quinta-feira, março 31, 2005

Erro monstruoso

O BilidaQuid relembra Darfur, na altura em que uma missão parlamentar britânica estima o total de mortos em 300.000, contra os 70.000 calculados pela OMS. Um erro de cáculo monstruoso, mais se atendermos que são seres humanos, muitos a morrer à fome perante a incapacidade das organizações multinacionais para intervir.

Subsidiar a cultura

Usando o exemplo do teatro, podendo-se estender os pontos a outras áreas, tento uma resposta às questões levantadas pelo meu amigo BB:
1º Se se antever público em número julgado suficiente, alguém estará disposto a investir nas produções propostas pelos grupos. Ou mesmo numa Teatro/Cine TV. Penso que se tentou muitas vezes fazer esse tipo de programação na RTP2 (e na RDP2) sem grande sucesso de audiência. Prova que falta criar a tal educação para as artes - como a fazer é outra discussão.
2º O gostar de futebol nada tem a ver com a assistência a espectáculos ditos culturais. Não são correntes no produto, embora o sejam na afectação do orçamento familiar. Nenhum deve ser pago com dinheiros públicos.
3º Conforme o tipo de peça, o assunto, os actores, os autores,... resultam as produções serem dirigidas a um certo público alvo. O problema é que muitas companhias produzem trabalhos elitistas e "umbiguistas", de autosatisfação, sem ponderarem se mais alguém se interessará pelo trabalho. O exemplo de produções que se pagam e são lucrativas têm proliferado nos últimos anos, muitas delas mal-amadas pelas elites bem-pensantes. O seu sucesso depende dos mesmos factores de análise que um produto de consumo lançado por uma empresa.

Para consulta fica o orçamento afecto pelo ministério da cultura a subsídios às artes do espectáculo.

O pacto por detrás da Cortina

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A 31 de Março de 1991 terminava o Pacto de Varsóvia.
Até esse dia, desde a sua fundação em 1955, ele serviu para a União Soviética controlar os seus satélites. Aconteceu em '56 na Hungria e em '68 na Checoslováquia.

O som no Office

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Unleemited - Lee Konitz/Kenny Werner
Excelente diálogo do sax alto e soprano de Konitz com o piano de Werner, sobre composições do suíço Alain Guyonnet.

Uma boa notícia

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"The birth of three Iberian lynx cubs in Spain has given hope to the future of a species on the brink of disappearing. (...) The government described the Iberian lynx, found only in Spain and Portugal, as the world's most endangered feline." via BBC

Choque cultural - ainda a Casa da Música

Ontem, numa estação de televisão, ouvi Couto dos Santos elogiar a obra feita, sendo que a inauguração será feita "sem limitações financeiras". Dizia ele que numa cidade que é um grande centro económico, onde vão os maiores empresários do mundo, havia que lhes proporcionar esta oferta. Claramente são um público carenciado, que necessita ter espectáculos subsidiados. Outro aspecto é a gestão destes equipamentos, entregue aos nomeados políticos do partido da moda o que implicará a procura de satisfazer os interesses da sua clientela.
Não está em causa a qualidade da programação cultural proporcionada. Mas num país de recursos tão escassos e mal geridos pelos governantes, este projecto em particular toma propoções extremas.
Porque não gastar estes fundos públicos na educação para as artes (música, leitura e escrita, pintura,...)? Assim se ajudaria a formar um mercado de consumidores interessados e conhecedores espalhados por todo o país. Havendo essa procura, já não assistiríamos à desavergonhada pedinchisse de subsídios dos produtores teatrais ou cinematográficos. Assim se evitava centrar esses subsídios nas grandes urbes, com espectáculos vistos por uma pequena parte de quem os acaba por pagar.
Penso que é uma ideia semelhante ao choque tecnológico de Sócrates. Porque não um choque Cultural?

A Casa da Música

Os argumentos sobre o custo da Casa da Música fazem lembrar os do Centro Cultural de Belém, apelidado, à época da sua construção, de elefante branco. Hoje, quase todos reconhecem a sua importância para a oferta cultural da cidade de Lisboa, pelas exposições e concertos que trouxe até nós. Além de equipamento cultural, é também um espaço de lazer. A cidade de Lisboa ganhou com isso.
O mesmo se passará com o Porto, que com a Casa da Música fica enriquecido com um equipamento de inegável valor, ao nível do melhor que por essa Europa tem sido feito. Será certamente uma mais valia para a cidade, pela pluralidade de eventos culturais que poderá proporcionar aos portuenses. Será também um factor de atracção para as pessoas de fora, que aí se deslocarão em função dos produtos culturais oferecidos pela cidade.
As urbes modernas devem assumir a cultura como um dos seus principais eixos, pois esta indissociável da qualidade vida, da humanização dos espaços.
E um discurso centrado no custo, e apenas no custo, é contrário a qualquer projecto de desenvolvimento cultural, porque separado da vida.

O evento do ano

É uma desgraça, é o que vos digo!
Todos os anos, no ínicio de Abril tenho de ir, é que tenho mesmo, à Quinta do Anjo, em Palmela.
Porquê?
Por causa do "Festival do Queijo, Pão e Vinho de Quinta do Anjo". Queijo de Azeitão de todos os tipos, manteiga de ovelha, pão a saber a pão, vinho da região e para acabar em beleza, doces regionais. Todos os produtos são apresentados pelos respectivos produtores e podemos comprá-los para levar para casa ou podemos satisfazer a gula ali mesmo. À volta da feira também costumam haver sítios para petiscar e beber um copo de tinto.
Este ano vai decorrer de 8 a 10 de Abril, tendo passado para um espaço maior, para o Pavilhão do Quintanjense e arredores.
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quarta-feira, março 30, 2005

Bilhetes para todos

"Casa da Música: bilhetes para a abertura juntam mais de cem pessoas à porta (...)
A sociedade Casa da Música deixou um passivo de cem milhões de euros, assumido pelo Estado. A fundação vai viver do seu capital inicial e de uma dotação anual do Estado de dez milhões de euros. " via Público.

Não percebo esta aglomeração. Dado o custo desta obra, é natural que todos os contribuintes recebam bilhetes em casa. Afinal não fomos nós que pagámos por isto tudo? Ou vão-me dizer que foi mais um devaneio despesista dos adeptos da cultura para alguns, paga por todos?

A lentidão institucional

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Depois do incêndio do Verão passado na arriba sul da Arrábida, a estrada entre o Outão e a descida para o Creiro tem estado encerrada ao trânsito.
É inadmíssivel que quase um ano depois a Câmara de Setúbal, a Estradas de Portugal e o ICN - Parque da Arrábida não tenham conseguido concertar posições para que a obra arranque, quando já devia era estar terminada. Ao que parece, a mudança de governo implica que o ICN não tenha capacidade para decidir.
As instituições públicas têm um tempo de reacção que está muito longe do desejado, andando ao sabor dos interesses e agendas dos seus responsáveis políticos. Pior ainda quando estes jogam em equipas adversárias.

Lounging

Muitas vezes me perguntam o que quero dizer com o título do blog, Office Lounging. Se a parte do Office parece fácil de explicar, já o Lounging se revela mais díficil. Mas graças à Miss Pearls, acho que encontrei maneira de melhor explicar o conceito. Usando o Googlism, eis alguns dos resultados:
"lounging is not going to crowd out conversation
lounging is still relaxing
lounging is a habit of the day
lounging is enjoyed by all guests
lounging is his number one skill
lounging is good
lounging is your sport of choice
lounging is a favorite pastime for many of the adults
lounging is most definitely encouraged
lounging is now in
lounging is your style"
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Visto

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O sexo, como resultado da condição animal do ser humano, esconde-se detrás daquilo que os outros conhecem de nós. Negar a sua existência e a diferença com que cada um o vive, incompleta-nos.
Não sou um grande fã de Liam Neeson, mas reconheço o bom trabalho que fez neste filme. De resto, todo o elenco está em grande nível.

