sexta-feira, setembro 29, 2006

Videoclip Lounging

A nossa competitividade

De acordo com o relatório do World Economic Fórum, Portugal desceu da 31ª posição para a 34.ª (4,60 de pontuação), perdendo três lugares. Dois países da Europa do Leste, a República Checa e a Estónia, estão agora a nossa frente.
O índice global de competitividade é o resultado da combinação de múltiplos factores ou variáveis, entendem os investigadores não haver uma causa primeira, que determine o maior ou menor grau de competitividade de um país.
Foram definidos nove “pilares” a partir dos quais se constroem o índice em causa; entre parêntesis o posicionamento e pontuação de Portugal em cada um dos factosres:

• Institutions (28; 4.83)

• Infrastructure (26; 4.93)

• Macroeconomy (80; 4.23)

• Health and primary education (16; 6.88)

• Higher education and training (37; 4.63)

• Market efficiency (38; 4.61)

• Technological readiness (37; 4.18)

• Business sophistication (43; 4.47)

• Innovation (32 ;3.81)


Grassa na blogosfera lusa um debate sobre se a nossa queda se deve ao desempenho de um Estado castrador da livre iniciativa ou ao mau comportamento das empresas; contam-se as espingardas em defesa das respectivas damas (para empregar um registo mais ou menos romântico).
Sobre o Estado, verificamos a sua influência (positiva) ao nível dos factores Institutions, Infrastrutures e Health and primary education, onde obtivemos pontuações bem acima da nossa classificação final. Resumidamente, um ambiente institucional favorável aos negócios ou ao investimento até parece existir, regras mais ou menos claras regulam a interacção entre os governos e os agentes económicos, o sistema judicial desfruta de independência, os juízes são vistos como sendo imparciais e os direitos de propriedade são protegidos. (Instituitions); o desenvolvimento das infra-estruturas de transportes e de distribuição de energia é vital para o crescimento da economia e o florescimento dos negócios em geral, e tem sido, no nosso país, fruto da acção do Estado. Por fim, a educação primária e a extensão dos cuidados de saúde, onde o Portugal obtém o seu melhor resultado, é fruto também do longo braço do Estado; a título de exemplo, o controlo das doenças infecto-contagiosas e uma taxa de mortalidade infantil que é das mais baixas do mundo.
Vamos agora aos pecados do Estado, traduzidos no lugar que ocupamos (80.º) no item relativo ao ambiente macroeconómico. O resultado aqui obtido exprime males há muito debatidos, a saber, o deficit das contas públicas, o peso da dívida pública no PIB e a excessiva rigidez do sistema fiscal.
Também a educação secundária e superior e a formação profissional não nos deixam bem colocados, quando comparados com um país de leste como a Polónia (ocupamos a 37ª posição, quatro lugares abaixo dos polacos). Neste domínio, as ineficiências são largamente da responsabilidade do Estado, embora os privados também tenham a sua quota-parte (muito em particular na formação profissional).
Em relação às empresas, a nossa prestação não é de facto muito famosa, é reflexo da persistência de arcaísmos vários no tecido empresarial. Assim, ao nível da sofisticação dos negócios, um país como a República Checa, que nem ainda duas décadas de pós-comunismo leva, ocupa a 29.ª posição, enquanto nós caímos para uma modesta 43.ª). Ora, no estádio de desenvolvimento em que nos encontramos (fase 3- as countries move into the innovation-driven stage, they are only able to sustain higher wages and the associated standard of living if their businesses are able to compete with new and unique products. At this stage, companies must compete through innovation,producing new and different goods using the most sophisticated production processes), só através da inovação e da sofisticação dos negócios pode a nossa economia crescer.
Neste estado de coisas, há pois responsabilidade dos nossos empresários, apesar da arrogância com que muitas vezes falam, passando as culpas para o Estado, que como bem sabemos tem as costa largas.


"business sophistication of an economy’s enterprises.This
is particularly important for productivity at the top end of
the global value chain, and is measured by the quantity
and quality of local suppliers, well-developed production
processes, and the extent to which companies in a country
are turning out the most sophisticated products."

quinta-feira, setembro 28, 2006

Videoclip Lounging

Afinal, não mudou nada

Lá por uns senhores e senhoras se terem reunido no magnífico edíficio Arrábida e terem decidido que era altura de desconfiar do camarada Carlos Sousa (passando a confiar cegamente na camarada Maria Meira), não se produziu nenhum milagre. A edilidade continua um exemplo de desgoverno, seguindo um caminho que começou a ser percorrido nos tempos de Mata Cárceres, embora não devamos esquecer que já vamos no 2º mandato comunista.
Não há dinheiro. Ponto.
Adaptar as despesas às receitas?
Para quê?
Podemos sempre endividar os contribuintes mais um pouco. E não só os setubalenses; todos os portugueses. A coisa é igual para todos os municípios portugueses, irresponsáveis pela cobrança dos seus fundos e dispensados da explicação aos seus financiadores do porquê de terem contribuído para o aumento do quadro de funcionários públicos ou da necessidade irreprimível dos autarcas deixarem obra (rotundas, fontes, anfiteatros...). E por aqui seguimos:

A recém empossada presidente da Câmara de Setúbal está a ponderar pedir ao Governo uma revisão do Contrato de Reequilíbrio Financeiro para obter uma redução das prestações a pagar a partir de 2009.(...)

Dores Meira garante, porém, que está a estudar novas medidas de contenção, nomeadamente ao nível das despesas de funcionamento. «Queremos reduzir horas extraordinárias, gastos com comunicações e economato, que representam uma fatia importante das despesas», explicou a presidente.

Mas esta gente tem alguma ideia do que anda a fazer!?

