terça-feira, janeiro 31, 2006

Fazia imensa falta

Via Região Sul:

João Grancho, o presidente da Associação Nacional de Professores, defendeu a criação de uma Ordem ou Colégio de Professores em Portugal. “Não como as Ordens que temos, mas sim numa perspectiva diferente que tem a ver com a introdução do processo de qualidade e excelência para a Educação na perspectiva do interesse público educativo”

O país estava mesmo a precisar de mais uma Ordem profissional.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

Neve na Arrábida

A neve a cair na Arrábida

Lá mais acima, o verde desaparecia. Pedras, arbustos e as árvores que vão renascendo após o incêndio de há dois anos, estavam cobertos de um manto branco. Muitos setubalenses subiram a serra da Arrábida para poderem ver pelos seus olhos e registar o momento para a posteridade. Afinal não é todos os dias que podem comprovar os efeitos do "arrefecimento global".


Obrigado à Sandra, pela fotografia.

The Special One - II

O Times dá conta do disco do ano. Lado B:
"Sign a Little Prayer"

Do you know some people will like to know
Why are we so successful
And why always that we are winning
And why also they are saying all the time that I am the special one
Well I also have song for this.

[Verse 1]
The moment I wake up (Damien, wake up),
Before I crack open my egg cup (Damien: egg cup),
I sign a little player or two.

While combing my hair now (yes, very nice),
And wondering what coat to wear now (Damien: wear now),
I sign a little player or two.

[Chorus]
Because - forever, forever,
They will stay in my heart and I will love them all.
And whatever - perhaps never,
May be some will not start, it's possible.
But - together, together,
That's how we will be completely, I'm sorry.
And that's how it must be at Chelsea
Believe me, I know these things.

Okay?

[Verse 2]
While eating my sandwich (very tasty),
I call Roman Abramovich (Damien: ovich),
Sign a little player or two (okay?).

And if he doesn't work hard,
I'll probably tell Frank Lampard (Damien: Lampard),
We'll sign another player or two.

[Chorus]

Damien: Yeah but,
Well?
Damien: What about me?
Well Duff uh - believe me, believe me (believe me).
For me there is no other winger but you.
Damien: Really?
Yes, this is true.
Damien: Wow, that's great.
Please love me too.
Damien: Okay,
'Cause I'm in love with you.
Damien: Pretty good.
Now kill yourself,
Damien: Huh?
Do it, do it.
Damien: What? Eh, okay

sábado, janeiro 28, 2006

Merecidos parabéns

O Tugir celebra o seu segundo aniversário.
Ao Luís e ao Carlos (um insigne vitoriano) os meus parabéns!

sexta-feira, janeiro 27, 2006

Murcof

Example
Amanhã, Murcof na ZDB, electrónica de sabor minimalista, nostálgica e acima de tudo profundamente emocional.
É pois grande a expectativa para ver o mexicano Fernando Corona, um dos músicos mais inovadores do universo electrónico contemporâneo.

Aniversário

Example
Há 250 anos nascia um génio.

Nós é que agradecemos

The Special One - I

A Wikipedia explica: "José and his Amazing Technicolor Overcoat"
I close my eyes, and stand there grinning (woah-oh),
We can't stop winning (woah-oh), you'd be grinning too.

When I first came (when he first came), I was delighted (woah-oh),
Could've managed United (woah-oh), any team will do.

I wear my coat (he wears his coat), the world is merry (woah-oh),
I've got John Terry (woah-oh) and Drogba too..

I switch them round (he switches round), they all are hating (woah-oh)
But I like rotating (woah-oh), any team will do.

A corner kick, is just enough, a little flick from Damien Duff,
The ball flies right into the net and we are one-nil up...

May I return (may I return), to the beginning (woah-oh),
so easy winning (woah-oh), when your team is blue.

We can't go wrong (we can't go wrong), I am in heaven (woah-oh)
Playing whatever eleven (woah-oh), any team will do!!

Planear o futuro

Via DN:

Em Portugal, 44% dos inquiridos no estudo não estão a pensar responsabilizar-se individualmente pela sua velhice, uma percentagem em absoluto contraste com a situação verificada, por exemplo, na Alemanha, onde apenas 10% assume aquela atitude. Apenas 26% dos inquiridos afirmou já ter tomado diligências. Espanha e Itália são os segundos países com as mais altas taxas de "negligência", mas mesmo assim, em ambos os casos, apenas 27% dos inquiridos não pretende aderir a esquemas privados ou empresariais.(...)
Os portugueses são os que esperam receber a segunda maior percentagem face ao salário actual (71%), enquanto no Reino Unido a expectativa baixa para 36% do rendimento, na França para 59%, e na Alemanha não vai além dos 47%.
Esta expectativa está em linha com o facto do sistema de pensões português assegurar, ainda, as maiores taxas de substituição do salário na pensão da OCDE, em torno dos 80%.

Recordo o que já aqui escrevi sobre a responsabilidade que cada indivíduo deve assumir (por si e pela sua família), tentando, na medida do possibilitado pelos seus rendimentos, planear os seus rendimentos futuros para que, quando se retire da vida activa, não transfira a garantia desses rendimentos para os demais membros da sociedade: "Poupança e responsabilidade" e "No poupar é que está o ganho".
Texto já colocado no Insurgente.

Dia de eleições

É hoje que os sócios do Vitória podem escolher a sua nova direcção.

Bem, "escolher" não é exactamente o que se vai passar...
Para saber mais sobre o processo eleitoral, há que ir ao Bonfim.

quinta-feira, janeiro 26, 2006

A Democracia na Palestina

As eleições palestinianas deram a vitória à organização islamista Hamas, que conquistou mais de metade dos assentos da assembleia nacional, contrariando todas as previsões.
Para muitos, este resultado assemelha-se a um terramoto capaz de pôr fim ao frágil processo de paz.
Eu não vou embarcar nesse coro grego, é possível entrever sinais de esperança destas eleições, a começar pela forma ordeira como decorreram, sem incidentes de maior. Muito participadas e com uma organização irrepreensível.
O Hamas beneficiou da decomposição da Autoridade Palestiniana, em particular da organização política que lhe dava corpo, a Fatah, hoje profundamente dilacerada. Mesmo assim, no círculo nacional, os resultados das duas formações políticas equivaleram-se; foram as circunscrições distritais que deram a maioria absoluta ao Hamas.
A degenerescência das instituições, a corrupção e o nepotismo nas estruturas da AP, e a rede assistencialista erguida pelos fundamentalistas são certamente causa da surpresa eleitoral.
Sabemos que o Hamas não reconhece o direito de Israel a existir, que é uma força reaccionária, profundamente regressiva. Mas mesmo assim deve governar, ganhou legitimidade nas urnas.
Se for governo, entrará num novo ciclo da sua existência, conhecerá a dura realidade da arte de governar. E vai precisar de muito mais do que retórica religiosa.
Contará com uma oposição forte e os mesmo eleitores que hoje lhe depositam a sua confiança exigirão amanhã rigor e eficácia nas políticas do governo.
Pela capacidade evidenciada na organização destas eleições, pelo pluralismo que elas traduziram, sou optimista quanto ao futuro da Palestina.