O que nós queremos

O Financial Times escreve sobre Portugal:
"What do the Portuguese want? The immediate answer is almost certainly rain and jobs.(...)
Portugal is not expecting José Sócrates, the country’s new Socialist prime minister, to make the heavens open. Delivering jobs, however, will be one of the key tests of his centre-left government. He has set a target of creating 150,000 jobs over the next four years and the Socialists’ election to a second term in 2009 will largely depend on his ability to meet this objective.(...)
The election was a personal triumph for Mr Sócrates, 47, a market-friendly Socialist who has brought unity and a touch of youthful appeal to his party. But there was no appetite for the street celebrations and blaring of car horns that usually follow such victories in Portugal. After voting in a new government with a clear mandate to tackle the weak economy and rising unemployment that have left the country despondent, the Portuguese went quietly home.(...)
Will Mr Sócrates, a former environment minister, show the grit needed to confront the powerful interest groups said to be holding the country back?
He gave a clear signal of his determination at his swearing-in ceremony by announcing the liberalisation of non-prescription drug sales - a measure strongly opposed by pharmacists. But the real test will be in implementing more widely unpopular reforms during a politically sensitive year.(...)
Mr Sócrates has set himself ambitious goals. He promises to strengthen the economy - by increasing annual gross domestic product growth from 1 per cent in 2004 to 3 per cent by 2009 - discipline public finances and “overcome the structural blockages hindering our development”.
These aims will not be easily compatible in the short term. He will have to cut public spending and hold down public sector wages to keep the budget deficit under control.
Moving from low-wage textile and shoe manufacturing to what Mr Sócrates calls an economy based on “knowledge, innovation and skills” will mean inevitable job losses. Structural reforms will face vociferous opposition from vested interest groups ranging from doctors, teachers and lawyers to trade unions, the civil service and some big corporate groups.(...)

A fundamental weakness is the poor export performance of Portuguese industry. (...)Imports are the equivalent of 40 per cent of GDP. Productivity is only 64 per cent of the EU average.(...)
Low levels of education lie at the heart of Portugal’s difficulties.(...)In relative terms, Portugal invests more than the EU average in education and the average ratio of one teacher to every nine students is one of the highest in the world. But outcomes are among the worst in Europe. This is largely due, say analysts, to poor organisation, excessive centralisation and cumbrous red tape.(...)
Mr Sócrates aims to cut the school failure rate in half and keep every youngster in school or professional training until they reach 18. If he is successful in these and other promised reforms, voters could only be more grateful if he also brings them rain."

terça-feira, março 29, 2005

Recomenda-se

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Hoje - Mário Laginha

O primeiro disco de Laginha, gravado em quinteto (Jullian Argüelles, Sérgio Pelágio, Bernardo Moreira, Alexandre Frazão) em 1993. Excelente jazz, sem os enervantes devaneios vocais de Maria João.

Nós e a Europa

Interrogo-me se teremos referendo sobre a Europa, assunto que não parece tomar a consciência dos actores políticos nem da população em geral. De que falamos quando falamos da Europa? De subsídios e fundos estruturais que tomaram o lugar do ouro do Brasil? Talvez seja mesmo assim, um traço cultural do nosso país.
È certo que a arquitectura europeia se assemelha cada vez mais uma burocracia baça, distante dos problemas reais dos cidadãos . As eleições para o parlamento europeu, sempre com a participação modesta dos eleitores, são o espelho de um fosso cada vez mais fundo.
Aos problemas inerentes à superestrutura europeia, junta-se a nossa pouca paixão pela Europa. Se pudéssemos, viveríamos de costas voltadas para ela, como aliás fizemos durante tantos séculos.

A necessidade de reformas liberais

Alain Madelin, presidente dos "Cercles Libéraux" escreve no Le Figaro:

"La France et l'Europe ont besoin de réformes libérales, de l'ouverture des marchés, de la confiance dans les libertés, l'économie et la concurrence. On ne peut se résigner à une croissance molle, on ne peut continuer à vivre à crédit en reportant la facture de notre déficit de réformes sur les générations futures(...) Il nous faut une politique agressive de libération de l'économie qui, seule, nous permettra d'atteindre un niveau de croissance forte et même d'hypercroissance nécessaire pour nous sortir du piège de l'endettement public, du chômage persistant, et faire face sans drame au rendez-vous démographique.

Au lieu de faire une pédagogie de la modernité libérale et des changements nécessaires, voici que l'on fait une attaque en règle contre une Europe trop libérale et que l'on voit le président de la République faire écho aujourd'hui aux thèses les plus radicales des écologistes, des antimondialistes, épouser les rhétoriques les plus à gauche sur les délocalisations, le dumping social, le dumping fiscal ou le dumping écologique. Au risque de réactiver nos vieilles tentations dirigistes et protectionnistes. "

O "Não" continua a subir

Nova sondagem no Le Figaro sobre o referendo francês ao tratado da constituição europeia que terá lugar 29 de Maio .

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O simpósio que se impunha

"Why Pamper Life's Complexities"(*) é o título da conferência que reune académicos de todo o mundo em Manchester, a 8 e 9 de Abril.
Vão discutir o impacto social, cultural, político e musical dos The Smiths.
Estranhamente, ainda não recebi o convite.

(*) "Why pamper life's complexities
When the leather runs smooth
On the passenger seat ?"
This Charming man
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A Propósito do Inquérito

Luís, parece-me que os portugueses olham o futuro menos sombrio, um sentimento de optimismo está lentamente a ganhar forma.
Talvez se sintam aliviados por se terem desembaraçado do governo PSD/CDS, que associam a um tempo de desemprego e de aumento do custo de vida. Talvez se identifiquem com o período da governação guterrista, o “boom” consumista a ela associado, a aquisição de casa própria e a ilusão do crédito fácil, na esperança de que o novo governo PS resgate esse tempo perdido. Sabemos que o crescimento dessa época tinha pés de barro, mas havia mais emprego e, acima de tudo, confiança no futuro; para muitos, a prosperidade desenhava-se no horizonte.
As pessoas esperam, naturalmente, uma melhoria do seu nível de vida, mais rendimento disponível para financiar os consumos a que se habituaram. É compreensível que não queiram um aumento dos impostos.
Para satisfazer tais expectativas, é verdade que o ouro do Brasil dava muito jeito. Mas poderia também ser o caminho para o logro, como nos demonstra a História de Portugal.

Sim e Não

O que o resultado do barómetro DN/TSF/Marktest indica é que os portugueses continuam iguais a si mesmos, numa atitude facilmente encontrada em muitas das coisas do dia a dia.
Sim, votaram maioritariamente no PS, no programa despesista do PS, nas promessas/objectivos de Sócrates para aumentar os gastos do estado.
Não, os impostos não devem, não podem aumentar dizem esses mesmos. O programa do governo para a manutenção e expansão do estado a tudo providente, deve ser executado recorrendo ao dinheiro vindo de outro lado que não dos bolsos dos contribuintes/eleitores portugueses. Podemos perguntar aos Finlandeses, Suecos ou Dinamarqueses se nos querem financiar. Talvez se possa descobrir petróleo no Beato. Ou diamantes num novo Brasil e especiarias de uma nova Índia.

Eu achava que não se podia comer o bolo e continuar a tê-lo inteiro em cima da mesa. Os meus concidadãos, pelos vistos, acham que se pode. Talvez alguém me possa explicar esta dissonância.

segunda-feira, março 28, 2005

Ontem à tarde

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Roots Ahead - Harry Sokal
Ouvido, enquanto esparramado numa cadeira comprida posta na varanda, a ver o mar furioso da Zambujeira.

Religião e Ciência

Alguns museus da ciência dos EUA estão a renunciar a conteúdos que, eventualmente, possam chocar com as crenças dos cristãos fundamentalistas.
Tal está a suceder nos estados do Sul, num exercício em que o religioso se sobrepõe à ciência mesmo nos territórios desta.

A Utilidade Pública

Nesta Páscoa, a boa nova foi o Mourinho em Israel, numa meritória acção pela paz no Médio Oriente.
De resto, tivemos um Papa cada vez mais diminuído pela doença e as habituais estatísticas das mortes nas estradas portuguesas.
Ainda assim, valeu o descanso das mini férias.
Retomei a leitura dos jornais; vejo no Público a notícia, em destaque, dos sobreiros abatidos por força do imperativo imobiliário. Tudo em nome “da imprescindível utilidade pública”. Estranho e hilariante o caso de Setúbal, o da atribuição da utilidade pública a um plano pormenor que ainda não existia...

Miss Keira

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Prometes portar-te mal?

Do fim de semana

1º Basta a possibilidade de António Guterres ser o escolhido para próximo Alto Comissário da ONU para os Refugiados, para os socialistas reavaliarem a lista de presidenciáveis. Se a isto juntarmos o facto de as sondagens darem sempre a Cavaco Silva uma vantagem enorme sobre o líder da Internacional Socialista, temos que uma alternativa deva começar a ser considerada e o mais pronto possível apresentada. Será que António Vitorino volta a borregar?

