sexta-feira, julho 30, 2010

Feira de Santiago

A Feira de Santiago devia deixar a zona de pântanos para onde foi desterrada. Fui lá no ano em que se mudou e jurei não voltar. O relato que um amigo me fez, esta semana, das condições da feira (desde o estacionamento às melgas) confirmam a minha decisão.
Ainda por lá haverão as bolachas Piedade, as bifanas do Seninho ou as farturas do Penim?

As obras de Santa "Luisa Todi" Engrácia

A sério!?
Agora é que é!?
Huuummmm......

quinta-feira, julho 29, 2010

Liberdade de comércio, o meu interesse e uma coisa que nenhum socialista ainda conseguiu explicar o que é

Dentro de um mês é lançado mais um livro de Tom Sharpe, mais um episódio na saga de Wilt - "The Wilt Inheritance".
O livro encontra-se disponível para pré-encomenda na livrarias online portuguesas e inglesas.
O preço na livraria online portuguesa que consultei é de 20,66 euros.
O preço na livraria online inglesa que costumo usar é de 17.23 euros na versão hardback e de 11,67 euros na versão paperback. E este preços são os finais, sem acréscimo de mais nenhuma despesa de envio ou diferença cambial.

Fantástico mundo em que o capitalismo e o comércio livre entre nações permitem manter o meu pequeno vício a tão baixo custo comparativo, comprando a empresas estrangeiras e beneficiando da livre circulação de meios de pagamento. Ainda bem que os socialistas que por aí andam a proclamar a defesa de um tal "interesse nacional" não têm ainda poder suficiente para me obrigar a comprar livros numa livraria portuguesa e para me impedir de enviar o meu dinheiro para o estrangeiro.

quarta-feira, julho 28, 2010

A Infância de Ivan

Broadcast

sexta-feira, julho 23, 2010

Independância do Kosovo não viola a lei

Segundo o Tribunal Internacional de Justiça, a declaração unilateral de independência do Kosovo não constitui uma violação do direito internacional.
Aparentemente, a deliberação do tribunal baseou-se no facto de a legislação internacional não conter qualquer norma que em si mesma proíba o acto de proclamação da independência. Depreende-se então que tal também será válido para os sérvios do Kosovo, maioritariamente concentrados no Norte, se estes decidirem proclamar a independência desta exígua parcela de território. E para muitos outros por esse mundo fora (por exemplo, os ossetas da Geórgia).
Contudo, o acto de proclamar não basta, é preciso poder para que a independência se materialize. O desejo de autodeterminação sem poder, muito provavelmente, não se consumará em independência; a não ser num contexto de fraqueza ou implosão de um poderoso estado multinacional (vide União Soviética). E as frágeis entidades nacionais saídas desses processos de implosão necessitam, para sobreviverem no longo prazo, do amparo de uma potência forte. Ou de uma ordem mundial alicerçada no poder de uma ou mais potências hegemónicas.
Enfim, são as circunstâncias históricas que fazem com que determinadas nações (no sentido de povos) alcancem a independência e outras não. Mas não há justiça na História, apenas força e circunstância.
O Kosovo deve a sua independência ao poder da hiperpotência americana e, também, ao progressivo ocaso da Rússia, depois da dissolução do espaço soviético. Já os curdos da Turquia não contam com o amigo americano nem com qualquer potência disponível, pelo que o seu destino é permanecerem dentro do espaço político legado por Kemal Atatürk.

