terça-feira, dezembro 28, 2004

Férias

O "Office" irá estar em férias até à passagem de ano.
Vou aproveitar para investigar se ao largo existe deficit democrático ou somente o livre exercício da escolha.
Boas entradas!

domingo, dezembro 26, 2004

Desespero e Esperança

DesesperoaaExample

Tudo no mesmo dia. Tudo no mesmo planeta.

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Feliz Natal!

Example

Façam o favor de ter o Natal mais feliz de sempre.
Até já!

Mudança de Office

A minha "repartição" vai mudar de poiso. Vamos, a bem dizer, para o "far-west": rodeados de verde, hortas, ovelhas e alguns bairros sociais. Os capitalistas que são donos da estrutura informática (e das secretárias, armários, canetas e demais papelada) que permite a este escriba comunicar com os seus visitantes, acham que é um "very beautiful place".
O resultado é um bando de gente tresloucada, à procura das últimas caixas disponíveis para embalar os seus arquivos e outra tralha acumulada ao longo de anos. A saída para férias de Natal e o ínicio do ano novo marcam o fim de um ciclo que para muitos dos co-habitantes da "repartição" durou 30 anos. Embora por cá ande há menos, também vou ter algumas saudades.
Períodos de mudança ou crise permitem introduzir novos hábitos, comportamentos e procedimentos. As saudades devem ser dominadas pela razão que nos faz olhar para o futuro. As nossas escolhas e decisões devem ter em conta o que pretendemos que seja a nossa vida ainda por vir.
É também esse o meu desejo para este país.

As eleições na Ucrânia

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No domingo, dia 26 de Dezembro, os ucranianos vão de novo a votos. Os dois candidatos a presidente são Viktor Yanukovych (à direita no cartoon e caracterizado como pró-russo e apoiado por Putin) e Viktor Yushchenko (à esquerda no cartoon; ex-primeiro ministro e presidente do banco central, considerado pró-europeu e reformista). Testes mostram que a alteração física que este sofreu foi causada por envenenamento: os níveis de uma dioxina venenosa encontrada no seu sangue são 6.000 mais altas que o normal.

Porque é que Bush ganhou?

Este é o título do artigo de John Micklewaith e Adrian Wooldridge na revista Reader's Digest de janeiro '05. Os dois escrevem para a The Economist há 20 anos e são autores do livro "The Right Nation: Why America Is Different".
G.W.B.
"Hoje, 40% dos Americanos identificam-se como conservadores, comparativamente com 20% que se auto-intitulam liberais. Essa América conservadora é especialmente difícil de compreender para os estrangeiros, porque raramente a visitam. As cidades costeiras que os estrangeiros conhecem melhor (Nova Iorque, São Francisco, Boston) votaram Kerry. A América que votou Bush foi o Sul e o Oeste não-litoral; foi a América oculta dos subúrbios, dos «exúrbios» (os subúrbios dos subúrbios) e dos centros comerciais, a América que vai à Igreja todas as semanas, que apoia a guerra do Iraque e olha com desconfiança as Nações Unidas."

"Três forças ajudaram Bush a mobilizá-los e a trazê-los ao campo de batalha para lutarem pela causa Republicana.(...)A primeira, foi a guerra contra o terror(...);A segunda, foram os valores[morais](...);
A terceira força, foi o optimismo. Bush apresentou-se decididamente como o candidato do futuro, e não do passado. Era ele que queria reformar a Segurança Social em vez de a manter atrofiada. Era ele que jurava redimir a tradicional promessa americana de promoção social através da reforma da educação, da criação de uma sociedade de proprietários, da libertação do mundo empresarial de regulamentações asfixiantes.
Em contraste, a mensagem de Kerry para muitos eleitores foi a de um homem com medo do futuro, incansavelmente centrado em tudo o que corria mal desde os rendimentos em erosão dos Americanos aos custos em subida da Saúde, sem nunca sugerir soluções claras."


"Antes de Novembro de 2004, muitas pessoas fora dos Estados Unidos estavam dispostas a aceitar os pontos de vista de Michael Moore sobre a presidência de George W. Bush: que a Casa Branca estava temporariamente refém de um texano néscio. Essa tese de Michael Moore ajudou a transformá-lo numa figura com grande autoridade na Europa – à frente nas listas de vendas em país atrás de país, galardoado com a Palma de Ouro do Festival de Cannes. Só que estava errada."

"Esta América pode ter sobre um grande leque de questões posições diferentes das dos países europeus; mas fundamenta-se em ideias comuns de democracia, liberdade e primado da lei. Os Europeus conseguiriam bem melhores resultados trabalhando com esta América que elegeu Bush do que debatendo-se contra ela."

quarta-feira, dezembro 22, 2004

Olhei para o Céu

Example

"Olhei para o céu, estava estrelado
Vi o Deus Menino em palhas deitado.
Em palhas deitado, em palhas estendido,
Filho duma rosa, dum cravo nascido!"
E vi Sirius, a nebulosa de Orion, o cometa Machholz e uma estrela cadente.
Da última vez que pedi um desejo, ele concretizou-se. Inesperadamente, como convém no amor.

Custo, despesa, pagamento

Chamem-lhe o que quiserem, embora os significados sejam diferentes.
A verdade é que tão disparatado foi este insert a publicitar o orçamento, como disparatado é o hábito das câmaras municipais publicitarem os feitos dos respectivos edis, sendo que este hábito atravessa todas as denominações partidárias.
Em que parte da política de contenção do déficit se inscrevem os 100.000 euros é o que eu queria saber.
"O ministro das Finanças, Bagão Félix, sugeriu hoje aos clubes de futebol que deixem de adquirir jogadores para as suas equipas por forma a regularizar as dívidas ao fisco."(No Público)

E vender? Podem ou devem? Presumo que a resposta seja afirmativa. Mas obedecendo às sugestões do ministro (as quais subscrevo), as transferências em Janeiro só poderão ser para o estrangeiro. Como no âmbito do totonegócio a Liga e a FPF são responsáveis pelas dívidas não pagas, estas entidades também não deveriam poder inscrever novos jogadores.
Neste cenário, lá vai o Jorginho ter de ir para a Turquia ou Japão. Ou ficar no Bonfim, se o campeonato não acabar antes de Fevereiro por falência dos clubes e penhora das instalações.

Os miseráveis

Os miseráveisExample
O Telegrah reporta o aprofundar da crise humanitária na região de Darfur, com a saída do terreno da organização "Save the Children" depois de quatro dos seus funcionários terem sido mortos. Os "Médicos sem Fronteiras" vão permanecer (via BBC), mesmo depois da morte de um dos seus funcionários (retirou-se do Afeganistão depois da morte de cinco colaboradores).

Tal como acontece no Iraque, este tipo de ataque a quem presta ajuda humanitária, resulta imediatamente em prejuízo dos civis indefesos. Todas as conversações no âmbito da ONU e da União Africana nada resolveram. Cada vez mais fica demonstrado que a diplomacia sem força militar para a suportar, tem fraquezas usadas por quem não respeita os direitos humanos. Enquanto Kofi Annan fala, há milhares a morrer.
Eu prometo ir acompanhando esta crise que mostra a impotência das actuais instituições internacionais.

E vão seis

O homem do braço no ar

O PCP apresenta hoje o seu cabeça de lista por Setúbal. Não é outro senão Francisco Lopes, que no último congresso comunista tanto se revoltou pela obrigatoriedade do voto secreto por não se coadunar com o espírito do partido.
Foi um dos nomes falados para suceder a Carvalhas e herdou o pelouro do sector laboral que pertencia a Jerónimo de Sousa.
Setúbal representa 4 dos 12 actuais deputados comunistas.

Camarada Lopes: desde já lhe digo que pode contar comigo - para não votar em si. O que me fez decidir foi a sua intransigente defesa dessa coisa do braço no ar. É demasiado sovaco suado à mostra, para o meu gosto.

terça-feira, dezembro 21, 2004

Alô? Está? António Vitorino?

