quarta-feira, agosto 31, 2005

Ver Tróia por uns binóculos

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O "espectáculo" da implosão das torres de Tróia pode ser visto a partir das Escarpas de São Nicolau em Setúbal, através de uns dos 8.000 binóculos que a Sonae vai oferecer aos visitantes da Festanima.

Os bisavôs e os avôs; os netos e os bisnetos

Ontem, ouvindo o discurso de Manuel Alegre, tomei nota não só da sua ambiguidade mas também das referências à monarquização da presidência, significada pela candidatura de Soares.
Este irá concorrer com o apoio do partido, com Sócrates a ser arrastado por uma candidatura que aparentemente foi uma última solução. Ambicioso e inconsciente do desfazamento dos seus ideais face à realidade do país e face às políticas que vão ser necessárias seguir, Soares não hesitou em desdizer-se sobre as suas pretensões políticas.
Instalado pela 3ª vez em Belém, Soares será o presidente de um país para o qual estão prometidos "choques" que o tirariam do marasmo, onde a reforma do estado se tornou inadiável e terá de ser feita, uma pequena economia aberta num mundo globalizado. Se Sócrates, de uma maneira ou de outra, sabe qual o mundo que espera as gerações que agora se tornam activas, já Soares mantém, ou a eles regressou com mais convicção, os ideais socialistas que marcaram o descalabro económico e social do país. Encontro agora nele, o Soares que retira o socialismo da gaveta. O mesmo que em Novembro passado explicava:

Se não estivéssemos na União Europeia, já tínhamos um golpe militar há muito tempo. Era inevitável, não temos porque não é possível, mas não podemos deixar continuar a correr as coisas. Nesse caso vamos assistir a revoltas, a um mal-estar que passa a ser incontrolável na sociedade portuguesa.


Para Sócrates nunca foi opção apoiar Alegre, depois do marcar de posições na luta para Secretário Geral do PS. Então, como e porquê, pensaria o poeta que conseguiria o apoio do partido? Podemos sempre pensar que se tratou de uma posição idealista ou sermos mais desconfiados e descortinar uma oportunidade de marcar posição contra o PS que não o elegeu SG. Por outro lado, é o mesmo partido que, entusiasmado, irá aos comícios ouvir Soares afirmar-se aquilo que também Alegre é - um socialista de cepa antiga.
Soares não tem de se abster de candidatar porque já foi PR em dois mandatos. Está no seu pleno direito constitucional fazê-lo. É ao PS que irá caber o ónus de justificar o apoio que vai dispensar às ideias que ele exporá em campanha. Cabe a Sócrates explicar porque não conseguiu apresentar outro candidato, quando se tinha apresentado como uma força de renovação e rejuvenescimento dentro do partido, contra Alegre e Soares (filho e pai). Será que a sua geração perdeu o idealismo de Alegre e a ambição de Soares?
Onde estão os cidadãos com mais de 35 anos e menos de 60 anos? Onde está uma geração inteira de socialistas?
Texto já colocado no Insurgente.

terça-feira, agosto 30, 2005

Ó pr'ó Office ali!

Férias

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Sei que tenho andado um pouco arredado dos temas que têm marcado este Agosto; dos incêndios do nosso descontentamento à crise global e sem saída à vista; da descrença instalada a respeito do nosso primeiro-ministro aos homens providenciais que se perfilam no horizonte.
Mas agora preparo-me para gozar pouco mais de duas semanas de férias, revigorar-me entre a água do mar e os ares do Danúbio em Budapeste (não, não vou em busca do tempo do império austrohúngaro).
Regresso na segunda quinzena de Setembro.

segunda-feira, agosto 29, 2005

A correspondente

A notícia do El País sobre Portugal teve direito a destaque no telejornal da RTP, talvez por causa da imagem que transmitia do nosso país.
Na blogos, o meu amigo Luís Sequeira referiu-se a ela e o João Miranda também. Este último chama a atenção para o "nome bem português" da autora - Margarida Pinto.
Trata-se da correspondente em Lisboa do diário espanhol. Num artigo da Máxima sobre correspondentes estrangeiras, pode-se encontrar isto:
"O jornal El País publicou recentemente uma manchete sobre os 100 dias de governação do XVI governo constitucional, presidido por Santana Lopes. Logo a abrir, Margarida Pinto, a correspondente do jornal em Portugal, conta aos espanhóis que os portugueses são governados por uma pessoa que não está preparada para as funções que desempenha. Depois, à medida que o artigo cresce, afirma a relação adúltera entre o líder do governo e a imprensa e conta o caso de Marcelo Rebelo de Sousa para sublinhar, com insistência, a leitura negativa dos principais agentes políticos à pessoa do primeiro-ministro.
Margarida Pinto escreve para um dos melhores jornais do mundo, para o diário mais lido em língua espanhola – e agora também em língua inglesa, visto que o International Herald Tribune publica um suplemento com excertos do El País –, enfim, para um dos maiores instrumentos de formação das elites europeias.
"

Na altura, Daniel Oliveira através do Barnabé, citava o dito artigo:
"Finalmente o País aparece unido aos olhos dos estrangeiros
«Conseguiu uma façanha pouco comum: uniu meios de comunicação mais e menos conservadores, comentadores de direita e de esquerda, sindicatos e patronato. Todos contra o primeiro-ministro». El Pais, sobre Santana Lopes".