Nem caos nem brigas. Os palestinianos saíram à rua em massa para votar nas primeiras eleições… E fizeram disso uma festa. Os que eram Fatah e agora são Hamas. Os que continuam a ser Fatah. Os que continuam a ser Hamas. Os que são outra coisa. Amarelos, verdes ou vermelhos. “A democracia é isto, viver e deixar viver.”
Alexandra Lucas Coelho, in Público, 26/01/2006.

O que há de errado nestas fotografias?

ExampleExample

Hamas supporters briefly raised their flag over the Palestinian parliament and rushed into the building, amid clashes with Fatah loyalists. The two camps threw stones at each other, breaking windows in the building, as Fatah supporters briefly tried to lower the green Hamas banners.

[fonte]

No contest

Example

"I know what you're thinking punk. You're thinking did he fire six shots or only five. And to tell you the truth I forgot myself in all this excitement. But being this a 44 Magnum, the most powerful handgun in the world and will blow your head clean off, you've got to ask yourself a question. Do I feel lucky? Well do you, punk?"

E agora Palestina?

Depois das sondagens à boca das urnas dizerem o contrário, eis que os resultados vêm dar como vencedor das eleições Palestinianas o Hamas. Este facto não pode deixar ninguém indi ferente, porque as sua implicações são a nivel mundial.

Como foi possivel um grupo radical e terrorista ganhar as eleições?
Talvez os Estados Unidos e Israel consigam explicar. Explicar como foi possivel não terem apoiado de forma total a Autoridade Palestiniana, em vez de destruirem as suas infraestruturas. Explicar como foi possivel não terem promovido uma paz efectiva, com desenvolvimento sustentado num novo estado palestiniano. Só assim tirariam argumentos aos grupos radicais e ao seu discurso junto das populações.

No entanto aqui fica a pergunta que todo mundo faz: E agora Palestina?

Written on the Wind

Example
A cinemateca passou, Sábado último, esta obra maior de Douglas Sirk, mas eu não pude ir, uma vez mais perdi a oportunidade de ver este belo filme no cinema, uma história dilacerante.
Enfim, lá terei de me contentar com uma antiga cópia em vídeo, do tempo em que a RTP 2 dedicava ciclos a este mestre do cinema.

quarta-feira, janeiro 25, 2006

"Belém é mais longe que Lisboa"

No Público de hoje, reportagem das eleições palestinianas pela sempre excelente Alexandra Lucas Coelho. Só por causa dos seus artigos, vale a pena comprar o periódico.
Em entrevista com o cientista político palestiniano Saleh Abdul Jawad, “ o sociocídio de Israel.”

Os israelitas queriam a divisão dos palestinianos. Criaram isto. Jogaram a favor do Hamas a partir do fim dos anos 1970, dando apoio à Irmandade Muçulmana.
A destruição de infra-estruturas da Autoridade Palestiniana, como quartéis de polícia e ministérios, pelo exército israelita durante a segunda intifada faz parte deste processo, acrescenta Jawda. “Não teve nada a ver com segurança. A ideia era criar uma situação caótica. E acho que eles não estão nada preocupados agora com a insegurança nos territórios. È como a célebre frase do general Moshe Dayan : “deixem-nos apodrecer no seu próprio molho.”
Jawad detecta na política de Israel em relação aos palestinianos um sistema a que chama “sociocídio”, distinto do apartheid, que inicialmente tinha um conteúdo neutro, de separação. Se a ideia de separação “estava presente no primeiro momento da ideia sionista”, o que existe agora é “uma violência subtil, diária, que visa impedir o desenvolvimento económico e destruir as instituições”.
Dá o exemplo de Bir Zeit, a mais importante universidade palestiniana, com seis mil estudantes. “Desde 1974, fomos obrigados a fechar 16 vezes, por períodos de dois três meses.” Residente em Ramallah, a 10 quilómetros de Jerusalém, Jawad foi a Jerusalém duas vezes em quatro anos. E a Belém, nenhuma. “Belém é mais longe que Lisboa”.
Se o objectivo do muro de separação é “tirar terra, definir a fronteira”, também é pôr os palestinianos num ghetto onde possam explodir.

Alexandra Lucas Coelho, in Público, 25/01/2006

O amor é tão lindo - Edição Especial (*)

Isaac Hayes

Ya damn right, he's the man!

(*) - Obrigado pela recordação. Um dia destes regressará.

Direito de defesa

Numa situação de emergência, em que o Estado, através da polícia (p.ex.), não está presente para proteger o direito à vida e à propriedade (função que detém por delegação dos cidadãos que constituem a comunidade), pode um cidadão reclamar para si essa função e esse direito à defesa contra quem livremente optou por se colocar na posição de atacante (desrespeitando os ditos direitos)?

Os italianos parecem pensar que sim. Em Itália, uma nova lei permite que em defesa da vida e da propriedade, em casa ou no trabalho, se reconheça o direito a matar quem contra elas pretender atentar. Via o La Reppublica:

"Da oggi i delinquenti Devono avere qualche timore in più e le brave persone, vittime di aggressioni, qualche problema in meno. E' stato finalmente sancito il principio per cui un aggressore e un aggredito non sono più sullo stesso piano. E' stato riconosciuto il diritto dell'aggredito di difendersi" dice il ministro della Giustizia, Roberto Castelli.

Nell'ipotesi di violazione di domicilio, in altri termini, non sarà più punibile (in quanto il rapporto di proporzione tra difesa e offesa è ora presunto ex lege) chi spara contro il malvivente o lo colpisce con un coltello per difendere la propria o altrui incolumità. E non sarà più punibile nemmeno se gli spara per difendere i (propri o altrui) beni, a due condizioni però: che vi sia pericolo d'aggressione e che non vi sia desistenza da parte dell'intruso. Ossia che di fronte all'intimazione del proprietario di casa, ad esempio, invece di scappare reagisca minaccioso. Le nuove norme sulla legittima difesa valgono non solo all'interno delle abitazioni private, ma anche nei negozi e in ogni luogo dove sia svolta attività commerciale e imprenditoriale.

Texto já colocado no Insurgente.

Monica Vitti

Example

terça-feira, janeiro 24, 2006

Fiscalidade ecológica

Example

O Governo português não vai insistir, para já, na manutenção da taxa mínima de 5% de IVA nas portagens das pontes sobre o Tejo.

O provável aumento de 16% na taxa de iva incluído nas portagens deverá servir como incentivo à utilização de transportes públicos. Assim, poderemos vir a ter menos carros a engarrafar a autoestrada e a ponte, menos carros a entrar em Lisboa, menos problemas de estacionamento em Lisboa e menos poluição na Av. da Liberdade.
Só boas notícias para os defensores de uma política de transportes mais ecológica.

Vamos ver qual o aumento do subsídio que as empresas de transporte público vão exigir ao governo. Será que o aumento de receitas fiscais chegará para tal?
Já colocado no Insurgente.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

Divididos, perdem

Resultados em Odemira

candidatovotos%
CAVACO SILVA 407230.43
MANUEL ALEGRE 369127.59
JERÓNIMO SOUSA 287121.46
MÁRIO SOARES 187314.00
FRANCISCO LOUÇÃ7765.80
GARCIA PEREIRA 970.72


A vitória de Cavaco distingue Odemira da média do distrito. Notada também a divisão do eleitorado marcadamente socialista. A soma de Alegre e Soares, daria uma vitória alargada se houvesse um único candidato, o que não surpreenderia dada a recente história eleitoral do concelho. Infelizmente, a votação na esquerda que não aceita a livre expressão dos votos individuais, aquela que prefere culpar a comunicação social e uma conspiração capitalista qualquer pela vitória de Cavaco, continua a ter quase um terço do votos.

