lugar e sobretudo a mulher. Talvez porque a compreenda melhor. Cresci entre mulheres e no meio delas. Acusam-me de olhar tudo à distância. É a minha maneira de contar e não o faço deliberadamente.
Dentro de nós, as coisas aparecem como pontos de luz no fundo de nevoeiro e sombra. A nossa realidade concreta possui uma qualidade abstracta fantasmagórica.