quarta-feira, janeiro 28, 2009

Morales ganha a batalha do referendo constitucional


A nova constituição da Bolívia foi sufragada pelos cidadãos, que assim reforçaram a legitimidade de Evo Morales, o primeiro indígena a ocupar a presidência do país.
O novo documento constitucional visa reparar as injustiças históricas de que foram vítimas os povos indígenas, os “povos originários”, restituindo-lhes terras e recursos florestais. E protege as suas culturas e tradições ancestrais, inclusive o cultivo da coca. Aprofunda também a representação política destes povos, que passam a dispor de quotas parlamentares.
A água e o gás natural ficam ao abrigo da privatização, culminando um processo de luta política que começou com a expulsão da Bechtel, a empresa que, por meio de um vil contrato, se fizera dona das Aguas del Tunari. Não é possível compreender Morales, sem a revolta dos povos de Cochabamba contra esse processo de espoliação.
Por fim, a nova constituição abre caminho ao laicismo, ao consagrar a igualdade entre todos os credos, deixando a Igreja Católica de deter o estatuto de religião oficial da Bolívia.
É sem sombra de dúvida um documento assaz progressista, oxalá os povos da Bolívia consigam materializá-lo, pois por agora não passa de um pedaço de papel.