Prestação de contas

Resultados em Setúbal

CandidatoVotos%
CAVACO SILVA

19890

36,64
MANUEL ALEGRE1623729,09
JERÓNIMO SOUSA907516,26
MÁRIO SOARES649111,63
FRANCISCO LOUÇÃ38506,90
GARCIA PEREIRA2640,47
[fonte]

Alguém me explica como é que no concelho de Setúbal, o PCP só conseguiu arregimentar 9075 votos? É que nem é metade dos votos de Cavaco. Aliás, é pouco mais de metade dos votos de Alegre.
Se acaso funcionou o voto útil comunista (tentando evitar a eleição de Cavaco na primeira volta), significa que o aparelho local não desempenhou bem a sua função de assegurar a votação no Secretário geral do partido, o qual nos últimos dias deixou bem clara a sua confiança na resposta eleitoral que a sua campanha tinha suscitado.

Um dia, o Alentejo não será vosso - II

Jerónimo, melhor, o PCP venceu no distrito de Beja por 157 votos.
O tempo é uma máquina inexorável de alteração demográfica.

Novo presidente

E pronto, Cavaco Silva venceu as eleições.

Para Mário Soares foi a noite de pesadelo, tudo qo que se temia aconteceu e numa escala que ele se recusava a acreditar. Pode agradecer ao PS e a sim próprio. Desde a forma como a candidatura foi lançada, até à forma prepotente como conduziu a sua campanha, Pensou que bastava dizer, estou aqui, o vosso mentor, votem em mim. Não é assim que se lida de forma respeitosa com o eleitorado.

Louçã, também um grande derrotado. Acho engraçada, senão patética a forma como tenta fazer um discurso de vencedor quando é um dos grandes derrotados da noite. Também mais uma vez mostra que o objectivo da sua campanha era puramente destrutivo ao dizer, perdemos porque Cavaco venceu na primeira volta. Esqueceu-se de dizer que perdeu porque não passou à segunda volta, o que pediu nas ultima semana da campanha, e porque desceu em relação ao resultado do BE.

Jerónimo de Sousa subiu em relação ao resultado do PCP, mas não passou à segunda volta. E essa era a sua meta, a acreditar nas suas palavras na campanha.

Manuel Alegre perdeu por não obrigar Cavaco Silva a uma segunda volta, mas teve aquela vitória moral, ficou muito à frente de Mário Soares e foi quem mais pressionou Cavaco Silva.

Cavaco Silva ganhou, é o novo presidente.

domingo, janeiro 22, 2006

Um dia, o Alentejo não será vosso

É o orgulho do conservadorismo ortodoxo.
Jerónimo, o tal simpático e pouco democrata comunista (mais uma vez acusou os poderosos e os apoios da comunicação social como culpados da vitória de Cavaco, esquecendo a expressão livre da vontade de cada eleitor) venceu em Beja.

Pouca vergonha

O secretário geral do PS, o mesmo que voltando atrás recusou o apoio a Alegre e o transferiu para Soares, resolveu iniciar a leitura de um discurso de derrota (claramente escrito há algum tempo) enquanto o 2º candidato mais votado discursava.
São lamentáveis estas demonstrações públicas de ressabiamento da direcção do PS.

Grande noite

Uma noite em grande, é o que se pode dizer da actividade no Insurgente.

Ah...!
E os resultados eleitorais também não foram maus.

Apelo aos ambidestros

Diz o meu amigo Bruno Alves:
(...)votem Cavaco. Se precisarem, tapem a cara com a mão esquerda, e ponham a cruzinha com a direita. Mas votem Cavaco.
Eu diria mais:
Se precisarem, tapem a cara com a mão direita, com o pé liberal, com o outro pé conservador, e ponham a cruzinha com a mão esquerda. Mas votem Cavaco.
Pronto.
Está feita a minha declaração de voto.

sábado, janeiro 21, 2006

Escrever

"Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..."

Clarice Lispector

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Hayek e Presidenciais

Tem-me faltado o tempo para estas coisas da blogosfera.
E neste meu alheamento vejo que Hayek é presença totalizante no Office, a ponto de por um instante me sentir estrangeiro nesta minha casa. Mas foi coisa passageira, lembrei-me da Mónica. E uma Mónica vale por mil Salmas! :)
Mas é da campanha que queria falar, acho que ainda vou a tempo, sem ter de violar a “lei da reflexão”, sem querer perturbar o recolhimento a que os meus compatriotas estão votados no processo de escolha do próximo presidente.
Sobraram arruadas, rarearam ideias, e o mutismo de Cavaco foi quem mais ordenou, em tempo de adulteração da celebérrima canção do Zeca.
A esquerda ora se enredava em questiúnculas, ora vivia na obsessão de Cavaco. Esqueceu-se dos projectos para o país, abdicou de pensar a função presidencial.
Neste triste panorama, inclino-me para Louçã, quem de entre todos à esquerda (o meu espaço) revelou solidez na abordagem dos temas nacionais do presente, a economia, o trabalho com direitos, as desigualdades sociais, o ambiente e o papel do Estado. Procurou ter um discurso politicamente global. Pena foi alguma crispação, que lhe poderá tirar votos.
De Jerónimo, a simpatia (já se tornou um lugar comum), o discurso eficaz mas virado para dentro, para fixar o eleitorado comunista; terá certamente um bom resultado, mas é difícil vislumbrar diferenças entre o discurso de campanha adoptado nas legislativas e este das presidenciais.
Soares deparou com um país que o não queria, travou nestas condições um combate quixotesco. Eu gostei da generosidade e energia postas ao serviço de uma campanha estranhamente pouco profissional (não, esta não era mesma máquina partidária que conduziu Sócrates à maioria absoluta). Os erros abundaram, do quase esvaziar de conteúdo da função presidencial, em que Soares incorreu, até ao tom dos ataques a Cavaco Silva.
Alegre é a surpresa da campanha. Sem ter atrás de si uma máquina partidária, vai porém ter um bom resultado, provavelmente o segundo mais votado destas eleições (é o que dizem todos os inquéritos de opinião, à parte o caso suspeito da Eurosondagem).
Pena o discurso vazio de ideias, somente retórica “patrioteira” e vaidade antifascista; como se o antifascismo fosse só apanágio de Alegre.
Penso que o bom resultado do poeta é expressão da descrença instalada no sistema de partidos (serve também para Cavaco). De positivo, o movimento cívico em torno da candidatura.
Preparo-me para ter Cavaco na presidência, cenário cinzento e triste. Mas não há nada a fazer. O melhor é lembrar-me da Mónica.

Hayekismo do dia - II

Example

Segundo essa mui fidedigna fonte de informação que é o WWN, a tribo dos Mandinka na Gambia, África, adora (religiosamente) os seios de Miss Hayek. Entre outros sinais de devoção, dedicaram-lhe uma canção:

Oh glorious funbags of Salma, Fertilize our fields, protect us, and bring us luck.
Especially we ask for sexual potency from the
Life-changing, awe-inspiring twin peaks of Salma.
Suckle us with your magical orbs,
Squeeze our faces between those luscious flesh mounds, Our strength, hope and joy derive from the wondrous bazongas of Hayek!

