terça-feira, novembro 30, 2004

Et voilá!

Tão amigos que nós fomos...
O presidente da república, Jorge Sampaio decidiu começar os procedimentos para dissolver a assembelia da república e para marcações de eleições legislativas.
Na TSF, Pedro Santana Lopes dá conta da sua insatisfação e refuta a existência de razões para a decisão do PR (segundo ele a governabilidade estava garantida).

Oposição

Enquanto lia um post do Tomar Partido, ocorreu-me que a oposição está de férias. Para quê desgastar imagem e o argumentos se o governo tem tempo e disposição para se opôr a si mesmo?
Parece-me que entre audiências com o PR, com a AACS, com o congresso do PSD, com os almoços de desculpas e restabecimento da paz coligacional, com o PM a dizer uma coisa e o Min. das Finanças outra (e a terem de realinhar o discurso), com o tempo perdido a ler o que a comunicação social comenta e com o tempo perdido a rebater as notícias (o que ocupa ministros a rebater o que dizem outros ministros ou mesmo ex's) falta o tempo para governar.
O que até pode ser bom: não há nada pior que um ministro com tempo para planear como vai deixar a sua marca no país. Isto normalmente quer dizer gastar dinheiro que o OE não tem. Mais gastos públicos => mais impostos no futuro.
Até José Sócrates ainda se há-de lembrar deste Outono / Inverno como o tempo mais descançado da sua vida política. A falta de debate político tem-no ajudado a preparar descançadamente as suas "Novas Fronteiras".
O próprio governo trata de se opor a si mesmo e diariamente convida os eleitores a votarem na oposição.

ADENDA - Impressionante o quão rapidamente o quadro descrito acima atingiu o climax. Acabaram as férias de José Socrates. A campanha vai começar.

José Pacheco Pereira em entrevista

Example
O autor do Abrupto, José Pacheco Pereira, deu uma entrevista à revista Selecções do Reader's Digest e que é publicada na edição de Dezembro.

"(...)Em Portugal, depois do 25 de Abril há três personagens que têm um papel decisivo. A primeira é Mário Soares; deve-se-lhe em grande parte ter evitado que o país se tornasse numa ditadura comunista. Depois, Sá Carneiro, que não aceita um socialismo militar copiado da América Latina e exige que o regime se torne numa democracia plena com civis a decidirem tudo, inclusive a política de defesa e das forças armadas. Se Mário Soares garantiu as liberdades públicas, Sá Carneiro ajudou a tornar civil a nossa vida política. Cavaco fez uma outra revolução: acabou com os restos da Constituição que vinha do período do PREC. O 25 de Abril termina com o cavaquismo."


"(...)Sempre tive consciência de que o lastro que temos é muito pesado. Precisávamos de perder o excessivo garantismo do Estado. Temos uma sociedade que vive abafada por um Estado que é, ele próprio, em grande parte incompetente. Isto mata o dinamismo social. As pessoas podem estar irritadas com o poder, zangadas, mas verdadeiramente não desejam as peripécias da mudança, a mobilidade profissional, geográfica."


O site da revista disponibiliza também a entrevista de José Manuel Durão Barroso na edição de Novembro, e que foi concedida durante o acidentado período de escolha e votação da sua Comissão Europeia.

Mais libertações em Cuba

"La disidencia interna y la oposición en el exilio han coincidido en asegurar este fin de semana que las liberaciones de los presos políticos se deben a un "gesto" que quiere hacer Fidel Castro con el Gobierno de José Luis Rodríguez Zapatero por sus intentos de diálogo y acercamiento a La Habana." via El Mundo.

Foi libertado o poeta Raúl Rivero, culpado de ter escrito crónicas em jornais estranjeiros que atentavam contra a independência e integridade do Estado (leia-se da ditadura de Fidel e dos seus caciques).
Parece-me que isto bem conversado, bem conversado, ainda resulta na libertação de mais alguns prisioneiros (de todos seria esperar demasiado). Talvez propondo a Fidel uma parceria especial com a UE - podia-se começar por uma ligação do peso ao euro agora que Fidel impôs restrições à circulação de dólares. Podia-se, de concessão em concessão, ir comprando a liberdade de mais alguns presos políticos. Zapatero conseguiria ainda, mais uma vez, irritar a administração norte-americana e reforçar a ideia de que a Europa (parece-me que mais países o apoiariam) tem uma política externa diferenciada no contacto com a ditadura cubana.
Não resulta claro, pelo menos no imediato, que esta reaproximação procure o fim do regime, a legalização da oposição e a restituição de todas as liberdades e direitos, como são entendidos numa sociedade democrática, aos cidadãos cubanos.

Aumentar os aumentos dos funcionários públicos

Os sindicatos da função pública pretendem aumentar os aumentos. Não é piada, é assim mesmo. Numa clara demonstração que estes sindicatos (e espero que em menos proporção, os seus representados) vivem num mundo aparte da realidade do país, as suas propostas vão dos 4,2% aos 5,5%.

Não se lembrarão por certo que o seu empregador é o estado e que este não gera riqueza, limitando-se a taxar a riqueza produzida pelo resto da economia. No mundo real todos sabemos que o orçamento do estado tem nas despesas com a admisntração pública um dos seus maiores consumidores de recursos. No mundo real sabe-se que a um Orçamento de Estado deficitário só restaria aumentar proporcionalmente os imopostos ou cortar drasticamente as despesas noutro lado (talvez no serviço nacional de sáude, nas pensões ou na educação) de modo a cobrir este acréscimo salarial. Poderão reclamar os sindicatos que as exigências se baseiam em ganhos de produtividade ou de eficiência (ninguém se lembrará de distinguir de eficácia). Desafio esses representantes sindicais a demosntrarem que ganhos para a riqueza nacional foi conseguido à conta dos funcionários públicos, dos seus dirigentes e das burocracias por eles desenvolvidas.
Não vejo nestes trabalhadores qualquer espécie de inimigo do país. Pode-se dizer que o que está errado e funciona mal é o sistema ( e não estou a falar de futebol) de organização e intervenção do Estado na economia do país.
Não é justo que o sector privado tenha reduzido ao mínimo os valores dos aumentos e muitas empresas tenham fechado, atingindo o desemprego os níveis que atingiu, e estes sindicato tenham o desplante de fazer estas propostas. Não se trata de propostas para negociação porque não é possível negociar com um empregador falido. Se não hovesse a possibilidade de aumentar sempre os impostos para fazer face a estes custos, o estado (empregador destas centenas de milhares de pessoas) estaria falido, fecharia portas e os representados por estas organizações estariam no desemprego.

No final, cada funcionário público pode fazer o que os que são empregados por conta de outrém fazem no sector privado quando estão descontentes com o patrão: despeçam-se e procurem outro trabalho que julguem mais compensador. Eu disse trabalho, não emprego.