Liberdade refém das tiranias

O cancelamento, pela Ópera de Berlim, da encenação do Idomeneo é mais um triste exemplo de renúncia aos valores da liberdade, que formam âmago das sociedades ocidentais. Tem-se tornado uma prática cada vez mais comum, basta tão-só lembrar o recente episódio que envolveu o dramaturgo Peter Handke e a Comedie-Francaise.
O mais dramático é ver gente do mundo da cultura, dos directores de óperas e teatros aos criadores, transformada em agente da censura; ou a renunciar voluntariamente à sua vocação. É uma atitude em tudo distinta da dos seus antecessores, que em condições muitos mais adversas, em épocas sombrias, não hesitaram em afrontar tiranias e poderes totaliários assassinos. Estou a lembrar-me, entre outros, de Chaplin ou Fritz Lang, que não hesitaram em pôr a sua arte ao serviço da causa da liberdade. Mas eles eram gente de uma outra fibra; gente que amava mais a liberdade do que vida ou a morte.
Precisamos de uma nova esperança, meditar nestas palavras de Chaplin, quando do filme O Grande Ditador:

To those who can hear me I say, "Do not despair." The misery that is now upon us is but the passing of greed, the bitterness of men who fear the way of human progress. The hate of men will pass and dictators die; and the power they took from the people will return to the people and so long as men die, liberty will never perish.

P.S. Parece que a Ópera de Berlim hesita agora em levar à cena o Idomeneo. Mesmo que assim suceda, os contornos ou as tergiversações deste episódio em nada alteram o teor do post.

quarta-feira, setembro 27, 2006

Era de considerar a mudança de nome para "Convento de Sta. Engrácia II"

RSO:

Até ao final do ano, o Ministério da Cultura deverá desbloquear cerca de 200 mil euros para uma intervenção de emergência no Convento de Jesus, que ponha um “travão” ao avançado estado de degradação do monumento.(...)

O projecto previa uma primeira empreitada, no valor de 2,2 milhões de euros, correspondente à intervenção mais urgente de desmontagem do betão colocado nos anos 40 e reposição de coberturas e rebocos. A segunda empreitada, com início previsto para 2008 e num montante de 3,9 milhões de euros, incidiria sobre acabamentos gerais e infra-estruturação do imóvel. «Estes 200 mil euros são apenas para resolver as questões mais urgentes, ao nível do telhado e da infra-estrutura, uma vez que o edifício foi todo picado em 1998, o que o fragilizou ainda mais», sublinha o presidente da LASA.

Além disso, considera o mesmo responsável, a recuperação deveria ter começado «imediatamente a seguir» aos trabalhos arqueológicos, sob pena de se tornar ainda mais vulnerável o edifício. «Não percebemos como é possível avançar-se para as escavações sem garantia de financiamento da obra», questiona Carlos Silveira(...).

Sobre o convento, já aqui escrevi algumas coisas.

Videoclip Lounging

The portuguese connection

CBS:

Iva Toguri D'Aquino, who was convicted and later pardoned of being World War II propagandist "Tokyo Rose," died Tuesday of natural causes(...).
Tokyo Rose was the name given by soldiers to a female radio broadcaster responsible for anti-American transmissions intended to demoralize soldiers fighting in the Pacific theater. D'Aquino was the only U.S. citizen identified among the potential suspects.
In 1949, she became the seventh person to be convicted of treason in American history and served six years in prison. But doubts about her possible role as Tokyo Rose later surfaced and she was pardoned by President Gerald Ford in 1977.(...)

On April 19, 1945, D'Aquino married a Portuguese citizen of Japanese-Portuguese ancestry.

O marido desta cidadã americana, apanhada no Japão pelo ínicio da guerra enquanto visitava familares, chamava-se Filipe D'Aquino.

terça-feira, setembro 26, 2006

União Ibérica

Ainda não me debrucei sobre o Sol, mas chegaram-me ecos de uma sondagem muito iberista, nas parangonas deste semanário, certamente prova da infalibilidade do grande arquitecto, que há muito havia prenunciado tal fenómeno. Quando era a voz do Expresso, não se cansava de nos alertar para os riscos que correríamos enquanto nação.
Assim, muitos dos nossos compatriotas aspiram a uma União Ibérica (quase um terço dos inquiridos), olhando para o progresso de que desfruta o país vizinho, ao contrário de nós, cada vez mais em divergência com a Europa; crescemos, como é sabido, abaixo da media europeia.
Eu, pelo minha parte, não censuro “a falta de patriotismo” dos inquiridos lusos. Muito pelo contrário: como eles, também eu gostaria de desfrutar do progresso do país vizinho; do urbanismo que nas suas cidades vigora, muito mais humanas dos que as nossas. Gosto de Espanha, nunca me senti aí estrangeiro. E, além disso, Zapatero é preferível a Sócrates.
Há porém razões para sorrirmos: para além da progressiva integração económica entre Portugal e Espanha, os jovens portugueses procuram cada vez mais aprender a língua castelhana; e, por outro lado, o número de estudantes espanhóis no nosso país tem aumentado e muito. É só esperar que frutifiquem as relações, as uniões de facto e os casamentos. Pode ser que eles consigam a tão almejada união, sendo bem mais sucedidos do que outrora o foram as casas reais de Portugal e Espanha.

