segunda-feira, agosto 31, 2009
quinta-feira, agosto 13, 2009
rendezvous festival setúbal
Os organizadores, simpaticamente, enviaram-me um email a dar conta de mais uma edição deste festival o qual tenho o maior prazer em divulgar:
O rendezvous festival setúbal decorrerá nos dias 22, 23, 24 e 25 de Outubro de 2009 e acontecerá no mítico espaço da Av. Luísa Todi nº 99, que alberga o Club Setubalense.
Naquela que será a sua segunda edição, o Festival apresenta uma programação que explora relações entre o Jazz e a Música Experimental, de Improviso e Electrónica, construindo um cartaz que integra participações nacionais e internacionais e que pretende ser plataforma comum a produtores de discurso transversal na área do Jazz.
Também em 2009, o programa de concertos completa-se com uma série de iniciativas paralelas – worshops, debates, cinema e after-hours – com vista a uma maior envolvência e acção do público no Festival.
Igualmente de assinalar, é a renovada plataforma de comunicação do rendezvous festival, que está, agora, mais próximo do seu público, através da criação de um novo site (www.rendezvousinfo.org), renovação do blog (http://rendezvousfestival.wordpress.com) da adesão ao Flickr, Vimeo, Youtube e Last.fm.
Organização: World Community of People Associação
terça-feira, agosto 11, 2009
A "Retoma" e o "Mundo às Avessas"
Com o espectro da Grande Depressão mais longe, a retoma anda na boca do mundo. De um mundo às avessas: o número de desempregados continua a crescer (vide os Estados Unidos), mas os especialistas já cantam a retoma da economia. De uma economia onde as pessoas não contam. O que conta, sim, são as cotações em bolsa e os lucros das instituições financeiras do costume. É assim o nosso mundo. Um mundo que parece viver de regularidades estatísticas. Talvez porque as estatísticas tenham propriedades terapêuticas.
Krugman, povocador, parece resistir a esse canto:
Krugman, povocador, parece resistir a esse canto:
So it seems that we aren’t going to have a second Great Depression after all. What saved us? The answer, basically, is Big Government.
Just to be clear: the economic situation remains terrible, indeed worse than almost anyone thought possible not long ago. The nation has lost 6.7 million jobs since the recession began. Once you take into account the need to find employment for a growing working-age population, we’re probably around nine million jobs short of where we should be.
And the job market still hasn’t turned around — that slight dip in the measured unemployment rate last month was probably a statistical fluke. We haven’t yet reached the point at which things are actually improving; for now, all we have to celebrate are indications that things are getting worse more slowly.
Just to be clear: the economic situation remains terrible, indeed worse than almost anyone thought possible not long ago. The nation has lost 6.7 million jobs since the recession began. Once you take into account the need to find employment for a growing working-age population, we’re probably around nine million jobs short of where we should be.
And the job market still hasn’t turned around — that slight dip in the measured unemployment rate last month was probably a statistical fluke. We haven’t yet reached the point at which things are actually improving; for now, all we have to celebrate are indications that things are getting worse more slowly.
sexta-feira, agosto 07, 2009
terça-feira, agosto 04, 2009
O que o PÚBLICO deveria ser...
Segundo o provedor do leitor:
E a “tradução” do crítico de música do Expresso, João Lisboa (faço minhas as palavras dele):
"função federadora" - vender mais do que os miseráveis números actuais, que o Belmiro, não tarda nada, fecha a torneira;
"não alienar os diversos grupos sociais" - na gebalhada da bola, não se toca nem com uma flor que os gajos passam-se! É piar fininho e deixar-se de fantasias (para a política, haverá normas a expor posteriormente);
"a responsabilidade não é de J.B. mas... de um clube" - os jornalistas/críticos são uns tontos que não medem o perigoso alcance do que escrevem e tem de haver quem os meta na ordem.