Rescaldo da jornada

Ontem à noite o Vitória perdeu 0-1 com o campeão europeu.
Custou perder assim. O golo do Porto foi marcado pelo Jorge Costa que bem podia ter sido expulso mais cedo, tal a quantidade de faltas que fez. Parece-me que está na curva descendente das suas capacidades físicas, embora, como me dizia uma adepta sentada no banco atrás de mim, seja dos poucos que hoje em dia sua a camisola por amor ao clube onde joga.
Este ponto leva-nos ao Jorginho. Se já tem contrato com outro clube, se os dirigentes do Vitória já sabem disso, se por isso diminuiu o seu empenho e esforço, se nos últimos jogos tem sido frustante ver como se agarra à bola para a perder de seguida (os treinadores adversários já perceberam que uma marcação mais dura e em cima resulta), então talvez seja altura de alterar a forma de jogar da equipa. A insistência em fazer passar a bola por ele, fez parar vários ataques da equipa, principalmente na 2ª parte (esteve melhor na 1ª). Apesar de tudo, deu trabalho suficiente a Jorge Costa - levando-o à expulsão. Talvez o problema seja o grau de exigência dos adeptos (e o meu, em particular), que já lhe viram mais empenho e rapidez de execução no ínicio da época.
Uma palavra de apreço para Marco Tábuas ( apesar das dificuldades nas bolas altas) que fez várias excelentes defesas e para o incansável Manuel José, que me parece ser o jogador vitoriano actualmente em melhor forma.

Mais um comentário para a atitude dos adeptos portistas. Como é normal, cantaram alto para encorajar a sua equipa. Mas quando os vitorianos começaram a gritar pelo Vitória, assobiaram repetidamente os cânticos sadinos. Ainda tiveram pulmões para o habitual cântico de injúria ao Benfica. Embora não tenha a mínima simpatia pelos encarnados, pareceu-me despropositado. Foi pena, a falta de fair-play e de respeito pelo VFC que estas pessoas demonstraram. Por coisas destas é que prefiro os jogos entre equipas mais pequenas, em que os adeptos normalmente respeitam as equipas e os adeptos adversários.

segunda-feira, novembro 29, 2004

Moeda de troca

Fidel Castro mandou libertar alguns dos presos políticos em Cuba.
Este gesto aparenta ser um sinal de reconhecimento pela vontade que José Luis Rodríguez Zapatero tem demonstrado em restabelecer o diálogo com o regime ditatorial de Cuba.

O facto de servirem de moeda de troca, demonstra a consideração que o regime tem para com os que mantem aprisionados. Estes são como que "activos" que o governo utiliza para agradar a quem lhe parece melhor posicionado para servir de interlocutor nas suas demências estalinistas ou de porta voz junto das democracias europeias. Neste caso o actual governo espanhol apresenta um trunfo extra: o de ser o país que terá (provavelmente) um nacional como ministro europeu do exterior, no quadro da nova constituição europeia.
Ainda bem que estes 6 prisioneiros voltaram a casa. Bom para eles e para as suas famílias. De resto, nada mudou em Cuba. A ditadura continua e em Portugal continua-se a usar t-shirts do Che.

Noite de bola no Bonfim

Para saber o que se passou em Barcelos ou como foram as comemorações de mais um aniversário do clube do Bonfim, resolvi consultar as escritas de quem sabe do que fala. O Treinador de Bancada conta tudo e dá uma novidade: o Vitória Futebol Clube tem um novo site oficial. Eu já me registei e o site vai já ali para a coluna do lado direito.

Esta noite recebemos o Porto. Este jogo tem aquela característica que faz do futebol um espectáculo sempre diferente e emotivo: não se sabe à partida quem vai ser o vencedor! Se a sorte estiver do nosso lado, se o Meyong afinar a pontaria (ou o Bruno Moraes fôr titular), se o Jorginho estiver concentrado e ainda tiver algum amor à camisola que veste, se o Manuel José continuar incansável, se ... Eu sei que são muitos "ses". Mas eu acredito e por isso vou lá estar.

Regresso

Já está; já foi declarado preto no branco.
Depois das merecidas férias o regresso ao Office. E à repartição.

sexta-feira, novembro 26, 2004

Para Ti, Para Sempre

Foi para ti que criei as rosas.
Foi para ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei ás romãs a cor do lume.
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaEugénio de Andrade



Flor de acaso ou ave deslumbrante,
Palavra tremendo nas redes da poesia,
O teu nome,como o destino,chega,
O teu nome,meu amor,o teu nome nascendo
De todas as cores do dia!
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaAlexandre O'Neill

segunda-feira, novembro 22, 2004

Jornal das férias

  1. As vistas abaixo são da Praia da Zambujeira e da vila de Odemira.
  2. Tolero moderadamente piadas sobre o meu povo...
  3. A matança do porco foi o que sempre foi. Excelente o reencontro com quem tenho menos oportunidade de conviver. Comer e beber bem. Depois de ver uma alfacinha, cortar carne para linguiça, chouriço e torresmos, lado a lado com quem o faz desde pequena, fiquei com a sensação que ainda há salvação para Portugal.
  4. Conselho para os jovens urbanos. Deixem lá o Prof. Rosas e o Marx em paz. Em vez de irem para acampamentos do Berloque, comprem bilhete na carreira lá para baixo e falem com os velhotes de mãos calejadas. Eles explicam-vos o valor do trabalho e do que vale uma enxada.
  5. Certifico que o standardizado "porco europeu" ainda não chegou a Odemira - pelo menos o exemplar preto de dez arrobas, que ao fim de dois dias estava completamente desmanchado, nunca tinha ouvido falar de Bruxelas nem da euro-constituição.
  6. Só me apoquentei enquanto fui ouvindo o relato do Vitória. Mas as febras acabadas de grelhar, recompuseram-me o espírito. Pois. E mais um copo de tinto, também não fez mal. Os torresmos não ficaram salgados.
  7. Se conduzir não beba. Eu não conduzo depois de uma matança. E agradeço que conduzam devagar. Quarenta quilómetros à hora é ir muito depressa, se a estrada fôr no meio da serra de Odemira, depois de um dia de imenso esforço gastronómico e vinícola.
  8. Só há um sítio onde faz sentido comer um sargo grelhado. Se o convidarem para ir à Zambujeira, certifique-se que está assegurado o fornecimento de sargos e faça saber que se tornou peixívoro.
  9. Estive sentado no muro da Zambujeira, num dia de sol, a ver a praia deserta e o mar verde translúcido. Foi preciso muita força de vontade para apontar o carro a norte.
  10. Ver o pôr do sol na foz do Sado, enquanto procuro sinal dos golfinhos, justifica a viagem pelo ferry.
  11. Já estou em casa. Quer dizer, lá em baixo é que estou em casa. Aqui é a minha residência temporária ainda por muitos anos.
  12. De resto, agradecimentos pelos votos que ficaram na caixa de mensagens da posta anterior.
  13. O sistema de postação mínima tem duração prevista até à próxima semana.

sexta-feira, novembro 19, 2004

Vou para casa

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A próxima semana será de repouso. Há decisões para toda a vida que assim exigem e permitem. Nesta altura, nada me sabe melhor que voltar a casa.
Para começar, uma bela matança de porco. Depois o mar e o meu mundo em paz. Preparação. Assina-se e já está. É para toda a vida.
Bom fim de semana.

