Sondagens, jornalistas e sacanagem
Sempre cultivei uma dúvida metódica em relação às sondagens. Mas da dúvida mais ou menos racional passei à desconfiança. À desconfiança profunda por causa das eleições europeias.
Sinto que o rigor metodológico recua na proporção dos custos e do quanto os potenciais clientes estão dispostos a pagar por uma sondagem. E já nem falo de algumas cumplicidades político-partidárias lá para as bandas das empresas e institutos de sondagens. Ou não fossem os partidos (principalmente os grandes partidos, que podem pagar) bons clientes.
Mas é espantoso como as sondagens, quando chegam às mãos dos jornalistas, se transformam na Verdade da Revelação. É espantoso vê-los num frenesim à volta dos candidatos, inquirindo-os sobre essa coisa maravilhosa que é a sondagem. Diríamos não haver vida para além da sondagem, perante a qual se esfumam a crise e os demais problemas do país. Naturalmente, o Governo e o PS agradecem.
É o reflexo de um jornalismo preguiçoso e indigente que entre nós grassa, e que enforma negativamente a campanha (aqui só por hipocrisia se podem imputar culpas aos partidos políticos e aos seus militantes).
Desta campanha eleitoral, bem poderíamos dizer, parafraseando o poeta Alegre, que foi só “imagem, sondagem e sacanagem”
Sinto que o rigor metodológico recua na proporção dos custos e do quanto os potenciais clientes estão dispostos a pagar por uma sondagem. E já nem falo de algumas cumplicidades político-partidárias lá para as bandas das empresas e institutos de sondagens. Ou não fossem os partidos (principalmente os grandes partidos, que podem pagar) bons clientes.
Mas é espantoso como as sondagens, quando chegam às mãos dos jornalistas, se transformam na Verdade da Revelação. É espantoso vê-los num frenesim à volta dos candidatos, inquirindo-os sobre essa coisa maravilhosa que é a sondagem. Diríamos não haver vida para além da sondagem, perante a qual se esfumam a crise e os demais problemas do país. Naturalmente, o Governo e o PS agradecem.
É o reflexo de um jornalismo preguiçoso e indigente que entre nós grassa, e que enforma negativamente a campanha (aqui só por hipocrisia se podem imputar culpas aos partidos políticos e aos seus militantes).
Desta campanha eleitoral, bem poderíamos dizer, parafraseando o poeta Alegre, que foi só “imagem, sondagem e sacanagem”