Profissão: Repórter

Example
Atrever-me-ia a dizer que este é o mais estranho dos “road movies”. E também o mais belo.
Mas é muito mais do que isso. Nesta deriva de David Locke (Jack Nicholson) por entre os grandes espaços oníricos do deserto africano e por uma Espanha que já não existe senão na beleza arquitectural de Gaudi ou na traça árabe da Andaluzia, somos convocados para os dilemas da identidade. Até que ponto esta identidade nos pertence, se ela não acaba consumida nas representações ou expectativas que os outros constroem sobre nós. Até que ponto não nos tornamos mero espelho do olhar dos que nos rodeiam? Dito de outro modo, o que sobra de nós enquanto indivíduos? A Lock só resta a fuga; da família e de uma carreira jornalística de sucesso. Encontra essa oportunidade em África, quando depara com um obscuro traficante de armas morto e que estava ligado à causa, também ela obscura, de uma qualquer guerrilha africana (neste filme de Antonioni, há uma impossibilidade de sentido sobre a trama política, perpassa uma impossibilidade de compreensão, aos nossos olhos e do protagonista). A encenação da sua própria morte e o assumir desta nova identidade são, em Lock, fuga e demanda interior. Demanda por uma identidade há muito (e talvez para sempre) perdida? A consciência de uma alienação irreversível?
Não há qualquer possibilidade de redenção por meio desta nova existência, mesmo se Lock tem a inesperada companhia de uma bela mulher (Maria S. Schneider) Há sempre uma bela mulher nos filmes de Antonioni.
Um filme que nos traça a história de uma rebelião individual. De uma rebelião sem saída.
O título em inglês é sugestivo, The Passenger, por Antonioni considerado, estilisticamente, o mais maduro dos seus filmes.

segunda-feira, setembro 25, 2006

Videoclip Lounging

Líbano, Napoleão e Waterloo

Fui dar com este artigo no cinco dias.net.
É de Uri Avnery, que nos tempos idos da fundação do Estado de Israel fez parte da Irgun, organização considerada terrorista pela autoridades inglesas da Palestina. Depois, tornou-se um dos mais prestigiados activistas da paz em Israel.

NAPOLEON WON the battle of Waterloo. The German Wehrmacht won World War II. The United States won in Vietnam, and the Soviets in Afghanistan. The Zealots won against the Romans, and Ehud Olmert won the Second Lebanon War.

The chicken-hearted "terrorists" of Hizbullah were hiding behind women and children and operating from within villages, quite unlike our Ministry of Defense and General Staff which are located in the heart of the most densely populated area in Israel. Our soldiers were not captured in a military action, but "abducted" like the victims of gangsters, while our army "arrests" the leaders of Hamas. Hizbullah, as is well known, is "financed" by Iran and Syria, quite unlike Israel, which "receives generous support" from our great friend and ally, the United States.

Visto

Example

Don't give up.

O que liberta em nós os instintos mais básicos? O que nos leva a sobreviver e a lutar pela vida (a nossa e a de outros)? A família, a fé, o amor...?

sexta-feira, setembro 22, 2006

Videoclip Lounging

Também quero, também quero!

Na Dia D, com o Público de hoje, o texto de opinião do Luis Aguiar-Conraria teve direito a foto de Scarlett Johansson.
O Rodrigo Adão da Fonseca pede que o seu próximo texto venha acompanhado de uma foto de Angelina Jolie.

Queria desde já deixar lavrada a minha preferência quanto à ilustração do meu próximo texto.
Se o Sr.Editor não se importar, podia ser uma foto da menina Charlize Theron?
Mas não sou esquisito. Também pode ser da senhorita Salma Hayek (se fôr preciso, e para fazer ligação, até cito o Friedrich) ou mesmo da senhora Monica Bellucci.

Adenda: o André Azevedo Alves prefere que seja a Ann Coulter a ilustrar o seu texto.
Parece assegurada a diversidade opinativa.

Em defesa de quem?

As autarquias estão a contratar professores a preços de saldo, passado por cima dos direitos dos docentes. A denúncia é feita pelos sindicatos.

Professores destinados a actividades de enriquecimento curricular no 1.º Ciclo do Ensino Básico estão a ser contratados por autarquias a recibo verde.
Fenprof e FNE falam em pagamentos entre cinco e oito euros à hora, mas quando as autarquias disputam o mesmo grupo de docentes, o pagamento pode chegar a 12 eros à hora.

Todos os anos, muitos milhares de candidatos a serem empregados no sector público da educação pelos serviços do ministério da educação, ficam desempregados. Consecutivamente, ano após ano.
Como compreender então que os sindicatos se insurjam contra o acordo celebrado (livremente e sem coacção, presumo) por muitos professores, possivelmente desempregados, que pretendem seguir a sua vida pós-concursos?
Talvez lhes interesse a manutenção de um número permanentemente elevado de eventuais filiados numa situação de fragilidade, por verem interrompido por mais um ano a sua entrada no funcionalismo público. Tal situação dá aos sindicatos um aparente aumento de representatividade.
Na realidade, esta preocupação do sindicato tem mais a ver com a defesa da posição dos profissionais já colocados. É que a concorrência pelos postos de trabalho, quando a oferta é maior que a procura, tende a potenciar situações destas, semelhantes em qualquer mercado: criam-se estratégias (no mercado de trabalho, pelos sindicatos ou pelas ordens profissionais) para dificultar a entrada no mercado de novos concorrentes que possam dar indicação aos compradores que existem alternativas. Pior ainda se apresentarem preços mais atractivos para a procura, para mais numa situação em que esta tem muito poucos recursos disponíveis.
É evidente o receio das consequências das informações transmitidas por um tal mecanismo de preços no mercado de trabalho da educação.
Texto já colocado no Insurgente.

Jazz em Aljustrel

Example

Os concertos dos Desbundixie, do quarteto de Carlos Martins e de Marta Hugon, uma das novas vozes do jazz português, são destaques da 5ª edição do Festival JazzMin, que começa sexta-feira na vila mineira de Aljustrel.(...)O autarca destacou ainda a vertente pedagógica do festival através da oferta de workshops de flauta, clarinete, saxofone, trompete, trombone, tuba, piano, guitarra eléctrica, baixo eléctrico, bateria e voz, que começaram segunda-feira e se prolongam até sexta-feira.

