Milk
Milk é um filme sobre o activismo político. Sobre o agir à escala local para mudar comportamentos e atitudes. Para ganhar o respeito do outro.
Narra-nos a história a Harvey Milk, comerciante do Castro, bairro de São Francisco onde se concentrava a comunidade gay, que enveredou pela acção política em condições extremamente desfavoráveis e perante o cepticismo geral dos seus. Três derrotas eleitorais até à consagração em 1977, com a sua eleição para supervisor municipal (cargo mais ou equivalente ao do vereador, entre nós), reflexo do clima de mudança social que então envolvia a metrópole de São Francisco.
Milk compreendeu que a comunidade gay só poderia garantir os seus direitos se saísse do gueto onde se tinha (ou a tinham) encerrado. Se estabelecesse pontes com outros grupos sociais, como os sectores liberais, a working class ou os idosos. Mas, como o filme nos mostra, foi um duro combate. Que exigiu muita coragem, até coragem física, sem esquecer o instinto político que também era atributo de Milk.
Gus Van Sant consegue com mestria focalizar o filme nesse agir político e ao mesmo tempo devolver-nos toda a densidade psicológica da personagem. Pelo seu filme perpassam as dúvidas e hesitações de Milk, a dor causada pelas implicações dessa escolha política. E para isso muito contribuiu a (excelente) interpretação de Sean Penn.
Milk acabou vítima de assassinato às mãos de um seu par vereador, um político conservador, esse sim, guetisado numa São Francisco cada vez mais liberal. Mas não sem antes contribuir para a derrota da (totalitária) Proposition 6, da autoria do senador John Friggs (pretendia excluir os professores homossexuais do ensino público), rejeitada em referendo pelos eleitores do Estado da Califórnia.
Milk, um filme incontornável.
Narra-nos a história a Harvey Milk, comerciante do Castro, bairro de São Francisco onde se concentrava a comunidade gay, que enveredou pela acção política em condições extremamente desfavoráveis e perante o cepticismo geral dos seus. Três derrotas eleitorais até à consagração em 1977, com a sua eleição para supervisor municipal (cargo mais ou equivalente ao do vereador, entre nós), reflexo do clima de mudança social que então envolvia a metrópole de São Francisco.
Milk compreendeu que a comunidade gay só poderia garantir os seus direitos se saísse do gueto onde se tinha (ou a tinham) encerrado. Se estabelecesse pontes com outros grupos sociais, como os sectores liberais, a working class ou os idosos. Mas, como o filme nos mostra, foi um duro combate. Que exigiu muita coragem, até coragem física, sem esquecer o instinto político que também era atributo de Milk.
Gus Van Sant consegue com mestria focalizar o filme nesse agir político e ao mesmo tempo devolver-nos toda a densidade psicológica da personagem. Pelo seu filme perpassam as dúvidas e hesitações de Milk, a dor causada pelas implicações dessa escolha política. E para isso muito contribuiu a (excelente) interpretação de Sean Penn.
Milk acabou vítima de assassinato às mãos de um seu par vereador, um político conservador, esse sim, guetisado numa São Francisco cada vez mais liberal. Mas não sem antes contribuir para a derrota da (totalitária) Proposition 6, da autoria do senador John Friggs (pretendia excluir os professores homossexuais do ensino público), rejeitada em referendo pelos eleitores do Estado da Califórnia.
Milk, um filme incontornável.