terça-feira, outubro 28, 2008

Alegrai-vos, ó Povaréu!

Finalmente, num televisor ou LCD perto da sua casa. Ou até mesmo na sua casa, se quiser.
O Destak do vizinho de carris dizia e eu fui confirmar:
"Tudo acontece em Um Mundo Catita, projecto em seis episódios que segue a realidade e a ficção que sustentam a vida de Manuel João Vieira, ex-canditado à presidência da República, eterno vocalista e líder do colectivo Irmãos Catita, artista plástico menos mediático. Com estreia prometida na RTP2, a 16 de Novembro, a partir das 23h30, Um Mundo Catita terá como cenário as festividades natalícias."

E atão!? Não há foguetes?

N.O.T.

Uma noite perfeita.
Jantar muito bem no Origami, com um atendimento bem simpático (obrigado pelo gelado de gengibre!). Atravessar a rua para entrar no Casino de Lisboa, descobrir os rostos crispados de concentração de alguns jogadores, observar os orientais a observar as senhoras que se empinocaram para gastar o dinheiro que não lhes faz falta. Gastar alguns euros para reforçar a minha insensibilidade aos prazeres da sorte jogada. Subir à varanda do Arena Lounge para ver e ouvir os Incognito.
O melhor de tudo foi, claro, a companhia; obrigado C.
"Not an Ordinary Thing."

I've been waiting (aquela senhora a cantar é a Maysa Leak, que infelizmente não é obrigada a viajar com o Bluey sempre que andam em tournée).

segunda-feira, outubro 27, 2008

Quando uma mulher...





















Sobe as escadas.

Mikio Naruse

sexta-feira, outubro 24, 2008

NYTimes por Obama

Em editorial, o diário New York Times dá o seu apoio a Obama, práticas jornalísticas nos antípodas das nossas, que preferem refugiar-se numa ilusória, quando não hipócrita, imparcialidade. Nisso, estou com os americanos.
Mas eis o que diz o prestigiado periódico:

The United States is battered and drifting after eight years of President Bush's failed leadership. He is saddling his successor with two wars, a scarred global image and a government systematically stripped of its ability to protect and help its citizens — whether they are fleeing a hurricane's floodwaters, searching for affordable health care or struggling to hold on to their homes, jobs, savings and pensions in the midst of a financial crisis that was foretold and preventable.
[...]
As tough as the times are, the selection of a new president is easy. After nearly two years of a grueling and ugly campaign, Senator Barack Obama of Illinois has proved that he is the right choice to be the 44th president of the United States.
[...]
Mr. Obama was an early and thoughtful opponent of the war in Iraq, and he has presented a military and diplomatic plan for withdrawing American forces. Mr. Obama also has correctly warned that until the Pentagon starts pulling troops out of Iraq, there will not be enough troops to defeat the Taliban and Al Qaeda in Afghanistan.
[...]
The nation's problems are simply too grave to be reduced to slashing "robo-calls" and negative ads. This country needs sensible leadership, compassionate leadership, honest leadership and strong leadership. Barack Obama has shown that he has all of those qualities.

quarta-feira, outubro 22, 2008

(Des)United Nations of Climate

Tem coisas engraçadas, isto de trabalhar numa repartição multicultural.
Uma delas é a sensibilidade ao putativo Encaloramento Global.
De acordo com a sua origem cultural, cada um dos assalariados desta repartição considera que hoje:
- 'tá um frio do caraças
- 'tá fixola, quem me dera um Agosto assim
- já fechavam a merda dessa janela
- 'tá abafadíssimo; há um insuportável cheiro a gente, sei lá...
- os ares condicionados não se ligam porquê?
- essa corrente de ar dá-me cabo da garganta

Ponho-me cá a pensar: como é que se afere se o, mais uma vez, putativo, Aquecimento Não-Sei-Onde é uma coisa que incomoda, é chato, é porreiro, vem mesmo a tempo ou se-demora-ainda-tenho-de-tricotar-umas-meias-de-lã?
Aqui na repartição não há consenso.
E já houve guerras a começar por menos.

segunda-feira, outubro 20, 2008

No meu tocador

aaa

The Bamboos - Rawville
Kylie Auldist - Just Say

Dois discos para ouvir um a seguir ao outro. Como é para repetir, não interessa por onde se começa (pelos The Bamboos...).

A Fé move montanhas e os crentes rejubilam devotamente

Tenho ali um colega que se recusa a trabalhar. Diz que o dia de hoje é para o passar a louvar São Moreira, o seu novo santinho de devoção.
Acho que tem a ver com uma experiência mística que ele teve ontem à noite, numa Catedral lá para os lados da Igreja da Luz...

domingo, outubro 19, 2008

Visto



"Muna" - Visões Úteis
Na Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II.
Uma versão para crianças e outra para mais crescidos.
Até dia 26 de Outubro.
Vão lá aplaudir a Ana.