2º O comissário europeu para o desenvolvimento visitou Cuba no seguimento da reaproximação da UE ao regime de Fidel Castro. Grande parte deste processo deve ser creditado aos esforços do governo espanhol de Zapatero. Ao mesmo tempo, a Amnistia Internacional lembrou que existem pelo menos 70 presos políticos em Cuba, vítimas de maus tratos.
A mim causa-me alguma perplexidade a ingenuidade com que os espanhóis apelam ao velho ditador para que os liberte, na esperança que a cenoura do reatamento de relações lhe altere as convicções políticas sobre liberdade de expressão e os direitos humanos.

À chuva

Três dias de descanso absoluto. Com a chuva a cair lá fora, horas foram passadas a ler e a ouvir música enquanto via ao longe o mar a rebentar e a espumar por cima do Palheirão. Houve tempo para um passeio até aos Alteirinhos, ao Carvalhal e à Azenha do Mar para as apresentar a quem não as conhecia, com o resultado habitual de encantamento.
As caipirinhas do Oceano continuam óptimas para acompanhar o reencontro de velhos amigos e familiares. Mesmo à chuva.

quinta-feira, março 24, 2005

Boa Páscoa

Vou até à Zambujeira. Ver o sol da Primavera a pôr-se lá ao longe, sobre o mar.
Até segunda-feira!

Aniversário extraterrestre

Um dos blogs que visito com regularidade diária completou um ano de escritas. Uma das razões que visito o Fora do Mundo é o número de vezes em que se fala dos Smiths. E as fotografias de lindas senhoras. Claro, os textos também são bons.

Subsidiar a concorrência

Ouço no jornal da tarde da SIC um representante duma organização de pequenas empresas criticar o governo pelo projecto de colocar os tais 1.000 licenciados, em não se sabe o quê, nas ditas empresas com o objectivo de melhorar a sua performance. Então essa não é uma coisa boa e por eles desejada, perguntará o leitor? Com a sapiência de quem tem o próprio dinheiro investido e não anda a programar gastar o dos outros, perguntava o tal senhor quem iria pagar os custos desses novos colaboradores. E respondia: as empresas não (penso eu que é senso comum que se deles precisassem e pudessem já os tinham contratado), teria de ser o estado. E que isso era um subsídio dado à empresa que os acolhesse. O dinheiro do subsídio vem dos impostos de todos, inclusive dos daquelas empresas que não iriam beneficiar do programa.
Logo o dinheiro dele servia para financiar a concorrência.
Lindo não é? Parece óbvio, não é? Mais um efeito das políticas de redistribuição do rendimento.

Blogs

Em França, oito alunos excluídos do liceu por causa dos seus blogs, usados como instrumento de escárnio e difamação de professores.
Os problemas que os blogs podem trazer...

Alheamentos

Estive apenas uns dias sem aparecer na Blogosfera , mas parece uma eternidade, tão vertiginoso é este nosso Tempo.
Não tenho prestado muito atenção às notícias, mas mesmo assim não consegui evitar a nomeação de Paul Wolfwitz para a presidência do Banco Mundial. Imagino que a felicidade tenha invadido o director do Público, José Manuel Fernandes, nesta nova era de desenvolvimento preventivo.
Que benefício retirarão os países do terceiro mundo, beneficiários das ajudas do Banco Mundial, deste antigo embaixador na Indonésia de Suharto e recém arquitecto da guerra iraquiana, agora ao leme daquela instituição?

quarta-feira, março 23, 2005

O monstro engorda - II

Durante a campanha eleitoral foi muitas vezes referido o peso dos gastos com os funcionários públicos no total da despesa estatal. Não está em causa encontrar culpados nos trabalhadores que tiveram a sorte de ser contratados por tão generoso (em benefícios sociais) e sempre pagador patrão. Por alguma razão tantos continuam a querer ser funcionários do estado, como se pode ver sempre que abre um concurso de admissão à função pública, em qualquer área dos tentáculos estatais.
Hoje ouvi a Frente Comum dos Sindicatos da Função Pública exigir a reabertura de negociações que levem os aumentos salariais de 2%, fixado pelo governo anterior, para um aumento de 5,5%. O que pensarão os contribuintes, trabalhadores e empresários, desta exigência? O que pensarão aqueles que não são aumentados por a empresa não ter disponibilidade e que preferem manter-se empregados ao encerramento ou deslocalização da mesma? Que pensarão os empresários apanhados no actual ciclo económico, tendo o estado como sócio silencioso, recebedor de taxas e impostos? Valerão os serviços prestados pela função pública o que por eles se paga?
Os sindicatos estão a negociar com um empregador falido. Se por uma razão populista, para agradar às centenas de milhares de funcionários (já ouvi falar em 700.000) mais às suas famílias, o governo ceder, serão todos os demais portugueses quem pagará directamente esse aumento. No imediato, com uma subida de impostos proporcional ao aumento, ou daqui a anos, quando os impostos subirem para pagar o actual aumento de dívida pública. Dá igual. Pagam sempre os mesmos.

Na idade da reforma

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"Kojo Annan, son of Kofi Annan, United Nations secretary-general, received at least $300,000 (£180,000) from Cotecna, a Swiss inspection company awarded a contract ultimately worth about $60m under the Iraqi oil-for-food contract." no FT (via DD).

Tentações

Um amigo chama-me a atenção para esta notícia do Público, que eu já tinha lido.
Não faço juízos sobre este caso em concreto, mas cada dia que passa, reforço a minha ideia que o estado, através dos gestores eleitos da coisa pública, deve ser mantido afastado do dinheiro dos cidadãos contribuintes. Deve-se evitar que embarquem em grande projectos de "investimento público". Mantenho-me pessimista quanto à natureza humana no que tem a ver com as capacidades que temos de gerir o dinheiro dos outros em gastos que não suportamos directamente. Pior ainda se existir a possibilidade de esse dinheiro beneficiar o gastador, directa ou indirectamente.

O monstro engorda - I

Confirma-se que o governo vai seguir o caminho da nacionalização das Bombardier na Amadora. Para tal usa a CP, que para além dos prejuízos que acumula, servirá agora para o estado gastar mais 45 milhões de euros dos depauperados cofres públicos para comprar uma empresa que iria fechar por não haver no mercado encomendas que pudessem justificar a sua laboração. Claro que a Bombardier está radiante com esta decisão populista, inicialmente acordada com Carmona Rodrigues. Além de se desfazer deste activo inoperante (no mínimo, eleiminando os "overheads" e as despesas de manutenção do equipamento). ainda vai receber um bónus. Parabéns aos estrategos canadianos!
Os funcionários da Bombardier, que lamentavelmente atravessavam um período pertubador com a perspectiva de desemprego, passarão a ser funcionários públicos. Aqui estão os primeiro postos de trabalho criados por Sócrates (e criação é a palavra certa), com efeitos até na contratação de novos licenciados em engenharias. Ou seja, começa a cumprir o que prometeu.

terça-feira, março 22, 2005

Preocupações de barriga cheia

Os OGM (organismos geneticamente modificados) são habitualmente atacados por organizações ecologistas e de defesa do consumidor, preocupadas com o impacto no ambiente e na saúde que podem adevir da sua plantação e consumo. Temos de ver que estas organizações são originárias dos países ricos ocidentais, onde a escassez de produção agrícola há muitas décadas que não existe. Pelo contrário, temos as famosas pirâmides de excedentes. Nos países onde a fome é um dos maiores predadores e os rendimentos agrícolas miseráveis mantém o nível de pobreza das populações, os OGM são vistos como uma forma de melhorar as perpectivas de vida.
No Portugal Diário dá-se conta que um estudo inglês descobriu que os campos plantados com OGM incluíam menos insectos e isso é apresentado como um facto muito negativo. Esta pode, no entanto, ser uma das suas virtudes: será que um agricultor sub-sahariano quer muitos insectos nas suas colheitas? Por outro lado, no Telegraph, lê-se que as organizações ecologistas destroiem os campos experimentais e ameçam os cientistas, impedindo a conclusão de estudos e fazendo com que o investimento nessa investigação seja transferido para outros países que dela irão beneficiar.
Porque é que estas organizações não contestam mais veementemente a PAC e os subsídios agrícolas europeus que fomentam o excesso de produção ineficiente na Europa, prejudicando gravemente as exportações e os rendimentos dos agricultores em zonas em desenvolvimento?

Os olhos de Reese

Example
E vou escrever o quê?

Férias e mais férias - II

Sugestão de um leitor:
"Proponho que se encurtem também as pausas lectivas ou, sem eufemismos, as férias de cerca de 3 meses da classe docente."

Se os ordenados são pagos, os professores devem apresentar-se na escola, mantendo actividades extra curriculares com os alunos que ensinaram nos meses anteriores ou em aulas de recuperação para os que mais dificuldades apresentaram em determinada matéria. Os pais e demais contribuintes pagadores do sistema público de ensino, agradeceriam.
À atenção do Eng. José Sócrates.

