Sobre a professora agredida
Este post não é mais do que um desabafo, ou a minha reacção (ou revolta) perante o teor de alguns comentários, a propósito da agressão a uma professora numa escola secundária do Porto (não divulgo o link, por uma questão de pudor).
Imagino que muitos dos anónimos que por aí puluam, em caixas de comentários de alguns blogs de projecção, não sejam mais do que serventuários deste triste governo… Depois, há os arautos do direito de propriedade, para quem retirar o telemóvel a um aluno constitui uma grave falta. Mas, pergunto eu, não seria de instituir, nas escolas, a regra de que os telemóveis ficam à porta da sala de aula? Será que confiscar os telemóveis dos alunos antes do início da aula constitui assim um grave atentado ao sacrossanto direito de propriedade? Seria apenas por hora e meia, o tempo de duração da aula, sendo depois restituídos por uma qualquer funcionária da escola. É que, como se viu por este triste caso, os telemóveis são fonte de perturbação na sala de aula. Também me choca a leviandade com que se diz que os professores não sabem exercer a autoridade. Ora, a autoridade do professor assenta na palavra, no poder da palavra, que é um instrumento em rápida erosão, numa sociedade submetida ao primado da imagem; que vive na adoração xamânica dos artefactos tecnológicos (entre os quais os telemóveis; os papás, não raro, insurgem-se contra o profe, só porque este tirou o telemóvel ao menino…)
É muito fácil julgar aquela professora, repartir as culpas entre agressor e vítima, exercício assaz comum nos nossos dias. E é sintomático que nada se diga sobre o clima de impunidade vivido, lamentavelmente, em muitas escolas. Provavelmente, a aluna que fez aquilo voltará a sentar-se na mesma carteira da sala de aula; com a mesma professora, obrigada a suportar aquela presença. Por culpa de um Ministério de Educação que muito fala em avaliação dos professores, mas nada diz sobre os casos de indisciplina e violência que grassam no ensino. Sintomático.
Para terminar, como entenderão aqueles alunos a história da avaliação dos professores, coisa de que certa/ já ouviram falar?
P.S. Não pertenço à classe (privilegiada) dos professores.
Imagino que muitos dos anónimos que por aí puluam, em caixas de comentários de alguns blogs de projecção, não sejam mais do que serventuários deste triste governo… Depois, há os arautos do direito de propriedade, para quem retirar o telemóvel a um aluno constitui uma grave falta. Mas, pergunto eu, não seria de instituir, nas escolas, a regra de que os telemóveis ficam à porta da sala de aula? Será que confiscar os telemóveis dos alunos antes do início da aula constitui assim um grave atentado ao sacrossanto direito de propriedade? Seria apenas por hora e meia, o tempo de duração da aula, sendo depois restituídos por uma qualquer funcionária da escola. É que, como se viu por este triste caso, os telemóveis são fonte de perturbação na sala de aula. Também me choca a leviandade com que se diz que os professores não sabem exercer a autoridade. Ora, a autoridade do professor assenta na palavra, no poder da palavra, que é um instrumento em rápida erosão, numa sociedade submetida ao primado da imagem; que vive na adoração xamânica dos artefactos tecnológicos (entre os quais os telemóveis; os papás, não raro, insurgem-se contra o profe, só porque este tirou o telemóvel ao menino…)
É muito fácil julgar aquela professora, repartir as culpas entre agressor e vítima, exercício assaz comum nos nossos dias. E é sintomático que nada se diga sobre o clima de impunidade vivido, lamentavelmente, em muitas escolas. Provavelmente, a aluna que fez aquilo voltará a sentar-se na mesma carteira da sala de aula; com a mesma professora, obrigada a suportar aquela presença. Por culpa de um Ministério de Educação que muito fala em avaliação dos professores, mas nada diz sobre os casos de indisciplina e violência que grassam no ensino. Sintomático.
Para terminar, como entenderão aqueles alunos a história da avaliação dos professores, coisa de que certa/ já ouviram falar?
P.S. Não pertenço à classe (privilegiada) dos professores.