Boa ideia!

«A ministra da Educação, Maria do Carmo Seabra, defendeu hoje o aumento da autonomia das escolas (...) "A direcção central do ministério tem mais potencial para atrofiar do que para fazer".»

Como declaração de intenções não está mal. Vamos ver se consegue passá-la à prática.
Já agora, se não se importa, envie um memo aos seus colegas de governo explicando que se se substituir "escolas" e "Educação" pelas palavras chaves de cada ministério, a frase ainda se mantem consistente e apreciável.

Et Tu?

"De resto, se a pergunta fosse directa e genericamente sobre o tratado («Está de acordo com o Tratado Constitucional da UE?»), como muitos defendem, também só haveria uma pergunta, sendo a dificuldade da decisão infinitamente maior, dado o enorme número de questões e de variáveis a considerar em todo o texto do tratado."

Em concordância com a noção já expressa pelo presidente da república, Vital Moreira, pensa que os portugueses seriam incapazes de apreender todo o impacto da aplicação da Constituição Europeia.
Seremos então um bando de ignaros. Todo o trabalho de explicação das novas regras de funcionamento da UE, todo o esforço que se possa fazer para que o cidadãos compreendam como os políticos, as instituições europeias e os jogos de poder entre interesses de cada país irão afectar a sua vida, é como atirar pérolas a porcos.
A descrença de Vital Moreira no sitema de voto livre, que permite que cada um faça a sua escolha baseado nas propostas que os partidos (e demais instituições políticas - nacionais ou europeias) apresentam e explicam, não é de hoje. Já parece um caso crónico de crença na estupidez dos eleitores.

O direito ao Golpe de Estado

"Se não estivéssemos na União Europeia, já tínhamos um golpe militar há muito tempo. Era inevitável, não temos porque não é possível, mas não podemos deixar continuar a correr as coisas. Nesse caso vamos assistir a revoltas, a um mal-estar que passa a ser incontrolável na sociedade portuguesa".

Estas palavras de Mário Soares pressupõem que ele compreenderia o surgimento de um levantamento militar com vista a alterar o regime actual.
Será que o ex-presidente se dá conta que estando o presidente da república em pleno gozo das suas funções, o parlamento livremente eleito a funcionar e existintindo um poder judicial independente, estas suas declarações só se podem entender como um apelo ao fim do estado de direito e de democracia parlamentar?
Embora vindos de lados diferentes e com conteúdos diferentes, assemelham-se contudo às propostas de A.J.Jardim para que o fim do regime seja consumado a toda a pressa e substituido por sabe-se lá o quê.
Assegurar que os militares se sublevavam se não fosse o enquadramento da União Europeia, é passar um atestado de menoridade democrática a todos os portugueses. Principalmente às gerações mais novas que nasceram depois do 25 de Abril e que não entendem estes tiques PRECuianos do notável ansião. Revela-se também mais um argumento que provavelmente pretende usar na campanha a favor da Constituição Europeia: sem a protecção dada por este tratado, existe o perigo do estado de direito em Portugal ser aniquilado.
Curiosamente, esta alusão a que a as forças armadas são o último bastião da democracia, segundo a datada cartilha soarista, ocorre no dia que marca oficialmente o fim do Serviço Militar Obrigatório.

Se a intenção era contribuir para a queda da maioria parlamentar, são palavras demasiado rídiculas para serem crédiveis. Vejamos como reagirá o PS (ou ignorará o pai fundador, como ignorou o filho). Se foi para dar ínicio à campanha a favor do "Sim" no tratado que o Dr. Soares entenderá ser o garante da continuidade democrática, as suas palavras mostram bem quão paternalistas são as ideias dos velhos políticos europeus, não se dando conta de quão irreversível é para o comum dos cidadãos a manutenção da liberdade.

Marquem na agenda

7ª Festa do Livro
Durante a próxima semana, passem pelo pavilhão 2 da FIL.
A 7ª Festa do Livro começa a 20 e acaba a 28 de Novembro. Chance de encontrar livros, que nos esquecemos de ler, a preços de saldo.

quinta-feira, novembro 18, 2004

Sugestões

De proibições. É no Esplanar.

A Pergunta

"Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?"

Por partes, que é para não dizerem que nem analiso a coisa.
Então (só baseado na convicção, porque ninguém sabe tudo sobre tratados) cá vai:
Não; Não; Não e Não.
Pronto, já está. E agora? O que se vai fazer depois de termos dito "Não" a esta irrelevante pergunta?

Segundo a notícia do Público, "O líder parlamentar do PS, António José Seguro, salientou que a pergunta acordada com o PSD aborda "as questões essenciais" daquele tratado."
Diz isso é porque estudou o tratado e informou-se. Vê-se mesmo que o PS anda de cadeias às avessas com o Dr. Sampaio (daqui vão os meus desejos de melhoras). Então ele não disse que o voto devia ser uma questão de convicção? Ai, estes miúdos... Não ouvem nada do que os mais velhos lhes dizem!

What Kind of Blogger Are You?

Via Letras Com Garfos.




You Are a Pundit Blogger!



Your blog is smart, insightful, and always a quality read.
Truly appreciated by many, surpassed by only a few
.


Naaahhh... Aposto que dizes isso a todos...

Direito de propriedade e liberdade de escolha

Example

O escriba residente deseja expressar o seu direito à propriedade.
Neste Office, os não fumadores também são bem-vindos. Não descrimino o acesso ao Lounging de quem escolhe livremente visitar o sítio.
Pede-se a quem se sentir incomodado que o faça saber à gerência. Dada a significância absoluta e relativa das reclamações, o administrador reserva o direito de mudar de opinião e tornar o espaço "smoke free". Se se verificar um número de visitantes não fumadores em número significativo, o escriba-mandão poderá optar por abrir outro Office onde o Lounging não inclua a apreciação de um Camel.
Também aqui manda o mercado.

P.S. - Por escolha própria não fumo na minha "repartição". O sinal acima está afixado há muitos meses à entrada do espaço útil deste escriba. Pratica-se a liberdade de escolha.

Se eles não tomassem conta de nós...

O actualmente muito falado, Boris Johnson, escreve sobre a atitude paternalista do governo trabalhista.
O texto, com alguns recondicionamentos nacionalizantes, poderia muito bem ilustrar a atitude dos legisladores lusitanos. Estes governantes, verdadeiras amas secas vigilantes e protectoras, conseguem com meia dúzia de chavões assegurar o apoio da "vox populi" que os telejornais divulgam.
Partilho completamente da opinião expressa neste texto:
It's the dogooders I can't stand, and this Labour Government is riddled with people who long to stop other people doing things of which they disapprove. In so far as there may or may not be a case for banning smoking in public, it should be no business of central government - or at least not while smoking is legal.