No ínicio do mês, também a Rititi escreveu sobre ela.

Em campanha

O presidente da C.M. de Setúbal, Carlos de Sousa (eleito pela CDU), iniciou este mês uma nova forma de contacto com os seus munícipes. Através do site da câmara, pode-se participar num "chat" com o edil. Já houve sessões online a 3, a 17 de Agosto e a próxima é amanhã, dia 30, entre as 22h e a 23.30h.

É bom ver os recursos da câmara em pleno funcionamento, ao serviço dos cidadãos que assim podem transmitir as suas preocupações ao candidato, perdão, ao presidente.

O país (ir)real - II

Também por coisas destas, passa o país que temos.
Aqui fica uma parte do texto da notícia na TVI:
"O carro oficial do presidente do Tribunal Constitucional (TC), a quinta figura da hierarquia do Estado, foi mandado parar pela Brigada de Trânsito (BT) da GNR, quando seguia a 200 quilómetros por hora. Ao contrário do que sucede com qualquer condutor, neste caso, a multa não foi paga na hora.(...)
Trata-se de uma infracção «muito grave» ao Código da Estrada, punível com a apreensão de carta e uma multa até 1500 euros.(...)
O que não aconteceu foi o procedimento habitual e legalmente obrigatório a que estão sujeitos todos os condutores apanhados a 200 quilómetros por hora. A multa não foi paga no acto e nem, em alternativa, foi apreendida a carta de condução do motorista, nem os documentos do veículo.(...)
O comando da Brigada de Trânsito da GNR justifica o procedimento com o facto de se tratar de uma urgência. «Não foi obrigado a pagar a multa na hora pelo facto de se tratar do presidente do Tribunal Constitucional e de o motorista ter invocado uma questão de urgência. É uma questão de bom senso», defendeu o capitão Lourenço da Silva, das Relações Públicas do comando, quando contactado pela TVI."

No calor do jogo

Onte esteve muito calor no Bonfim.

sexta-feira, agosto 26, 2005

I have to praise you, baby

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Miss Johansson, quão escarlates são teus lábios...

Fogos florestais

O João Miranda comenta a notícia do DN, que dá conta daquilo que sempre me pareceu estar mais perto da realidade do que os "sound bites" produzidos pelas reportagens em directo das frentes de incêndio: "Só 20% dos incêndios são por fogo posto".

Mas se tivermos em conta que os fogos não provocados por causas naturais (relâmpagos, p.ex.) se devem à incúria ou à pura estupidez humana, quase que os podemos considerar fogos postos, embora numa categoria distinta daqueles que são ateados deliberadamente.
Senão vejamos dois comportamentos comuns no nosso país. O primeiro é a prática comum de atirar beatas acesas pela janela do carro sem consciência que ao irem parar à bermas, cheias de ervas ou restolho seco, se está a atear mais um fogo. O segundo exemplo é o das queimadas, feitas para destruir lixo, para queimar o restolho restante das ceifas, queimar os resto do mato resultante das limpezas (feitas, também, para impedir a propagação do fogo) ou, talvez ainda, como prática ancestral de adubagem da terra.
Em ambos os exemplos encontramos raízes na falta de civismo e de preocupações com o respeito da propriedade (própria e alheia). Em ambos encontramos mais um exemplo do país (ir)real que não vai mudar só com o "choque tecnológico".

Texto já colocado no Insurgente.

Visto

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Não queira ir para a ilha. Se fosse a si, nem quereria ir a um cinema onde estivesse "a ilha". De certeza que encontra melhor maneira de gastar 5 euros.
Bem... Pode sempre aproveitar para ir ver a Scarlett. Assim já se justifica o bilhete.

quinta-feira, agosto 25, 2005

O Imobiliário e as Autarquias

O país (ir)real

Nem vale a pena me chamarem "snob". Não sou, nunca fui e nunca serei. Não tenho nenhuma inclinação para a segregação social. Pelo contrário.
Mas que o povo deste país me deixa pouco optimista, lá isso...

Durante as férias tive a oportunidade, que me escapa o resto do ano, de tomar o pequeno almoço a horas civilizadas e com o tempo necessário às mastigações recomendadas. Pude dar uma vista de olhos aos programas que ocupam as manhãs da RTP e SIC (parece que o da TVI também foi de férias). Grande lição de (ir)realidade. Ali, aos meus olhos e ouvidos, estavam os cidadãos deste país. Empurrando-se até conseguirem tempo de antena para mandar beijinhos aos parentes e amigos, para conseguir mostrar o cartaz que assinalava a sua presença (pessoal ou em representação), para dar a conhecer as avós portuguesas (tarefa meritória esta, a de dar tempo de antena às avós; já quanto aos netos...).