Visita recomendada

The Abdorrahman Boroumand Foundation for the promotion of human rights and democracy in Iran (ABF) is a non-governmental non-profit organization dedicated to the promotion of human rights and democracy in Iran. The Foundation is an independent organization with no political affiliation. It is Named in memory of Dr. Abdorrahman Boroumand, an Iranian lawyer and pro-democracy activist who was assassinated allegedly by the agents of the Islamic Republic of Iran in Paris on April 18, 1991, the Foundation believes that promoting human rights awareness through education and the dissemination of information are necessary prerequisites for the establishment of a stable democracy in Iran.

A luta na Autoeuropa - III

Aí está o resultado do acordo que os trabalhadores votaram favoravelmente.

O presidente do grupo VW, Wolfgang Bernhard, anunciou hoje que a Autoeuropa irá construir um novo modelo do grupo, a partir de 2008. Disse ele (tradução minha) que a decisão de construir um novo modelo em Portugal se deve ao competitivo nível de custos e às condições positivas criadas pelo governo e pelos representantes dos trabalhadores.
Parabéns a todos os trabalhadores e em particular aos 76,8% que votaram a favor na quinta-feira e assumiram a responsabilidade de salvaguardar o seu trabalho.

Adenda: Notícia na
ABC News, no PD, no DD e na RR (não percebi bem o que será o «"enquadramento positivo" que existe entre o governo português e os trabalhadores»).

Sim... e novidades?

Your Score
Your scored -0.5 on the
Moral Order axis and -7 on the Moral Rules axis.
Matches
The following items best match your score:
System:
Liberalism
Variation:
Economic Liberalism
Ideologies:
Ultra Liberalism, Progressive NeoLiberalism
US Parties: No match.
Presidents:
Ronald Reagan (88.10%)
2004 Election Candidates:
John Kerry (75.29%), George W. Bush (74.14%), Ralph Nader (57.10%)
Statistics
Of the 147153 people who took the test:
0.5% had the same score as you.
95.6% were above you on the chart.
1.3% were below you on the chart.
28.5% were to your right on the chart.
59.9% were to your left on the chart.

The Moral Matrix, via Blue Lounge.

Copy cats

É interessante registar que à esquerda da blogosfera (lá bem ao fundo, por sinal) há quem siga o exemplo do Office e abra o espaço ao contraditório entre postadores.
O Aspirina B anunciou a contratação do Rodrigo Moita de Deus (também no Acidental) como ponta direita, depois de Daniel Oliveira ser adquirido para o lado esquerdo (presumo que a custo zero, já que estava sem clube).
No fundo, El Rodrigo (como é carinhosamente tratado pelos seus companheiros na nova equipa), limita-se a comprovar a sua veia maoista, o que só surpreende quem nunca percebeu que os seus posts revelavam um revolucionário a querer sair do armário.
Sinceros votos de boas postas!

Declaração de voto

João Miranda, no Blasfémias, esta, entre outras tácticas bem orquestradas:
Voto táctico liberal: fim de semana em Londres à primeira e em Nova Iorque à segunda

quinta-feira, janeiro 19, 2006

A luta na Autoeuropa - II

Via RR:
Os trabalhadores da Autoeuropa votam favoravelmente o pré-acordo entre funcionários e administração da empresa. A RR apurou que o "sim" recolheu 76,8% dos votos
Boas notícias.
Esperemos que os trabalhadores da fábrica de Palmela se mantenham fornecedores competitivos.

Porque gosto de Woody Allen

ExampleExample

...errr... era suposto explicar porquê?

Hayekismo do dia

À atenção de quem acha que os governantes eleitos devem sobre tudo legislar e regular e que no seus desígnios estará só o "bem comum". À atenção de quem vê a CRP como justificação dessa atitude. Lido num artigo, cuja leitura completa se recomenda, de Walter E. Williams (via WND):

A much better explanation for the millions going to the campaign coffers of Washington politicians lies in the awesome growth of government control over business, property, employment and other areas of our lives. Having such power, Washington politicians are in the position to grant favors. The greater their power to grant favors, the greater the value of being able to influence Congress, and there's no better influence than money.(...)

If Congress did only what's specifically enumerated in our Constitution, influence-peddling would be a non-issue simply because the Constitution contains no authority for Congress to grant favors and special privileges.

Nearly two decades ago, during dinner with the late Nobel Laureate Friedrich Hayek, I asked him if he had the power to write one law that would get government out of our lives, what would that law be? Professor Hayek replied he'd write a law that read: Whatever Congress does for one American it must do for all Americans.
He elaborated: If Congress makes payments to one American for not raising pigs, every American not raising pigs should also receive payments. Obviously, were there to be such a law, there would be reduced capacity for privilege-granting by Congress and less influence-peddling.



Adenda: O Miguel Noronha já tinha referido este texto no Insurgente. Para variar, antecipou-se.

quarta-feira, janeiro 18, 2006

A luta na Autoeuropa

Num texto publicado no Setúbal na Rede, Armindo Miranda, que se apresenta com o mega-título de "Membro da Comissão Política do Comité Central e Responsável pela Organização Regional de Setúbal do PCP", comenta a decisão dos trabalhadores da Autoeuropa terem votado contra os acordos feitos entre a comissão de trabalhadores e a empresa. Diz ele, a concluir:

A Direcção Regional do PCP, saúda os trabalhadores em luta e manifesta total solidariedade com a sua luta na certeza de que, como a experiência mostra, o capital não dá nada que não seja obrigado a dar pela tenacidade da combatividade dos assalariados. E, estarmos certos de que, com os trabalhadores da Autoeuropa assim será no presente e no futuro, até porque, quando se luta nem sempre se vence mas, quando não se luta, perde-se sempre.

O que é que os trabalhadores podem vir a perder? Penso que o que está, de facto, em causa são os seus postos de trabalho. Dada a história de desemprego para antigos trabalhadores da fábrica Renault em Setúbal (não foi assim há tanto tempo), estranho que não se perceba que esta indústria é um exemplo de que no mundo de hoje não existem empregos para toda a vida.
Todos os assalariados (nos quais me incluo), não só os referidos no texto deste dirigente comunistas, têm de compreender que são fornecedores de um input produtivo (são eles a oferta) e que a empresa (a procura) terá liberdade de adquirir esse input onde ele é, por exemplo, mais barato e qualificado (ou tenha outra característica relevante para a eficiência e eficácia da empresa).Querer prender esse emprego a uma garantia vitalícia é uma barreira à entrada de outros fornecedores, ou seja, ao emprego de quem esteja desempregado ou pretenda mudar de emprego. Querer amarrar esse emprego, recorrendo ao patrocínio legislativo de governantes preocupados com a sua clientela política ou sensíveis aos argumentos proteccionistas e anti-globalistas, recorrendo a perturbações do fornecimento desse input, poderá potenciar a vontade da empresa de deslocalizar a produção para onde encontre fornecedores mais disponíveis. Essa é a realidade que deve ser compreendida.
Que acontecerá aos milhares de famílias cujos rendimentos dependem do fornecimento de trabalho à Autoeuropa e às empresas a ela ligadas se a empresa decidir não atribuir mais modelos à fábrica de Palmela? A responsabilidade individual de cada um, passa por planear as suas acções e enfrentar as consequências. Entre elas pode estar o desemprego.
Texto já colocado no Insurgente.