It should be up to individual pubs, clubs and restaurants to decide whether their clientele want a fug or not;

As it is, the interdiction is to be imposed centrally, because the Labour Party has a drug of its own. It is called interference, and there is nothing that gives the present lot a bigger kick than locating what they believe is an imperfection in human nature, and stamping it out.

Fumo branco

"Habemus Papam!"
Ou quase...
José Manuel
A comissão europeia obteve finalmente o voto favorável do Parlamento (449 a favor), obtendo mais votos que a comissão de Prodi (426 a favor).
É uma comissão alisada de qualquer desvio ao politicamente correcto e que fica refém do processo que levou à sua eleição. Isto toma forma na intenção do paralamento de votar uma resolução que obrigue o Presidente da Comissão a destituir qualquer comissário que tenha perdido a confiança dos parlamentares ou a ir ao parlamento explicar a sua recusa.
O Dr. José Manuel Barroso achou isto perfeitamente aceitável.


A liberdade a esvair-se em fumo

Parece que a febre legisladora anti-tabagista também atacou o nosso mais antigo aliado. Por lá também há quem se queixe.
Num artigo entitulado "With all these laws, our precious liberty is going up in smoke", publicado no Telegraph, o autor queixa-se do ataque à sacro-santa liberdade e independência de cada um dos súbditos de sua Majestade.

It is said, though less often now than it used to be, that the basis of
English liberty is the rule of law, under which everything is allowed unless specifically prohibited.

Effectively, this principle limited the scope of the state to intervene in people's lives. Law set the boundaries of personal action but did not dictate the course of such action.

The announcement yesterday that smoking in most public places is to be made an offence, presumably punishable by a fine, is the latest addition to a lengthening list of things that were once allowed but are now to be criminalised.

Depois de elencar muitas das recentes intervenções reguladoras em Inglaterra, refere por último o mais "grave" atentado à liberdade individual.
Until now, at least it has not been an offence simply to exist; but the Identity Card Bill in next week's Queen's Speech will mean that, from 2007, everyone renewing a passport will be issued with a compulsory ID document and their details entered on a national register.

Como é que eles sobreviveram até agora sem um BI, é o que me faz espécie...

quarta-feira, novembro 17, 2004

Jerónimo de Sousa será o mais igual entre iguais

O antigo candidato presidencial foi proposto por "inclinação consensualizada" para S.G. do PCP.
Já começa inclinado. Tarde ou nunca se vai endireitar.

Em comemoração, o Dr. Louçã já abriu uma garrafinha de champagne e uma latita de caviar. Antevê uma subida de 0,005% nos votos, com a captação de (ainda) mais jovens urbanos radicais, desiludidos com a não escolha de Bernardino Soares.
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Pelos vistos, está toda a gente contente.
Sendo assim, eu também fico.
Mas só se ele falar muito ao país.

A Revolução de Veludo

Praga em 1989
No dia 17 de Novembro de 1989, o Partido Comunista Checo tinha autorizado uma manifestação de universitários em honra de um estudante morto pelos Nazis. Quando os manifestantes começaram a pedir o fim da ditadura comunista, a polícia tentou dispersá-los.
Nos dias seguintes, 500.000 manifestantes encheram a praça Wenceslas, em Praga.

Há que apontá-los a dedo e encostá-los a um canto!

CamelDavidoff
Eu sei que a minha liberdade termina onde começa a dos outros. Quando, por falta de sensibilidade da minha parte, não me dou conta dessa fronteira, devo esperar (e espero) que quem se sente incomodado com o meu comportamento me o diga. Se por isso me apercebo que estou a prejudicar (inadvertidamente) o outro, ajusto o meu comportamento. Ou ajustamos ambos, de modo a ninguém sair prejudicado. Ou seja, somos livres e igualmente responsáveis pelos nossos comportamentos, atitudes e escolhas.
Não me parece que legislar o ostracismo dos fumadores seja uma boa ideia.
Eu conheço os argumentos de saúde. Sei que os passivos fumam as sobras dos activos. Mas sei também que deve ser livre a escolha de entrar num restaurante, baseando-nos simplesmente na decisão dos donos de gerirem (e o fazerem saber) um espaço para não fumadores ou um outro, onde um Camel ou um Davidoff depois do jantar são bem-vindos e podem ser devidamente apreciados e onde quem entra sabe o que encontrará.
No caso das discotecas, bares ou outros locais de diversão para adultos, a existência de liberdade de escolha ainda me parece mais evidente. Não quer partilhar o cigarro do dançante do lado, não entra. Ou então, se o mercado de não fumadores que frequentam discotecas fôr significativo, haverá certamente empresários a abrirem estabelecimentos "smoke free" (e os empresários da noite respondem rapidamente às tendências do mercado).
Enquanto o Estado continuar a cobrar os impostos que cobra no tabaco, não pode proclamar a sua elevada consciência moral através de legislação paternalista. Deixem as pessoas escolherem.

O DNA da Literatura

A Maura avisa, através do seu Diário de Lisboa, que as entrevistas que a Paris Review conduziu com escritores desde os anos 50 do século passado, estão sendo disponibilizadas gratuitamente.

A primeira década traz-nos entre outros, um dos meus favoritos, Graham Greene, cujo 100º aniversário se celebrou em Outubro passado.

terça-feira, novembro 16, 2004

O hino e o resto

"Queremos mais Portugal/grande luso pequenino(...)
Santana Lopes é a voz/na vanguarda do futuro/de norte a sul/de todos nós"

Tenham lá juízo! Quem é que aceitou a encomenda de escrever isto?
Eu sei que o hino é irrelevante. Eu sei que não é isto que define o PSD.
Mas define o congresso. Cantatas com ossanas ao líder, que tudo fez para que os nomes mais falados neste congresso não o fossem. No final, apesar da votação que desta vez lhe foi favorável, não conseguiu sair em estado de glória. Para além do mais, as directas dentro PSD, ideia antigamente tão cara a Pedro Santana Lopes, parece ter sido abandonada. Talvez por contrapartida com a segurança de finalmente ganhar. Nem o Prof. Cavaco pareceu disposto a acelerar a tomada de decisão e em não continuar a construir mais um tabuzinho presidencial.
Para além de ver as sondagens dizerem que Sócrates faz bem em estar calado e sossegado (apoiado! sempre nos poupa meia dúzia de citações), "a vanguarda do futuro" ainda teve que apaziguar o aliado Portas, dados os discursos feitos (inclusive por um jotinha todo empertigado) a raiar o desprezo por quem ajuda a sustentar o governo. Fica o aviso de Narana Coissoró, que em política, as alianças não são perenes. O próximo congresso do CDS/PP será uma boa medida de quão beliscado foi o orgulho popular e o de Portas em particular.
Como se comportarão ambos os partidos durante uma campanha eleitoral em separado? A julgar pela ferocidade dos congressistas do PSD e pelas sentidas reacções do CDS creio que a animação está prometida. Depois logo se vê. Os dois partidos não desperdiçarão a oportunidade de voltar a formar governo e o dia após eleições será sempre o primeiro dia do resto da vida de uma nova coligação.

