quinta-feira, março 29, 2007

Duas ou três coisas sobre a Odete

Ainda vou a tempo de dizer duas ou três coisas sobre a Odete.
Eu (correndo o risco de surpreender) lembro-me de boas prestações da Odete Santos, em programas televisivos e no parlamento.
Sim, ela é uma pessoa emotiva, mas isso não nos deve tolher acerca da suas capacidades, pois não raro revelava ser dona de uma eficaz argumentação. Lembro-me de alguns debates, sobre a questão do aborto ao tempo do Guterres, em que os adversários políticos não saíram lá muito bem tratados.
Mas, ultimamente (refiro-me sobretudo aos debates que tenho visto na Sic notícias), acho que tem vindo a perder algumas das suas qualidades, o que é pena. O discurso está cada vez menos inteligível e aos nossos olhos sobressai apenas a velha intolerância (sim, porque politicamente falando ela sempre foi intolerante). Agora, apareceu a brandir que "a constituição proíbe a apologia do fascismo”, num gesto risível, ela, uma deputada com um longo currículo e que em muito prestigiou o hemiciclo.
Não sei se ela perdeu as estribeiras (não acompanhei os programas, vi apenas o que está no You Tube) por ter de suportar, noite dentro, a presença desse fascista impenitente que é o Jaime Nogueira Pinto. É que não nos podemos esquecer de que, na nossa história, os comunistas foram vítimas e os fascistas (mesmo que hoje tenham legado uma legião de democratas bem parecidos; é ver este post do 31 da Armada) carrascos. Aqui não há relativismos.