terça-feira, agosto 29, 2006

"Ser Setubalense": conversas entre bloggers - VIII

Pedro Custódio:

Se os cidadãos tivessem de facto poder para produzir arte, dita urbana, teríamos uma cidade em muito diferente.
Acredito que deve haver lugar a dois modelos de criação artística:

- A comissionada, por um lado choca-me, mas acho que faz sentido que exista para assinalar marcos históricos, sociais e outros importantes para a nossa definição de cidade e de cidadania, para educar os mais novos, etc.
- A expontânea, e aqui perdoem-me mas acho que há projectos por esse mundo fora que nos mostram que pode haver arte nas cidades por criação expontânea, sendo que as entidades reguladoras o que fazem é preparar os espaços para as acolher, tipicamente podem não ser pagas, mas não deixam de ser uma mostra pública de arte e muitas vezes acabam por se tornar ícones das cidades que as acolhem.

Eu pessoalmente não gosto de algumas das obras ditas de arte, ou monumentos, na nossa cidade, desconheço os motivos por que lá foram colocados, acho que no caso de Setúbal, temos demasiados monumentos políticos e poucos de vida comunitária ou de gentes da nossa terra, mas como em tudo o que se considera arte, não gostar não quer dizer que discorde, não morro de amores, mas acho que são sinais de vivência em sociedade. Agora uma coisa é certa muito há a fazer pela cidade, que no meu ponto de vista é bem mais importante do que a criação de novos monumentos, acho que gostava de ver a criação de novos espaços e arranjo dos já existentes espaços públicos, acho que a cidade peca por isso, por não tornar os espaços públicos muito mais públicos.