Sem pergunta nem resposta

Quando vamos a uma farmácia e nos queixamos de um sintoma que julgamos ser de um mal ligeiro e sem mazelas futuras, pedimos conselho para um medicamento que nos alivie. Quando somos queixosos de um mal que nos apoquenta com frequência não impeditiva da vidinha do dia a dia, pedimos o avio do medicamento cujo nome conhecemos há anos.
Em ambos os casos, somos atendidos.
Quantas vezes somos atendidos, questionados e aconselhados por famacêuticos? Quantas vezes temos os nossos sintomas tratado por quem simplesmente (e honradamente) encontrou emprego numa farmácia? Os não farmacêuticos vão ser todos despedidos ou impedidos de falar com os clientes dentro das farmácias?
Respostas não dadas a perguntas não feitas.

O Amor é Tão Lindo! - L

Example
"When love breaks down"
Steve McQueen - Prefab Sprout
Vinte anos depois, lembro-me de o ouvir no "Som da Frente", apresentado pelo vozeirão do António Sérgio.

Burocracias

Não é fácil abrir um estabelecimento comercial. O espírito do condicionamento industrial, além de marcar as associações comerciais, ainda permanece na atitude como o estado, nas suas diversas camadas adiposas (do governo central à câmaras), olha com desleixo e muitas vezes desconfiança para quem pretende investir.
Leio no Setubalense que a C.M. de Palmela recusa a instalação de uma grande superfície no seu concelho. O pedido de instalação foi feito à câmara mas os seus serviços não se dignaram a responder (mas porque é que uma empresa tem de perguntar à câmara se pode abrir?). A lei, num excepcional acto de protecção dos cidadãos contra a inércia e inépcia dos serviços estatais, reconhece o acordo tácito do pedido após 45 dias sem resposta. A câmara alega agora que isso não é válido, dado que a localização pretendida colide com o cristalizado PDM.
O tempo de gestão das burocracias públicas é bastante mais lento que o do mundo real em que as empresas e demais cidadãos se movem. Basta ver o que acontece a quem não respeita os prazos processuais ou a quem passa pelo famoso sketch do "papel; qual papel?".

segunda-feira, março 21, 2005

Et encore non!

Nova sondagem confirma o avanço do "Não" no referendo à constituição europeia em França, a 29 de Maio.
Desta vez no Le Figaro.
Example

No gráfico abaixo pode-se ver a evolução da intenção de voto.
Example

Se a tendência do "Não" se mantiver, o que acontecerá? De que valerá o tratado? E se mais países votarem "Não"?

Férias e mais férias

No A Arte da Fuga e no Elba Everywhere lembra-se que Sócrates podia também propôr a redução das férias parlamentares. Junto-me.

E vão duas

Já são duas as medidas anunciadas por Sócrates que merecem a minha concordência. Depois de anunciar a disposição de permitir a venda de mdicamentos sem receita médica fora das farmácias, anuncia hoje que pretende reduzir o período de férias judicias.
"São três os períodos de férias judiciais: de 15 Julho a 15 de Setembro; 22 de Dezembro a 3 de Janeiro; da segunda-feira anterior à Páscoa até à segunda-feira seguinte." via PD
Se o país necessita de um serviço judicial que funcione sem interrupção, os tribunais deveriam manter o mesmo nível de operacionalidade o ano todo. Os juízes conjugariam com os outros juízes a marcação de férias e o mesmo para os demais funcionários judiciais, marcando-se as férias do ano seguinte, até 31 de Dezembro do ano anterior. Coloca-se a questão de os advogados, que têm processos em vários juízos e tribunais, não poderem ter assim férias em período certo e prolongado. Os advogados, ou os seus escritórios, têm de ser encarados como empresas e se decidirem suspender a sua actividade por um período prolongado, terão de sofrer as consequências de diminuição de produção ou passar o trabalho para outro colega, podendo acordar numa partilha do rendimento. Aos clientes deverá ser facultado plano de férias do advogado (como se afixa o mapa de férias nas empresas e se avisa fornecedores e clientes de paragens na laboração), para que aquele possa optar por outro profissional. Ao terem pré-estabelecido o período de férias, saberiam os advogados se iriam estar disponíveis para cumprir prazos de um determinado processo.
José Sócrates pretende mexer com interesses corporativos com peso significativo. O que só por si me merece simpatia. Vamos ver quanto tempo as boas intenções se levam a transformar em acções. É que há um lugar quentinho cheio de boas ideias e vontades.

As Árvores - O Amor é Tão Lindo! - XLIX

Este é o único "dia mundial" que quero celebrar. Com dedicatória a quem planta árvores para quem lhe fica. Obrigado pai.

Example
aaaaaa"The Trees"
aaaaWe Love Life - Pulp

domingo, março 20, 2005

Parabéns agradecidos

Parabéns e obrigado ao Contra a Corrente pelos 730 dias de excelentes escritas que o tornam visita obrigatória!

sexta-feira, março 18, 2005

O Amor é Tão Lindo! - XLVIII

Example
aaaa"Inside and Out"
aaaaaLet It Die - Feist
Os Bee Gee's nunca a fizeram soar assim.
Bem que me podiam oferecer este disco. Ou bilhetes para o concerto.

Optimismo

Caro Marvão, embora subscreva as tuas preocupações com as infracções aos direitos humanos em Guantanamo ou em Abu Ghraib, não posso deixar de lembrar que ambos os casos têm tido um tratamento jornalítico intenso.
Os abusadores foram identificados e julgados no caso de Abu Ghraib, quer nos EUA quer no Reino Unido. Em relação a Guantanamo, como saberás tão bem como eu, tem sido possível o recurso a tribunais federais. Num último caso, um juiz impediu mesmo o repatriamento de prisioneiros pretendido pelo governo americano quer fazer por temer que nos países de origem venham a sofrer abusos.
Tudo isto é possível porque ao contrário do que acontecia no Afganistão e no Iraque de Saddam existem sistemas judiciários independentes e acesso à livre informação. Quantos dos milhares de executados por Saddam puderam defender-se (ou mesmo serem acusados!) em tribunal? Veja-se o que se passou por exemplo no Irão com o caso dos bloggers detidos como aferidor da liberdade de expressão.
No Iraque, há um novo parlamento eleito por milhrares que não tiveram medo dos que os quiseram aterrorisar com ameaças.
No Arábia Saudita, realizaram-se eleições locais num primeiro exercício democrático numa monarquia absoluta, apesar da limitação ao voto feminino.
No Líbano... Enfim, as manifestações dos últimos dias e a atitude dos Sírios, que inclusive entregaram um irmão de Saddam aos americanos, são explicativas do que as aspirações à democracia e à liberdade podem. A ONU, para variar, anda atrás dos acontecimentos, numa demonstração da sua inoperacionalidade.
Na Palestina, Bush já deu claros sinais de empenhamento na resolução negocial do conflito e no apoio a que a Autoridade eleita consiga exercer o seu poder sobre as facções terroristas.
Por isso, caro Marvão, não tenho uma visão tão negativa dos resultados da política americana no Médio Oriente nem do que aí virá. Há que continuar a temer os mesmo de sempre: os que querem manter regimes ditatoriais e a jogar com o argumento do terror.
ExampleExample

Dois anos de Guerra

A guerra do Iraque vai completar dois anos neste fim-de-semana. Uma guerra baseada numa premissa falsa, porque feita em nome do risco representado por armas de destruição maciça que não existiam. Foi feita também sob o signo de uma revolução cultural : ao exportar o regime político da Democracia para o Iraque, iria transformar a face de todo O Médio Oriente. Trata-se , na verdade, de um discurso antigo e com um subtexto colonial, pois também as campanhas de Napoleão, no Egipto, e dos Ingleses, no Iraque, para citar dois exemplos, falavam em libertar os nativos do despotismo e da obscuridade.
As suas consequências foram profundamente negativas, do caos em que está mergulhado o próprio Iraque à proliferação do terrorismo, passando ainda pela tentativa de obtenção de armas nucleares por nações que se querem pôr a salvo de uma invasão americana (vide Coreia do Norte e Irão). O mundo está mais perigoso do que antes.
O campo dos Direitos Humanos estreitou-se, em nome da guerra ao terrorismo, que criou Guantánamo, onde não se aplica a Convenção de Genebra, e Abu Ghraib, com o seu triste repertório de abusos e torturas.
Pelo mundo árabe e muçulmano grassa o ódio aos EUA, o que favorece os desígnios da Al-qaeda; na Europa, a desconfiança impera; não mais é possível dizer, como De Gaulle, “ a palavra do presidente dos EUA basta-me”.
Nem mesmo o sucesso das eleições iraquianas (não esquecendo o boicote sunita) consegue ofuscar o caos em que os iraquianos estão obrigados a viver, por entre bombas e atentados terroristas e as armas dos militares americanos, tantas vezes mortíferas.