Visto


"Max Payne"
Podia ser ainda um pouco mais escuro. Mais "evil".

quinta-feira, outubro 16, 2008

Ao bom velho estilo soviético


Sim, mas dos saudosos anos trinta ou quarenta, sem desprimor para os méritos do camarada Jdanov.
Tecem-se loas ao novo artefacto tecnológico do regime, o Magalhães do nosso contentamento que irá levar o ensino indígena rumo ao futuro radioso. O mesmo ensino que assiste ao abandono de professores de vocação, perante o desvirtuar da função simbólica de ensinar; perante toda a sorte de formações aviltantes imposta pela burocracia da 5 de Outubro. Na verdade, o legado desta ministra é deveras revolucionário: ela remeteu para o caixote do lixo da História essa coisa da importância simbólica de ser professor.
Ao ver este triste vídeo, lembrei-me da nobel Doris Lessing, que se referia a estas formas de comunismo que subjazem a determinadas atitudes mentais, e cujos efeitos perniciosos se fazem sentir nas instituições.

terça-feira, outubro 14, 2008

Melissa



A australiana Melissa Agate, aka Sanso-Xtro, foi uma das boas surpresas dos EMEs.
A electrónica lembrava Eno e entrelaçava-se com sonoridades acústicas várias, a partir da guitarra ou do simples tilintar dos pratos. Delicada e ao mesmo tempo aventurosa, a música de Melissa.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Socialismo dos Ricos...

No épico Novencento, de Bernardo Bertolucci, Olmo ainda rapazinho dizia que era “um socialista dos bolsos rotos". Estávamos em vésperas da Primeira Grande Guerra, que então mudou a face do Velho Continente.
É sabido que o mundo muda sempre mais do que o nosso entendimento alcança e que a realidade permanece esquiva, por mais sofisticados que sejam os modelos de previsão/domesticação engendrados pelo homem.
No tempo breve do acontecimento, a crise financeira que faz tremer os alicerces do nosso modo de vida feito de consumo e acumulação, vemos não sem assombro os governos intervirem e, se preciso for, nacionalizarem os bancos. É o “Socialismo dos ricos”, escreve irónico o diário EL PAIS. Mas, ainda segundo o mesmo periódico, pior remédio seria nada fazer.
E assim os estados europeus injectam somas incomensuráveis em euros, dinheiro dos contribuintes para salvar a alta finança. E a que porto nos levará este barco é coisa que ninguém ousa prognosticar; em tempo de tormenta, a ciência económica-financeira parece ter-se reduzido a uma só palavra: a confiança.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Segurança...

Simetrias

No turbilhão da Crise, não deixo de notar uns quantos fiéis do lassez faire, lasser passer, quase diríamos os puros entre os puros, que insistem em atribuir ao Estado a culpa pelos males do presente. Mesmo que os mercados suspirem, nestes tempos de incerteza, pelo Estado. Um estado que nacionaliza prejuízos e privatiza lucros… E eu não deixo de nutrir uma certa simpatia por estes irredutíveis liberais, que me fazem lembrar alguns marxistas mui escolásticos de há duas ou três décadas atrás.
É tudo uma questão de “ismo”, enquanto explicação da Crise que torna o real irreconhecível. Para uns, é a regulação que tolhe a liberdade dos mercados, para outros, é a falta de políticas socialistas… Simetrias, claro está. Mas é também a forma de lidarmos com a realidade, sempre pronta a desafiar as nossas crenças ou convicções. E então fazemos uso de antigas receitas, de rituais de purificação que voltam a insuflar sentido no mundo circundante.
Pois é. Todos nós precisamos de um suporte fantasmático, parafraseando Zizek, para lidar com o real, ou com a mudança que dele é atributo.

Pretextos...



O Tempo do Verão pertence agora ao passado. Mas ficam algumas fotos: o mar, os barcos e o sol.
Enfim, impressões que perduram… Ou um pretexto para voltar ao Office, para dizer qualquer coisa aqui na imaterialidade deste escritório.

quarta-feira, outubro 08, 2008

Visto


Destruir Depois de Ler

Assim de cor, que me lembre, só os manos Coen conseguem fazer com que o George Clooney actue assim, sem que dê vontade de levantar e sair da sala - basta recordar o brilhante foragido-cantor em "Irmão, onde estás tu?".
Frances McDormand é excelente, John Malkovich é assustadoramente verosímil e Brad Pitt é para aplaudir de pé.
Uma comédia fantástica.

quinta-feira, outubro 02, 2008

Visto


Este País Não é Para Velhos

Finalmente, visto.
E hoje estreia "Destruir Depois de Ler". Ao que parece, mais um grande filme dos manos Cohen.

quarta-feira, outubro 01, 2008

Mais uma jornada de luta do proletariado estatal

Ontem à noite, no ínicio da jornada de luta do proletariado oprimido da função pública, uma dirigente da CGTP elencava as reivindicações habituais. Quanto a aumentos, pedia que o OE lhe concedesse 5%.
É pena que os jornalistas, normalmente pouco mais sapientes e espevitados que um míudo de 10 anos, nunca se lembrem de perguntar a quem faz estas exigências qual o aumento de impostos que sugerem seja aplicado ao sector privado - proletariado fabril e campesino incluidos.
Outras perguntas são continuamente esquecidas. Se é tão mau ser pago pelo OE, porque é que não procuram trabalho no sector privado? Porque são tantos os milhares que se candidatam aos concursos para emprego estatal?

Mas estes dias têm as sua peculiaridades, que têm de ser levadas com humor.
Como utente dos transportes colectivos (públicos e privados), a coisa hoje começou com atrasos nas partidas dos ditos. O operador, para aligeirar o ambiente, resolveu ligar o sistema de som a uma emissão de rádio durante toda a viagem. Para além disso, ainda tive de viajar acompanhado por um conhecido dirigente da Quercus. E ainda tenho de regressar a Setúbal...