segunda-feira, setembro 14, 2009

Pacheco Pereira e o elogio do Avante

A Festa do Avante é um caso único em Portugal e tem muito a ver com a idiossincrasia social e cultural do PCP. Ela vive de uma micro-cultura criada pela longa participação do PCP na vida política portuguesa, que marcou em várias regiões do país (Alentejo, Margem Sul, etc.) sucessivas gerações de portugueses.
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Toda a gente sabe que a Festa do Avante não nos dá música de forma inocente. A Festa tem um papel essencial na identidade comunista, no financiamento do PCP, na política do partido e mesmo na sua propaganda para fora, na sua “marca”, como agora se diz. Mas, dito tudo isto, quando se pergunta se a Festa “puxa para cima” ou “puxa para baixo”, se o modelo é o Quim Barreiros (que eu presumo os comunistas também apreciam) ou outra coisa, com livros, opera, debates, exibição da diversidade nacional nem que seja na gastronomia popular, que alguns pavilhões exibem com orgulho local, tenho que concluir que “puxa para cima”. Dito de outra maneira, a Festa do Avante! é uma das raras iniciativas partidárias que, concorde-se ou não com o PCP, hoje dignificam a vida política nacional.

In Abrupto