"Na esmagadora maioria dos casos, o redactor cai em si, muda o que tiver de ser mudado" - na esmagadora maioria dos casos, o redactor recorda-se que tem a prestação da casa para pagar, que não lhe dá jeito nenhum perder o emprego, mete o rabo entre as pernas e obedece ao chefe;”
O 'Público' que ambiciona claramente ter uma função federadora em relação à população portuguesa, deveria cuidar de não alienar os diversos grupos sociais com considerações gratuitas ou de mau gosto, eventualmente ofensivas. A responsabilidade não é de J.B., mas de um editor que deveria ter feito a leitura prévia do texto e chamar-lhe a atenção para uma passagem mais desprimorosa para os adeptos de um clube. Na esmagadora maioria dos casos, o redactor cai em si, muda o que tiver de ser mudado e o texto cumpre na mesma a sua função.
E a “tradução” do crítico de música do Expresso, João Lisboa (faço minhas as palavras dele):
"função federadora" - vender mais do que os miseráveis números actuais, que o Belmiro, não tarda nada, fecha a torneira;
"não alienar os diversos grupos sociais" - na gebalhada da bola, não se toca nem com uma flor que os gajos passam-se! É piar fininho e deixar-se de fantasias (para a política, haverá normas a expor posteriormente);
"a responsabilidade não é de J.B. mas... de um clube" - os jornalistas/críticos são uns tontos que não medem o perigoso alcance do que escrevem e tem de haver quem os meta na ordem.
"Na esmagadora maioria dos casos, o redactor cai em si, muda o que tiver de ser mudado" - na esmagadora maioria dos casos, o redactor recorda-se que tem a prestação da casa para pagar, que não lhe dá jeito nenhum perder o emprego, mete o rabo entre as pernas e obedece ao chefe;”
segunda-feira, agosto 03, 2009
Do Público, dos Killers, d' Os Belenenses e do exercício da crítica
Chegaram-me ecos desta tempestade causada por um artigo de João Bonifácio, crítico de música do jornal Público.
João Bonifácio conseguiu (diga-se que foi proeza de vulto) com um só texto desencadear a fúria dos adeptos do Belenenses e dos fans da banda pop Killers. Tudo aconteceu no último festival Super Bock Super Rock, que teve como palco o estádio do Restelo.
Não discuto o direito à indignação, quer dos adeptos d' Os belenenses, quer dos fans dos Killers, que se inscreve na esfera da liberdade de expressão (embora o teor de alguns comentários roce a boçalidade e o insulto primário). Mas já não posso aceitar, nem compreender, a reacção da direcção do Público, que em editorial assinado pelo jornalista Nuno Pacheco (sempre tão lesto a criticar os ataques à liberdade expressão noutras paragens do globo terrestre) vem pedir desculpa à instituição Belenenses (como os amadores dos Killers não são instituição, não tiveram direito a pedido de desculpa…), fragilizando e isolando um colaborador do jornal.
Enfim, o velho lastro do país (salazarento) que idolatra os consensos e abomina a crítica. O texto do Bonifácio até nem é coisa do outro mundo em matéria de irreverência ou de crítica corrosiva (basta ir ao arquivo histórico do Público), mas recorria ao humor para retratar aspectos de mais um festival de música. E o humor incomoda muita gente. Incomodou os adeptos do Belenenses, os admiradores dos Killers e a direcção do Público, talvez ávida de leitores em tempo de crise. E, em tempo de crise, a dissensão não é tolerada. Mas diríamos mais, o editorial do Público é um convite à auto-censura. Ou, na melhor das hipóteses, a uma crítica pífia.
João Bonifácio conseguiu (diga-se que foi proeza de vulto) com um só texto desencadear a fúria dos adeptos do Belenenses e dos fans da banda pop Killers. Tudo aconteceu no último festival Super Bock Super Rock, que teve como palco o estádio do Restelo.
Não discuto o direito à indignação, quer dos adeptos d' Os belenenses, quer dos fans dos Killers, que se inscreve na esfera da liberdade de expressão (embora o teor de alguns comentários roce a boçalidade e o insulto primário). Mas já não posso aceitar, nem compreender, a reacção da direcção do Público, que em editorial assinado pelo jornalista Nuno Pacheco (sempre tão lesto a criticar os ataques à liberdade expressão noutras paragens do globo terrestre) vem pedir desculpa à instituição Belenenses (como os amadores dos Killers não são instituição, não tiveram direito a pedido de desculpa…), fragilizando e isolando um colaborador do jornal.