Incorrecto

Example

Fumador, resmungão, com tatuagens nos braços, brigão, apreciador de comida enlatada e até de hamburgers. Sabe-se lá que relação mantinha com o rum.
Nunca casou com a namorada.
Eis um herói como já não há.

Texto já colocado no Insurgente.

terça-feira, janeiro 17, 2006

"Anagrama" ou "A verdade revelada"

Este blog podia-se chamar "Foul confine gig".
Não ficava nada mal. Apesar de ser um anagrama.
Aqui.
Vindo dali.

Visto

Example

A banda sonora tinha de ser, foi, muito boa. Como poderiam falhar?
Foxx faz um bom boneco, mas o resultado final parece-me mais próximo de um telefime de domingo à tarde. Uma história da vida, real, a que nem faltou um final lamechas, com a confirmação de que Ray Charles deixou a droga para sempre e a Georgia lhe perdoou as posições anti-racistas.
Tudo fica bem quando acaba bem.
Bem..., nem tudo. Como o filme.

Imobiliário e flores

Example
“Sinal de confiança na economia e no país”, assim se referiu José Sócrates aos projectos turísticos para Grândola, de suma importância e interesse público.
De empreendimento imobiliário em empreendimento imobiliário até à vitória final!, bem poderia ser a divisa socrática para os males do país.
Fazer desabrochar “cem algarves” no litoral Alentejano, para lembrar as flores do Grande Líder Mao Tse-Tung. Mas o camarada Mao não conhecia as virtudes do imobiliário. Teria muito a aprender com os nossos governantes...
E o Plano Tecnológico talvez seja a bonita flor a ostentar na nossa lapela.

Ainda faltam alguns pontos

Ainda falta quase toda a segunda volta.
Mas depois de ontem, a coisa não me parece que vá ser fácil...

Tinham saudades?

Pois então podem voltar a deliciar-se com os seus posts: o Daniel Oliveira regressa à blogosfera, no Aspirina B.

Debates presidenciais

Quando se pensava que a campanha presidencial iria decorrer nesta semana de forma norma, eis que volta a aparecer mais uma manobra de diversão. Estou a referir-me à proposta de debate a seis na próxima sexta-feira.
Sei que nem toda a gente estará de acordo, mas eu penso que isto não passa de mais uma manobra para se dizer que Cavaco Silva não é democrata, que Cavaco Silva não quer debater, nem esclarecer o eleitorado.
Agora eu pergunto, já não debateram todos? Já não ficaram bem patentes as diferenças entre candidatos?
Dirão que falta Garcia Pereira. Pois é verdade, mas de quem é a culpa? Da comunicação social que fez os debates cedo demais, antes de se saberem quais os candidatos que seriam aprovados pelo TC? Dos candidatos que quase desde o Verão andam a desafiar Cavaco Silva para debates, sem perceberem que a campanha era em Janeiro? De todos juntos que organizaram os debates, mesmo sabendo que poderiam apareer mais candidatos?
De qualquer maneira, porque é que Francisco Louçã que aparece sempre como bom samaritano, o único defensor da verdade e o modelo da ética e da moral, não aceitou já um debate a dois com Garcia Pereira? Com as mesmas regras que os outros debates. E a mesma pergunta para Mário Soares, e para Manuel Alegre e para Jerónimo de Sousa? Já tiveram tempo de o fazer, desde que acabou o processo de entrega de assinaturas no Tribunal Constitucional. Tenho a certeza que numa situação dessas, Cavaco Silva não diria que não a um debate com Garcia Pereira.
Agora estavam mesmo à espera que na Sexta-Feira, último dia da campanha eleitoral, com grandes comicios de encerramento marcados e organizados, cavaco Silva aceitasse um debate de 5 contra 1?

segunda-feira, janeiro 16, 2006

Outro presidente

Já que o meu amigo Marvão tem festejado as eleições do boliviano Evo Morales (achas mesmo que boas coisas dali virão...?) e da chilena Michelle Bachelet, lembrei-me de lhe lembrar um exemplo de um presidente que, num país que já experimentou as maravilhas do planeamento omnisciente-centralizado, tem mostrado que nem sempre os populismos de esquerda são os vencedores das preferências eleitorais.
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Vaclav Klaus é, há quase três anos, presidente da República Checa e segundo uma sondagem feita há um mês, apenas 27% dos inquiridos gostaria de mudar de presidente. As sondagens indicam também que os inquiridos gostariam de mudar o governo social-democrata do ČSSD (69% assim o disse). O partido mais popular neste momento será o ODS - a que pertence Klaus.

Aconselhando a leitura integral do texto, eis um excerto de um discurso feito para o Institute of Economic Affairs, em Novembro de 2005:

Where are we now, after 16 years?
Politically, we have already become a mature pluralistic, parliamentary republic with – ideologically – well-defined political parties. Economically, we transformed the centrally planned and state owned economy into a market economy, based predominantly on private property. It is, however, not the world of free markets of Mises, Hayek or the Institute of Economic Affairs variety. It is the European “soziale Marktwirtschaft”, a European paternalistic, overregulated welfare state. Internationally, we are part of the EU, of this special structure with more and more supranational features, with nonnegligible democratic deficit and with only very limited residual sovereignty in individual member countries.

Visto - versão "dose dupla"

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Mais um grande filme de Burton. É mesmo muito bom.
Mais um grande filme de Jackson. É mesmo muito grande.
Por isso gostei mais de um que do outro.
Não desprezando a noiva Emily nem a noiva Victoria, sempre vos digo que a actriz Ann consegue brilhar no écran como poucas.
Mérito da actriz Naomi.

Michelle Bachelet

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Pela primeira vez na história da democracia chilena, uma mulher presidente.
Michelle Bachelet recolheu a maioria dos votos quer entre os homens quer entre as mulheres, num país descrito como fortemente conservador, católico e patriarcal.
Elegeu como prioridade o combate à pobreza, que no Chile profundamente desigual afecta cerca de 18% da população.
De esquerda, socialista, agnóstica e mãe solteira!

sexta-feira, janeiro 13, 2006

Re-new blog

Acabou o Lusitano.

Começou A Causa das Coisas. O link ali à direita já foi mudado.

O décimo terceiro dia do mês, no sexto dia da semana

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Então e se fôr um gato preto com a lua a espreitar lá no alto?

Coisas Soviéticas

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Regressado a Rodchenko, preparo-me para um fim-de-semana sob o signo soviético, com a ida, Sábado, à cinemateca para ver “O couraçado Potemkine”, de S. Eisenstein.