"- Daqui fala Vitor Constâncio. Sim. Acabei de falar com o homem. Sim, está melhorzinho, está. Olha, pá, liguei-te para te aconselhar sobre a filosofia que a nossa política económica deve seguir.
(ao auscultador ouvem-se barulhos disconexos, tosses, engasgos...)
Qu'é que foi?!? Então a vitória em Fevereiro não vai ser de todos os companheiros e camaradas? Essa coisa das "Novas Raias" ou "Fronteiras" não está aberta a todos? Olha que, ao contrário de alguns, eu já tive a coragem de ser SG. 'Tá certo que nas eleições o Cavaco me deu uma sova, mas... Não interessa! Ouve, tens de escrever aí no programa: «aumentar as receitas efectivas e conter as despesas».
(risos abafados, e depois gargalhadas desbragadas é o que se ouve no auricular).
Eh pá! Importas-te?!?! Olha que o Santana ainda não esticou o pernil político e o Paulo anda a dizer que os ministros dele se fartaram de trabalhar. Temos de passar uma imagem de responsabildade. Seria um cena fracturante dada a balburdia actual."
As gargalhadas tornam-se tão sonoras que o Governador do Banco de Portugal tem de afastar o telefone do ouvido. Entristecido por mais uma vez o seu partido não lhe dar ouvidos, prepara-se para se afastar na direcção do pôr do sol. Mais um reformado por conta da Caixa de Aposentações.
Do outro lado da linha, o ex-Comissário retoma a conversa com o dono do casaco Armani que se senta à sua frente.
"-Já viste este tipo? Estes ex- Secretários Gerais são uns chatos... Todos eles: o Mário e os golpes militares, o Sampaio que se adiantou na dissolução, este com a mania de ser poupadinho! Então e as políticas sociais? Somos ou não os herdeiros e guardadores do estado providência, que tudo vê, tudo controla e a todos tira para redistribuir?
Ó pá...'Tás acordado ou quê? 'Tás a ouvir?"
O olhar, perdido no espaço, do seu interlucotor parece maquiavélico de conteúdo. A pausa que o telefonema lhe proporcionou deixou-o ordenar os pensamentos e reafirmar a justeza da sua luta.
"Eles vão ver. Eu vou lixá-los todos. Pensavam que se tinham visto livres de mim? Já sou SG, mas ainda não terminei. Ah, não...! Eles vão ver. Vou co-incinerar tudo o que me apareça à frente!"

Liberés

Os jornalistas franceses sequestrados a 20 de Agosto no Iraque terão sido hoje libertados (no Le Monde):
"Le porte-parole du ministère des affaires étrangères français, Hervé Ladsous, a annoncé que les deux journalistes détenus en Irak, Christian Chesnot et Georges Malbrunot, "ont été libérés" mardi et seront de retour mercredi en France. (AFP.) "

Lápis azul

Será isso que o bloggers do Barnabé se propõem usar no sistema de controlo prévio dos seus comentários?
Deixo-vos a minha proposta para alterarem o icon dos vossos ratos:
Pode ser prefiram mudar a cor para vermelho. É o vosso direito como donos e responsáveis do espaço onde os comentários são publicados. Se ao menos também reconhecessem aos outros o direito de regular aquilo que é deles.

O património no estado

A Maura, que está no lado Sudoeste do Atlântico (espero que o fim da Primavera anuncie um grande Verão), continua atenta e preocupada com o património cá da "terrinha". Foi no seu Diário de Lisboa que vi referida esta notícia do Público:
"O Instituto Português do Património Arquitectónico (Ippar) quer devolver ao Ministério das Finanças um palacete do século XIX que lhe comprou na Estrada de Benfica, em Lisboa, e que ajudou a deixar degradar, não fazendo nele quaisquer obras.
Cerca de cinco anos depois de ter pago 300 mil euros pelo imóvel, o instituto que tem como missão zelar pelo património tenciona não apenas entregá-lo de volta ao Ministério das Finanças, em pior estado do que lhe foi parar às mãos, como ainda por cima pedir àquele organismo a devolução do dinheiro. "

Por cá discute-se se o Estado deve ou não ser proprietário / senhorio.

Uns são menos contribuintes que outros

"A notificação enviada, na passada semana, à Liga e à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para pagamento das dívidas fiscais (...) não incluiu dívidas, de montante superior a 6,5 milhões de euros, apuradas pela própria comissão de acompanhamento das dívidas dos clubes."

Além das explicações das autoridades fiscais, espera-se que o Eng Sócrates ou alguém da sua entourage nos elucide sobre qual o futuro que vê no acordo que o PS estabeleceu com a Liga e a FPF (o famoso totonegócio).
Digam lá se Berlusconi não tem razão quando diz que a fuga aos impostos deve ser encarado como algo natural?

segunda-feira, dezembro 20, 2004

E agora, algo completamente diferente...

Numa mudança de tom em relação ao post anterior, anuncia-se "Spamalot".

"Spamalot".aaaaaaaaNada?aaaaaaaaaaaaaDoesn't ring a bell?
Então e "killer rabbits"? E cascas de coco a soar a galope? E cavaleiros sem pernas nem braços?
E se juntarem "spam,spam,spam..." com "Camelot"?

Ainda nada?!?!
'Tá bem... Eu explico: já estão à venda os bilhetes para o musical de Eric Idle, "Spamalot". Com Hank Azaria ("Simpsons", "Mad about you"), David Hyde Pierce (Niles Crane de "Frasier") e John Cleese na voz de Deus (só podia) e com a participação de vacas cantoras.
E de coelhos assassinos, claro.
Animal perigoso!

Ainda Darfur

Darfur (via El Mundo)
No rosto de uma criança, a tragédia dos refugiados em Darfur. A Unicef escolheu este trabalho de Marcus Bleasdale como a fotografia do ano.

No Le Monde de hoje, relata-se a impotência da força de paz da União Africana (800 soldados) frente aos "Janjawids" apoiados pelo governo sudanês:
"Au lendemain d'un week-end marqué par "l'ultimatum" de l'Union africaine (UA) pour faire cesser les combats et les exactions dans le Darfour, partie de l'ouest du Soudan où le gouvernement de Khartoum affronte plusieurs mouvements rebelles, l'incertitude sur le sort de quelque 160 000 civils, désormais coupés de tout accès à l'aide alimentaire, risquait d'alourdir encore un bilan qui, depuis février 2003, selon les estimations des Nations unies, porte déjà sur 70 000 morts et plus de 1,6 million de déplacés. "

Rendimento Social de Inserção (RSI)

O Rendimento Social de Inserção (RSI) na Madeira é o mais alto por beneficiário e por família. Os mais baixos estão em Évora e em Castelo Branco.
Numa análise simplista, reconheço nestes dados a tradicional auto-suficiência alentejana e a tradicional dependência, do orçamento de estado, madeirense. Ou então, uma melhor informação aos seus habitantes de como podem usufruir deste rendimento extra, originário da solidariedade de todos os contribuintes.
O Público (via Intermitente) dá conta de como este tipo de subsídio pode favorecer a indolência.

Co-operação oferecida

Ou cooperação, no caso do Eng. Sócrates insistir na co-incineração imposta, é o que o edil setubalino, Carlos de Sousa, parece disposto a oferecer. Não ao secretário-geral futuro primeiro, mas ao Eng. Belmiro de Azevedo e ao seu colega de Grândola, ao incluir os domínios destes no rol das suas preocupações:
"Não tem lógica estarmos a tratar da serra da Arrábida enquanto património da humanidade e estarmos a pensar no desenvolvimento turístico de Tróia com o turismo de terceira idade proveniente do Norte da Europa, se tivermos a co-incineração mesmo em frente."

A vingança socrática servida a frio e anunciada atempadamente para que os seus adversários possam contorcer-se e espumar de indignação diante das objectivas da campanha. Começo a desconfiar que só este assunto pendente valeu a sua aguerrida subida à secretaria-geral do Rato.

Um adepto agastado

No site do VFC:
"Comunicado da Direcção
Vitória protesta o jogo Vitória F.C.-União de Leiria

Ao analisar os acontecimentos do jogo da 15.ª Jornada da Superliga, que opôs o Vitória ao União de Leiria, em particular, o golo marcado pelo Leiria em situação irregular, o Vitória Futebol Clube S.A.D. decidiu protestar o jogo à Liga Profissional de Futebol Profissional
".