O som no Office



Pastorius fora dos Weather Report, mas com Wayne Shorter (e Thielemans e DeJohnette).
A estreia gravada de Coltrane no soprano.

Mudanças nos EUA

Powell e Rice

Os nomes da nova administração Bush começam a ser conhecidos e com eles pode-se estimar qual o rumo que o presidente pretende tomar. É o caso na política externa. Após a saída de Colin Powell, está aberto o caminho para a nomeação da actual Conselheira para a Segurança, Condoleezza Rice. Esta parece mais próxima de Bush do que Powell, pessoal e politicamente.

Ao primeiro "African-American" nomeado para a Secretaria de Estado, sucede outra "African-American", aquela que muitos apontam como possível candidata à Casa Branca em 2008.
Os Democratas podem começar já a planear quem escolher como concorrente: ou apresentam outra mulher, a senadora Hillary Clinton, ou outro "African-American", a nova estrela do partido e único senador negro, Barack Obama.

De olho na Lua

SMART-1

A 1ª sonda lunar europeia chegou ontem à sua órbita. O objectivo da SMART-1 é fornecer dados sobre a topografia e composição mineral da Lua.

O vulcão do Médio Oriente

Example
Na The Economist.

segunda-feira, novembro 15, 2004

O referendo espanhol à Constituição da UE

O jornal ABC dá conta do ínicio da campanha do PSOE pelo "SÍ" no referendo pela constituição europeia, o qual terá lugar a 20 de Fevereiro de 2005.
Segundo o jornal, Zapatero disse aos seus companheiros que explicar o projecto europeu aos cidadãos era a grande prioridade do partido para os próximos meses. Para o presidente do governo espanhol está em causa um modelo para o mundo (uma referência de diálogo inter-civilizacional, de acordos no quadro da ONU) em contraponto ao modelo americano.

Pelo menos advoga que os cidadãos devem votar conscientes e sabedores do impacto da Constituição. Eis um bom ponto de partida e um exemplo a seguir pelos partidos portugueses, pese embora o ponto de vista do nosso presidente.

Liberalização nos combustíveis

Finalmente, a Autoridade da Concorrência, propôs ao governo a alteração da portaria 131 que regulamenta os estabelecimento de novos postos de abastecimento.
Espera-se que seja desta que se permita às grandes superfícies a abertura de postos junto aos seus parques de estacionamento, apesar das já conhecidas reclamações da ANAREC e do Sr. Saleiro.

(Ler: «Campanha "Super 95" num Hiper perto de si!» e «Teoria da Cabala, versão ANAREC»)

Declaração de (não) voto

Não voto em partidos que usam a Dulce Pontes como banda sonora para os seus congressos.
Por outro lado, também não voto em quem usa o Vangelis. Também não voto em quem dá voz à Dina.

Ainda se alguém se lembrasse de emocionar milhares de congressistas ao som do Toy, a cantar a marcha do Vitória...

Anacleto trata da Saúde em Setúbal

Louçã em Setúbal
«(...) "o Ministério da Saúde tem tido um facilitismo em relação aos grandes interesses económicos para a privatização dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde" o que, na sua [de Louçã] opinião "é preocupante".»

O jornal "O Setubalense" relata a visita que o Dr. Francisco Anacleto Louçã fez ao hospital de S. Bernardo em Setúbal.
O Sr. Dr. ouviu as críticas dos outros Srs. doutores. Queixam-se eles que «"em nenhuma empresa se permite que a estrutura de gestão intermediária" – que é o caso deles – "esteja demitida todo este tempo e que a própria estrutura dirigente não fale com eles".»
Concordo inteiramente. Nenhuma empresa deixaria em exercício nenhum gestor tanto tempo depois de este se demitir e incompatibilizar com a sua administração. O mais certo era os próprios gestores demissionários sairem, por sua iniciativa, e em devido tempo.
Numa empresa haveria uma assembleia de accionistas, donos do capital e avaliadores das decisões passadas dos gestores e dos seus planos para o futuro.
No SNS, os contribuintes (e eventuais utentes), são quem financia os hospitais mas não podem escolher entre participar (ou seja, investir o seu capital) nestas "estruturas" ou escolher qual a parte do seu orçamento ou poupança que querem dedicar ao custo de se manterem saudáveis no presente e no futuro. São um sócio calado. Pagante, mas sem poder de decisão.

Faltam só 6!

Jorginho pode e sabe fazer melhor
Temos 20 pontos. Estamos no 3º lugar, a 2 pontos do 1º classificado.
Com mais 6 vitórias, obteremos mais 18 pontos que deverão ser suficientes para assegurar o primeiro objectivo da temporada: a manutenção.
Se a equipa se mantiver lutadora, se o Meyong conseguir afinar a pontaria (não pode continuar a desperdiçar tantos golos) e se o Manuel José conseguir continuar a correr e lutar como até agora, não sei... talvez daqui a 6 vitórias possamos redefinir objectivos.
A sorte muitas vezes resulta de boas e atempadas decisões. As entradas do Bruno Moraes e do Igor resultaram num golo e abonam em favor de Couceiro.
E o Jorginho?
Pois... Estas duas últimas jornadas foram as menos conseguidas pelo craque do Bonfim. Talvez a concentração no jogo e nos objectivos da equipa não seja completa. A espaços, lá reaparece. Mas perdeu-se em muitas jogadas, não soltando a bola quando devia e falhando nas recepções dos passes. Não teve a vida facilitada pelos jogadores do Nacional que sempre lhe prenderam os movimentos.
O facto é que o Vitória tem de planear a sua vida tendo em conta o cenário da sua saída. Certamente é o que a direcção estará a fazer...

sexta-feira, novembro 12, 2004

"As medidas incluem o acesso, por parte do Estado, e "dentro de regras e garantias", às contas bancárias sem aviso prévio e sem que elas possam requerer efeito suspensivo da consulta.
As entidades com contabilidade organizada são agora obrigadas a dispor de uma conta bancária, pela qual terão de passar todos os movimentos financeiros.
"

Parece que o terreno para a Polícia Fiscal começa a ser preparado.
Quem serão as pessoas que irão ter acesso a estas informações? Quem controla, analisa e dirige o seu trabalho? Serão magistrados ou meros funcionários das finanças?
Abre-se a porta a que os movimentos e saldos de cada um sejam divulgados aos quatro ventos. Basta lembrar o quão respeitado é o segredo de justiça ou mesmo quão respeitada é a presunção de inocência até veredito condenatório.
Lembro-me que há uns anos atrás, alguém se deu ao trabalho de ir revirar os caixotes do lixo da sede lisboeta de um banco, resultando dessa "investigação", listagens de contas de clientes (por erro não destruídas) que foram directas para as páginas de um semanário. Como se impede que esta "polícia" não seja mais uma fonte (secreta, claro) deste tipo de dados?
Não me parece que a palavra do ministro, por mais crente e temente a Deus que seja, servirá de garantia da acção desses valorosos servidores da máquina fiscal.