O Som no Office - versão "Ena, Ena"

Sempre achei estas rimas uma maravilha...
Samba do Soho

When I walk around Soho
I remember Gamboa
there's a feeling there's a beat
that hugs me like a boa

Walking by the docks
Donga made the samba
in the rhythm of the people
from Angola, from Luanda

Suffering the longing the wonderful dilemma
falling in the trap of the beautiful morena
oh it feels so good kissing you in the cinema
now we're getting down in Soho
sandals, beads and no problema
Ouve-se no Passarim,
grande disco de Jobim.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

A OTA, o TGV e o Referendo

A propósito da petição para referendar os investimentos estratégicos, a Ota e o TGV.
O referendo é um instrumento por excelência da democracia participativa, decidimos nós mesmos sobre a justeza de determinada proposta de lei, por oposição ao modelo representativo, em que delegamos a nossa capacidade de decidir nos representantes que livremente elegemos.
O referendo tem contudo um problema de escala : se admitimos a sua prevalência a nível do governo local, já não imaginamos todo um país a ser governado através deste mecanismo de tomada decisão. O que não significa que questões de natureza nacional não devam ser referendadas.
Aprofundamento da democracia, pode também ser fonte de tirania, imposição da vontade da maioria sobre os direitos das minorias. Lembro-me do que significou, na República da Irlanda, o referendo sobre o direito ao divórcio, questão da esfera íntima objecto do diktat de uma maioria. Eu tenho muito medo da latitude de aplicação do referendo, lembro-me sempre desta citação de J. Stuart Mill :
If mankind minus one were of one opinion, then mankind is no more justified in silencing the one than the one - if he had the power - would be justified in silencing mankind.
Regressando à petição, penso que referendar políticas de investimento público é um pouco como abrir a caixa de Pandora, os egoísmos à solta acabariam por determinar que os investimentos seriam bons ou úteis se no nosso quintal. Correríamos o risco de não ter investimento público. Em condições normais, eu diria não.
Mas a situação do país é tudo menos normal : a crise económica e o défice financeiro do Estado exigiriam do nosso governo alguma prudência; pelo que a teimosia em avançar ao mesmo tempo com estes dois projectos se assemelha a uma fuga em frente.
E depois há todo o cortejo de interesses que tomou de assalto o Estado e vive de tais negócios. É esta teia de opacidade que a meu ver impõe o referendo, como mecanismo de alargamento da discussão, de envolvimento da sociedade civil.
Porque na Ota e no TGV há vida para além da componente técnica, há uma dimensão política irredutível.

quarta-feira, janeiro 11, 2006

Coisas verdadeiramente importantes

O Vitória segue em frente na Taça de Portugal.

A Bem da Nação - II

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Como é possível que, na era do Choque Tecnológico, os nosso Altos e Omniscientes Protectores ainda permitam o consumo de caracóis, tremoços e - horror e espanto! - a terrível pinha de camarão?!?!

Apelo ao primeiro ministro..., não..., ao presidente da república!, que faça deste combate a sua última grande prioridade nacional.
Bem hajam por isso.

A Bem da Nação

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Depois do martírio de milhões de famílias às mãos destes perigosos assassinos, eis que finalmente os nossos Grandes Líderes, (aconselhados pelos Sábios Guardiões do Consumidor), os resolveram exterminar "once and for all".

Aguardam-se que novos autos persecutórios sejam levantados contra outros insidiosos malfeitores de inocentes e incautos comensais - antes que mais alguns milhões de famílias sejam dizimadas.
Ao cuidado dos nossos Altos Protectores, eis as suas fotos:
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E o mais perigoso de todos (ataca, de forma dissimulada, os mais fracamente providos de dentaduras saudáveis):
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Exige-se uma rápida intervenção das autoridades. Sem ela, corremos o risco de em pouco tempo enfrentarmos a extinção.

A Candidatura de Soares

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Mário Soares é uma figura marcante da nossa história, não resisto pois a umas linhas sobre a candidatura presidencial que tanta animosidade suscita.
Pela minha parte, não sendo apoiante, realço a vitalidade do político de corpo inteiro, um lutador até ao fim. Está a fazer uma campanha em condições muito difíceis e tem dado mostras de uma resistência invejável.
Há nas críticas a Soares um subtexto que me irrita profundamente, uma espécie de censura por este se ter candidato apesar da idade que tem, como se ser velho implicasse a renúncia a esse nobre direito cívico.
Sinto que as pessoas, de um modo geral, não lho perdoam essa desfaçatez, porque o culto boçal da juventude tão em voga na nossa sociedade nos diz que os velhos têm de ficar encerrados em casa; de preferência à lareira ou então presos ao admirável mundo novo das nossas televisões generalistas. Depois disso, há apenas as misericórdias, um grande filão, como bem sabemos.
Pondo de parte o anátema, há que reconhecer que a candidatura de soares não começou bem: a imagem do político sábio, pai da II República, entrou em rota de colisão com o sentimento colectivo, uma sociedade em lento declínio que anseia desesperadamente por uma mudança que permita conservar os padrões de consumo do primeiro mundo, aquisição histórica precária e que muitos identificam com os anos do governo de Cavaco. Não admira pois que este apareça como o homem providencial, o timoneiro que poderá conduzir o barco lusitano a bom porto. Ao contrário, Soares é demasiado humano (gostamos dele também por causa dos defeitos; foi assim quando o escolhemos para primeiro-ministro e mais tarde para presidente da república) e muito pouco dado a salvador da pátria.

terça-feira, janeiro 10, 2006

O Office no Diário de Notícias

O Diário de Notícias, nesta sua nova fase, passou a dar bastante destaque à blogosfera, referindo, comentando e citando vários blogs e bloggers.

Quem hoje passar os olhos pela oitava página do caderno de economia vai lá encontrar uma referência a este modesto estabelecimento. O DN destaca o post do Marvão, que a propósito sobre a discussão entre vários bloggers liberais, recorda e interpreta, as palavras de Adam Smith sobre o papel do Estado.
Parabéns ao Marvão e ao JCCA.
Monsaraz, essa vila que tem tudo para atraír turistas. A sua beleza medieval, a sua paisagem, o Alqueva. E foi lá que passei o fim de semana.

Aqui fica a Casa de Saramago, onde passei o fim de semana e que aconselho pela simpatia, pela forma como a casa está restaurada, mantendo a sua origem e pelo conforto.

No regressao a Lisboa, passei por Évora, e mantive a minha idéia de que também é ma cidade lindissima.

Agora, senhor Bispo de Setúbal, que idéia é aquela de ter de se pagar para ver a Sé de Évora? Não estou a falar de claustros, museu... Mas da própria igreja. Se me apetecer ir lá rezar tenho de pagar? Faz-me lembrar aquele episódio biblico de Cristo a expulsar os vendilhões do templo, porque será?

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Visto

O Fiel Jardineiro

Por detrás do panfleto anti-globalização capitalista, há uma história de amor.
De resto, os maus, depois do KGB, são agora as grandes empresas apoiadas por servidores públicos sem escrúpulos que, como compensação pela instalação de uma fábrica no Reino Unido (garantia de 1.500 postos de trabalho), ajudam os planos malévolos duma "corporation".

Pensando bem, é uma demonstração de que o estado deve ter um papel pouco interventivo na economia, evitando dar incentivos às actividades empresariais ou que as agendas pessoais dos seus servidores interfiram na vida de outros seres humanos.

sexta-feira, janeiro 06, 2006

Os Liberais e o Estado

Eu, pela minha parte, não resisto a lembrar Smith e as três funções atribuídas ao Estado :

“...O primeiro é o dever de proteger a sociedade da violência e das invasões de outras sociedades independentes. [...] O segundo é o dever de proteger, tanto quanto possível, todos os membros da sociedade contra a injustiça ou ataques de qualquer outro membro, ou o dever de instituir uma exacta administração da justiça. [...] E o terceiro e último dever é o da criação e manutenção daqueles serviços e instituições que, embora possam ser altamente benéficos para uma sociedade, são todavia, de uma natureza tal que o lucro jamais poderia compensar a despesa para qualquer indivíduo ou pequeno número de indivíduos.”