No Record:
«“O Vitória perdeu dois pontos. Sofremos um golo inadmissível: há uma bola dentro do campo que interfere com a acção do nosso guarda-redes. É um erro técnico do árbitro. Julgo que não se deve fazer experiências de arbitragens nestes jogos: o árbitro andou perdido, usou dualidade de critérios e penalizou a minha equipa. Vamos protestar o jogo”, garante Couceiro.»
«(...)vê-se o fiscal de linha e o árbitro em desacordo, um pretenso lançamento que é transformado em falta contra o V. Setúbal, um livre que é marcado rapidamente, duas bolas em campo, Marco Tábuas, confundido, a correr para a baliza perante a ameaça de remate e, uff, o golo do empate. Esteve mal o árbitro, apenas e só uma vez mais: nunca deveria ter validado o golo, uma vez que havia, no momento, duas bolas em campo, o que influenciou o normal desenrolar do encontro, com clara influência no resultado. »

Numa época em que desejamos aos outros várias coisas, eu tenho umas coisitas a desejar ao árbitro João Henriques (3º jogo na Superliga) e aos seus assistentes António Perdigão [Porto] e Carlos Nilha [Beja]: que os vossos intestinos se encham de lombrigas e que as salmonelas façam um festim nas vossas tripas.
Para ajudar ao circo, o infantil Bruno Moraes resolveu desobedecer ao treinador e esquecer que durante a semana se treinam alguns jogadores para marcar penalties (que não ele, pelos vistos). O capitão Sandro devia ter impedido que um capricho infantil levasse Bruno a marcar 2 vezes o penalty do mesmo modo: fraquíssimo e à figura. Só antiguidade não é suficiente para se ser capitão.
Por último, o Jorginho. Se foi o seu último jogo no Bonfim, ainda não se sabe. Mas ontem voltou a ser o melhor em campo. Provou que nas jornadas anteriores só tinha faltado mais devoção à sua arte.

domingo, dezembro 19, 2004

Pérolas com perfume

Por vezes o Office fica mais perfumado.
Sempre que a Miss Pearls passeia por aqui o seu XanelCinco.
Obrigado...

sexta-feira, dezembro 17, 2004

Por Saturno

O 'Purple Haze' de Titan
Às voltas do gigante dos anéis, Titã fotografado pela Cassini, mostra o seu "Purple Haze"
Será para lá que ele foi?

O combate à pobreza

Na "The Economist" (link acesso livre).

"The reductions in poverty in both countries [China & India] are primarily the result not of the policies of the global great and good, or of the charity of rich countries, but of better domestic government—including the provision of basic education and health care and, crucially, the freeing up of markets. In both countries, even better government would reduce poverty further. For instance, corruption remains rife in both countries, and has a particularly severe impact on the poor by depriving them of needed services and raising their cost of access to markets and to finance. Likewise, in those parts of the world where little progress has been made in reducing poverty—notably much of Africa—abysmal government deserves much of the blame. "

"World leaders would do better to consider the Copenhagen Consensus, a series of studies and a plan of action produced earlier this year by some of the world's top economists. They concluded that the best way to spend, say, $50 billion (which is peanuts for rich countries) to help the poor would be on programmes to limit the spread of AIDS, to combat malaria and to reduce malnutrition.
Trade liberalisation, by contrast, ought to be a simple choice for poverty-fighting politicians. Oxfam, a campaigning group, estimates, for example, that a 1% increase in Africa's share of world exports would be worth five times as much as the continent's share of aid and debt relief. Yet trade liberalisation requires politicians in rich countries to confront vocal protectionist interests at home. That can be painful and politically costly, and so takes courage. Thus, what deal, if any, is struck at the WTO meeting next December may provide the truest test of whether the will really exists to make poverty history"

O Jazz na "The Economist"

Example
"Our pick of the best, including music by Abdullah Ibrahim"
Esta é a legenda da fotografia que ilustra um artigo intitulado "A round-up of jazz CDs - The shape of jazz just come" na The Economist desta semana (premium link):
"To judge by the pop charts and the pop-music pundits, jazz is enjoying one of its periodic revivals. Bored with bionic dance routines and mindless lyrics, a young public of CD buyers is turning in droves to the charms of classic standards, these delivered by photogenic young vocalists with the backing of smooth and swinging rhythm sections.
Jazz commentators, however, being altogether a fussier bunch, beg to differ. To them, the fashion for quasi-jazz vocals is a mere caprice in the sated world of pop and has nothing to do with the true jazz virtues of spontaneity, commitment and hard-won instrumental mastery. But then those same commentators find it impossible to agree over which artists in the fractious world of hardcore jazz best embody the music's lofty ideals. Or, indeed, to agree over what exactly those ideals are."


A revista reporta sobre o Jazz de Wynton Marsalis, Django Bates, Uri Caine, Brad Mehldau (muito lá de casa), Jan Garbarek, Duke Ellington, Abdullah Ibrahim, Dave Brubeck e Louis Armstrong. Está justificada a renovação da assinatura.

Velho sindicato, velha política

Pouca Unidade Sindical
Ontem, a estátua de Bocage observou lá do alto a concentração que a União de Sindicatos de Setúbal (USS), ligada à CGTP, realizou naquela praça. O coordenador, Rui Paixão, em entrevista ao Setúbal na Rede aponta a solução para o problema do desemprego no distrito de Setúbal:
«uma "aposta forte na indústria transformadora” no distrito que, “por tradição, é industrial e tem muita mão-de-obra especializada nesta área”. “É a indústria transformadora que cria riqueza e emprego”»
« A USS exige também “uma revisão dos aspectos mais graves do código de trabalho” e um “forte combate ao desemprego”. »
«As políticas sociais, no âmbito da saúde, segurança social e ensino, também “necessitam de uma grande mudança”. Estas três áreas “sofreram um violento ataque” que representa um “grande retrocesso” e “coloca em causa o sistema público a favor das entidades financeiras”. A Segurança Social deve ser “pública e universal” e “promover a sua sustentabilidade financeira”. A USS apela ainda para a necessidade de um política que “revitalize o Serviço Nacional de Saúde” e também para a “defesa de uma Escola Pública de Qualidade para todos”.»

Os velhos dogmas da esquerda sindical continuam todos lá. A julgar pelo ajuntamento que a fotografia deixa perceber, quem não parece estar lá são as "massas populares".

quinta-feira, dezembro 16, 2004

O futuro passado

2001
Arthur C. Clarke faz hoje 87 anos. O seu livro passava-se há 3 anos atrás.

Vai! Vai lá, pá!

O Galatasaray terá chegado a acordo com o Vitória para a compra do passe de Jorginho. O valor do acordo é de um milhão de euros.
Agora falta saber se o jogador está disposto a ir para a Turquia.

E o governo não cai?!?!

Já duravam há algum tempo as agruras do "Home Secretary" inglês, David Blunkett. Este senhor tentou acelerar a obtenção de um visto para a ama da sua amante (pelo meio levantaram-se dúvidas sobre a paternidade dos filhos desta senhora) e foi apanhado.
O cargo que desempenhava será o equivalente ao nosso ministro da Administração Interna (?). O que me parece ser mais relevante que ser "Ministro do Desporto, Juventude e Reabilitação".
Depois do enorme escândalo, da subsequente demissão, houve a nomeação de um substituto. O governo do trabalhista Tony Blair continua ao serviço de Sua Majestade. Os Comuns continuam em funções.
Como é possível?
Outros palácios, outros métodos...

Notícias do burgo(mestre)

O presidente da C.M. de Setúbal eleito pelo PCP, Carlos de Sousa, deu uma entrevista ao venerável O Setubalense.
Recandidatura, orçamento, POLIS, limpeza da cidade, bairros sociais, Vitória e a nova urbanização (incluindo o novo estádio).
E quando é que ele deixa de usar aquelas camisinhas sem colarinho?

"Oui, si..."

"Sim, se..." foi a forma que o Presidente francês Jacques Chirac usou para dar o seu acordo ao início de negociações para a adesão da Turquia à Europa:

"... si la Turquie remplit la totalité des conditions qui s'imposent à tout candidat à notre union."

Referia-se ao reforço dos progressos sobre a democracia, direitos dos homens (e igualdade das mulheres) e liberdade religiosa. Considerou que é melhor ter a Turquia completamente do lado Europeu do que deixá-la tombar para a Ásia, o que representaria instabilidade e insegurança nas fronteiras da UE.
Como explicou, as negociações envolvem todos os países da UE e cada um tem o poder de bloquear as negociações.
Como irão agir os cipriotas (membros da UE desde Maio), perante o provável ínicio das negociações? A Turquia continua a recusar-se reconhecer que o governo cipriota grego representa Chipre, onde tem cerca de 35.000 soldados estacionados.

