Freddie Hubbard (1938 - 2008)
Frederick Dewayne Hubbard soprando para a Cantaloupe Island.
Escritas de quem tenta aturar o trabalho da melhor maneira possível.
Foi um ano em constantes mudanças, um recordar que planear o futuro é uma ciência mais intuitiva que a simples leitura de padrões passados.
A continuação que o ínicio do ano apontava, logo se transformou em sinais de alarme para os fogos que, de forma invísivel, já estavam ateados. Muitos foram apanhados desprevenidos mas uns quantos há muito tinham identificado as condições incendiárias que um dia haveriam de atear os fogos. A era do crédito fácil, encorajado pelo populismo político ignorante (devidamente aconselhado pelos teóricos do direito social à repartição da riqueza), gerou um exército de gestores desejosos de ganhar na margem com os volumes crescentes que geriam. Agora é díficil explicar ao Povo que afinal não podem, não devem, viver da riqueza alheia, aquela que lhes é prometida pelo crédito facilitado pela abundância monetária (e respectivas taxas de juro) e pela subsidização da indolência e da irresponsabilidade pessoal promovida pelos impostos cobrados.
Pessoalmente, 2007 tinha sido um ano de viragem significativa. O ano de 2008 veio recordar-me que nada é garantido, que a permanência e o descanso sobre o "status quo" de um determinado dia é transitório. Para o mal mas sei que também para o bem. Resta-me continuar a fazer aquilo que sempre fiz: planear para os dias de chuva e esperar que afinal os dias de sol sejam em maioria.
Por falar em sol e chuva: a minha estrutura física e o meu sistema respiratório não se dão nada bem com o frio e o enregelamentos madrugadores a que uma vida proletária suburbana me obriga. Gostaria, pois, de lavrar o meu protesto contra os que andam por aí a prometer paraísos de aquecimento global quando 2008 foi prova de um esfriamento generalizado. Será que a geração que há 20/30 anos previa o cataclismo de uma nova idade do gelo estaria assim tão errada?
Termino com os meus votos para 2009. Pelos vistos vão ser 3. E nesta altura ainda não sei em quem nem no quê. Apenas admito fazer mais barulho que o habitual contra a cambada de mentirosos que para aí anda (e respectivos acólitos), adversários dissimulados da Liberdade e todos os que continuam a procurar para si e para a sua clientela as rendas que sabem poder extrair do controlo político gerado pelo voto democrático.
De resto, tentem sobreviver mais 365 dias, pensem por vocês, em vocês e nos que vos são queridos. E deixem os outros viver a vida na Liberdade que todos queremos para nós próprios.
Eu espero continuar (mais...) por aqui.
No DD:
De acordo com dados do Observatório da Avaliação de Desempenho, órgão criado pela Federação Nacional dos Sindicatos da Educação e pelo Instituto Superior de Educação e Trabalho, apenas 26 por cento dos inquiridos continuariam a escolher a profissão de professor.
Ou seja, 74% dos professores inquiridos (segundo a notícia foram 1.100) preferiam ganhar a vida de outra forma. Também diz a notícia que 81% dos inquiridos preferia pedir a aposentação mesmo sofrendo penalizações.
Resumindo: apenas 19% dos 1.100 inquiridos gostariam de continuar activos como professores.
Se isto não é um indicador do mercado (se os restantes insurgentes me perdoam o abuso da expressão) não sei o que será. Seria de esperar uma redução astronómica do número de candidatos aos concursos de colocação bem como a redução a zero das candidaturas a cursos universitários que formassem professores.
Mas não será isso que acontecerá.
Porquê?
Porque os inquiridos estão a ser, digamos, menos fiéis às suas reais intenções (não estão a ser obrigados a pôr “o dinheiro onde a boca está”) e porque o aconchego de ser funcionário público é cada vez mais desejado e estimado no contexto actual do mercado de trabalho.
Quando voltar a época das candidaturas universitárias e dos concursos estatais de colocação de professores, lembremo-nos deste inquérito.
Já colocado no Insurgente.
Este fim de semana foi possível testemunhar o estacionamento fora das zonas permitidas, ao longo das faixas de rodagem, ao lado das redes de marcação da zona de obras. Eu sei que é díficil encontrar lugar de estacionamento - daí a ressalva inicial. Espero apenas que dentro de meses se volte a poder circular sem nos preocuparmos se o carro à nossa frente acabou de estacionar no meio da avenida ou se apenas parou antes de continuar a sua marcha.
E os arrumadores? Ou melhor dizendo, aquele bando de janados que as autoridades continuam a permitir que insultem ou, de qualquer forma, maltratem ou chantageiem quem se recusa a dar-lhes a moedinha que recompense a indolência e as escolhas que fizeram na vida.
Está mais que provado, em muitas urbes bem maiores que a nossa, que o combate à pequena delinquência tem frutos na criminalidade em geral. Talvez se a passividade e a demissão da Justiça nestas situações seja razão para que a Polícia se torne complacente com a prática de pedir uma moedinha em zonas de parqueamento pago em parquímetros.
Infelizmente, não tenho grandes dúvidas que continuarão e aumentarão de número. Já hoje é recorrente ver disputas territoriais como a que assisti este fim de semana - um espctáculo rídiculo e deprimente entre quem em tempos foi um projecto de ser humano.
Eu sei. Sou desumano e não tenho em contas a problemática social das vítimas de toxicodependência.
Por mim, queria apenas que se fossem encher de moscas para bem longe.