terça-feira, março 22, 2005

Burocracias

Não é fácil abrir um estabelecimento comercial. O espírito do condicionamento industrial, além de marcar as associações comerciais, ainda permanece na atitude como o estado, nas suas diversas camadas adiposas (do governo central à câmaras), olha com desleixo e muitas vezes desconfiança para quem pretende investir.
Leio no Setubalense que a C.M. de Palmela recusa a instalação de uma grande superfície no seu concelho. O pedido de instalação foi feito à câmara mas os seus serviços não se dignaram a responder (mas porque é que uma empresa tem de perguntar à câmara se pode abrir?). A lei, num excepcional acto de protecção dos cidadãos contra a inércia e inépcia dos serviços estatais, reconhece o acordo tácito do pedido após 45 dias sem resposta. A câmara alega agora que isso não é válido, dado que a localização pretendida colide com o cristalizado PDM.
O tempo de gestão das burocracias públicas é bastante mais lento que o do mundo real em que as empresas e demais cidadãos se movem. Basta ver o que acontece a quem não respeita os prazos processuais ou a quem passa pelo famoso sketch do "papel; qual papel?".