Por vezes, e muitas vezes na blogosfera, esquecemos que é este, maioritariamente, o país real. Aquele que não lê blogs, não leu Haye(c)k, não sabe que a direita não é liberal nem se importa com a anacleta revolução permanente e urbana. Estarão também entre os cidadãos que em Outubro vão escolher, entre os caciques locais, aquele que maiores benefícios lhe trará ou aquele que o "opinion maker" da freguesia aconselhar. Serão os mesmos que em Janeiro irão escolher entre Soares e Cavaco, entre o "bochechas" que os livrou de fascistas e comunistas e o Sr. Prof. que fez as estradas que ajudam a que os filhos, netos e demais parentes emigrados, cheguem mais depressa à aldeia.
Também as gerações mais novas que apareciam nas manhãs televisivas, se mostravam continuadoras deste Portugal pouco literado (alfabetizado?), a continuação garantida de um país desfazado da realidade educacional, cultural e tecnológica do resto da Europa. Muitos deles estarão, infelizmente para sempre, excluídos de qualquer "choque tecnológico" mas continuarão a depender do estado providência para sobreviver. As escolhas dos governantes na repartição do dinheiro dos impostos não será alheia ao apoio que possam deles derivar, num movimento circular que ajuda a perpetuar o atraso do país.
Mas sejamos optimistas: há sempre as crianças "pós-choque". Por elas (e também pelos já mais mais crescidos) valerá a pena tentar mudar o país.

Texto já colocado no Insurgente.

quarta-feira, agosto 24, 2005

Uma Boa Notícia

O artigo de Alexandra Lucas Coelho, no Público de Ontem, sobre o concerto dado pela orquestra de Daniel Barenboim em Ramallah, é uma verdadeira pérola do jornalismo. Ou de como a imprensa escrita pode ainda fazer a diferença num panorama mediático cada vez mais colonizado pela indigência, em particular pelas televisões que temos.
Pena não haver link. A articulista restituiu-nos o pulsar do acontecimento, a delicadeza dos gestos, a emoção do reencontro estampada nos rostos dos músicos e a alegria dos que assistiam ao concerto, a um concerto que juntou músicos israelitas e árabes.
Daniel Baremboim criou, juntamente com seu amigo Edward Said, a West-Eastern Diwan Orchestra, que reúne jovens estudantes de música do Médio Oriente, num símbolo das possibilidades de aproximação entre mundos dilacerados pela guerra e o ódio.

Um bébé no Sado

Ontem, enquanto atravessava o Rio Sado no regresso a casa, fui brindado pelos gofinhos com alguns saltos mesmo em frente ao ferry.
Entre os que pulavam e os que se limitavam a vir à superfície para respirar, estaria concerteza o novo bébé, nascido há uma semana.

Toda a blogos é composta de mudança

Com algum atraso, patrocinado pelas férias, lamentos e actualizações, fins e começos.

O JCD decidiu fechar o Jaquinzinhos. Eu sei que é notícia velha de semanas, mas permitam-me que aqui apresente o meu lamento.

O FJV fez o mesmo com o Aviz mas deixou a indicação que o Outono trará um "espaço para outra coisa".
Também o Fora do Mundo fechou portas.

A Miss Pearls termina com o perfumado XanelCinco mas leva-nos até ao Miss Pearls, (the blog!). Vai ali para a direita, já de seguida.

De regresso

Pois é...
Fim de férias.

Vamos a isto.

domingo, agosto 14, 2005

Resumindo...

1 - O VFC perdeu. O Benfica mostrou a nova contratação, tão desejada pelo treinador: o Sr. O.B. lá lhes desta(m)pou um golo.
2 - Ouvir um CD dos grupos corais de Odemira seguidos de 2 Dexter Gordon's. Só grandes músicas.
3 - A última aventura de Henry Wilt é mais destruidora que nunca. Segue-se Moisés Herzog.
4 - Está aí alguém?

quarta-feira, agosto 10, 2005

Verão

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Sons de um Verão nostálgico.

segunda-feira, agosto 08, 2005

Cruising

Em Viana, jantar no Camelo. Em Valença, subir ao Monte do Faro e almoçar na esplanada. Em Melgaço, ir às termas beber vários copos de água com gás. A dieta segue daqui a dias.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Agosto

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Agosto, filme de Jorge Silva Melo, rodado na Serra da Arrábida (1988).

quarta-feira, agosto 03, 2005

Aproveitar a Vida

Como ele sabia aproveitar a vida! Sabia criar um horizonte enganador, olhando o mundo através de binóculos colocados ao contrário, e ao mesmo tempo alcançava um magnífico sentimento de nostalgia.

Arthur Schnitzler, Relações e Solidão, edi. Relógio D’ Água.

terça-feira, agosto 02, 2005

Bem passado

Segundo a C. F. Alves, a Yourcenar está um pouco passée. Diria que há
mais quem esteja passée - eu, por exemplo. Deve ser do sol. É melhor
ir a uma banhoca. Já agora: depois dos Contos Orientais (da nada
passée e sempre brilhante Marguerite) , uma leitura mais em acordo com
a silly season. Segue-se o o mais recente Wilt. PS - posta via GPRS.