Então a ideia de uma única conta para todos os movimentos financeiros, parece-me tão extraordinária e uma tão grande ingerência na gestão de cada empresa, que nem me parece que estejam a falar a sério.
Onde fica a liberdade de as empresas contratarem os serviços financeiros dos vários bancos no mercado ou de arbitrarem as diferentes condições de juros, descobertos e demais aplicações?
Não vai isto contra a liberdade de movimentos de capitais na UE?

Receber bem os visitantes estrangeiros

"Carta de Pontos Sensíveis identifica os espaços mais vulneráveis em caso de ataque ao nosso país"

Assim, em caso de dúvida, os nossos atacantes só têm de consultar o check list.
Será que o ICEP vai fazer uma campanha promocional?

quinta-feira, novembro 11, 2004

Como uma formiga

Example
"Trabalho, muito trabalho" já dizia o pragmático Octávio Machado.
E parece que não sou o único.
Alguém tem de ajudar o Sr. ministro das finanças a atingir o crescimento estimado no seu orçamento. Por isso cá estou a ajudar os capitalistas estrangeiros que me pagam (e me facultam o acesso à net) a planear como crescer para o ano.
O que vale é que estamos em período de nojo. Para dizer o que penso, mais vale estar calado.

quarta-feira, novembro 10, 2004

A minha velhota

Avó
Nasceu há 80 anos.
Lembro-me dela todos os dias.

BETTER DAYS
Diane Reeves

Silver gray hair neatly combed in place
There were four generations of love on her face
She was so wise, no surprise passed her eyes
She's seen it all
(...)
She said all the things you ask
You will know someday
But you have got to live in a patient way
God put us here by fate
And by fate that means better days
(...)
Later that year at the turn of spring
Heaven sent angels down and gave Grandma her wings
Now, she's flyin', and slidin', and glidin'
In better days
(...)

A Alemanha não referenda. E Portugal?

O EUobserver reporta que devido a desentendimentos, entre os cristãos democratas do CDU e os sociais democratas do SPD, sobre alterações às leis que permitem utilização de mecanismos de democracia directa, provavelmente não haverá referendo na Alemanha sobre a Constituição Europeia.

E em Portugal?
Será que se vai chegar a acordo sobre a pergunta a colocar aos portugueses?
O que me parece é que, dado o quadro constitucional (não sendo possível referendar tratados internacionais), ela será bastante inócua levando a um resultado inconsequente.
À partida o "Não" significa a rejeição do conceito legal que leva à existência da pergunta. Ou seja, rejeita-se a aplicação da constituição.
Como reagirá o governo e presidência da república se, independentemente da pergunta, ganhar o "Não"? Que fará o Dr. Sampaio se o povaréu não colocar suficiente crença no seu apelo ao "Sim" cego e desconhecedor das implicações do texto do tratado?

Não haja dúvidas que são só certezas.

O Intermitente apresenta algumas dúvidas que lhe assolam a existência.
Não duvides que tens razão.

Liberal - "To be or not to be: that is the question."

Durante a campanha para as presidenciais europeias, uma maneira que Bush utilizou para (des)qualificar Kerry foi chamar-lhe liberal.
Na Europa e nos EUA esta qualificação pressupõe visões bem distintas. Entre outras caracteríticas, nos EUA qualifica os democratas mais à esquerda, adeptos do "social welfare", do aumento de impostos como meio de repartição da riqueza; na Europa, qualifica exactamente o contrário - menos governo e regulação da sociedade, menos impostos mais mercado (e a continua cruzada contra o estado-providência). No entanto, em ambos os casos, identificar alguém como sendo um liberal, tem como objectivo demonstrar que é um perigoso radical, pronto a destruir a sociedade tal como está localmente construida.

Num trabalho de reafirmação dos seus valores, depois de ter apoiado Kerry contra todos os seus instintos e crenças dos seus fundadores (e, a meu ver, contra os seus próprios argumentos), a The Economist apresenta um editorial sobre a importância de clarificar o uso do termo. Eis alguns excertos (conteúdo premium, sem link):

The idea, with its roots in English and Scottish political philosophy of the 18th century, speaks up for individual rights and freedoms, and challenges over-mighty government and other forms of power. In that sense, traditional English liberalism favoured small government—but, crucially, it viewed a government's efforts to legislate religion and personal morality as sceptically as it regarded the attempt to regulate trade (the favoured economic intervention of the age). This, in our view, remains a very appealing, as well as internally consistent, kind of scepticism.

Sadly, modern politics has divorced the two strands, with the left emphasising individual rights in social and civil matters but not in economic life, and the right saying the converse. That separation explains how it can be that the same term is now used in different places to say opposite things. What is harder to explain is why “liberal” has become such a term of abuse. When you understand that the tradition it springs from has changed the world so much for the better in the past two and a half centuries, you might have expected all sides to be claiming the label for their own exclusive use.

Better to hand “liberal” back to its original owner. For the use of the right, we therefore recommend the following insults: leftist, statist, collectivist, socialist. For the use of the left: conservative, neoconservative, far-right extremist and apologist for capitalism. That will free “liberal” to be used exclusively from now on in its proper sense, as we shall continue to use it regardless. All we need now is the political party. (Meu realce.)


Ora aqui está uma boa ideia. E parece que a sua aplicação já obteve resultados!

terça-feira, novembro 09, 2004

(not) Gone with the wind

Example

À volta do moribundo (por isso tornado respeitável) terrorista, os abutres tentam posicionar-se para repartir poder e dinheiro.
"People talk as if his life can be plugged in or plugged out. This is ridiculous. We Muslims do not allow euthanasia.", diz o ministro dos negócios estrangeiros palestiniano, Nabil Shaath.
Mas podem rezar para que Arafat encontre o criador depressa.

A festa da Taça em Biszeu

O sorteio da Taça leva o Vitória Futebol Clube até Viseu, no dia 12 de Janeiro de 2005, para jogar contra o Clube Académico de Futebol, no Estádio Municipal do Fontelo.

Académico gggggggggggg Vitória

O som no Office


Editado em 2004, tem 2 CD's com 31 canções, incluindo 5 novidades, lados B, versões ao vivo e outras versões menos conhecidas ("Everyday is like sunday"). Excelente booklet e capa. Comprado no fim semana a preço claramente vantajoso. Com o patrocínio das promoções Auchan.

Carl Sagan

Carl Sagan
Este vencedor do Pulitzer Prize nasceu há 70 anos. O Cosmos agradeceu.

