terça-feira, dezembro 07, 2004

No aniversário de Mário Soares

Leitura recomendada.
O Intermitente escreve (e bem) sobre Mário Soares.

Para quem tem mais ou menos a minha idade, a memória do final da década de setenta terá pouco a ver com a luta política e mais a ver com as brincadeiras da escola primária. Foi por isso que há umas semanas fiquei muito contente com a possibilidade de assistir ao famoso debate entre Mário Soares e Álvaro Cunhal, na RTP Memória.
Deu para confirmar o quanto Soares estava empenhado em barrar o caminho a Cunhal e em mobilizar a esquerda não comunista. Quando foi preciso, soube aliar-se aos outros partidos democráticos assegurando uma maioria apoiante de um regime de direito democrático. Não menorizo o papel de outros líderes e de outros partidos. Mas, como diz o Miguel, nesse período a democracia em Portugal, deve-lhe muito.
Para quem cresceu onde não ser comunista era ser fascista, a figura de Mário Soares (e o PS) foi a expressão da luta pela democracia no final da década de 70 e pelo controlo do regabofe que foram as ocupações de herdades e as UCP's (lei Barreto).
Nos dias que correm, essa memória é maltratada por afirmações pouco inteligentes e sobre as quais já aqui escrevi.