A não perder

Excelente!
Os 10 mandamentos para (alguns...) canhotos, editados pelo Intermitente.

Globalização "a la Chinoise"

A semana dos grandes negócios.
Primeiro foi a venda do negócio de PC's à chinesa Lenovo por 1.750 milhões de dólares.
Hoje chega a notícia que outra empresa chinesa, a TPV, comprou o negócio de monitores da Philips por 350 milhões de dólares, tornando-se o maior fabricante mundial.
Pelo meio a ORACLE (o oráculo do Office) - que não é chinesa...- conseguiu finalmente comprar a Peoplesoft, ao fim duma guerra que durou 18 meses. Cada acção da Peoplesoft foi comprada a 26.50 USD quando no Verão valiam à volta de 17 USD. Dos bolsos da companhia de Larry Ellison sairam 10.300 milhões de dólares.

Está na hora de começar a aprender chinês. Ou acham que a globalização só tem a ver com a exploração que os capitalistas ocidentais fazem dos baixos salários dos orientais?

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Venda-se

"é sem dúvida um acto de gestão ruinosa para o país e para a administração pública"

O já-não-tão-jovem Bernardino Soares acha que é má ideia que se vendam imóveis do Estado. Como dizia alguém que ele conhece:
"Olhe que não, Olhe que não..."
Pobre já-não-tão-jovem Bernardino Soares. Ainda tão agarrado à colectivização dos meios, às nacionalizações, ao planeamento centralizado...

O Som retro no Office

Meio de produção de prazer
Foi-me apresentada a seguinte situação: um conjunto de LP's seria destruído se eu não lhes desse guarida. Eu, que sou uma alma solidária a quem o sofrimento alheio facilmente comove, decidi de imediato escancarar-lhes as portas de casa e aconchegá-los o melhor possível.
A estes novos co-residentes coloquei-lhes uma só imposição. Teriam de se tornar úteis, senão "a porta da rua, é serventia da casa".
"Que sim, que sim!" retorquiram animadíssimos.
Lá negociámos com a equipa dos CD's o modo como cada um prestaria o seu contributo. Este súbito aumento de factores de produção de prazer trouxe-me um problema inesperado: faltava-me equipamento adequado às suas caracteríticas. No estado corrente da tecnologia doméstica, não tiraria uma mais valia desta co-habitação.
Se há alguma coisa que ninguém me pode apontar é de falta de iniciativa e de inibição para tomar decisões. Depois de algum planeamento e análise da informação recolhida no mercado (tempo gasto em resultado de evidente defeito profissional), decidi investir na formação de capital fixo, no sector de audio lá de casa. Doutra maneira, comprei um gira-discos.
Esta decisão começou já a gerar riqueza e estou a pensar em contratar mais LP's, sem destinção de origem (não sou adepto das barreiras à imigração). Começarei por importar uns quantos que estão desempregados, algures numa gaveta no Alentejo.

Serviço público

No pequeno restaurante onde almocei, alguém pediu para ligar a televisão, para poder saber novidades do sequestro de um autocarro na Grécia.
Na SIC, a jornalista resumia as notícias do jornal da tarde, onde, além do referido sequestro, se iria falar do acordo PSD / CDS-PP.
Fátima Lopes, retomando a emissão do seu "SIC 10 Horas", explica aos seus ouvintes:

"Este acordo é como uma separação com comunhão de bens."

Além de um conselho para futuros divorciados que estejam a assitir ao programa (divórcio amigável com manutenção de comunhão de bens), Fátima resume numa frase o que um bando de parlamentares encrespados não soube explicar ontem na SIC Notícias.

Mais do mesmo

O secretário geral do PS apresentou a sua "agenda para o crescimento" e preconizou o reforço das políticas públicas.

"Queremos que esses sistemas continuem públicos, que a educação e a saúde continuem bens públicos, mas temos a ambição de reformar os serviços públicos, para atingirem melhores resultados ao serviço dos portugueses"

"o PS "terá de ser capaz de criar uma nova geração de políticas sociais, que adaptem tradicionais políticas às novas realidades da vida".

Ou seja, reforço da função redistributiva do Estado. Será que se pode começar a imprimir já o dinheiro que vai suportar tudo isto? Ou será que vai criar mais dívida pública? Mais impostos?
Ou isto não interessa aos ex-militantes comunistas que ladeavam o Eng. Sócrates?

terça-feira, dezembro 14, 2004

Example
A ponte de Millau, no sul de França, foi hoje inaugurada. A empresa construtora foi a mesma que levantou a Torre Eiffel.
O projecto é da autoria de um engenheiro francês, Michel Virlogeux, e do arquitecto Norman Foster, o mesmo que traçou o Projecto Boavista, que prevê a construção de uma torre de 30 andares (110 metros) em Lisboa, junto ao rio na zona de Santos.
Para pôr Lisboa nas nuvens.

O Som (e Imagem) do Office

Example Example

Há comentários que são desnecessários. São até um fastio. De que serve dizer que se usa a tecnologia "MX Multiangle", permitindo ver mais aspectos do concerto? De que serve dizer que inclui o video original de "Rockit"?
Nada de complicações.
Este DVD é muito bom.

Leitura recomendada

Mais uma escrita do Miguel que é subscrita por mim.
As receitas extraordinárias, os seus efeitos e algumas fontes de despesa pública.

Já agora, Vital Moreira apelida o governador do Banco de Portugal de "insuspeito". Será talvez de lembrar uma pequena biografia de Vítor Constâncio, antigo secretário-geral do Partido Socialista:

"Em 1975 aderiu formalmente ao PS. Em 1978 foi nomeado ministro das Finanças e do Plano do II Governo Constitucional. No mesmo ano ingressou no Secretariado Nacional do PS. Em 85 foi nomeado governador do Banco de Portugal. Em Junho de 1986 foi eleito secretário-geral do PS. Foi eleito deputado em 1976, 80 , 82 e 87, ano em que Cavaco Silva conquistou a sua primeira maioria absoluta, precisamente contra Vítor Constâncio. Depois de ter sido reeleito secretário-geral do PS em 88, demitiu-se do cargo em Outubro do mesmo ano. Renunciou ao seu mandato de deputado em 91."

Todos juntos

Os dirigentes do PCP e dos Verdes, integrantes da coligação CDU pela qual foram eleitos, indignaram-se por Santana Lopes só os querer receber em conjunto.
O Bloco de Esquerda já foi recebido. Ninguém na UDP, no PSR ou Política XXI ainda se queixou.

Talvez Jerónimo de Sousa quisesse ser recebido em conjunto com José Sócrates.

Politicamente incorrecto

O Portugal Diário entrevistou o ministro dos Assuntos Europeus do governo italiano, Rocco Buttiglione:

"Barroso sabia que eu tinha dito o que a maioria dos europeus pensa. Ficou surpreendido pela campanha mediática contra mim e com a falta de apoio que teve dos governos dos Estados-membros."

"A Europa enfrenta uma batalha ideológica contra aqueles que querem impor uma nova ortodoxia: um relativismo moderno onde não existem verdades. Este relativismo está a ser imposto a todos. E depois existem aqueles - como eu - que acreditam que no liberalismo, que argumentam que as pessoas têm o direito a defender as suas próprias opiniões, a sua própria verdade, esse velho conceito de Voltaire. Mas "eles" recusam isso. "

"Muitas pessoas entraram em contacto comigo depois de toda esta história a manifestar apoio nesta batalha. Pela liberdade de expressão. "

Os amigos de Fidel

O governo espanhol, do socialista José Luis Rodríguez Zapatero, conseguiu que o Conselho Europeu para a América Latina (COLAT) proponha aos ministros dos negócios estrangeiros o levantamento das sanções contra o regime de Fidel Castro.
Ao mesmo tempo propõe o fim dos convites aos dissidentes cubanos para assitirem a eventos realizados nas embaixadas em Havana e que se reduza ao máximo a visita de autoridades governamentais europeias à ilha (talvez para evitar o que aconteceu em Outubro passado).
Apesar de tudo, o referido COLAT, aconselha o diálogo reforçado com a oposição.

Tudo isto na mesma altura em que o irmão de Fidel, o ministro da defesa Raul Castro, dirige os maiores exercícios militares dos últimos 20 anos, envolvendo 100.000 soldados e 400.000 reservistas. Era esperada, também esta semana, a visita do venezuelano Hugo Chavez, vencedor do Prémio Kadhafi dos Direitos do Homem.