Não sei quantas de uma assentada

  1. Esta jornada da bola, não correu de feição. Os verdes perderam 7 - 0. Mantem-se a esperança, natural na dita côr.
  2. Em 1989, faz hoje 15 anos, a Republica Democrática da Alemanha permitiu a livre circulação de cidadãos para fora do país. A cortina de ferro, enferrujada que estava, ruía. O Muro começou a ser destruido para mais tarde vir a ser vendido como recordação.
  3. António Lobo Antunes lança hoje um novo livro com o título "Eu hei-de amar uma pedra". É também publicada uma fotobiografia da autoria de Tereza Coelho. O locutor da TSF diz que o vencedor do prémio Fernando Namora deste ano e do Jerusalem Prize 2004, é talvez o maior escritor português vivo. Só mesmo os suecos, que não percebem puto de português, para preferirem o Saramago. Isto quando se comemora o 25º aniversário da publicação de "Os Cus de Judas", um dos livros do meu Verão.
  4. A França usa o seu poder militar para retaliar contra os ataques das forças governamentais da Costa do Marfim que mataram nove soldados frnceses da força de manutenção de paz. À ordem de Chirac, destruiram toda a força aérea (2 aviões e seis helicópteros), morrendo 30 marfinenses e 2.000 europeus estão à guarda dos 4.600 expedicionários gauleses. A decisão unilateral francesa recebeu no sábado o apoio da ONU, que se prepara para votar mais uma das suas resoluções - impostas no terreno pelo exército francês. Prova-se outra vez que a diplomacia se torna impotente sem um exército que a suporte. O cacau disparou - más notícias para os mais amigos do chocolate.
  5. A morte de Arafat será anunciada no dia em que o já escolhido novo líder da Autoridade Palestiniana obtiver o acordo de Israel quanto ao lugar onde deverá ficar a sepultura de Arafat. Sugiro Paris, perto da mulher que pelos vistos redescobriu que o amava, passados 4 anos sem o contactar.

segunda-feira, novembro 08, 2004

Stiff upper lip

Hugo Alcântara perdeu duelo com Karadas
Como saberão, todas as segundas feiras, as conversas entre colegas têm como tópico principal os resultados futebolísticos da jornada. Caso assim não seja, é sinal que algo vai mal na vossa comunicação interna e sugiro-vos que entrem em contacto com os vossos HR, para que se prepare de imediato uma acção de formação.
Antevendo que essas trocas de impressões teriam hoje como alvo preferencial o Vitória, fiz um comunicado aos cromos cá da repartição e que passo a trancrever. Ou seja, faço minhas as minhas palavras.

"Vencido e convencido.
Parabéns aos encarnados (dada a dimensão do resultado, usar o termo lampiões não pareceria digno).
Continuo no entanto a acreditar que a Champions League está ao alcance do Vitória Futebol Clube. Ou isso ou garantir a permanência...
Gostaria também de alertar que como se viu ontem, o Jorginho é um jogador vulgaríssimo e portanto não vale a pena contratá-lo. Esqueçam lá o rapaz e não o incomodem mais...

Saudações Vitorianas do sócio xxxxx (devidamente identificado)"

sexta-feira, novembro 05, 2004

Este canto da Terra

Portugal ao canto
"I know this corner of the earth it smiles at me
So inspired of that there's nothing left to do or say
Think I'll dream, 'til the stars shine" words by Jay Kay

O som no Office


"Mr. Pastorius" passou por nós com demasiada pressa.

Rio Sado: onde fica?

Este teria sido o 1º post da manhã.
O noticiário que me desperta pelos clarões da madrugada, anuncia que uma mancha de nafta havia sido derramada no meu rio. Os bombeiros só foram chamados passadas 12 horas. As últimas notícias dão o impacto como limitado quer pela sua dimensão quer pelas barreiras de protecção entretanto colocadas.

Já agora uma achega aos senhores da Rádio Renascença. Usar uma foto do Rio Minho, parece-me inadequado para ilustrar o Rio Sado.
rio-minho.jpgjjjjjParque industrial
A 1ª foto é a tal do Rio Minho. Na 2ª, ao fundo, a zona do derrame.

O Rio Azul é tão especial, que não merece ser trocado.
SetúbalEstuário

Finalmente...

... consigo aceder ao Blogger.

quinta-feira, novembro 04, 2004

Desrespeito pelos mais velhos

CastroArafatMugabePinochet

O respeito e admiração que é devido aos mais idosos não se aplica a estes senhores. A memória não pode ser assim tão curta nem a Humanidade tão hipócrita.

Volta Arnaldo Matos, volta!

"Jorge Sampaio(...)afirmou que o referendo sobre a Constituição europeia não deve ser posto em causa devido à falta de informação dos cidadãos."
"O chefe de Estado recordou que "ninguém sabe todos os pormenores" sobre documentos como o Tratado Constitucional(...)".

ExampleExample
Claro. Ele também não sabe muita coisa. Não sabe, por exemplo, como se vai formular a pergunta a incluir no previsto referendo sobre a Constituição Europeia. Dado que a Constituição da República Portuguesa não permite referendar tratados internacionais, não consigo imaginar qual a pergunta e qual o impacto da resposta. Se fôr "Sim", encolhemos os ombros e lá seguimos. Se fôr "Não", fazemos o quê? Com várias vozes a prever o referendo já para o ínicio do ano, não seria altura de se começar a pensar nisto?
Claro que são coisas que o Dr. Sampaio não sabe. Não têm importância. O que interessa são as convicções.
Não vale a pena educar o povaréu.

Adenda: O Intermitente acrescentou o que faltava.

Outro dia, outras presidenciais

Hoje ainda é tempo de nojo para alguns. Mas o tempo não pára. Agora que os olhos se começam a secar, que a mágoa de ontem reforça a certeza da estupidez do John Doe americano (como é possível terem eleito um tipo que chama os "greeks" de "greetians"?, interrogam alguns...) está na altura começar a preparar a nossa própria corrida presidencial.
Entre Profs., Engs. e outros Doutores assortidos, lá teremos de escolher quem irá substituir o nosso não renovável PR.
Numa demonstração que o efeito EUA se começa a transpor para esta pequena economia muito aberta, começa-se a contar espingardas para as primárias do PSD. Os que vão e os que não vão ao congresso, escolhe-se até ao Verão ou depois do Verão, antes ou depois de legislativas antecipadas... Só problemas para os laranjas.
O Prof. Aníbal, quer mostrar que ainda é o mesmo. Nunca se engana. Por isso não muda de estratégia e por isso já está a trabalhar no seu habitual tabuzinho. "Ai, não sei, só depois de ir a banhos é que decido...".
Numa jogada, tipo "Espera aí que eu já te lixo!", Pedro Santana Lopes acha que antes do estio é que é boa altura para decidir. Assim, exlui-se a putativa candidatura do Prof. Silva. Sem cavaquistas no congresso, torna-se mais fácil começar a incutir esta noção nos congressistas e respectivas concelhias. Então quem? O próprio PSL? O cândido Mota Amaral? Não me digam que... o Prof. Marcelo??? Nããã... Compreende-se o problema.
Já lá para o Largo do Rato, a escolha do líder da Internacional Socialista parece pacífica.
A única dúvida que tenho por agora é: será que não se podia reformar já o Dr. Jorge? E o seu mano?

