terça-feira, outubro 06, 2009

Autárquicas: a abstenção em Setúbal


Como estamos em tempo de eleições autárquicas, poderá ser interessante comparar a abstenção em Setúbal (concelho) com a verificada ao nível distrital e do país.
Seleccionámos as últimas três eleições autárquicas para a Câmara Municipal, a saber, as realizadas em 14-12-1997, 16-12-2001 e 09-10-2005.
Primeira constatação, a abstenção verificada, quer no concelho quer no distrito, é maior do que a do país autárquico em geral.
Segunda constatação, para os períodos eleitorais em causa, a abstenção em Setúbal-concelho apenas foi inferior à do distrito em 2001, ano da candidatura de Carlos Sousa, que à época granjeou grande capital de esperança e que acabou por pôr termo ao domínio do partido do socialista na Câmara de Setúbal (o então presidente Manuel da Mata de Cáceres esteve à frente da edilidade durante quatro mandatos, de 1985-01).
O fenómeno da abstenção é complexo e multifacetado, não se prestando a uma leitura linear, ou dito de outro modo, às explicações que comummente são avançadas, como por exemplo, a descrença ou descontentamento dos eleitores em relação ao exercício do poder democrático, neste caso o local e logo o da nossa cidade-concelho.
Por último, tomando como boas as intenções de voto reveladas pela sondagem do Expresso/Renascença, é provável que uma taxa de abstenção superior à verificada há quatro anos atrás catapulte a CDU (cuja vitória é dada como certa pela sondagem em questão) para a maioria absoluta de mandatos no executivo camarário.