Estratégias, objectivos e tácticas

O Público reporta que o PS poderá coligar-se com o BE se a maioria absoluta, que Sócrates pede aos eleitores, não fôr conseguida. O único impedimento seria o nível de non-sense das proclamações dos dirigentes do BE. De seguida veio o desmentido.
Parece-me que Sócrates só tem a perder com estes rumores. Os eleitores tradicionais do PS sempre demonstraram que preferem não se associarem com os partidos mais à esquerda. Além disso, Sócrates terá de contar com os votos de muitos dos eleitores que votaram PSD nas últimas legislativas se quer de atingir a maioria absoluta.
Tal como em qualquer mercado, se existir uma expectativa credível, o que esta coligação começa a ser, ela é incorporada nas acções dos operadores. Neste caso dos eleitores, que agirão condicionados por essa expectativa e por isso poderão não dar o voto ao PS; ou na actuação dos dirigentes do BE que poderão moderar os ataques ao PS e ao seu líder durante a campanha na expectativa de serem governo.
Noutra perspectiva, Sócrates poderá usar esta provável aliança para fortalecer o pedido de maioria absoluta. O argumento será que sem esse voto massivo no PS, este seria forçado a aliar-se com o BE (ou mesmo com o PCP) para assegurar a governabilidade do país.

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Fim da legislatura - Parte II

O líder do PSD lembra agora que "em caso de dissoluções anteriores só um primeiro-ministro concorreu novamente a eleições". Referia-se a Cavaco Silva, que assim conseguiu a sua primeira maioria absoluta. Das duas uma:

  1. Avisa para que não o descartem desde já. Santana tem bons desempenhos em campanha e se conseguir fazer o eleitorado do "centrão" acreditar que Sócrates se coligará com o BE ou o PCP, poderá, senão ganhar, pelo menos diminuir em muito a diferença que as sondagens mostram.
  2. Não concorre às legislativas como candidato a primeiro-ministro (mantendo-se ou não como presidente do PSD). O seu objectivo volta a ser a presidência e empurra Cavaco contra a parede. Este já perdeu uma presidencial contra um candidato da esquerda e a sua vitória não está segura. Se Cavaco não levar a sua candidatura adiante, Santana avança como alternativa a Guterres.

Esta segunda hipótese (pouco provável) faz-nos perguntar quem seria então a figura que o PSD indicaria como candidato a primeiro ministro, num governo PSD/CDS.

Fim da legislatura - Parte I

Ao decidir dissolver a assembleia, o Dr. Sampaio usou uma porta travessa para destituir o governo liderado pelo Dr. Lopes. Não encontro no funcionamento dessa instituição nenhuma causa próxima que justifique este corte nos trabalhos da legislatura.
O primeiro-ministro entendeu, como todos nós, que o que estava em causa não eram as faltas dos deputados aos trabalhos do hemiciclo nem a falta de qualidade intelectual da maior parte dos seus membros. O que estava em causa era a avaliação que o PR fez do governo e de todas as querelas em que este se (auto) envolveu, para além de outras razões menos explícitas e que eventualmente influenciaram a tomada de decisão.
A demissão do governo é pois a consequência lógica para Santana Lopes.

O sismo

A notícia do sismo chegou aqui à repartição através dos telefonemas da descendência de alguns colegas. O almoço (que contou com a presença de algumas velhas glórias da secção - sacanas, todos na boa vida...) foi tão descontraído que ninguém deu por nada.
Nessa altura lembrei-me: será que os meus periquitos anteciparam o tremor de terra?
O casal «Sem Nome»

Ainda falta muito campeonato

O resultado do Vitória em Vila do Conde podia ter sido outro.
Continuam a faltar 5 vitórias.

sexta-feira, dezembro 10, 2004

Let the games begin!

O Presidente da República marcou as eleições legislativas para o dia 20 de Fevereiro de 2005.
Que seria de nós sem uma animada e festiva campanha eleitoral?
Example

Prescrito e absolvido

Ele ganha; ele ri
O tribunal que julgava Silvio Berlusconi num processo de corrupção de juízes, visando o favorecimento da Fininvest na privatização da empresa SME (agro-alimentar), absolveu-o e declarou a prescição da acusação de suborno.
O juíz em causa já tinha sido condenado a oito anos e o advogado que serviu de intermediário na entrega do dinheiro, a quatro anos.
Digam lá se não há razões para ele rir?

Está díficil

Parece que nos últimos dias a assinatura de contratos, significando o acordo no final de um período de negociações, está díficil de se realizar.
Depois do contrato para a construção dos veículos blindados, é a vez do fim da negociação pelo passe de Jorginho não se concretizar.
As últimas notícias não indicam nada de bom:
"A reunião entre Sporting e Vitória de Setúbal para a transferência de Jorginho foi adiada para a próxima semana. Na base do adiamento está o facto de o presidente sadino, Chumbita Nunes, se encontrar adoentado."
Dada a situação dos jogadores, é cada vez mais importante a entrada de dinheiro nos cofres do Vitória (continuo a dizer que não deve ser proveniente dos cofres públicos).
Sócio sofre...

Vão-se os anéis...

Na actual situação financeira do Vitória, é muito importante conseguir vender o passe de Jorginho.
Apesar de tudo o que escrevo sobre o Vitória, seria um erro que se recorresse a dinheiros públicos para financiar a equipa de futebol. A Câmara de Setúbal já tem problemas que cheguem.
Os salários em atraso acumulam-se e como o empenho da equipa em honrar o emblema que usa ao peito é notório, há que conseguir resolver este problema.
Example
Tenho pena de ver sair do Bonfim a magia que ele tem nos pés. Desejo-lhe muita sorte e dou os parabéns a todos os sportinguistas, começando lá por casa.

Prémios

Hoje é dia da entrega dos Prémios Nobel.
Em Oslo vai ser entregue o da Paz. A recipiente deste ano é a queniana Wangari Maathai pelos seus esforços na reflorestação do Quénia e no evitar de possíveis conflitos agrícolas e ambientais nesse país.
Não me parece que seja tão relevante como o prémio atríbuido a D. Ximenes Belo e a Ramos Horta, mas mais justificável se a compararmos como outros vencedores anteriores (como Arafat).
No entanto esta senhora tem algumas outras ideias muito pouco convencionais e ainda menos geradoras de apaziguamento ou Paz. Segundo a Economist (link premium):
"(...) she thinks the virus was created by “evil-minded scientists” to kill blacks: “It is created by a scientist for biological warfare.” Ms Maathai also argues that condoms cannot prevent transmission of the virus."

Outro prémio entregue hoje cabe à AMI - Assistência Médica Internacional. Esta organização portuguesa venceu o Prémio Direitos Humanos, da Assembleia da República. A atribuição justifica-se "pelo trabalho meritório desta organização não governamental na luta contra a pobreza, a exclusão social, o subdesenvolvimento, a fome e as sequelas da guerra".

Só chatices

Como uma desgraça nunca vem só, corre no Trinunal de Contas um processo para apurar das responsabilidades da vereação de Santana Lopes na Figueira da Foz.
"Em causa estão três irregularidades administrativas e financeiras, entre as quais uma verba de quase 146 mil contos por cuja falta de pagamento são responsabilizados todos os membros do executivo autárquico. "

Ainda se admiram do homem se queixar. Ele tenta fazer obra e só encontra é forças de bloqueio.

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Lá em cima

Jupiter por detrás da Lua
Poder olhar para cima e sonhar.
A liberdade dos Homens também é isto.

Crossed my mind

Miss Pearls,
Depois de a ter escutado no rádio enquanto vinha a caminho do "Office", hoje pela manhã, ela foi ficando e apanhei-me depois a cantarolá-la várias vezes.
A única coisa boa no Inverno são as canções de Natal. Há mais coisas, mas por agora só essa.