Cada um no seu poleiro

«"Parece que há muita gente interessada em dar conselhos ao Governo. Não está previsto no programa de Governo um aumento de impostos"» via Portugal Diário

O primeiro ministro já entrou em discussão com a oposição. Começa a sentir-se questionado na sua autoridade e capacidade para delinear a estratégia do governo em termos orçamentais e fiscais. Daí a constatação em tom de aviso.
Direitinha para ex-secretários gerais do PS com manias de isenção santificada.
Era altura da outra oposição, a parlamentar, começar a dar sinal de vida.

Ils disent NON, mais...

Em França, no Le Parisien, surgiu a primeira sondagem em que o Não ultrapassou o Sim como intenção de voto no referendo à constituição europeia.
Example fonte: Le Parisien
" Les plus favorables aujourd'hui au non, à en croire l'institut CSA : les 35-49 ans (58 %), les employés (63 %), les sympathisants du PC (82 %) et ceux du FN (70 %). Plus spectaculaire : 59 % des sympathisants socialistes (ayant fait un choix) penchent vers le non"

Nicolas Sarkozy, em campanha pelo Sim, chama a atenção aos franceses que "não têm o direito de dizer Não a uma ideia que trará a paz porque esta ou aquela coisa" no tratado não lhes agrada. Para ele o Sim é colocar a França à frente das outras nações e o Não é colocá-la atrás de todas as outras. Também Jacques Delors deu uma entrevista onde revela as suas preocupações. Para o "Senhor Europa, antigo presidente da Comissão Europeia de '85 a'95, haverá em França um "cataclismo" caso o Não vença, abrindo uma grave crise na Europa, com custos para os interesses franceses.
Demonstra-se que o interesse nacional continua a ser o mais relevante. Não era suposto o tratado revelar um sentido supranacional da UE?

quinta-feira, março 17, 2005

O Amor é Tão Lindo! - XLVII

Example
aaaaaa"Gigantic"
aaSurfer Rosa - The Pixies
É a Kim que diz, de um tal de Paul: "...Gigantic; A big big love..."

OGM no Burkina Faso

«O Burkina Faso, um dos países mais pobres do Mundo, foi o primeiro país da África Ocidental a permitir experiências com algodão genéticamente modificado. O país não pode fechar a portas às chances dadas pelas novas tecnologias, anunciou o Ministro da Agricultura burquinabe.
"Alguns intelectuais dizem que a tecnologia genética verde vai destruir a produção de algodão e não só...mas nós já visitamos os campos! E também o Ministro da Agricultura disse que quem cultivar algodão geneticamente modificado irá ter melhores colheitas. Sem tecnologia genética verde nunca o iremos conseguir. Ou seja, a nossa esperança é poder começar a cultivar o novo algodão o mais depressa possível, para resolvermos os nossos problemas." [François Tani, agricultor]
"Após dois anos de pesquisa, podemos confirmar: o gene é eficaz contra os parasitas mais importantes. Em relação à questão de saber se os parasitas conseguem criar resistência ao gene, até ao momento ainda não observámos nada nesse sentido. E ainda constatámos um aumento da produção, na ordem dos 20 e os 28%." [Dr. Oula Traoré do instituto nacional de pesquisa, INERA]
"Na Europa, têm a sorte de viver actualmente numa sociedade que pode optar. Quando se entra num supermercado europeu quase já não se sabe por onde começar, tal é a escolha. Lá têm centenas de iogurtes diferentes e se calhar 200 marcas de chocolate – mas aqui no Burkina Faso estamos muito longe dessa situação. Aqui existem chefes de família que nem sequer têm cereal suficiente para alimentar os filhos. Muitas vezes um pai apenas pode dar uma mão cheia de cereal a cada membro da família. E estes comem-no assim como está. Porque a quantidade mínima não chega para fazer dele uma massa. E nesta situação: se tivermos alguma possibilidade de aumentar a nossa produtividade – temos alguma hipótese de escolha?" [Mohamed Ba, agricultor]» via Deutsche Welle.

O Petróleo

E a unhaca?

Example
O ministro Freitas do Amaral deu ontem, numa conferência de imprensa televisionada, uma demonstração que os portugueses, que ele representa, não entram em seguidismos. Nem de boas maneiras.
Enquanto esclarecia que ninguém o tinha importunado com essa história de ele não gostar de americanos e das comparações fascistas ao seu presidente, que agora as circunstâncias são outras, o Prof. Ministro esparramou-se o mais confortavelmente possível na cadeira e enfiou um dedo no ouvido, fazendo uma pequena limpeza ao cerume acumulado. De seguida contempla o produto resultante, para logo se desfazer dele.
Pergunto-me qual o tamanho da unhaca que permitiu tão magnífica imagem de um momento de higiene íntima. Pergunto-me se uma boa coçadela no baixo ventre está na agenda do Ministro Prof.

Um outro Pólo Norte

Example
No Pólo Norte de Marte há gelo. Há muito pó, é certo. Mas há água.
E lama?

Mais concorrência

Hoje de manhã, a caminho da "repartição", verifiquei que o Jumbo anunciava (num outdoor) que brevemente iria "fazer baixar os preços dos combustíveis em Setúbal". O efeito da liberalização na distribuição irá sentir-se nos bolsos dos consumidores.
Em França, pode-se encontrar nestas lojas, estações de serviço e até outras "liberalizações" muito discutidas ultimamente em Portugal.

A confirmação (posta marcadamente machista)

É oficial. Está cientificamente comprovado que as mulheres são mais complicadas que os homens. Desde o ínicio dos tempos que os machos da espécie sentem os efeitos dessa realidade genética. A partir de agora, em momentos em que o turbilhão de emoções contraditórias das nossas "better halfs" explodir e as acusações de falta de compreensão aparecerem, poderemos sempre alegar em nossa defesa que a culpa é da genética. Da delas, claro.

"La secuenciación del cromosoma X demuestra que las mujeres tienen una mayor complejidad genética" El Mundo
"Females are genetically more varied than males, an analysis of the X chromosome has revealed. " BBC

quarta-feira, março 16, 2005

Sócrates, o sindicalista

«"Vamos esperar pelo programa do Governo", disse[Nobre dos Santos, UGT], ao recordar que também o novo primeiro-ministro, José Sócrates, foi filiado no SINTAP, quando trabalhou na Câmara da Covilhã, deixando antever que a sua acção poderá contrariar as "ideias liberalizantes" numa reforma da administração pública. » via Portugal Diário

Os sindicalistas da UGT lembram ao primeiro ministro donde ele vem e quais são as exigências de quem o apoia. Resta saber quão forte é a UGT no PS e como essa influência é exercida junto do PM. A oposição interna a Sócrates começa a tomar forma, na ala mais à esquerda. Será que já se esqueceram dos votantes em João Soares e em Manuel Alegre?

A Nossa Música

Noite passada no cinema em companhia de “A Nossa Música” de J.L. Godard. O filme estava dividido em três partes, inferno, purgatório e paraíso. E o paraíso era uma área de floresta, com um lago, rodeada de arame e guardada por marines. Em Godard, humor e pessimismo formam um todo indistinto.

Imigração

Luís, é o choque cultural de uma sociedade homogénea que se confronta com a diferença e a multiculturalidade por via da imigração, fenómeno recente em Portugal. Se a isso juntarmos o sentimento de que a prosperidade adquirida está ameaçada, num contexto de crise económica ou de incerteza quanto ao futuro, temos um quadro propício à emergência da xenofobia.
Enfim, nisto, os portugueses não são diferentes dos outros povos : quando se vive a crise como experiência que poderá ruir o nosso mundo, construímos, muitas vezes, representações negativas do “outro”, culpamo-lo pelos males que nos assolam.
E a argumentação racional só dificilmente consegue desconstruir e mudar tais atitudes. Nem mesmo a experiência da emigração, parte da nossa história colectiva, serve para atenuar o preconceito, pois é vista como separada e distinta da dos outros povos.
Em largas pinceladas, é o que me oferece dizer sobre o inquérito agora publicado.