Nos workshops, orientados pelos professores Adelino Moita e Aurélien Vieira Lino, estão a ser trabalhados os mais conhecidos "standards" do jazz, com o objectivo de se "formar simbolicamente" a Orquestra JazzMin, que irá abrir o festival, sexta-feira, às 21:30.Segue-se a actuação dos Desbundixie(...)
No sábado, às 21:30, sobe ao palco o quarteto de Carlos Martins(...)
A fechar o festival, no domingo, também às 21:30(...) O pianista Filipe Melo, o contrabaixista Bernardo Moreira e o baterista André Sousa Machado formam o trio que acompanha Marta Hugon na sua "aventura sonora" através das "relíquias" da Blue Note.

quinta-feira, setembro 21, 2006

No Videoclip Lounging

Uma questão de peso

De surpresa em surpresa, deparei, no PÚBLICO de ontem, com uma notícia sobre como em Espanha se preparam para inaugurar uma nova era no combate a essa doença antiga, mas que hoje assume, nas nossas hodiernas sociedades, uma repercussão inaudita. Falo, claro está, da anorexia, que assola tantas jovens nossos dias. Se as fronteiras entre o culto da magreza e a anorexia são ténues, já me parece excessiva a sua transposição como foi feita em Espanha, a ponto de se excluir de uma passarelle um modelo só porque tem peso a menos. Desce-se mesmo à criação de índices, divide-se o peso da rapariga pela altura e tem-se o limiar a partir do qual ela pode, ou não, desfilar. Assim, se tem 1,75 de altura, só desfila se pesar no mínimo 56 Kg, índice 32; abaixo desse índice, a pobre não rapariga não desfila.
Tudo isto me parece, além discriminatório, profundamente indigno. Medir e pesar as pessoas desta forma é aviltante, mais uma pressão no sentido da uniformização da vida social, infelizmente tão em voga, a juntar às que o mundo da moda “espontaneamente” gera.
Estamos perante mais uma manifestação de fundamentalismo (de pendor politicamente correcto), que em nome da saúde ou do equilíbrio dos corpos nada mais faz a não ser excluir. Porque o padrão de beleza não se muda por decreto.

O 'hamster' em apuros

BBC:

Top Gear presenter Richard Hammond has suffered a "significant brain injury" after crashing a jet-powered car at speeds of up to 300mph during filming.(...)
The BBC, which is likely to face close scrutiny, has begun an inquiry.(...)
Referring to Hammond by his nickname, Clarkson [Top Gear co-hosts Jeremy Clarkson and James May] said in statement: "Both James and I are looking forward to getting our 'hamster' back."
The presenter had been driving a jet-powered dragster similar to the Vampire - used by Colin Fallows to set the British land speed record of 300.3mph.
Example
Primetime Land Speed Engineering, which is jointly run by Fallows, organised the event.(...)

Top Gear has courted controversy in the past over its big-budget car stunts, and in 1999 a group of MPs criticised the series for being "obsessed with acceleration and speed".
Last year, lobby group Transport 2000 called for the show to be taken off the air accusing it of "glamorising speed and failing to make the connection with danger on the roads".

Tenho poucos momentos de alegria com a televisão e o Top Gear está seguramente lá, no top.
Espero que o tipo recupere mas quanto ao programa, infelizmente, tenho as minhas dúvidas...
Os tempos em Inglaterra são de compaixão e de correcção política, não de gosto pelo risco e pela liberdade de levantar vôo numa pista privada, numa corrida privada.
O argumento do "mau exemplo" seguramente pode ser estendido a todo o desporto automóvel ou a outros desportos de massas, sem motor, onde os comportamentos sub-humanos dos intervenientes são divulgados ad nauseam na televisão.
E nada disto tem a ver com ministros portugueses andarem a fazer corridas em autoestradas, onde as regras de condução, comuns a todos os que optam por lá circular, limitam a velocidade a 120 km/h.
Espero que recupere, depressa e totalmente.

Videoclip Lounging

Rescaldo da jornada

Temos patrão?

É melhor ir ver ao Bonfim.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Há todo um género em concordância

"I'm curvy I'm never going to be 5'11' and 120 pounds. But I feel lucky to have what I've got."
Scarlett Johansson

Videoclip Lounging

Grandes Eleitores

Para quem tinha dúvidas sobre qual é o maior grupo a congregar interesses comuns nas políticas seguidas pelo governo ou pelo parlamento, finalmente ficou elucidado pelo número apresentado ontem:

"Total de funcionários públicos ascende a 737.774" [DD]

Se multiplicarmos este número por dois ou três, tendo em conta os membros das famílias dependentes ou influenciadas pelo emprego estatal, temos uma medida melhor da influência política que têm estes eleitores.

Face a estes números, houve quem pedisse uma dieta rigorosa para o Estado (DN):

O Compromisso Portugal defende a redução de 200 mil funcionários públicos em cinco anos(...)

De onde, no horizonte político português a médio prazo (ou mesmo longo), poderemos esperar uma redução do rácio de "14,6% da população empregada do País e 13,4% da sua população activa"?
Das centenas de munícipios portugueses, muitos deles são dos maiores empregadores locais? Neles a motivação para gerir o quadro de pessoal tem mais a ver com objectivos eleitorais locais do que com objectivos de saúde financeira pública, uma vez que os seus recursos não são originários exlusivamente dos contribuintes desses concelhos, utilizadores dos serviços (supostamente) prestados por estes funcionários.
É díficil imaginar que a simples menção de solidariedade nacional no esforço de diminuir o deficit público, alterará este estado de coisas.

Quanto ao estado central, o apregoado esforço governamental carece ainda de provas. Muitas promessas recentes têm de ser cumpridas e cabe aos contribuintes exigir que o dinheiro dos seus impostos, os recursos do sector privado, não continue a alimentar o clientelismo que por sua vez condiciona as propostas de um país pouco corajoso politicamente.