Eu por mim reafirmo-me conservador. Voto em quem nunca me desiludiu nem se vergou aos ventos da mudança que no fim levam todos para o "centrão".
Voto Carmelinda Pereira.

quarta-feira, novembro 03, 2004

O mapa da vitória do "incompetente"

Example
George W. Bush obteve até agora 58,385,601 votos, ou seja 51%.
John Kerry obteve até agora 54,865,161 votos, ou seja 48%.

Numa altura em que faltam apurar os resultados definitivos do Novo México (5 votos) e do Iowa (7 votos), a repartição dos votos dos Grandes Eleitores é de 252 para Kerry e de 274 para Bush.
Bush obtem também maioria em ambas as Câmaras do Congresso.
Pode-se dizer que é uma vitória incontestável. Se em 2000, a primeira crítica foi não ter obtido a maioria do voto popular, desta vez Bush obtem mais 3.5 milhões de votos. De lembrar que nestas eleições participaram mais 10 milhões de eleitores que há 4 anos. Estes dois factores são demonstrativos da vontade inequívoca dos americanos. Penso que todas as críticas paternalistas e condescendentes da "velha Europa" foram encaradas pelos eleitores americanos como mais uma razão para votar Bush. Terão também ficado assustados com a perspectiva de Kerry vir a agir de forma menos firme para com o terrorismo, sendo essa a imagem que têm da posição de alguns políticos europeus.
Se as principais críticas europeias a Bush têm a ver com a sua política externa, doravante, ter-se-á que ter em conta o enorme apoio obtido nas urnas, à sua continuação. Será altura de alguns países europeus se deixarem de pruridos e perceberem que a guerra contra o terrorismo é uma causa comum a todas as democracias. Em causa está a luta contra o totalitarismo religioso e medieval dos extremistas islâmicos.
A União Europeia deve rever e renovar a aliança com os EUA. Foi essa aliança que manteve a democracia viva no velho continente durante o século XX.

O fim do "Valete Frates!"

O João Noronha anuncia o fim do seu blog.
No entanto não demonstra intenção de parar de escrever no Anacleto, esse refúgio e farol do verdadeiro proletariado no-Bushista, alterglobalista e por vezes meio charrado.
Acho que é apropriado desejar "God speed, João!".

Citação Anacleta

Quando o fastio das filas de trânsito apanha este escriba no caminho para a sua oficina, o rádio acaba por ir parar ao fórum TSF. É diversão assegurada e funciona com a mesma lógica da psicologia invertida: se o ouvinte participante assim o diz é porque concerteza o pensamento mais sensato é o contrário.
Isto ficou hoje bem provado. Na ronda pelos comentadores dos partidos com assento parlamentar (continuam a descriminar o POUS - e eu que tanto admiro a persistência da camarada Carmelinda Pereira), toma palavra o Sr. Dr. Francisco Anacleto Louçã. Para fundamentar a sua visão apocalíptica da provável vitória de George "Lucífer" Bush, recita o novel guru da extrema esquerda. "Os EUA são o único estado democrático em que a direita mais extrema e perigosa está no poder" (mais coisa, menos coisa, foi isto).
Qual o guru? Exacto. Diogo "Anacleto" Freitas do Amaral.

Se assim o disseram, assim não deve ser.

terça-feira, novembro 02, 2004

Mapa dos resultados das eleições nos EUA

Podem seguir através da BBC.

Depois disto tudo, só espero que ele ganhe.
Pois.
Esse mesmo.

O incoerente ou o incompetente?

Era esta a pergunta que a The Economist fazia a si mesma, no intuito de decidir para que candidato às presidenciais americanas teria o seu apoio, o qual tem o peso da respeitabilidade da revista.
Tenho a certeza que quem quer que leia este texto, está-se marimbando para o que eu penso. E com razão. Não tenho voto na matéria nem poder de influência para alterar um voto que seja em que Estado da União seja.
Nunca me passaria pela cabeça escutar a opinião de um John Doe qualquer sobre se hei-de votar no Prof. Cavaco ou no Eng. Guterres nas próximas eleições. Ser-me-ia completamente irrelevante.
Mas tenho direito à minha opinião.
Não acredito que a vitória de Kerry traga grandes alterações à visão que os extremistas islamitas têm do ocidente pecaminoso e satânico. Nesse cenário em que o terror é feito de atentados contra alvos claramente civis em todo o mundo, em que barbaramente se raptam, decapitam ou dinamitam civis empenhados na ajuda humanitária (ainda não esqueci Sérgio Vieira de Melo), as evidências apontam para uma clivagem profunda na concepção do futuro da Humanidade: uma sociedade livre e democrática ou totalitária e medieval. Não acredito que os americanos aceitem de Kerry qualquer concessão nesta área e não acredito que Bush altere a sua posição de força contra os terroristas.
Quanto à economia, Bush não primou pela redução do peso do estado, conceito habitualmente basilar nos conservadores americanos. As sua reformas no apoio médico elevaram a conta a pagar pelas gerações futuras. De resto, as sua ideias parecem mais interessantes que as populistas medidas proteccionistas propostas por Kerry que lhes junta uma maior acção federal nas políticas sociais. Este proteccionismo terá um impacto negativo na economia americana e no resto da economia mundial, numa altura em que o movimento de liberalização ganha terreno na OMC.
Assim, compreendo a indecisão dos actuais editores da The Economist, dados os credos do seu fundador : "James Wilson (...) believed in free trade, internationalism and minimum interference by government, especially in the affairs of the market."

Por isso, entre os dois, vão os americanos e escolham. Eu por mim sei como votaria - embora, como já disse, saber isso não tem interesse para ninguém.

Foi bonita a festa, pá!

Ricardo Chaves
O que é que um sócio pode dizer?
O minuto de silêncio pelo JJ, transformado numa salva de palmas; a 1ª parte do jogo, que só por mera infelicidade não resultou em três ou quatro golos para o Vitória de Setúbal; a tenacidade da equipa na 2ª parte; aquele golo a premiar a insistência de Igor e a boa colocação de Ricardo Chaves. A explosão de alegria dos sócios só podia ser o que foi: enorme e ruidosa!
Volto a dizer: o comportamento destes jogadores, que como é conhecido têm tido os salários em atraso, devia servir de exemplo às prima-donas que jornada após jornada se arrastam pelos relvados, como que enfastiados por terem de dar uns pontapés na bola. Parabéns também ao treinador por conseguir ter a equipa com este nível de motivação e entrega ao jogo. O Vitória é a equipa portuguesa que neste momento melhor anima o espectáculo do futebol.
Por isto tudo, a equipa e os sócios que sempre vão ao Bonfim merecem: o 1º lugar é nosso!

Viiitttóóóóórrrriiiaaaa!!!!