segunda-feira, outubro 24, 2005

Dúvida existencial

Tanto quanto o possível, tento evitar o inesperado. Tanto quanto possível, tento antecipar o que aí me vem. Usando de um conhecido aforismo, diria que tento preparar-me para o pior enquanto espero pelo melhor.
Confesso não ser grande apreciador de surpresas.
Muitas vezes, quando aprecio o comportamento e a atitude dos meus companheiros de condição humana, fico surpreendido (o que só por si me desagrada) com o desprendimento com que encaram o futuro. Se ainda não aconteceu, para quê pensar nisso? Concluio, aceito que de forma ríspida, pela irresponsabilidade geral do logo-se-vê, que muitas vezes acompanha um encolher de ombros.
Dizem-me que, com isso, rejeito o desconhecido; os prazeres que o inesperado carrega, as descobertas que são fruto do não esperado e planeado. Pode ser. É.
Mas é mais confortável o pessimismo de saber que algo poderá correr mal e estar preparado para acomodar tal contrariedade. É mais confortável o optimismo de que por estarmos preparados tudo irá correr sem perturbações.
Fica-me a dúvida: sou um pessimista ou um optimista?