Determinados em dar razão a Sua Excelência

Segundo o Portugal Diário:
"Ministro das Actividades Económicas nega assinatura de contrato para construção de blindados. Empresa austríaca diz que Portas falou com base em «expectativas» e numa carta oficial da Bombardier."
"Ainda assim, já hoje, a empresa Bombardier negou a existência de um acordo para a construção de blindados"
"Entretanto, um representante da empresa austríaca em Portugal esclareceu que o ministro da Defesa falou com base em «expectativas» das duas partes: «Esperemos que seja isso que venha acontecer, que os blindados sejam construídos na fábrica na Amadora». "

Será que é/era uma estratégia de Paulo Portas para acelerar as negociações, que pelos vistos ainda decorrem, colocando o peso da eventual não concretização do negócio, na Bombardier ou nos austríacos?
Será que quis passar a ideia que os ministros do CDS/PP actuam rápida e eficazmente, enquanto os do PSD deixaram o assunto arrastar-se?
Em qualquer caso, trata-se da escolha de mais um "campeão nacional", uma multinacional canadiana que passa por um processo de redução de capacidade instalada por toda a Europa. Resta saber se a construção destes veículos na Amadora tem menos custos para a fazenda pública (porque não em Setúbal? ou no Tramagal?). Mesmo que assim seja, o problema colocar-se-á outra vez em 2009, data anunciada por Portas para o, agora "eventual", fim da produção.

Congresso da oposição cubana

Via o Fumaças.
A oposição ao regime de Fidel Castro tenta organizar-se e preparar-se para uma futura transição de regime.
Isto acontece na mesma altura em que a Espanha e a França lideram as negociações para reaproximar a UE do governo de Havana (estratégia que não é concensual entre os 25).
Como gesto de boa vontade, alguns presos políticos vão sendo libertados. Mas o stock deste "activo negocial" da ditadura é grande: só dos 75 que foram presos o ano passado, ainda estão 63 no cárcere.
E tal como diz o João Carvalho Fernandes , o mais certo é os organizadores deste congresso lhes irem fazer companhia.

Em gestão

Para o Secretário Geral do Partido Socialista, o governo devia estar "em gestão", procedendo só a "actos administrativos", devendo evitar qualquer actividade mais empreendedora.

Aqui está uma boa declaração de princípios por parte de José Sócrates. O governo (e o Estado em geral) devem evitar ao máximo qualquer actividade empreendedora durante toda a legislatura. Só não sei como conseguirá vender esta ideia ao Dr. Louçã aquando das negociações coligacionais. Ele que se pela por uma boa intervençãozita estatal...

Venezuela

Na Venezuela está a começar o julgamento das 3 mulheres (passageiras) e do co-piloto de avião, arguidos num processo de tráfico de droga.

O predidente venezuelano, Hugo Chávez, recebeu em Novembro o Prémio Kadhafi dos Direitos do Homem, durante a sua visita à Líbia "pelas suas posições corajosas e a sua luta contra a injustiça", e o seu papel "a favor da liberdade dos povos".
O mesmo presidente que fez aprovar uma nova lei para a comunicação social, acusada pela oposição de ser uma grande ameaça à liberdade de expressão.

A oposição deve estar a enganada. Alguma vez um recipiente do Prémio Kadhafi dos Direitos do Homem poria em causa a liberdade de expressão? Ou a independência da Justiça?

Ella Fitzgerald

The First Lady of Song
O JazzPortugal dá a conhecer um recorte de jornal que titula que Ella Fitzgerald era filha de um português.
Não se indica qual o jornal nem de quando, mas relata-se que a diva ocupou a tarde que passou em Paris a ver dois filmes ("The Dirty Dozen" e "The Secret War of Harry Frigg") de 1967. Podemos, talvez, situar o recorte nesse ano.
Não sou eu quem vai ensinar nada sobre Jazz aos autores do site (peço desde já desculpa pela presunção de escrever este post), mas tanto quanto sei isto não corresponde à verdade.
O referido português, de nome José da Silva (com um nome como este, não podia ser outra coisa), foi namorado da mãe depois de Ella nascer e dos seus progenitores (William e Temperance) se separarem e com o qual viveu até à morte da mãe, resultado de um atropelamento. Este José morreu pouco depois devido a um ataque cardíaco.
A infância e adolescência bastante atribuladas explicam, certamente, o instinto protector que Ella sempre teve para com as crianças.

terça-feira, dezembro 07, 2004

Novo Código da Estrada

Encartados do meu país, atentai!
O novel Código da Estrada foi aprovado e entrará em vigor a 1 de Janeiro de 2005. Entre os aumentos dos valores das multas, há também transferência de poderes para a DGV (passível de recurso para trinunal) para que esta possa decidir sobre a cassação de cartas dos mais empedernidos violadores das regras de condução.
Se forem à loja chinesa lá do bairro comprar o agora obrigatório colete reflector, não esqueçam de verificar se este obedece às normas de fabrico.

A ver se paramos de nos matar uns aos outros. Sigo pessimista: não creio que o consigamos por decreto.

O Povo é sereno

Segundo João Serra, chefe da Casa Civil do Presidente da República, «"O primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República conhecem os fundamentos da dissolução. Só os portugueses é que ainda não"».

Tal como diria Pinheiro de Azevedo, "O Povo é sereno" e serenamente aguarda que o PR explique porque dissolve uma assembleia da república (repare-se que não demitiu o governo) onde há uma maioria estável e que nunca negou apoio ao governo.
Se a mesma maioria (em coligação pré ou pós eleitoral) ganhar as legislativas, não será uma demonstração que o PR não tem o apoio político do eleitorado? Não seria caso para que se demitisse?
Claro que é um cenário muito hipotético. É que Sócrates já ganhou nas sondagens. Tal como Kerry, quase até ao final.

Afeganistão

Hamid Karzai, que tinha ganho a eleição presidencial a 9 de Outubro com 55.4% dos votos, tomou hoje posse em Cabul.

A democracia numa incubadora. Guardada das chapadas e pontapés pelas forças armadas das democracias ocidentais.

Vamos a contas

Segundo a RR, um estudo feito nos países da OCDE coloca Portugal no 25º lugar (em 29 países) na aprendizagem da Matemática.
Para estabelecer uma comparação, o estudo da OCDE avalia a resposta dos alunos em quatro campos diferentes da Matemática: "espaço e forma";"mudança e relacionamento";"quantidade" e "incerteza e fenómenos" e ainda ao longo de seis níveis de dificuldade, desde o um, o mais fácil ao seis, o mais difícil. Segundo este estudo feito a jovens de 15 anos, mais de um quarto dos portugueses nem sequer consegue completar as tarefas de "nível dois", uma realidade que é comum a italianos e americanos. Menos de 1% tem a capacidade de chegar até ao nível mais difícil.

Conseguem associar isto ao abandono e insucesso escolar ou ao desemprego entre licenciados? Como dizia um antigo 1º ministro: "é só fazer as contas".

No aniversário de Mário Soares

Leitura recomendada.
O Intermitente escreve (e bem) sobre Mário Soares.

Para quem tem mais ou menos a minha idade, a memória do final da década de setenta terá pouco a ver com a luta política e mais a ver com as brincadeiras da escola primária. Foi por isso que há umas semanas fiquei muito contente com a possibilidade de assistir ao famoso debate entre Mário Soares e Álvaro Cunhal, na RTP Memória.
Deu para confirmar o quanto Soares estava empenhado em barrar o caminho a Cunhal e em mobilizar a esquerda não comunista. Quando foi preciso, soube aliar-se aos outros partidos democráticos assegurando uma maioria apoiante de um regime de direito democrático. Não menorizo o papel de outros líderes e de outros partidos. Mas, como diz o Miguel, nesse período a democracia em Portugal, deve-lhe muito.
Para quem cresceu onde não ser comunista era ser fascista, a figura de Mário Soares (e o PS) foi a expressão da luta pela democracia no final da década de 70 e pelo controlo do regabofe que foram as ocupações de herdades e as UCP's (lei Barreto).
Nos dias que correm, essa memória é maltratada por afirmações pouco inteligentes e sobre as quais já aqui escrevi.

As notícias que importam

Começa-se finalmente a clarificar o futuro de Jorginho.
Pelo que diz O Jogo, Jorginho irá para Alvalade por "500 mil euros e o direito de preferência sobre alguns dos jogadores do Sporting (a ceder na reabertura do mercado ou no final da época)."
Para A Bola, o acordo significará para o VFC "uma verba próxima dos 300 mil euros pelo jogador e ficando ainda salvaguardado o direito de preferência dos setubalenses nalgumas dispensas futuras do plantel leonino."
Há mais dois jogadores do Vitória que dão origem a notícias. Um é Marco Tábuas que se prepara para renovar por mais três épocas. O outro é Manuel José, quanto a mim o melhor e mais regular jogador do Vitória, que dá a entender a sua surpresa por não ter sido convocado para a Selecção B (seria merecido) e que fala das suas justas ambições profissionais.