Texto já colocado no Insurgente.

terça-feira, setembro 19, 2006

Perguntas relevantes

Não tenho, da utilização do instrumento referendo, a melhor das apreciações. Pela sua aplicação em matérias de moral e ética ou, mais imediatamente, pela sua instrumentalização numa revanche dos perdedores. Os resultados de um campeonato de referendos ao longo dos anos não justifica nada, não garante a força de Lei a qualquer decisão política para legislar em determinado sentido da questão referendada.
Vem isto a propósito do debate que se avizinha sobre o referendo sobre a I.V.G., vulgo aborto. Devo dizer que partilho com o Rodrigo as questões por ele levantadas no Blue Lounge (na sequência de uma animada discussão com Rui Albuquerque).
Pretendo votar no referendo que vier a ser proposto (é defeito: não resisto a votar sempre que posso). Embora tenha uma um conjunto de ideias, ou, se preferirem, valores, que poderão levar-me a votar de uma determinada maneira, continuarei igualmente atento à argumentação de quem pretende mudar a actual lei e dos que acham que tal como está já basta. E esta forma simplista como coloco a questão, como divido os campos, não esquece o que está em causa nem o quão apaixonada pode vir ser a discussão.

É desta que eu me filio! - II

Será que a proposta do BE prevê que o proletariado (eu incluído, claro), esteja disposto a partilhar não só a quantidade de trabalho e emprego (que segundo as luminárias bloquistas é um valor fixo desde a idade da pedra, daí a prevalência monopolista de pedreiros na economia do séc. XXI), mas também a parte do seu salário correspondente às horas que deixariam de trabalhar?

Resposta: claro que na perpectiva da deputada do BE e do excelso Doutor Louçã, nada disso teria de acontecer. Simplesmente os capitalistas iriam contratar mais gente, retirando o aumento da massa salarial do vergonhoso bolo que recebem como lucros. Principalmente os grandes capitalistas das pequenas empresas que constituem a base empresarial portuguesa, ainda tão pouco esmagados pela fiscalidade, pela rigidez da legislação laboral e pela burocracia interventiva do estado.

Texto já colocado no Insurgente.

É desta que eu me filio!

PD:

A deputada do Bloco de Esquerda (BE) Helena Pinto defendeu hoje uma nova organização da semana de trabalho, com a redução do horário laboral para 36 horas distribuídas por quatro dias, deixando mais um dia livre(...)
(...) Helena Pinto salientou a proposta do partido de «aumentar um dia livre e reduzir o horário de trabalho» para «aumentar a partilha do emprego» em Portugal.
(...)a proposta do BE, de reduzir a semana de trabalho de 40 para 36 horas, nove horas distribuídas por quatro dias, foi também referida pelo coordenador da Comissão Política do partido, Francisco Louçã.

Quanto ao Doutor Louçã (é economista, lembram-se?), nada a fazer.
Já a deputada Helena Pinto pode ainda vir a ser ajudada na sua luta em defesa do proletariado (do qual sou um orgulhoso membro). Deixo-lhe o meu contributo para essa causa, na forma desta recomendação: Henry Hazlitt - "Economics in One Lesson", particularmente os capítulos VII, VIII e X.
Já agora, leia os outros também.
Texto já colocado no Insurgente.

Pactos

Em Portugal vivemos de pactos.
Para nós, os pactos são como que antidepressivos, que o que importa é dissipar os tormentos do presente, pois não possível viver senão à base do recalcamento.
Então se é de pactos de regime que se trata, e ainda para mais sobre a Justiça, domínio onde, não raro, sucumbimos a um ataque de nervos, o efeito é como o daquelas bombas prescritas pelos demiurgos da alma; que nos deixam em estado de torpor. É o tempo em que a cidadania paira num limbo.
À sombra dos pactos dormem os justos, dos pactos com a chancela do bloco central.
O medo devora a alma, a discussão e a livre crítica geram em nós insidiosamente a dúvida (uma maçada). Ao contrário, os pactos (como as ditaduras) remetem-nos para um mundo ordenado, fazem-nos crer que o conflito não existe ou foi superado. Entregamo-nos em sacrifício ao altar do consenso.

segunda-feira, setembro 18, 2006

No Videocliplounging

Há muito, muito tempo, era eu uma criança

"Miúdos obesos entram na puberdade mais cedo"

Não é fácil um gajo explicar aos colegas da escola primária os cuidados diários na manutenção de um bigode militaresco ou que a maneira como se olha para as mães deles não tem nada de filial.
Mas lá se passou.

Jean-François Revel

O Mário Chainho começou, no Purgatório, uma série de posts dedicados às obras deste autor francês desaparecido este ano (uma delas foi leitura deste Verão).

Irei seguir com interesse.

Videoclip Lounging

Camião ao rio!

Recebido por e-mail.
Pelos vistos, a zona de embarque para o ferry-boat em Setúbal não aguentou o peso do camião. Outras fotos recebidas mostram o camião a ser rebocado para fora da rampa.

sexta-feira, setembro 15, 2006

Apagão

"We are sorry, but a temporary problem is preventing
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The system administration team for Blog*Spot has been notified.

Error: 500"

Não se consegue ver nada.
Está alguém aí?

quinta-feira, setembro 14, 2006

Calma rapazes!

O Bruno queixa-se da sua leveza de ser.
O Paulo assinala o alargamento do seu diâmetro pessoal.

Rapazes, permitam-me algum paternalismo, um conselho de alguém que dado a sua vetusta idade, podia ser vosso irmão mais velho.
Não olhem tanto para as vossas barrigas, não sejam tão umbiguistas.
Olhem que elas, o fair sex, preferem que olhemos antes para as delas e as cumprimentemos pela sua esplendorosa beleza. Gordos, magros, altos, desafiados pela gravidade, elas não se importam. Pelo menos algumas de entre elas e elas são muitas, muitas mesmo. Por isso é importante não olharem tanto para o vosso umbigo. É que podem perder de vista a tal que não se importa.
É assim rapazes...; diz-vos este mais velho, debaixo do seu octagenário peso...; olhem em frente, para os lados e para trás. Elas estão em todo o lado e não se sabe donde podem vir a seguir.
Além disso, a vista será certamente mais agradável.