Este terceiro dever é deveras interessante pela sua latitude de interpretação; nele cabem coisas tão diversas como a saúde ou a cultura, por exemplo a construção de hospitais, óperas ou teatros; poderíamos também incluir as políticas do Estado de combate às formas de discriminação, ou dito de outro modo, às desigualdades de oportunidades (a educação) que persistem na sociedade.
À luz deste princípio, Adam Smith poderá parecer um “perigoso social-democrata”. Quem sabe se já não estará no index dos liberais hayekianos, essa nova seita secular destes tempos pós-modernos.

Scarlett e Naomi

rlett Johansson & Naomi Watts

Something for the weekend.

A Câmara aconselha

Estamos habituados a que o Estado, através das suas instituições, trate os cidadãos deste país como seres desprovidos de capacidade de tomar decisões acertadas. O resultado foi a progressiva desresponsabilização individual perante a consequência dos actos de cada um e que, por exemplo, vemos reflectida na dependência que existe em relação aos serviços do estado - quer nas prestações sociais, quer na interferência reguladora, quer na orientação de comportamentos.
Um exemplo vem da Câmara Municipal do Barreiro, através do CIAC – Centro de Informação Autárquica ao Consumidor da Câmara Municipal do Barreiro. Agora que entramos em época de saldos, o munícipio, preocupado com a possibilidade dos seus eleitores terem comportamentos que fujam aos cânones dos omniscientes (por enquanto ainda não omnipotentes) especialistas em consumo, propõe-se guiá-los através da selva do mercado. Embora recomende a leitura integral do artigo, deixo-vos alguns dos seus conselhos (os itálicos, claramente, não constam do texto original...):

É sabido que certas produções fabris são exclusivamente dedicadas a Saldos de todo o ano, o que nada beneficia o Consumidor e não abona as regras de transparência do mercado. (...)
[em que é que produtos mais baratos, produzidos ou não especialmente para a época, prejudicam os consumidores?]

As vendas em Promoção têm em vista o lançamento de um produto novo ou não comercializado anteriormente pelo agente económico que as organiza. Todavia, é habitual vermos nos hipermercados, supermercados, estabelecimentos de electrodomésticos e outros a expressão 'Promoção', com o objectivo de aumentar o volume de vendas ou escoar produtos existentes.
Esta situação não se apresenta como uma verdadeira Promoção.
[São uns sacanas, estes capitalistas!]

A agressividade dos fornecedores de bens e serviços é bem evidente com a introdução de novos métodos de aliciamento do Consumidor que, em alguns casos, proíbe e, noutros, condiciona, e que devem ser, em qualquer dos casos, encarados com as maiores precauções e denunciados.
[Todos presos! Já! E pode-se também proibir a publicidade. As agências de meios devem ser ilegalizadas!]


Texto já colocado no Insurgente.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Distant Sounds of Summer

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Distant Sounds of Summer foi um dos últimos discos que adquiri em 2005, numa incursão à Ananana.
Reúne dois nomes do ambientalismo (eu inclino-me mais para este do que para o de tons verdes), o japonês Susumu Yokota e o inglês Rothko, numa frutuosa parceria.
É uma música onírica, a guitarra-baixo de Rothko tece o tempo, fornecendo a textura para as evocações estivais, enquanto o laptop de Susumu remete-nos para territórios quentes, espaços emocionais onde estranhamente perpassa harmonia. Ao escutarmos os delicados sons vindos do moderno artefacto de Susumu, lembramo-nos das antigas caixas de música; até os beats são frágeis.
E depois há o calor que emana da voz de Caroline Ross...

Um novo começo

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Há muito que havia escolhido o sítio. Seria ali que ela iria ver o ano começar.
Voltava ao ínicio, onde outro começo lhe tinha deixado boas recordações.
Ao fundo, não tão longe como os olhos enganavam, as luzes dos foguetes deram-lhe as boas vindas a mais um ano.

A fotografia, a piscina e a vista, pertencem-lhe.
Bom ano, S. .

Fado boémio

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À noite, de regresso a casa, ía a ouvir a Rádio Marginal quando fui surpreendido por uma versão do La Bohéme de Charles Aznavour, desta vez na voz de Mafalda
Arnauth. O tema faz parte do "Diário", o seu último disco.
Afinal, o La Bohéme sempre foi um fado.
E eu que pensava que era só uma grande canção.

Bons vizinhos ou os pacíficos democratas palestinianos

Via SIC:
Dois guardas egípcios foram mortos na fronteira com a Faixa de Gaza. O incidente aconteceu numa altura em que cerca de 300 palestinianos invadiam território egípcio.
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Via Telegraph:

Hundreds of Palestinians have flooded across the Egyptian border from the Gaza Strip after a group of gunmen linked to the ruling Fatah movement stole a bulldozer and destroyed a boundary wall.(...)
The gunmen who attacked the border at Rafah were renegade members of the al-Aqsa Martyrs Brigades group, Fatah's armed wing. They were demanding the release of a comrade who was arrested on suspicion of kidnapping three Britons last week.(...)
Before breaking through the barricade, the gunmen occupied several government offices in Rafah and ordered travellers to leave the town's EU-controlled border terminal.
The gunmen detonated a bomb under a barrier along the Gaza-Egypt and threatened to arrest any Palestinian Authority officials who attempted to cross the border.
They said they allowed the terminal to reopen after security forces told them where their leader was being detained but said they would prevent citizens in Rafah in forthcoming elections unless Palestinian security forces freed their leader.

Adenda: Recordo que em Rafah está um contigente da GNR, participando no EU-BAM (European Union-Border Assistance Mission).

Texto já colocado no Insurgente.

quarta-feira, janeiro 04, 2006

Um Presente para o Luís

Lembrei-me do Luís Alberto, o criador do Office, a propósito do documento Igualdade e Diversidade : Uma Questão de Dignidade, da candidatura de Francisco Louçã.
Neste manifesto encontramos a máxima de que não pode haver taxação sem representação, que remonta a esse farol da modernidade, a histórica Revolução de 1776 no Novo Mundo.
Pois é, caro Luís, a candidatura de Louçã recorreu a essa velha máxima para defender uma lei da nacionalidade mais inclusiva, baseada no jus Solis.
Desta vez, os bloquistas não foram beber a Outubro nem à Venezuela bolivariana, mas sim ao "império".
E estou certo de que não encontrarás tal princípio lá para os lados do Pulo do Lobo.

