quarta-feira, janeiro 28, 2009

Os Executivos da Alta Finança

Este post vem na sequência de uma troca de e-mails com um amigo, e blogger, crente nas virtudes do mercado e, aparentemente, em toda a sorte de profissões engendradas pela Civilização Ocidental. Desde que haja mercado para elas...
Eu, lamentavelmente, não posso dizer o mesmo. Olho à minha volto e vejo o absurdo instalado, parafraseando o escritor Eduardo Galeano, vejo o mundo às avessas. Vejo um capitalismo financeiro, gerador de virtualidades, ofuscar as empresas e as pessoas reais. E nós, no Ocidente, fomos socializados na aceitação desse facto, quando não a venerar esses ilusionistas da alta finança. Antes da crise financeira que se abateu sobre nós, eles eram o modelo a seguir, o rosto do sucesso, se descontarmos os desportistas e os apresentadores da TV. Eles, pagos principescamente pela suas práticas de onanismo financeiro, ditavam regras e conselhos, perante a complacência dos estados e das entidades reguladoras. E no entanto eles são a melhor expressão do vazio em que se tornou a vida no Ocidente dito civilizado. Um executivo financeiro é assim tão imprescindível, para ser pago acima dos demais? Um agricultor dá de comer a muitos, um médico cura maleitas, um professor ensina, um artista dá obras ao mundo, enriquecendo assim o património da Humanidade, para citar uns quantos exemplos. E os executivos? Não serão eles parte da cultura do supérfluo que é atributo da nossa a civilização? De um civilização que perdeu o norte? De um tirano ainda poderemos entrever méritos, caso dos Bórgias, que financiaram os artista da Renascença. E dos executivos? Qual é o seu legado, a não ser a ruína de muitos?

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