A Ministra e as faltas
“Ir ou não às aulas não deve ser relevante para a avaliação dos alunos. Maria de Lurdes Rodrigues foi ontem à RTP esclarecer que deve progredir na escola quem tiver notas positivas, independentemente da assiduidade”.
O Público dava assim conta das declarações (polémicas) da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, entrevistada ontem pela RTP1.
A política desta ministra não é assim tão diferente da dos seus antecessores, não há com efeito grandes rupturas a assinalar. O mesmo para a questão das faltas, que antes se inscreve num contínuo ao longo das últimas quase duas décadas e cuja origem podemos remontar ao consulado cavaquista, ao então ministro da Educação Roberto Carneiro.
O que Maria de Lurdes Rodrigues veio propor é que deixe de haver distinção entre faltas justificadas e injustificadas. No resto, nada de verdadeiramente novo acrescentou. Porque dizer que um aluno não deve ficar “retido” (para empregar a deliciosa novilíngua dos especialistas da educação) por causa do número de faltas que vier a dar, é tão-só fazer a defesa do que já existe ou está instituído. Assenta na crença de que o princípio da universalidade, ou da escola inclusiva, ficará maculado, se os alunos forem excluídos do ano lectivo em curso por excederem um determinado número de faltas. Esta crença não é só da Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, é ao invés partilhada por muita gente, num universo que vai dos teóricos das ciências da educação aos ministros que no passado assumiram esta pasta; atravessa tanto a esquerda como a direita, pelo menos no que foi a praxis dos governos do PS e do PSD.
Mas, no plano do simbólico, talvez o caso de Maria de Lurdes Rodrigues se distinga dos demais: é que a ministra iniciou o seu consulado lançando farpas aos professores, precisamente por causa do absentismo que, dizia, afectava esta classe profissional. E agora acaba a desvalorizar a importância das faltas cometidas pelos alunos. É caso para nos interrogarmos sobre que tipo de mensagem quer a ministra passar para a sociedade em geral, e muito em particular para os pais e os alunos.
A política desta ministra não é assim tão diferente da dos seus antecessores, não há com efeito grandes rupturas a assinalar. O mesmo para a questão das faltas, que antes se inscreve num contínuo ao longo das últimas quase duas décadas e cuja origem podemos remontar ao consulado cavaquista, ao então ministro da Educação Roberto Carneiro.
O que Maria de Lurdes Rodrigues veio propor é que deixe de haver distinção entre faltas justificadas e injustificadas. No resto, nada de verdadeiramente novo acrescentou. Porque dizer que um aluno não deve ficar “retido” (para empregar a deliciosa novilíngua dos especialistas da educação) por causa do número de faltas que vier a dar, é tão-só fazer a defesa do que já existe ou está instituído. Assenta na crença de que o princípio da universalidade, ou da escola inclusiva, ficará maculado, se os alunos forem excluídos do ano lectivo em curso por excederem um determinado número de faltas. Esta crença não é só da Ministra Maria de Lurdes Rodrigues, é ao invés partilhada por muita gente, num universo que vai dos teóricos das ciências da educação aos ministros que no passado assumiram esta pasta; atravessa tanto a esquerda como a direita, pelo menos no que foi a praxis dos governos do PS e do PSD.
Mas, no plano do simbólico, talvez o caso de Maria de Lurdes Rodrigues se distinga dos demais: é que a ministra iniciou o seu consulado lançando farpas aos professores, precisamente por causa do absentismo que, dizia, afectava esta classe profissional. E agora acaba a desvalorizar a importância das faltas cometidas pelos alunos. É caso para nos interrogarmos sobre que tipo de mensagem quer a ministra passar para a sociedade em geral, e muito em particular para os pais e os alunos.