A ler

No Cetobriga, o João Aldeia fala da exemplar democracia participada que Carlos Sousa importou para Setúbal, directamente de Porto Alegre.
Até Boaventura Sousa Santos elogia...

Videoclip Lounging

Não armem barraca!

O presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, não tem em grande conta quem tenta defender a sua propriedade. Em causa a demolição, prevista para a semana, do já famoso prédio Coutinho, cujos 13 andares estão no caminho das bulldozers do Polis. Diz o autarca:

"Atrevia-me a pedir para que os moradores que estejam de boa fé, não se sujeitem eles próprios e as suas famílias a situações que são mais vistas em bairros periféricos de pessoas marginais que estão instaladas inadequadamente em barracas. Acho que, nesta fase, em que se verifica a determinação quer da Câmara, quer do Ministério do Ambiente, quer do Primeiro-ministro devia haver o bom senso de evitar situações pouco dignificantes para Viana do Castelo e para as próprias pessoas", refere Defensor Moura.

Ou seja, alguém sonhou, a vontade política continua a existir, a propriedade privada que se lixe.
Um grupo de moradores do prédio recorreu (mais uma vez) ao tribunal para impedir a posse administrativa do prédio pela VianaPolis:

O presidente da comissão de moradores, Abílio Teixeira, disse à Lusa que este o procedimento judicial visa o reconhecimento da caducidade da declaração de utilidade pública emitida pelo ministro do Ambiente para a expropriação e demolição do prédio.
"Por lei, a validade de uma declaração de utilidade pública é de um ano, pelo que a que diz respeito ao prédio já caducou, porque foi emitida a 18 de Agosto de 2005"(...)

Espero que a CMVC e a sociedade Polis local, depois de considerar este prédio "o maior aborto urbanístico" da cidade, não venham no futuro a ser construtoras (usando de dinheiros públicos para financiar os seus conceitos estéticos) de inúteis "abortos urbanísticos" como os promovidos pelo Polis de Setúbal.
Texto já colocado no Insurgente.

quarta-feira, setembro 13, 2006

Berlin/Fragmentos II




No interior do edifício Neue Wache (1816), deparamos com um memorial às vítimas da guerra.
Dentro de uma sala austera, apenas a escultura, representando uma mãe com o filho morto nos braços. A clarabóia deixa passar a luz do sol, a chuva, o frio e a neve, simbolizando assim a exposição das vítimas ao sofrimento.
A escultura é de Käthe Kollwitz (1867-1945).

Aniversários não esquecidos

Os da Miss Pearls (na versão XanelCinco) e do BilidaQuid.
Nascidos para a blogos no mesmo dia que o Office.

Outro aniversariante a merecer parabéns é o O Jazz No País do Improviso do Joao Moreira dos Santos.

Videoclip Lounging

A presidente omnipotente

RSO:

A presidente da autarquia determinou, por despacho de 8 de Setembro, ficar com os pelouros que já assumia - Cultura, Educação, Desporto, Juventude e Inclusão Social – acumulando com os que estavam atribuídos a Carlos de Sousa: Administração Geral e Finanças, Obras Municipais, Transportes e Mobilidade Urbana, Gabinete do Reequilíbrio Financeiro, Gabinete de Gestão de Programas de Reabilitação Urbana, Gabinete de Informação e Comunicação, Gabinete de Participação Cidadã, Gabinete de Planeamento Estratégico, Gabinete de Organização e Modernização Administrativa, Gabinete Jurídico e Secção de Notariado.

Maria das Dores Meira assume ainda o Urbanismo e fica com responsabilidades relacionadas com a Coordenação Geral, Relações Internacionais, Programa Polis, Saúde e relações com as freguesias e associações de moradores, de proprietários e de condóminos.

Ou a novel detentora da confiança dos controleiros comunistas do Edíficio Arrábida é uma super-mulher ou participa duma experiência totalizadora do poder (algo digno do seu partido). De qualquer forma, quem manda no destino da CMS não é ela. São alguns comunistas da velha cepa, daqueles que antes o goulag que a democracia. São esses desconhecidos, escolhidos através do centralismo (não) democrático dos camaradas do PCP, que controlarão o futuro da autarquia.

terça-feira, setembro 12, 2006

Videoclip Lounging

Fragmentos de Berlim



Por momentos senti-me apreensivo: afinal, o meu hotel não ficava assim tão perto da mítica Alexanderplatz. Ao invés, ficava bem encerrado no território da Berlim Oriental, num desses bairros que imaginamos do período socialista, pautados por uma arquitectura de sabor funcionalista, mas que bem podiam ser considerados aprazíveis se comparados às construções que pululam pela nossa área metropolitana. E havia a eficaz rede de trens (eléctricos) pela noite dentro, de onde uma voz feminina vagamente sensual nos anunciava a Indira-Gandhi Strasse ou a Rosa-Luxemburg Platz.
Depressa aprendi a gostar desta cidade, que respira uma atmosfera de liberdade; das suas ruas e dos seus cafés, que aliam a sofisticação à simplicidade; dos seus bares lounge e das suas fábricas e edifícios abandonados que encerram espaços de folia e de cultura. Perto de Oranienburg, numa grande farra num desses edifícios abandonados/okupados, um anarquista quis-me dar propaganda eleitoral (Berlim está em eleições locais). Quando lhe disse que era de Portugal, quis saber se por cá também tínhamos anarquistas; eu respondi-lhe que havia, mas que não iam a eleições. Ele assentiu, dizendo que compreendia, que os anarquistas por norma não iam a eleições, mas que na Alemanha tinham feito um compromisso com o parlamentarismo. Do pátio interior, núcleo da festa, descia um candelabro de cores reluzentes e dele estava suspensa uma bola de espelhos; daquelas que ornavam as discotecas. A música era como que uma simbiose entre o punk e as sonoridades originárias dos Balcãs. Deliciosa desordem.