Na Palestina, a Colonização

Prossegue a colonização israelita nos territórios da Palestina.
A esta luz, a retirada da faixa de Gaza constituiu uma bem engendrada operação cosmética, gesto de paz de Israel por oposição à “intransigência” da liderança palestiniana, submersa pelo “radicalismo”.
Imagem de propaganda, sem dúvida! Mas com profundo eco na imprensa ocidental, subtexto de cada vez mais artigos e colunas de opinião.
Sobram as responsabilidades palestinianas, remetem-se para um limbo as culpas de Israel; já não há ocupação, mas apenas terrorismo.
A realidade, porém, persiste. E é feita de mais colonatos e muros :

Ainsi, la colonisation avance rapidement. « La population totale des colons (…) est désormais de 436 000 : 190 000 à Jérusalem et 246 000 en Cisjordanie. Seulement 8 475, soit 2% de ce total, de colons illégaux ont été évacués de Gaza et de la région de Jénine. Durant la même période, la population des colonies de Cisjordanie a augmenté massivement de 15 800. »

Il raconte aussi la vie quotidienne imposée par le mur de séparation, qui entoure complètement une ville comme Qalqiya, avec une seule porte dont les soldats israéliens ont la clé. « Un permis est nécessaire pour franchir le mur, un permis qu’il est pratiquement impossible d’obtenir. Même quand on réussit, il faut se débrouiller avec les horaires spéciaux d’ouverture. Dans la région de Jayous, vous pouvez traverser entre 7h40 et 8 heures du matin, entre 14 heures et 14h15, et entre 18h45 et 19 heures : au total 50 minutes par jour. Parfois l’armée oublie d’ouvrir les portes, et les élèves, les professeurs, les fermiers, les malades, et les gens ordinaires doivent attendre indéfiniment. »

Les conséquences de la construction du mur de séparation sur la ville de Jérusalem sont confirmées par un rapport récent des chefs de mission de l’Union européenne à Jérusalem-Est (3). Ce texte, relève, parmi d’autres, certains axes de la politique israélienne dans la ville sainte :

le presque achèvement de la barrière autour de Jérusalem-Est, loin de la ligne verte (ligne de cessez-le-feu de 1967) ;

la construction et l’expansion des colonies illégales, par des entités privées et par le gouvernement israélien, à l’intérieur et autour de Jérusalem-Est ;

la démolition des maisons palestiniennes construites sans permis (qui sont presque impossibles à obtenir) ;

le plan d’expansion de la colonie de Maaleh Adoumim, qui menace d’achever l’encerclement de la ville par les colonies juives et de diviser la Cisjordanie en deux secteurs géographiques.

Et les consuls européens à Jérusalem soulignent que « les actions d’Israël à Jérusalem sont en violation de ses engagements envers la Feuille de route et du droit international ». Résultat de ces constats ? L’Union européenne a décidé, courageusement, de ne pas publier ce rapport…

Jane

Jane Monheit

Miss Monheit é uma excelente cantora.

Solidariedade nas Presidenciais

Ontem fiquei surpreendido com a solidariedade do Dr. Mário Soares para com Garcia Pereira. Finalmente o Dr. Soares numa campanha solidária, à boa maneira socialista.
Mas depois vieram as dúvidas, se o Dr. Mário Soares está tão preocupado com a desigualdade para com Garcia Pereira, por este não ter ido aos debates, então porque aceitou fazer debates antes de se saber quais as candidaturas que seriam aceites?
E porque ficou irritado, quando na sua entrada para a SIC, num dos debates, estavam lá apoiantes de garcia Pereira a protestarem? Afinal tinham razão.

terça-feira, janeiro 03, 2006

Never fear: jazz is there

N' A Forma do Jazz.

O Nuno não deixa o seus créditos por mãos alheias. Depois de no ano passado ter disponibilizado uma primeira colectânea com o ilustre nome de "Stardust", este ano apresenta-nos "Never Fear Jazz Is Here".
Ide baixar a compilação. Ide!

Boa pergunta

Ao almoço, um dos colegas, habitualmente o mais calado de todos os comensais, interrompe a discussão sobre os mega-gastos públicos que aí chegarão (não pensaram que eu ía dizer investimentos, não!?). A pergunta foi pertinente:

"Será que com o TGV, continuarão as passagens de nível sem guarda?"

Não acredito que o choque tecnológico do Grande Obreiro Sócrates (na sua vertente ferroviária), esqueça a eliminação dessa anacrónica instituição portuguesa que tantas alminhas tem devolvido ao Criador...

Solidariedade de arrasto

Francisco Louçã visitou o hospital de S.Bernardo em Setúbal e defendeu o SNS, na sua forma pública e universal (via RSO):

Francisco Louçã considerou que a transformação dos hospitais em empresas, instituída por decreto-lei quinta-feira, abre caminho para a privatização do Serviço Nacional de Saúde(...)
"Um bom serviço de saúde assenta em os centros de saúde terem uma retaguarda técnica e qualificada nos hospitais. No dia em que ele for privado, evidentemente teremos uma saúde para os ricos e uma saúde para os pobres. Isso não é aceitável, é anti-democrático e é uma forma de destruir o princípio elementar de solidariedade", concluiu.

Não passa pela cabeça de Louçã, que o estado não seja monopolista na prestação de serviços de saúde e assegure, a todo o custo, a sua universalidade. Para ele, não é concebível um sistema em que não sejamos todos tratados igualitariamente e que possa, ainda assim, cuidar dos menos afortunados. Como bem referiu o André, "seria preferível que todos pagassem menos por um serviço de safety net de que apenas alguns beneficiariam".
Numa coisa Louçã acerta: hoje o estado oferece os mesmos serviços de saúde aos ricos e aos pobres (e o mesmo serviço de prestações sociais). Não diferencia; a todos trata menos bem. As queixas que a imprensa recorrentemente ecoa, são contra os serviços prestados pelo modelo defendido por Louçã e por quem como ele pensa.
Para ele, será essa solidariedade forçada, nivelada por baixo, que é democrática. Será ela que ao invés de garantir uma rede de segurança para os que não se conseguem valer a si próprios, dispersa recursos por todos. A protecção estatal, com pagamento mensal obrigatório, estende-se aos que dispondo livremente dos seus rendimentos, responsabilizando-se pelo seu futuro e o da sua família, podem e querem segurar-se contra infortúnios.
Essa solidariedade defendida por Louçã não é uma rede protectora dos mais fracos. É uma, pouco eficaz e eficiente, rede de arrasto.
Texto já colocado no Insurgente.

Filmes de 2005

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É como se estivesse ainda em 2005, não que tenha sido um ano bom, mas lembro-me de alguns filmes entre as coisas boas do passado recente :

“Saraband” de Ingmar Bergman.
“Grizzly Man” de Werner Herzog.
“Million Dollar Baby” de Clint Eastwood.
“Vera Drake” de Mike Leigh.
“Alice” de Marco Martins.
“Last Days” de Gus Van Sant.
“Um Peixe Fora de Água” de Wes Anderson.
"Charlie e a Fábrica de Chocolate" de Tim Burton.
"Castelo Andante” de Hayao Miyazaki.
“King Kong” de Peter Jackson (muito por culpa da Naomi Watts, nesta revisitação do clássico inspirado na Bela e o Monstro).
Há outros de que por certo também me recordaria, mas que ainda não vi, como a Noiva Cadáver ou as flores de Jarmush. Ir ao cinema pode ser uma boa maneira de iniciar a adaptação ao novo ano.

Bom ano de 2006

Acabado de regressar de umas curtas férias de passagem de ano, desejo a todos um feliz 2006 com a realização de todos os vossos sonhos e projectos.

segunda-feira, janeiro 02, 2006

A Primeira do Ano

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Balcony (1925).

Para entrar neste novo ano, uma fotografia de Alexander Rodchenko.
Para ajudar a dissipar o pessimismo e simbolizar a crença num futuro radioso (não, não se assustem, não falo de felicidade colectiva).

O Som no Office

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New York, New York - George Russell

Uma homenagem deste maestro à cidade que fazia o jazz fervilhar.
Gravado no mesmo mês que Kind of Blue e Giant Steps.
Com John Coltrane, Art Farmer, Phil Woods, Bill Evans, Max Roach,...

Bom ano de 2006

Para todos os que por aqui passam, espero que 2006 seja um ano de grandes cometimentos e alegrias.