É bom ver o único clube abaixo do Tejo (fora as ilhas) e aquele com menor orçamento, fazer o campeonato que está a fazer e conseguir gerar este interesse na imprensa desportiva.
Alguém ainda tem dúvidas em incluir o Vitória nos "grandes"?

Adenda: A ler - o Treinador de Bancada escreve sobre o andebol do Vitória.

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Mas ainda há dúvidas?

"Comissão de Inquérito revela que queda da aeronave ficou a dever-se a «rebentamento de engenho explosivo» e «não a razões acidentais»."

As conclusões de mais uma comissão de inquérito sobre a queda do avião em Camarate.
Desses dias, recordo-me do cortejo fúnebre de Adelino Amaro da Costa passar por baixo da varanda da casa dos meus pais, a caminho do cemitério em S. Martinho das Amoreiras.

Memória de Dezembro

A 4 de Dezembro de 1975, o deputado Carreira Marques (PCP) discursa na Assembleia Constituite sobre os acontecimentos verificados nas vésperas do 25 de Novembro em Rio Maior e Odemira.
Desde já aviso, que eu era demasiado novo para fazer parte destes perigosos "fascistas" e das suas reivindicações de defesa da propriedade privada. Já das cores no texto, a responsabilidade é minha.

"(...)Significativamente, ignorou-se a campanha concertada levada a efeito até às vésperas do 25 de Novembro por forças reaccionárias e, elas sim, interessadas em recuperar a Revolução.Nem uma única voz aqui se ouviu para condenar que fosse os graves acontecimentos de Rio Maior e de Odemira, onde os fascistas lançaram autênticos ultimatos ao Conselho da Revolução e ao Presidente da República e atentaram seriamente contra as liberdades e a ordem democrática, e é importante que todos os antifascistas o façam prontamente, denunciando os ataques reaccionários. Em Rio Maior, onde a reacção parece apostada em reunir o seu quartel-general, e a pretexto de justas reivindicações de pequenos e médios agricultores, os fascistas montaram todo um cenário de guerra aberta contra Lisboa..
Uma voz: - Social-fascista!Vozes de protesto.
O Orador: - Fizeram uma manifestação, lançaram panfletos spinolistas, arvoraram-se numa chamada «União das Alianças dos Agricultores», que emitiu um manifesto, onde se dizia textualmente: «Vamos fazer valer os nossos direitos por meio de acções concretas que nos preservem de atentados inaceitáveis à propriedade privada.» E terminava o papelinho com palavras de ordem do estilo «Não às ocupações selvagens», «Pela defesa da legítima propriedade privada». Fizeram barricadas, cortaram estradas e outros acessos a Lisboa e ameaçaram cortar os abastecimentos de leite, água e energia eléctrica à capital se as suas reivindicações não fossem satisfeitas. É bom lembrar algumas das suas exigências: revisão imediata da Lei da Reforma Agrária; restituição das terras ocupadas aos antigos proprietários; saneamento imediato do Secretário de Estado da Estruturação Agrária, António Bica.
Vozes: - Muito bem!
Vozes diversas que não foi possível registar.
Uma voz (dirigindo-se para as bancadas da direita): - Cala a boca, urso!
O Sr. Presidente: - Chamo a atenção dos Srs. Deputados.

Terror

Sete bombas explodem em Espanha, em cidades espalhadas por todo o país.
Na Arábia Saudita, um grupo armado ataca e invade um consulado americano.

É neste ambiente que se relata que a polícia francesa perdeu uma mala contendo explosivos, durante um exercício no aeroporto Charles de Gaulle. A mala acabou por embarcar num dos 90 vôos (domésticos e internacionais, incluindo para os EUA) que saíu de Paris nessa noite, depois de ter passado os vários controlos. Não se sabe qual o seu destino.
De facto, é melhor não pedir aos franceses para ajudarem no combate ao terrorismo.

Resumo da jornada

Ontem, o Vitória de Setúbal venceu o Marítimo por 2-0.
Example
Foi um resultado justo, principalmente face à primeira parte do Vitória. A segunda não foi tão bem disputada e os jogadores do Bonfim mostraram por vezes desatenções que não podem acontecer. Algumas trocas de bola nas zonas mais próximas da grande área, resultaram na perca de posse para o Marítimo e nalguns calafrios para Marco Tábuas (que esteve em bom plano, com algumas defesas decisivas).
O 1º golo resultou de um cruzamento, na esquerda, de Ribeiro (grande exibição) para a entrada do lado oposto de Manuel José, levando atrás o defesas Eusébio que por sorte (nossa!) acabou por pôr a bola dentro da baliza. Manuel José merecia ter o nome creditado neste golo pelas exibições que vem fazendo e pela entrega e concentração durante todo o jogo. Um exemplo que Jorginho devia ter em conta (na 2ª parte foi inconsequente e perdeu várias oportunidades de criar perigo, ao atrapalhar-se com a bola, demorar muito a rematar ou ao não fazer o passe). O 2º golo resulta da cobrança de uma falta (mais uma das entradas "durinhas" dos jogadores insulares) no lado esquerdo. O pontapé livre levou a bola até à cabeça de Hugo Alcântara que a enviou para o fundo das redes (excelente a defender e, como sempre, subiu sempre que pôde). A inclusão de Bruno Moraes resultou bem e notou-se a diferença de estilo (mais lutador e trabalhador) para com Meiyong.
A manutenção parece bem encaminhada - só devem faltar mais 5 vitórias.
Aproveito para lembrar aos sócios do VFC que a partir de Janeiro só poderão entrar com o novo cartão.

sexta-feira, dezembro 03, 2004

Sabedoria popular

"Quem está no convento, é que sabe o que vai lá dentro".
Só os dirigentes eleitos do PSD saberão o rumo que o partido vai tomar. A única maneira, por portas muito travessas, de as bases poderem vir a influenciar a decisão, será se os barões ou caciques locais (expressões menorizantes, eu sei) sentirem que as suas posições estão em perigo ou que as suas clientelas foram tomadas por uma súbita vontade de renovação. Como as eleições municipais estão perto, também não convém fazer muito barulho, não se vá perder o cargozito.
Não tendo visões messiânicas das lideranças políticas, sendo mesmo um convicto agnóstico (e não me digam que não posso ser convicto e agnóstico), sei que a renovação dos partidos se fazem através da promoção interna de quem dá garantias aos "opinion-makers" internos (é melhor que caciques).
Não sou filiado em partido nenhum. Nem prevejo vir a sê-lo no quadro partidário actual. Independentemente disso, mantenho alguma esperança (whishful thinking?)na inovação de políticas, estilos e protagonistas que as alturas de crise podem proporcionar.
"One can only hope".

Realisticamente estou preparado para que Sócrates governe (de modo algum é uma declaração de voto!). Espero que se assim fôr, que obtenha maioria absoluta. A ideia de ter os Doutores Louçã e Rosas no governo é a única que preocupa de verdade, pelo que sigificaria de cedência à esquerda PRECquiana do PS.

Afiada

Lucy Liu
Fez ontem anos. A uma senhora não se os enumera.
Mereço castigo pelo atraso, ò bela O-Ren Ishii.