quinta-feira, julho 22, 2010

Contradições liberais

Na narrativa liberal coeva, o Estado castrador impede o indivíduo de prosseguir a sua vida em condições de liberdade. Por isso, as constituições devem acima de tudo limitar o poder do Estado, garantindo a protecção dos direitos individuais.
Em bom rigor, não é difícil entrever os riscos implicados na expansão do estado, na sua insinuação nos mais diversos domínios da vida dos cidadãos. Daí, a necessidade de limitar o seu poder por meio das constituições e da lei geral que delas decorre.
Todos nós, os que tememos as várias manifestações do poder absoluto, e conhecemos o lastro (histórico) de violência do estado, comungamos de tal necessidade. Diríamos mais: que esse postulado faz parte do corpo central de valores das modernas democracias.
O problema é que, para os liberais dos nossos dias, a latitude dos direitos individuais quase se estreita no sacrossanto direito de propriedade/liberdade da Empresa.
Aqui, na maior ou menor latitude com que se definem os direitos individuais, bem como no seu alcance, estamos em discordância. Aqui, entramos no terreno das divergências ideológicas.
E o discurso que nos alerta para os riscos do poder sem freio do estado é o mesmo que hoje erige outra totalidade em valor sacrossanto, a saber, a empresa. E fá-lo por meio de um eficaz artifício que equipara a empresa ao indivíduo, categorias remetidas para o campo da liberdade contratual, de onde o estado se deveria abster de interferir. Sob a liberdade contratual assim entendida, escondem-se assimetrias de poder que transformam a negociação entre partes iguais em direito num mero simulacro. Porque (coisa que este discurso omite) a empresa é uma realidade colectiva. E, como tal, tem os meios e os recursos para se impor ao indivíduo que isoladamente vende a sua força de trabalho. Mas sobre os abusos de poder da empresa, sobre as opressões geradas no seu seio, nada aí encontramos, visto que a novilíngua liberal substitui habilmente o indivíduo pelo colaborador.
A narrativa liberal recorre ao argumento da liberdade contratual contra a negociação colectiva, no intuito de deslegitimar as formas associativas dos trabalhadores. Nela, estes últimos passam a colectivos que restringem a liberdade de negociação no mercado.
Visa com isso tão-só a atomização do trabalhador para aumentar a liberdade da empresa. É assim uma liberdade só ao alcance de alguns. Dos que podem.
A narrativa liberal ignora que o estado, ao instituir a contratação colectiva e ao impor limites ao despedimento, está a contribuir para o exercício da liberdade por parte dos que menos podem.
É por isso que o enfraquecimento da contratação colectiva e a revogação do despedimento por justa causa, desejos manifestos de Pedro Passos Coelho para uma hipotética revisão da Constituição da República Portuguesa, não são um caminho de liberdade, mas sim de servidão.

segunda-feira, julho 12, 2010

Leituras sobre carris


Money - Martin Amis
Há edições em português mas tenho a certeza que muito se perderá.

domingo, julho 11, 2010

A África do Sul está de parabéns!

E está por isso entre os vencedores deste Mundial. Um Mundial bem mais interessante do que os quatro eventos precedentes, marcados pelo cinzentismo. Viva a África do Sul!

No one died. No one was stabbed, no one was kidnapped and no one took a wrong turn into the clutches of a gang of garrotters. One American tourist did get shot -- in the arm -- but he wasn't here to watch the World Cup.

History will show that South Africa defied fears of violent chaos to host one of the best-attended World Cups to date. It has put Africa on the global sporting map in a way which seemed unthinkable only six months ago when Togo's footballers were ambushed by machine-gun fire before the Africa Cup of Nations in Angola. Afro-pessimism spiked, with a prophet of doom in the unlikely shape of then Hull City manager Phil Brown questioning whether South Africa was up to the job.


In Mail&Guardian

quinta-feira, julho 08, 2010

Elucidativos, os comentários a esta notícia

Via o Setubalense:
"Tribunal suspende autorização para instalação da Decathlon em Setúbal
(...)
A Quercus salienta que "ficou provado em tribunal que, dada a existência de um povoamento de sobreiros existem outras alternativas que poderão ser equacionadas pela contra-interessada (Decathlon) e ponderadas pela administração".
(...)
A Quercus afirma que "não está contra a instalação da Decathlon em Setúbal, mas deve ser devidamente estudada a sua localização, podendo eventualmente a própria Unidade Comercial ou Loja Decathlon ser localizada dentro da área urbana de Setúbal, requalificando edifícios degradados e promovendo o emprego na cidade, em vez de se efectuar uma expansão da malha urbana de forma casuística e sem qualquer planeamento integrado"."

Não consigo perceber exactamente onde, "dentro da área urbana de Setúbal", se poderia localizar uma plataforma logística ("Centro de Aprovisionamento Logístico") e acomodar toda a previsível movimentação de veículos pesados. Mas a estes "melancias" (verdes por fora e vermelhos por dentro) nada importa. Nem o facto de milhares de novos sobreiros e de hectares terem sido plantados na última década significando um crescimento e rejuvenescimento florestal imenso. Que tenha dado conta, nas zonas que conheço, não recordo nenhuma participação dos seus dirigentes (setubalenses, por infelicidade da cidade) ou do dinheiro dos seus bolsos na altura de arrancar estevas ou cortar silvados pelo meio dos novos montados.
Por enquanto conseguiram atrasar, de forma talvez definitiva, a criação de empregos que Setúbal tanto precisa.