segunda-feira, setembro 11, 2006

Videoclip Lounging

Grande poluidor

O Ministro da Inovação, Confiança e Outros Estados de Alma foi interceptado pela GNR-BT enquanto era conduzido a 212 Km hora na A1.
Para além do óbvio perigo para tão ilustre figura do governo, será que se lembrou S. Exa. do perigo que tal velocidade constituía para os demais cidadãos que circulavam por essa auto-estrada?
É assim que lhes pretende instilar a confiança donde milhares de empregos florescerão?
Mas muito mais grave e relevante que a vida dos outros automobilistas (para não falar na sua), é que o Sr. Ministro desafiou um colega, pondo em causa a coesão do governo e o espírito inovador (pelo qual é seu dever pugnar) das propostas legislativas na área do ambiente . Como vai ele explicar, ao respectivo colega, que rodava (voava baixinho, na realidade) a quase mais 100 Km que a velocidade máxima recomendada como limite não poluidor?
Onde pára a brigada ambiental da GNR?

Memória Negra

Example

Office Lounging

E vão dois.

sexta-feira, setembro 08, 2006

Helena

Helena Coelho
Aposto que sabe o hino do Vitória.

Videoclip Lounging

quinta-feira, setembro 07, 2006

Porque nunca porei os pés no "Avante!"

Via Insurgente / Tugir, notícia do DN de hoje:

Em resposta ao DN, o PCP, através de um comunicado do gabinete de imprensa, confirmou que estiveram presentes duas organizações provenientes da Colômbia, o Partido Comunista Colombiano e a revista "Resistência" - uma publicação que funciona como porta-voz das FARC - no âmbito dos convites que o PCP dirige e que se "baseiam exclusivamente na sua política de relações internacionais e na solidariedade dos comunistas portugueses para com aqueles que em todo o mundo desenvolvem processos de resistência e luta contra as políticas anti-sociais, antidemocráticas e belicistas das principais potências imperialistas, ou de governos claramente manietados e instrumentalizados por essas potências - como é o caso do governo colombiano".

O PCP "aproveita a oportunidade" para, mais uma vez, sair em defesa das FARC e "denunciar as tentativas de criminalização da resistência ao grande capital e ao imperialismo e para reiterar a sua frontal oposição à classificação pelos EUA e União Europeia das FARC - uma organização popular armada que há mais de 40 anos prossegue, entre outros objectivos, a luta pela real democracia na Colômbia e por uma justa e equitativa redistribuição da riqueza, dos recursos naturais da Colômbia e da posse e uso da terra - como organização terrorista".

Para não falar da presença dos democráticos comunistas norte coreanos.

Alguém de confiança

Example
SIC:

Licenciada em Direito pela Universidade Internacional e pós-graduada em Direito da Propriedade Industrial, Maria das Dores Meira, 49 anos, foi eleita vereadora da Câmara de Setúbal nas eleições autárquicas de Dezembro de 2001 e reeleita quatro anos depois, integrando as listas lideradas por Carlos de Sousa.

Ao longo dos cinco anos de mandato autárquico na Câmara de Setúbal foi responsável pelos pelouros da Educação, Cultura, Desporto, Juventude e Inclusão Social.(...)

A nova presidente da Câmara de Setúbal, que promete "cumprir o programa da CDU", só deverá anunciar a distribuição de pelouros na próxima sexta-feira, mas já fez saber que deverá assumir a responsabilidade pela administração e finanças, acumulando com os pelouros que lhe tinham sido atribuídos no início do mandato autárquico.

Desejo-lhe sorte e que a confiança dos seus confrades da concelhia comunista (no fundo, a democrática organização que gere a autarquia) nunca lhe falte tal como nunca faltou a Carlos Sousa em quase 30 anos.

Mas isso não lhes interessa para nada...

Segundo o constitucionalista Jorge Miranda, qualquer pessoa pode renunciar ao cargo que desempenha, neste caso numa autarquia, sendo substituído pelo "número 2".
No entanto, no caso da Câmara de Setúbal o "problema básico" reside no facto de a renúncia não ter sido fruto de uma decisão autónoma de Carlos Sousa, mas sim de uma imposição do partido, argumenta Jorge Miranda.
O Professor refere ainda que o que está determinado nos dias de hoje é que os eleitos têm de responder perante quem foi às urnas e que os elegeu, e não perante a força partidária que os indicou.

"Numa Democracia Representativa, os eleitos para exercer quaisquer cargos, desde junta de freguesia, câmara municipal, assembleia municipal, assembleia legislativa regional, Assembleia da República, Presidente da República, esses cidadãos respondem perante o povo, perante o conjunto dos eleitores e não perante aqueles que o propõem", explica Jorge Miranda.

Para o constitucionalista, este caso pode colocar em causa o próprio princípio da Democracia Representativa.

quarta-feira, setembro 06, 2006

Pela liberdade, sempre

Na sequência da discussão que se iniciou na blogos portuguesa, da qual o Carlos Castro e o Luís Tito dão conta no Tugir dos blogs envolvidos, também eu quero associar o Office Lounging ao pedido de liberdade para os prisioneiros feitos pela FARC, organização que pelos vistos merece o apoio e reconhecimento dos democráticos comunistas portugueses - na festa do Avante, lá estiveram, com a sua barraca a ficar perto da barraca dos comunistas norte-coreanos.
Apelo também a todos os leitores (e amigos) com simpatias comunistas, que façam chegar aos seus dirigentes partidários a sua indignação pelo acolhimento dado a esta organização terrorista.

