sábado, agosto 21, 2010
sexta-feira, agosto 06, 2010
Evoluir ou estagnar?
O Setubalense:
"A Confederação do Comércio juntou-se, ontem, à Associação de Comerciantes do Distrito, numa posição de “completo repúdio” face à perspectivada abertura dos hipermercados, aos domingos."
A escolha destes senhores (chamar-lhes empresários seria ofensivo para outros) é, desde sempre, a segunda opção. Como muitos que os antecederam esforçam-se para obter dos empregados estatais que lhes atendam as queixas, que lhes dêem a segurança de não terem de se adaptar e evoluir.
Segundo o presidente da Associação dos Comerciantes de Setúbal, "o que vai acontecer é a machadada final no comércio tradicional e no turismo, porque em qualquer lado do mundo, os turistas pretendem visitar os centros históricos das cidades e comprar no comércio tradicional."
Curioso. Não me lembro de terem feito nada para evitar que a zona da Baixa Setubalense (se assim se pode chamar) se desertificasse. Não me recordo de manterem as lojas abertas ao domingo fora da época natalícia. Durante essa época, não me recordo de protestarem nem de usarem argumentos mui cristãos apontando que o domingo deve ser reservado à família. Não seria o Natal uma época especialmente destinada a esse elevado sentimento?
O único hipermercado da cidade que poderá beneficiar da nova legislação é o Jumbo, uma vez que todos as outras grandes superfícies já estão abertas em virtude de não ultrapassarem a dimensão de área que uma lei idiota previa. Abertos ao domingo já estão as várias lojas Pingo Doce, Lidl, Intermarché e Modelo. Até agora, a única descriminação era contra o grupo Auchan porque para os demais comerciantes nada muda.
O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal diz que "se esta medida for adiante, Portugal passará a ter a lei mais liberal da Europa".
Ver que o lider de uma associação de supostos empresários se coloca nesta posição é concluir que a liberdade económica não é um dado garantido. Nem na cabeça de quem mais devia lutar por ela.
Infelizmente para todos, receio que estes pedidos tenham acolhemento junto dos mesmos empregados estatais que dizem ser urgente mais despesa pública.
quinta-feira, agosto 05, 2010
É urgente para quem?
Para os que trabalham usando as suas capacidades e competências, para os que poupam, para os que investem e empreendem, para os que pagam cada vez mais impostos, para os que alimentam a crescente fome de recursos estatal?
Para os que se ocupam a gastar impostos, taxas e contribuições, para os que tratam de gastar os resultados do investimento dos que arriscam, para os que gastam os frutos da prudente poupança das famílias, para os que ao longo de décadas transformaram o estado num monstro cada vez mais esfaimado?
Este cartaz, colocado (pelo menos) em Setúbal pela associação de munícipios da região é um exemplo do pensamento (generalizado no país) dos que se outorgam o direito de saber, melhor que cada um de nós, o que fazer com o nosso dinheiro. Dos que em nome da “justiça social” ou de outra treta sem fundamento nem concretização nos dizem que lhes entregar o nosso dinheiro é a melhor forma de contribuir para melhorar o nosso presente e futuro.
Que a demonstração que a realidade do país e das contas públicas fazem das capacidades destes gastadores dos dinheiros estatais em desbaratar recursos leve à conclusão contrária não só é esquecida como publicitam o seu contrário. Querem mais gastos estatais. E urgentemente.
Que proclamem a exigência, o direito a usar ainda mais recursos retirados aos contribuintes deve ser visto por aquilo que é: o medo de perderem poder numa altura em que o medo e a incerteza crescem entre os mais vulneráveis, os que não têm como resistir ao poder de coacção do estado para impor quer cada vez mais e complexa legislação quer mais e maiores taxas. Ou seja, precisam do medo de quem lhes paga as contas para se confortarem do medo de perderem o controlo dos recursos que o país ainda lhes entrega. Precisam que não haja quem se oponha a que uma parte cada vez maior do fruto do seu trabalho, poupança e investimento seja malbaratado por quem contribuiu para o estado a que isto chegou.
É urgente que paremos de confortar a sua fome por cada vez mais daquilo que não é, por direito algum, seu.
Já colocado no Insurgente.