CTT de confiança

A propósito do post no Jaquinzinhos, onde JCD relata a opinião de Nicolau Santos sobre os CTT e os seus serviços, recordo que os resultados do inquérito "Marcas de Confiança" (feito aos leitores da Reader's Digest), indicam sempre os serviços postais como a instituição portuguesa de maior confiança. Este ano e comparando com os resultados obtidos no resto da Europa, ficam em 3º lugar, atrás dos congéneres da Holanda e da Finlândia.
Pelos vistos a opinião de Nicolau Santos de falta de qualidade não é partilhada pelos inquiridos. Que não seja por isso que os CTT não sejam privatizados.

Alemanha mais liberal

O chanceler alemão Gerhard Schröder prepara-se, numa cimeira sobre o trabalho, para propor medidas que reduzam o desemprego record na Alemanha (mais de 5 milhões de desempregados) e permitam que se crie 150.000 empregos. Entre elas estará a baixa do "corporate tax" de 25 para 19%.
O presidente alemão, Horst Köhler (ex-director FMI), preconiza várias medidas liberalizantes para incentivar a criação de emprego:
«(...)tanto os governos nacionais como a União Europeia multiplicaram as regras e os regulamentos para as empresas. Os cidadãos queriam sempre mais, e o desemprego foi aumentando. Chegámos a um ponto em que é preciso tomar medidas drásticas para reformar a economia e a sociedade. Ao estado compete estabelecer as regras do jogo; mas têm de ser os cidadãos a jogar:
“As regras são: propriedade privada, liberdade contratual, livre concorrência, mercados abertos, preços livres e uma moeda estável; um seguro para todos, que os proteja dos grandes riscos da vida; e responsabilidade individual. O moderno estado social ajuda na aflição; mas não pode garantir a cada indivíduo o nível de vida alguma vez alcançado”.» via Deutsche Welle

O Amor é Tão Lindo! - XLVI

Example
"Luiza", "Looks Like December"
Passarim - Antonio Carlos Jobim
Inclui a versão em português do "Looks like December", com o título "Anos Dourados", acompanhado de Chico Buarque de Hollanda.
Este disco é absolutamente essencial. Para ouvir vezes sem conta.

Contradições irracionais

Não sendo sociólogo, deixo aqui o repto ao Luís Marvão para que me tente explicar a evidente contradição entre estas duas notícias (abaixo). Os portugueses parecem ter esquecido que Portugal foi, ciclicamente, um país de expatriados. Os movimentos de emigração para o Brasil, EUA, Canadá, África do Sul, França, Alemanha e Suíça, deslocaram milhões de portugueses à procura de melhorarem as suas condições de vida. Não é à toa que Paris é provavelmente a maior cidade portuguesa.

"Portugal (...)com 62,5 por cento dos inquiridos a responderem contra a entrada de mais estrangeiros no país (...) Os portugueses revelaram-se reservados quando colocados perante a imigração de indivíduos de "outras raças ou etnias", perante "imigrantes dos países mais pobres da Europa" e perante "imigrantes dos países mais pobres fora da Europa". via Público

"Com 2,6 milhões de euros de média diária, os portugueses em França foram, em 2004, a maior fonte de remessas para Portugal, revela o Banco de Portugal sobre as transferências dos emigrantes. O segundo lugar é ocupado pela comunidade portuguesa na Suíça, cujo volume diário de envios de dinheiro ascendeu no ano passado a 1,4 milhões de euros. Os portugueses dos Estados Unidos mantêm o seu tradicional terceiro lugar com remessas médias diárias de 635.347 euros. A evolução positiva do movimento de remessas provenientes da França, Suíça e Reino Unido é a responsável pelo crescimento das remessas em 2004, que totalizaram 2,442 mil milhões de euros." via RR.

terça-feira, março 15, 2005

Do amor ao prémio ou ao jogo

A polémica do Chief Coach Officer (CCO) do Chelsea, no Bonfim.

Atestados de Menoridade

Mesmo sendo juridicamente automático, o regresso de Pedro Santana Lopes à Câmara Municipal de Lisboa não deixará causar problemas ao PSD. Desde logo, pela incerteza quanto ao futuro de uma hipotética recandidatura . Além disso, constitui um atestado de menoridade passado aos eleitores lisboetas, que em muito facilitará a vida à oposição camarária.
Em matéria de atestados de menoridade, não ficamos por aqui : também os farmacêuticos nos vieram alertar para os riscos da venda livre de medicamentos, ou seja, para a nossa falta de discernimento em adquirir uma aspirina num qualquer supermercado. Eu, pela minha parte, experimentei, na Holanda, as vantagens dessa venda livre, ao comprar uma caixa de pastilhas para alívio das dores de garganta.
Na questão dos referendos há igualmente um subtexto de menoridade da nossa condição, pois seríamos incapazes de distinguir uma eleição de uma proposta referendária; mais uma vez, o nosso discernimento, coitado, ficaria afectado por termos de colocar duas cruzes em vez de uma só.
Creio haver equivalência cultural em todos estes exemplos, traduzida na ideia de que os portugueses são incapazes de decidir por si ou de fazer escolhas racionais.

O Amor é Tão Lindo! - XLV

Example
aaaaaa"Christine"
The House of Love - The House of Love
Recordação partilhada.
Que as houve, houve.

Deus responde

Leitura recomendada.
Numa demonstração de grande disponibilidade para esclarecer dúvidas, Deus (Rodrigo Moita de) responde ao "Tomé Troll" sobre a (des)condição feminina na UMAR.

Par(v)idade

No seguimento das queixas de Macário Correia, eu gostaria de saber quantos alentejanos ou setubalenses e quantos Vitorianos fazem parte do governo. Já agora, e puxando a brasa à minha sardinha, quantos "ligeiramente arrendondados de ventre" foram escolhidos por Sócrates?
É também interessante verificar que as preocupações com a condição feminina, do autor da frase "beijar uma mulher que fuma é como lamber um cinzeiro", continuam firmes.

Coisa nunca vista

É desta. Alguma vez tinha de ser. Concordo com António Saleiro, o presidente da ANAREC e conhecido campeão da livre concorrência (not!).
Espero que a liberalização da venda de medicamentos sem receita médica não restrinja os pontos de venda às grande superfícies. Os postos de abastecimento, que hoje em dia, muitas vezes incluem mini-supermercados, restaurantes e até hóteis, podem muito bem vir a qualificar-se para pontos de venda destes produtos. Dependendo da legislação a criar quanto a requisitos de instalações e garantias de qualidade de produto e serviço, não vejo porque estas empresas não possam prestar este serviço.
Já agora, levanto outra possibilidade: porque não a venda através de "direct mail" ou através de sites na internet?
Vamos ver que restrições estão já pensadas e quais as que as associações farmacêuticas conseguem ainda impor a Sócrates.

segunda-feira, março 14, 2005

O que valem as imagens

ExampleExample

"Beirut city official Mounib Nassereddine told AFP news agency more than 800,000 people had turned out for the protest, which would make it the biggest demonstration held in the country's history. (...)Beirut city official Mounib Nassereddine told AFP news agency more than 800,000 people had turned out for the protest, which would make it the biggest demonstration held in the country's history. " via BBC

Expropriações e rendas

"O presidente da AIL refere que no país existem cerca de 540 mil habitações devolutas, entre as quais 70 mil na cidade de Lisboa. «Se o Governo obrigar à ocupação desses fogos, penalizar os proprietários ou então aumentar os impostos a pagar por estes, os prédios acabarão por ser colocados a render». E acrescenta que se o Governo obrigasse à ocupação dessas habitações «o valor das rendas baixaria»." via Portugal Diário

Cabe a associações como a Associação dos Inquilinos Lisbonenses (AIL), dirigida pelo Sr. Romão Lavadinho, fazer pressão para que os interesses dos seus associados sejam atendidos. De quem falamos? E quais são esses interesses? Os membros serão os não proprietários da residência habitual (haverá os que são proprietários de outros imóveis urbanos ou rurais, usados como segunda habitação, de lazer) e que têm um contrato de arrendamento feito com um proprietário que aplicou a sua poupança e/ou da sua família em imóveis de habitação. Interessa a estes arrendatários minimizar os custos que têm com a habitação onde residem. De preferência, mantendo as rendas a níveis historicamente irrisórios. O que as declarações acima demonstram é que parece não haver limites à ambição da pedinchice ao estado providência, pois pede-se claramente que o estado exproprie propriedades privadas ou que force os seus proprietários a gerirem o seu património de acordo com a vontade de quem em nada contribuíu para a sua formação.
Uma vez que a anterior maioria deu o passo de reformar o RAU, arcando com a despesa política dessa decisão, este governo pretende enfatizar a sua preocupação com o social refazendo a anterior proposta na parte referente à negociação entre as partes contratantes. Mais uma vez o estado e os políticos autorgam-se o direito de interferir na livre contratualização entre as partes e a servir de intérpretes do que é socialmente justo. Siga-se os conselhos da AIL e em breve teremos os investidores portugueses a contribuir para o mercado de arrendamento, algures noutro país.

