terça-feira, janeiro 11, 2005

"Nada muda" - pt. II

A dada altura entramos num Portugal onírico. No Portugal do Largo do Rato, onde as regras que regem o mundo exterior em nada influenciam o Grande Sonhador.

"Não vou prometer o paraíso. Apenas digo que é possível fazer melhor do que o que foi feito nos últimos três anos e recuperar os 150 mil postos de trabalho perdidos nesse mesmo período."

Dado que o número de desempregados estará acima dos 400.000, parece-me muito pouco socialista este sonho de José Sócrates.
A não ser que se esteja a guardar para as negociações com o Bloco de Esquerda, que fala em 200.000 desempregados mais, enquanto o governo ria. Para evitarem cedências mútuas, irão somar as duas cifras. Assim ficarão perto de prometerem o fim do desemprego.
Como? Através de decreto, mecanismo infalível, revelado ao Grande Sonhador num momento de epifania.
A certeza na omnipotência do planeamento central mantem-se. "Nada muda".