Mudanças

Parece-me estarem criadas as premissas de reforço do "whishful thinking" em que alguns têm incorrido. Eu incluído.
Será talvez a altura dos nossos melhores quadros se disponibilizarem para servir o país. São várias as “chamadas ao serviço” e os indicadores para que tal seja necessário, importante e aconteça.
Não pelo prestígio e ascensão na carreira que tal pudesse proporcionar. Quando muito haveria o perigo do oposto. O desafio de poder ajudar a corrigir os problemas que afectam o país e a prepará-lo para o desafio que é pertencer à EU alargada a leste, deveria ser aliciante o suficiente para que os mais capacitados, com experiência nas vastíssimas áreas da vida onde o Estado está presente (saúde, seg. social, educação, finanças, cultura, ...), se disponibilizassem.
É certo que nos partidos, as escolhas de líderes e de governantes pouco tem a ver com o mérito e espírito de serviço público. Tem mais a ver com fidelidade canina ao líder que no momento tem a possibilidade de distribuir posições e benesses a quem por outro meio nunca se notibilizaria na vida. Muitas vezes são as carreiras iniciadas nas aberrantes “jotas” que ululantes catapultam os seus mais aguerridos jovens para cargos dentro das eleições partidárias e que anos mais tarde são recompensados pelo seu seguidismo (embora muitas vezes flexível e dirigido ao líder corrente).
Está obviamente em causa o quão pouco atractiva se tornou a política e o serviço da causa pública.
Quem me conhece, sabe que isto que escrevo pouco ou nada se deve a alguma admiração mais extrema por Cavaco Silva e a história da moedas forte e fraca.
Mas se os seus escritos, originados por objectivos mais ou menos óbvios quanto à sua intervenção no futuro do país, fizerem pessoas como António Borges tomar posição, então serviram para alguma coisa.
Mesmo Sócrates poderá ter a oportunidade de trazer para a actividade política pessoas que têm os conhecimentos e capacidades, de fora das actuais máquinas partidárias, para ajudar o país. Aguarda-se o novo programa que Vitorino vai escrever e quais as figuras que em cada área surgem como os possíveis implementadores dessas ideias. A questão é saber se os velhos do Restelo do PS estarão dispostos a ouvir que o mundo, onde esta pequena economia aberta existe, não se compadece mais com os resquícios marxistas que ainda possam ter. Eles que ainda esperam e lutam por uma frente de esquerda unida. Conheço quem jure rasgar o cartão de membro do PS se houver aliança com o BE...
Se as ideias e políticas que o país precisa para se libertar das amarras dos estatismo que sobrou do PREC só poderão ser aplicadas através dos partidos, elas podem e devem ser pensadas e discutidas fora deles. Os blogues têm dado o seu contributo para que uma imensa minoria desperte para o quão importante é participar.
O certo é que, como diz Pulido Valente, "a normalidade não volta". Espera-se por algo ou alguém novo. É isto messianismo ou "whishful thinking"?

A entrevista

António Borges dá uma entrevista ao Diário Económico onde afirma a sua disponibilidade para "contribuir para o futuro do país". Não parecendo uma afirmação resultante do momento imediato, dá-nos conta que "há bastante tempo que muitos colegas, amigos e colaboradores se dizem dispostos para, surgindo a oportunidade, trabalhar em conjunto numa nova configuração da actividade política portuguesa".
Afasta no entanto a possibilidade de intervir de imediato, dado que pensa que "não haverá tempo para discutir o assunto" da substituição de Pedro Santana Lopes antes das eleições.
Em relação a Sócrates, afirma desconhecer qual a sua política económica mas que espera que não "voltemos ao pior do guterrismo", de aumento da despesa pública, de "facilidade e total ausência de rigor".
Para António Borges, a Assembleia da República perdeu a legitimidade de aprovar o OE de 2005 (que não considera "estabilizador, tranquilizador"), resultado do timing escolhido por Sampaio para a sua dissolução - estranha Sampaio só se decidir agora que a nova direcção do PS está em condições de ir a votos.
Explana as suas ideias sobre qual o rumo da política económica que o país deveria seguir. Em sua opinião deveríamos continuar a consolidação orçamental e não baixar impostos enquanto o peso do Estado fôr tão grande. Denuncia a defesa dos campeões nacionais, favorecendo a liberalização e a exposição à concorrência como factores de criação de novas e fortes empresas no médio prazo (fala em dez anos).

Aguardo as reacções que esta entrevista vai gerar.


quinta-feira, dezembro 02, 2004

Apito platinado

"PJ do Porto detém quatro árbitros de futebol da primeira categoria e um empresário"
Segundo a notícia do Público "os detidos são os árbitros de futebol de primeira categoria Paulo Paraty, Jacinto Paixão, Martins dos Santos e Augusto Duarte e um empresário do norte do país,(...) António Araújo, ligado aos jogadores do FC Porto Pepe e Leandro, contratado há poucos dias pela SAD portista."
A Judiciária terá efectuado buscas na sede da SAD portistas e a TSF está a noticiar que Pinto da Costa, ausente do país, já terá sido notificado para prestar declarações, após buscas na sua residência.
Curiosamente, Martins dos Santos, afirma aos microfones da TSF que não sabia que tinha sido detido...

Com estes personagens, a operação da Judiciária sofre um upgrade de metal precioso e depois de Apito Dourado, deverá passar a chamar-se Apito Platinado.
Segundo Adelino Salvado, o Apito Dourado resultaria de uma certidão de um outro caso sob investigação.

Leitura recomendada

Porque é que Sócrates e Sampaio querem a aprovação deste OE de 2005.
No sempre excelente Jaquinzinhos.

Os presos políticos em Cuba

O Fumaças escreve sobre as recentes libertações de opositores ao regime de Fidel Castro.
Tal como tenho escrito, a ditadura cubana tem usado os presos políticos como instrumento de relações públicas junto do governo de Zapatero, servindo este como intermediário junto da UE.

Alberto João Jardim pronuncia-se

O presidente do governo regional da Madeira acha que Sampaio apenas esperou que o PS se reorganizasse depois da saída de Ferro Rodrigues para, aproveitando as estaladas e pontapés que o governo de Pedro Santana Lopes recebeu, dissover a assembleia.
Para além da comunicação social, também Cavaco Silva é visado nestas declarações:

"«anda a fazer declarações públicas que prejudicam o PSD, que causam agitação e instabilidade no país e que ainda por cima tem a ousadia de se permitir definir quem são os bons e os maus políticos. «O professor Cavaco Silva cria esta agitação ao ponto de defender o actual sistema constitucional e ao ponto, veja- se, de receber elogios públicos de Mário Soares, o que não é uma boa recomendação»".
Por isso, PSL recebe todo o seu apoio:

"só o facto do professor Cavaco Silva não gostar que ele seja o líder do partido é mais uma razão para eu apoiar Santana Lopes»".

Parece-me que se acentua a demarcação de apoios dentro do PSD e cada vez menos se fala de ideias e políticas para o país. Neste momento, os bons e maus políticos do PSD, esquecem-se das reformas que estavam alinhadas (Lei das Rendas e introdução de portagens nas SCUDs, por exemplo) e estão ocupados a contar espingardas. Miguel Veiga já disse que seria desejável que PSL fosse substituido. Mas Santana Lopes acabou de vencer, por quase unanimidade de votos dos delegados, o congresso. Não significa isso que as bases estão unidas à sua volta?
Continuam a dar argumentos aos que defendem que a instabilidade no governo, resultante das desavenças no principal partido da coligação (com impacto nesta), foi óbvia e fundada razão para a decisão de Sampaio. O eleitorado deve questionar-se sobre se, a manter-se esta desunião (ou a acentuar-se), o PSD estará apto a apresentar uma equipa coerente para aplicar o seu programa de governo. Como normalmente esta equipa só é conhecida após as eleições, o grau de incerteza dos eleitores aumenta.
Por outro lado o CDS/PP pode capitalizar o facto de nunca ter sido factor destabilizador e de os seus ministros terem deixado, de modo geral, uma imagem de servidores com sentido de estado. Algum eleitorado do PSD pode pesar tudo isto e votar mais à direita.

Ele já tinha avisado

O espanhol ABC escreve sobre o momento político em Portugal.
"La desconfianza por parte de Sampaio hacia el primer ministro existe desde el primer momento, a pesar de que el presidente aceptase el Gobierno presentado por Santana Lopes el pasado mes de julio. Ya entonces avisó que seguiría muy de cerca los pasos que diera el nuevo Ejecutivo (formado tras la salida de Durao Barroso a la Comisión Europea) y que estaría siempre dispuesto a convocar nuevos comicios si así lo juzgara necesario."

Ou seja, o PR esteve sempre vigilante em relação à incubadora.
Depois desligou-a, apesar da base de sustentação da vida do bébé estar
assegurada (estabilidade da coligação e maioria no parlamento).
Usou os poderes que a CRP lhe confere, baseando-se no seu julgamento político, para dissolver o parlamento. Como deste emana o governo, cai também o governo. São as regras do jogo no regime presidencialista.
Talvez seja a altura de nos questionarmos se queremos manter este sistema de contrapoder; se queremos que os resultados das eleições legislativas sejam subordinados às escolhas das eleições presidenciais.

quarta-feira, dezembro 01, 2004

E se...

Bem lembrado pelo Contra Corrente.