Aborto. Uma Campanha feita mais para os homens
Identifico-me profundamente com o que escreve Pacheco Pereira neste artigo, de que destaco este excerto:
O que mais me desagrada neste campanha – feita mais para os homens do que para as mulheres – é que ela passa ao lado, mais do que isso, desrespeita, ignora, menospreza, o carácter essencialmente existencial, vivido, do problema do aborto. É por isso que o aborto é mais uma questão das mulheres, como é a maternidade, e não é totalmente extensível e compreensível aos homens. Este é um dos casos que esquecemos muitas vezes muitas vezes, quando achamos que a igualdade é algo de adquirido sob todos os aspectos, e que tem a ver apenas com a sociedade, a economia, a cultura e o direito. Não, pelo contrário, há desigualdades, “diferenças” no dizer politicamente correcto, estruturais entre os seres humanos, uma das mais fundamentais é a que a maternidade introduz entre homens e mulheres. E, para as mulheres, uma das mais fundamentais é a que a maternidade introduz entre homens e mulheres. E para as mulheres que, quase todas, ou abortaram ou pensaram alguma vez em abortar, ou usam métodos conceptivos que à luz estrita do fundamentalismo são abortivos, o aborto de que estamos a falar neste referendo não é uma questão de opinião, argumento, razão, política, dogmática, mesmo fé e religião. É uma questão de si mesmas consigo mesmas, íntima, própria, muitas vezes dolorosa e nalguns casos dramática.
Pacheco Pereira, in PÚBLICO; 25 de Janeiro de 2007
Creio que também os meus posts iam no mesmo sentido deste texto, mas, evidentemente, sem a eficácia, a clareza e a mestria de JPP.
O que mais me desagrada neste campanha – feita mais para os homens do que para as mulheres – é que ela passa ao lado, mais do que isso, desrespeita, ignora, menospreza, o carácter essencialmente existencial, vivido, do problema do aborto. É por isso que o aborto é mais uma questão das mulheres, como é a maternidade, e não é totalmente extensível e compreensível aos homens. Este é um dos casos que esquecemos muitas vezes muitas vezes, quando achamos que a igualdade é algo de adquirido sob todos os aspectos, e que tem a ver apenas com a sociedade, a economia, a cultura e o direito. Não, pelo contrário, há desigualdades, “diferenças” no dizer politicamente correcto, estruturais entre os seres humanos, uma das mais fundamentais é a que a maternidade introduz entre homens e mulheres. E, para as mulheres, uma das mais fundamentais é a que a maternidade introduz entre homens e mulheres. E para as mulheres que, quase todas, ou abortaram ou pensaram alguma vez em abortar, ou usam métodos conceptivos que à luz estrita do fundamentalismo são abortivos, o aborto de que estamos a falar neste referendo não é uma questão de opinião, argumento, razão, política, dogmática, mesmo fé e religião. É uma questão de si mesmas consigo mesmas, íntima, própria, muitas vezes dolorosa e nalguns casos dramática.
Pacheco Pereira, in PÚBLICO; 25 de Janeiro de 2007
Creio que também os meus posts iam no mesmo sentido deste texto, mas, evidentemente, sem a eficácia, a clareza e a mestria de JPP.