A Candidatura de Cavaco e Silva
Ontem escutei o lançamento da candidatura do prof. Cavaco e Silva pela rádio TSF, quando ia a caminho de Lisboa para ver o concerto dos Animal Collective.
Não assisti por isso à encenação para as televisões, mas sei que havia dez bandeiras de Portugal no simbólico CCB, uma por cada ano de ausência do professor da vida política nacional, talvez para assim melhor realçar o carácter providencial deste candidato há muito anunciado.
Parece que tivemos um Cavaco de rosto aberto, como que a deixar a crispação encerrada no passado de primeiro-ministro. Mas já quanto ao discurso, as semelhanças com esse passado foram por demais evidentes : O político hábil em veicular a mensagem de que não é da política ou a arte de transmudá-la em competência técnica (a economia, sempre a economia, matéria que o professor domina como poucos); o sacrifício do regresso à vida pública(perpassou o trabalho, o “deixem-me trabalhar"); a estabilidade erigida em valor supremo da política.
Sobre o que pensa da função presidencial, nada disse, que não as habituais promessa de exercer o mandato no respeito das regras da Constituição e de garantir a autonomia do Governo (talvez a querer dissipar os fantasmas do presidencialismo).Ficámos sem saber do projecto presidencial. Mas que importa isso se uma gestão política feita de silêncios, entrecortados por conferências ou curtas declarações, tem servido às mil maravilhas para colocar o professor à beira de uma vitória logo à primeira volta?
Não assisti por isso à encenação para as televisões, mas sei que havia dez bandeiras de Portugal no simbólico CCB, uma por cada ano de ausência do professor da vida política nacional, talvez para assim melhor realçar o carácter providencial deste candidato há muito anunciado.
Parece que tivemos um Cavaco de rosto aberto, como que a deixar a crispação encerrada no passado de primeiro-ministro. Mas já quanto ao discurso, as semelhanças com esse passado foram por demais evidentes : O político hábil em veicular a mensagem de que não é da política ou a arte de transmudá-la em competência técnica (a economia, sempre a economia, matéria que o professor domina como poucos); o sacrifício do regresso à vida pública(perpassou o trabalho, o “deixem-me trabalhar"); a estabilidade erigida em valor supremo da política.
Sobre o que pensa da função presidencial, nada disse, que não as habituais promessa de exercer o mandato no respeito das regras da Constituição e de garantir a autonomia do Governo (talvez a querer dissipar os fantasmas do presidencialismo).Ficámos sem saber do projecto presidencial. Mas que importa isso se uma gestão política feita de silêncios, entrecortados por conferências ou curtas declarações, tem servido às mil maravilhas para colocar o professor à beira de uma vitória logo à primeira volta?