Enfim, o velho lastro do país (salazarento) que idolatra os consensos e abomina a crítica. O texto do Bonifácio até nem é coisa do outro mundo em matéria de irreverência ou de crítica corrosiva (basta ir ao arquivo histórico do Público), mas recorria ao humor para retratar aspectos de mais um festival de música. E o humor incomoda muita gente. Incomodou os adeptos do Belenenses, os admiradores dos Killers e a direcção do Público, talvez ávida de leitores em tempo de crise. E, em tempo de crise, a dissensão não é tolerada. Mas diríamos mais, o editorial do Público é um convite à auto-censura. Ou, na melhor das hipóteses, a uma crítica pífia.
O que é bom para Wall Street, é mau para a América
Poderia ser o título deste artigo de opinião de Paul Krugman, um outro título para a mesma realidade, a das instituições financeiras que recuperaram a expensas dos contribuintes e que depois repartem generosamente lucros e bónus entre os seus colaboradores (para empregar a novilíngua do mundo da empresa):
Americans are angry at Wall Street, and rightly so. First the financial industry plunged us into economic crisis, then it was bailed out at taxpayer expense. And now, with the economy still deeply depressed, the industry is paying itself gigantic bonuses. If you aren’t outraged, you haven’t been paying attention.
But crashing the economy and fleecing the taxpayer aren’t Wall Street’s only sins. Even before the crisis and the bailouts, many financial-industry high-fliers made fortunes through activities that were worthless if not destructive from a social point of view.
Os sublinhados são meus, porque ilustram a – nossa - doença civilizacional, ou seja, os lucros de uns muito poucos que se entregam a actividades desprovidas de qualquer utilidade social e, além do mais, perniciosas para restante sociedade. O peso que tais práticas assumiram nos hodiernas sociedades.
E dois exemplos:
Americans are angry at Wall Street, and rightly so. First the financial industry plunged us into economic crisis, then it was bailed out at taxpayer expense. And now, with the economy still deeply depressed, the industry is paying itself gigantic bonuses. If you aren’t outraged, you haven’t been paying attention.
But crashing the economy and fleecing the taxpayer aren’t Wall Street’s only sins. Even before the crisis and the bailouts, many financial-industry high-fliers made fortunes through activities that were worthless if not destructive from a social point of view.
Os sublinhados são meus, porque ilustram a – nossa - doença civilizacional, ou seja, os lucros de uns muito poucos que se entregam a actividades desprovidas de qualquer utilidade social e, além do mais, perniciosas para restante sociedade. O peso que tais práticas assumiram nos hodiernas sociedades.
E dois exemplos:
One involves the rise of high-speed trading: some institutions, including Goldman Sachs, have been using superfast computers to get the jump on other investors, buying or selling stocks a tiny fraction of a second before anyone else can react. Profits from high-frequency trading are one reason Goldman is earning record profits and likely to pay record bonuses.
On a seemingly different front, Sunday’s Times reported on the case of Andrew J. Hall, who leads an arm of Citigroup that speculates on oil and other commodities. His operation has made a lot of money recently, and according to his contract Mr. Hall is owed $100 million.
What do these stories have in common?
The politically salient answer, for now at least, is that in both cases we’re looking at huge payouts by firms that were major recipients of federal aid. Citi has received around $45 billion from taxpayers; Goldman has repaid the $10 billion it received in direct aid, but it has benefited enormously both from federal guarantees and from bailouts of other financial institutions. What are taxpayers supposed to think when these welfare cases cut nine-figure paychecks?
On a seemingly different front, Sunday’s Times reported on the case of Andrew J. Hall, who leads an arm of Citigroup that speculates on oil and other commodities. His operation has made a lot of money recently, and according to his contract Mr. Hall is owed $100 million.
What do these stories have in common?
The politically salient answer, for now at least, is that in both cases we’re looking at huge payouts by firms that were major recipients of federal aid. Citi has received around $45 billion from taxpayers; Goldman has repaid the $10 billion it received in direct aid, but it has benefited enormously both from federal guarantees and from bailouts of other financial institutions. What are taxpayers supposed to think when these welfare cases cut nine-figure paychecks?