segunda-feira, junho 25, 2007

Mudar para que tudo fique na mesma

A ser verdade o que vem no Le Monde, o tratado Europeu permanece fiel ao anterior texto constitucional, só que expurgado da sua simbologia.
Assim, os líderes europeus, deixaram cair o termo “constituição”, no novo tratado, que não comporta as referências identitárias da União; não faz alusão à bandeira das doze estrelas, ao hino ou à moeda europeia.
É interessante que tenham também deixado cair alusão à livre concorrência (aqui Sarkozy deu mote, pois durante a campanha para as eleições presidenciais tinha deixado bem claro haver limites tal primado).


Ce qui disparaît, par rapport au texte de la Constitution rejetée en France et aux Pays-Bas :

· Le terme de Constitution.
· La référence aux symboles, même si ceux-ci continuent d'exister : le drapeau aux douze étoiles, l'hymne (l'Ode à la joie), la devise ("L'Union dans la diversité"), et la mention "La monnaie de l'Union est l'euro".
· La partie III du traité constitutionnel fixant les politiques et le fonctionnement de l'Union. Ses articles, portant sur le marché intérieur, la concurrence, l'agriculture, l'Union monétaire, la coopération judiciaire et policière, etc., retrouvent leur place dans les traités existants, que la Constitution devait
remplacer.

Mas em tudo o mais o Tratado é feito de permanências, pelo que não se vê como poderão ser evitadas as pulsões referendárias na Europa.
Entre nós, os do costume, apressaram-se a dizer que é prematuro referendar algo que de todo não conhecemos os contornos. Bem, pergunto então para que servem as campanhas, senão para ajudar os cidadãos a formarem o seu julgamento e a decidirem em conformidade. O referendo teria ao menos o mérito de nos pôr a discutir a Europa, num país em que o seu significado se resume quase só aos fundos estruturais; e em que o discurso oficioso domina o espaço público.
Mas se não tivermos referendo, isso também não nos deverá surpreender muito. Afinal, parece que o não cumprimento das promessas eleitorais está inscrito no código genético dos socialistas que nos governam.