O Amor é Tão Lindo! - XLIV

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aaaaaaaaaTodas. Absolutamente todas.
Charlie Parker With Strings: The Master Takes - Charlie Parker
Há 50 anos atrás, o Bird falecia. O seu corpo foi vítima de todos os abusos que os seus vícios lhe provocavam. A sua música continua a falar por ele.

Apoiado

Mesmo com dois dias de atraso, não queria deixar de manifestar o meu apoio à vontade de Sócrates de liberalizar a venda de medicamentos que não requerem receita médica.
Nas horas seguintes ao discurso inaugural, deram-se as habituais reacções corporativas. Compreenda-se que as associações farmacêuticas e a respectiva Ordem se limitam a defender o bem estar dos seus associados. Lembro que se associou um aumento do consumo de medicamentos à sua venda livre. Então e quando há semanas se falou do aumento do consumo de antidepressivos? Que eu saiba eles não são receitados pelos gerentes de supermercados nem vendidos em tabacarias. As fármácias são empresas e como tal visam a maximização de vários indicadores e no final, do lucro. Por isso, estas reacções. Permitir a entrada de mais concorrentes é uma medida que há muito devia ter sido tomada e espero que seja um primeiro passo para que a concorrência possa beneficiar a carteira do consumidores e, eventualmente, os cofres do nosso estado providência. Espera-se que o governo venha a facilitar a abertura de mais farmácias, sem os constrangimentos actuais. A não ser que a proposta feita (prometida/objectivada) na tomada de posse sirva para evitar essa desregulamentação, com a desculpa que há que ser prudente e esperar para aferir do seu impacto.

sexta-feira, março 11, 2005

A beleza da americana

Example
Não sei o que é. Não me perguntem, porque eu não sei.
Mas que há qualquer coisa na Thora que me faz querer fazer-lhe festinhas, lá isso há.

Condicionalismos

«Não sou candidato a candidato a candidato. Digo isto três vezes»

António Vitorino, que me deixou na memória uma das aulas de Ciência Política mais interessantes a que assisti, não pretende entrar em pré-campanha presidencial. Diz apoiar Guterres, vendo nele o "candidato ideal do ponto de vista do prestígio internacional e do país".
Não fico esclarecido quanto à hipótese, eventulamente remota, de Guterres não querer voltar a participar do governo do pântano. Por isso pergunto-me se não será Vitorino um candidato condicional. Ou condicionado.
Nada que não se coloque à direita, também, uma vez que nenhum candidato a candidato se assumiu declaradamente. Quem são os candidatos condicionais (ou condicionados) de Cavaco Silva?

O Amor é Tão Lindo! - XLIII

Example
aaaa"In a Lifetime"
aaaMacalla - Clannad
Um bom disco. Uma grande canção e um grande vídeo.
Com Bono Vox.

Oferta e procura

"Preço da água pode aumentar em períodos de seca. Recomendação é do Instituto da Água e visa regiões mais afectadas pela seca. Utentes que «abusem» também serão penalizados. Quercus concorda, mas lembra que famílias grandes não podem ser prejudicadas." via PortugalDiário

Em períodos de escassez, ou seja em anos mais secos, deve ser permitido que o preço da água suba. A procura recebe assim a indicação da diminuição da disponibilidade do bem. Se mesmo assim os consumidores decidirem continuar a gastar o mesmo, ou tal como num bem de luxo, aumentarem a sua procura, terão de afectar-lhe mais do seu orçamento.
Quanto à maneira de discriminar, a unidade de conta deve ser o consumo absoluto por cada cliente, ou seja, por cada contrato de fornecimento e não a relativização per capita familiar. Não vejo interesse em subsidiar os consumos de quem planeia famílias maiores, arrenda quartos lá em casa ou tem os tios e os primos de visita.

Memória

Há um ano atrás, pela manhã, uma notícia arrepiante percorreu rapidamente os cubículos do escritório. Dizia-se que em Madrid os comboios rebentavam. As primeiras reacções foram telefonar para os nossos colegas e amigos do escritório de Madrid para saber como estavam, se algum mal lhes tinha acontecido. Ao fim de algum tempo, confirmou-se que todos estavam bem e que nenhum dos seus familiares tinha sido afectado.
O resto do dia, dos dias seguintes, foi repleto de actualizações jornalísticas sobre números de vítimas, com informações contraditórias sobre os autores do atentado e finalmente com mais explosões e mortes.
O facto é que um grupo de gente achou por bem manifestar-se através do terrorismo bombista dirigido a milhares de pacíficos madrilenos (muitos deles, imigrantes sul americanos), deixando marcada a memória de todos nós.
Alumnos del Colegio de los Dominicos de Madrid formaron el lema

Manuel Castells

Na Europa, sem tradição de I&D no tecido empresarial, é o Estado que deve ser o motor do processo de inovação tecnológica, afirma M. Castells em entrevista ao jornal Público. Mas a mudança tem de começar dentro do próprio Estado, com novas formas de organização, incorporação de tecnologias e mais transparência na relação com os utentes e os cidadãos em geral. Em suma, uma administração moderna, facilitadora dos processos de mudança social nas empresa e organizações, que crie as condições para o deflagrar da inovação.
“ Nos países em que o Estado entendeu que o seu papel era dinamizar a inovação, apoiar o empreendedorismo e fazer da inovação tecnológica e social uma força dinâmica, a acção do Estado facilitou o processo. Nos países em que o Estado, ou adoptou um modelo neoliberal, deixando tudo para o mercado resolver, ou é prisioneiro de interesses corporativos, tanto de empresas como de sindicatos – como é o caso da Alemanha, aí não houve qualquer avanço”.
Dá o exemplo da Finlândia, “ a sociedade de informação mais avançada do mundo”, uma economia extremamente competitiva e com um nível elevado de coesão social, em que o governo, em face de instituições financeiras profundamente conservadoras, criou uma empresa pública que actua como capital de risco e na dependência do parlamento. Outro organismo criado pelos finlandeses foi o Tekes, que “identifica os projectos de inovação de empresa e universidades, que organiza as ligações entre as empresas e as universidades e que financia projectos em função das prioridades estratégicas do país”.
Tudo isto, no entanto só terá um impacto positivo se houver profunda mudança na máquina administrativa, referiu o sociólogo.
Realçou ainda a importância das PME, da necessidade de se organizarem em rede, ao invés dos processos de concentração, que lhes reduziriam a flexibilidade na acção e criação de emprego.

quinta-feira, março 10, 2005

O Amor é Tão Lindo! - XLII

ExampleaaaaExample

"Love Vigilantes" & "Perfect Kiss" aaaaaaaaaMarço, 2005.
aaaaLow-Life - New Order
Eles andam aí.

"O Inferno são os outros."

"France's National Library has airbrushed Jean-Paul Sartre's trademark cigarette out of a poster of the chain-smoking philosopher to avoid prosecution under an anti-tobacco law.(...)
The doctoring of the photo was first spotted by Libération, fittingly enough the Left-wing newspaper founded by Sartre." via Telegraph.

Não tenho por hábito fumar em casa de não fumadores nem na "repartição". Não fumo onde o responsável pelo espaço proíbe o fumo - é um seu direito que devo respeitar. Mas há coisas que não compreendo. O fumo nas fotografias causa mal a quem? E nos livros? E nos filmes? E nos quadros?
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Líbano

As coisas não são o que parecem. O Líbano não é tão linear como pensam alguns.
Milhares de muçulmanos, na sua maioria xiitas, gente pobre dos subúrbios de Beirute, do Norte e do Sul do país, manifestaram-se para contestar a resolução de 1559, que exige a retirada das tropas sírias. Eram cerca de 400 mil a um milhão de pessoas em Beirute, na Praça Riad el–Sulh, que assim quiseram homenagear a presença síria e o seu contributo para o fim de quinze anos de guerra civil.
Eles não esquecem Sabra e Shatila e a invasão israelita.

O reforço do Bonfim

Assinou hoje pelo Bonfim uma nova contratação de peso.
Dada a sua reconhecida sapiência técnico-tática e à sua apetência para carregador de piano, espera-se que se interne muitas vezes pela grande área, produzindo postas que serão verdadeiros compêndios sobre a arte de chutar a bola para dentro da baliza.
Ou seja: benvindo à equipa, Miguel!

quarta-feira, março 09, 2005

L'anniversaire

Example
Es tu heureuse, Juliette?