(Visitem o site http://www.ingridbetancourt-idf.com/base/, que apela à libertação da candidata presidencial Ingrid Betancourt e de todos os outros reféns colombianos).

Bons comunistas

RSO:

Carlos de Sousa pediu a demissão de membro da Concelhia e da Direcção da Organização Regional de Setúbal (DORS) do PCP, duas semanas depois da renúncia ao mandato de presidente da Câmara de Setúbal.(...)
«Conforme já tinha dito, quero ser apenas um militante de base do PCP», limitou-se a dizer.

Não me podia estar mais marimbando para facadas nas costas ou outras quezílias internas entre membros do PCP. O problema é que das reuniões dos órgãos deste não-democrático partido saíu a centralmente (não) democrática decisão de mudar o executivo camarário. Deste processo, Carlos Sousa saíu como se da barrela (sabem o que é?) viesse. Limpo e imaculadamente santificado.
Não poderia haver erro maior de avaliação que tal lavagem de imagem.
Ele sempre foi um bom comunista, obediente em todos os momentos. Agora recordam-se-lhe posições de discordância com o centrais dirigentes vermelhos. Mas essas nunca terão sido de índole tão gravosa que o levassem a abandonar a obediência aos ditâmes da estrutura partidária, como de facto fizeram muitos outros. Não esquecer, por exemplo, que ele foi especialmente escolhido pelo inesquecível delfim Carvalhas para se transferir de Palmela para Setúbal, tal era a confiança nele depositada.
O militante de base Carlos Sousa continuará a ser um bom comunista, a fé inabalável nos amanhãs aos berros, intacta. Afinal, são quase trinta anos de leais serviços nos cargos que ocupou e para onde foi eleito em nome do PCP.
Ao contrário da minha amiga Sandra, não acredito, muito menos desejo, que se apresente como independente em futuras eleições. A não ser que, de repente, deixasse de ser um bom comunista.

terça-feira, setembro 05, 2006

Visto

Example

Lisa Kudrow.
Para quem tinha dúvidas que só na comédia ela seria capaz de brilhar (embora este filme se apresente como uma comédia, "sort of").
Pelo meio, lembrei-me de Transamerica (um dos grandes filmes do último ano).
Recomendável ir ver.

segunda-feira, setembro 04, 2006

Videoclip Lounging

Aforismo estupido-fiscal

Se a estupidez pagasse imposto, Fulano-de-Tal estava na lista de devedores ao fisco na internet.

Encarnado e vermelho

Lúis Filipe Vieira explicou aos jornalistas que aceitou um convite do director do jornal Avante!, José Casanova, benfiquista ferrenho tal como Jerónimo de Sousa. (...)
Enquanto ia dando autógrafos aos militantes comunistas que se aproximavam da mesa, Vieira elogiou a Festa do Avante!, afirmando-se impressionado com «a presença da juventude» na Quinta da Atalaia, Seixal.
«É sinal que este partido tem muita juventude. O PCP tem um papel importante na sociedade portuguesa. Esta é uma festa popular, e eu sou um homem do povo, um homem simples, não sou homem de fato e gravata como muitas pessoas possam pensar», declarou.

[PD]

Parafraseando uma frase famosa do futebolês nacional, pode-se dizer que o coração do presidente lampião só tem uma côr: encarnado e vermelho.

Pela estrada da Arrábida

Ontem, uma ida à praia serviu para apreciar os (impressionantes) trabalhos de consolidação das encostas da Arrábida e os túneis (?) que foram construídos.
Na realidade, não creio que lhe possamos chamar tal, pois do lado virado para o mar não são fechados (têm colunas) permitindo apreciar a paisagem e manter a entrada da luz do sol. Apesar disso, as autoridades rodoviárias acharam por bem colocar sinais de obrigatoriedade de acender as luzes do carro. Não consigo perceber a necessidade. O único túnel, completamente fechado, é o antigo, existente na Figueirinha e mesmo esse terá uns 10/15 metros de comprimento. Mas lá estão eles, os sinais de trânsito, a pedir aos Srs. da GNR que passem uma multa aos muitos que não acendem as lâmpadas do carro (ontem, todos os que passaram por mim).
Enfim...

sábado, setembro 02, 2006

Coisas que me passaram despercebidas

Durante as férias, estive afastado da internet e da blogos. Explica-se assim que só agora tenha dado conta desta amargura que o Filipe Moura carrega sobre uma das revistas do jornal onde estagia: sente que a revista Dia D, distríbuida com o Público (e que passará para a sexta-feira), é demasiado insurgente.
Preocupou-se ele, a meio de Agosto, com tal participação vinda de "um blogue onde se tenta vender a quem quiser comprar ideias" sobre a hegemonia da esquerda na MSM.

São uns tipos lixados, os insurgentes. É que se andam a vender essas e outras ideias, há já algum tempo e até com algum sucesso (medido pelo número de visitas diárias), ainda não fizeram qualquer distribuição de dividendos. Deve ser uma manobra capitalista para sonegar o lucro a este proletário postador insurgente. Será que deveria conceder uma dose ainda maior de "smileys" ao Grande Timoneiro ou ao Comandante?

Leitura recomendada

A ler, por setubalenses e não só, o excelente texto de opinião do João Carlos Silva, publicado no Setúbal na Rede: "O comunista demissionário".
Facilmente concordo com o que ele escreveu sobre a retirada de confiança a Carlos Sousa por parte da concelhia comunista, dada a avaliação da sua "obra", e a demissão por este apresentada.

(Via Insurgente).

sexta-feira, setembro 01, 2006

Videoclip Lounging

Tempos nefandos - II


Esta semana, que ainda não acabou e que inclui um fim de semana fechado na "repartição", fica adequadamente associada ao reaparecimento do quadro de Edvard Munch.
Não me ouvem...?