Não se pode nacionalizar?

"O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, exigiu hoje que o novo Governo do PS adopte medidas para garantir que a metalomecânica Bombardier continue a produzir, defendendo que seria «um crime económico» permitir a deslocalização da empresa." via Portugal Diário

Pode ser que Sócrates começe aqui o ínicio do pagamento da sua promessa/objectivo de criação de emprego. Como se trata de uma empresa privada, a única solução será nacionalizar. Basta que a CP compre a fábrica, que encerrou por falta de encomendas, directamente ou através da EMEF.
O que interessa para Jerónimo de Sousas é se que continue a produzir. Mesmo que a produção não tenha sido encomendada por ninguém e seja paga pelos contribuintes.

A cultura da despesa pública -II

Para que a despesa estatal seja financiada, há que tributar. Para aumentar a despesa, há que tributar ainda mais. Quanto mais riqueza cada um produz, maior a probabilidade de ser tributado de forma acrescida. Só assim se financia a cultura da despesa.
O JCD, num excelente texto, como lhe é habitual, pensa que a defesa e aplicação desta cultura tem a ver com inveja e não com as auto-proclamadas capacidades omniscientes destes cientistas sociais na redistribuição de rendimentos. Concordo. Se a galinha da vizinha é mais gorda e dá mais ovos que a minha, não devo procurar melhorar a postura e o peso da minha. Vamos mas é dividir a mais gorda por todos. Claro que no fim ela estará morta e quem perde somos todos nós.

Um blogger na alta roda de imprensa

"El autor de un blog consigue una acreditación para la rueda de prensa diaria en la Casa Blanca
Garret M. Graff alimenta un blog con noticias sobre los medios de comunicación en Washinton y acaba de conseguir una las cotizadísimas acreditaciones para acudir a la rueda de prensa diaria que se ofrece en la Casa Blanca.
Graff, de 23 años, es el primer autor de un blog que, en la breve historia del medio, consigue uno de esos escasos pases con el propósito específico de escribir en su diario web.
Graff ha conseguido una acreditación como editor de
FishbowlDC, que nació a principios de año. Poco a poco, los blogs se van haciendo un hueco entre los grandes medios y en EEUU, sus autores se han asegurado puestos en campañas electorales, convenciones políticas y debates presidenciales." Via El Mundo

Delírios

Luís Filipe Menezes acusa Freitas do Amaral de ser anti-ocidental e pró fundamentalista.
Já estou a imaginar o nosso futuro ministro dos negócios estrangeiros a transformar o país num albergue do islamismo radical.
Estamos a viver tempos interessantes.

terça-feira, março 08, 2005

Pobreza e Desenvolvimento

Poverty is hunger. Poverty is lack of shelter. Poverty is being sick and not being able to see a doctor. Poverty is not being able to go to school, not knowing how to read, not being able to speak properly. Poverty is not having a job, is fear for the future, living one day at a time. Poverty is powerlessness, lack of representation and freedom.
Thus, we need development. Development is not solely about money or markets, or education and health - although all these are important. It is about people gaining access to resources and increasing their capacity to improve their lives and influence decisions that affect them.
Source: International Council
on Social Welfare

A cultura da despesa pública

Uma comissão de inquérito do parlamento francês vai investigar os aumentos dos impostos locais na maior parte das regiões. Das 22 regiões, 20 são dirigidas pela esquerda.
Example
Taxas de crescimento dos impostos por região. A Alsácia, dirigida pela UMP, aparece a azul.

Nas palavras do líder da comissão, Hervé Mariton (UMP):
"Le fait est que les impôts locaux ont augmenté de manière extravagante dans certaines régions (en particulier le Languedoc-Roussillon et la Bourgogne). Les élus socialistes ont, plus que ceux de droite, la culture de la dépense publique. Ils devraient avoir le courage de l'assumer.(...)
L'impôt local a pour premier contribuable l'Etat, qui paie notamment une part importante de la taxe professionnelle et de la taxe d'habitation. L'Etat, c'est un peu le roi de Prusse. Il paie, mais l'impôt est très mal contrôlé. Il faut savoir que lorsqu'une collectivité engage une dépense supplémentaire elle ne la règle que partiellement. La gestion des finances locales, c'est une grande partie de rugby où l'on refile la balle aux autres. Or l'objectif de la décentralisation, c'est une meilleure gestion, pas une hausse des dépenses. Malheureusement, le système, aujourd'hui, porte puissamment à la dépense, qui est plus payante électoralement. Mais la contre-partie de la dépense, c'est l'impôt. Si l'on veut que la décentralisation soit vertueuse, il faut absolument que les élus fassent preuve d'un plus grand esprit de responsabilité. Sinon, la décentralisation en soi va devenir explosive." via Le Figaro.

O Amor é Tão Lindo! - XLI

Example
aaa"The Killing Moon"
Ocean Rain - Echo & the Bunnymen
"In starlit nights I saw you
So cruelly you kissed me
Your lips a magic world
Your sky all hung with jewels
The killing moon
Will come too soon"

Mais uma memória bibliotecária

"Fui o sócio nº 1000 e tal ( não me lembro) passei pelo 33 e cheguei ao nº 7. Para uma criança de tenra idade entrar naquela biblioteca era o equivalente à tropa para um adulto. Só mais tarde passei a ter acesso à "outra sala" e a ter alguma confiança com o velho senhor. Lembro esse livro ["1984"] e de outros tantos. O máximo que podias levar eram 5 de cada vez."

De um leitor, sobre a Biblioteca da Gulbenkian em Odemira.

A vingança arsenalista

O rescaldo do jogo no Bonfim.

segunda-feira, março 07, 2005

Capicua

Respondia-me um amigo blogger, à minha constatação que Freitas era ministro, que "cada um tem o que merece".
Respondo-lhe que essa afirmação pode ser lida como uma capicua:
- Sócrates merece Freitas
- Freitas merece Sócrates
- ambos merecem-se

Resta saber se nós os merecemos. A julgar pelos resultados das eleições, diria que sim.

Vamos à bola

Mais logo, no Bonfim.
Esta noite as senhoras não pagam.

Espectros

Bem, vamos viver os próximos tempos sob o espectro do aumento dos impostos. Mas um outro espectro assola também este jardim à beira-mar plantado. Refiro-me ao desemprego, que não só se manterá em níveis altos, como poderá ainda crescer mais. Por detrás das estatísticas, escondem-se dramas humanos, famílias privadas das sua fonte de sustento, gente em idade activa, mas habitada pelo sentimento do desespero e da inutilidade.
O desafio que se nos coloca é o de integrarmos novamente estas pessoas no mundo do trabalho, por estratégias várias, que passam pela formação profissional e pela valorização de novas áreas, como sejam a conservação dos patrimónios natural e humano ou o investimento na ecologia social..
Implicará investimento público? Pois sim, mas não esse investimento de contornos demagógicos traduzido na “obra pública de efeito multiplicador” ligada ao sector da construção civil que tem desfigurado o litoral do nosso país.

Campeã

Example
Como bem lembrou o Bruno, temos mais uma campeã europeia. Para mais, a Naide Gomes é atleta do seu Sporting.

Definições claras, precisam-se

"Ao invés das direitas governamentais, que apenas tentaram explicar ao país que não eram nem «liberais» nem «conservadoras», o Eng. Sócrates assumiu frontalmente que era «socialista». (...)
As esquerdas de protesto assinam petições contra a história do mundo nos últimos 30 anos, e as direitas governamentais, com medo de serem suspeitas de «liberalismo», não confessam o que as poderia inspirar para além do Pacto de Estabilidade. (...)O Eng. Sócrates diz que conhece um remédio e o país, desesperado, quer fazer a experiência. Boa sorte."

A ler, mais um texto do Prof. Rui Ramos.

Bono: banqueiro mundial

Via NYT:
"Bono May Make Short List for World BankaaaExample
Treasury Secretary John Snow on Sunday would not rule out the idea of Irish singer Bono, an activist on debt relief and AIDS, making the short list of potential candidates to lead the World Bank even though an American is expected to get the job. ``He's somebody I admire. He does a lot of good in this world of economic development,'' Snow said(...) Bono has been nominated for the Nobel Peace Prize for international social justice efforts that include trying to persuade rich nations to relieve the debt of poor nations."

A Ucrânia na UE

Example
Em entrevista ao Die Welt, o presidente ucraniano, Viktor Yushchenko, fala da intenção da Ucrânia vir a ser membro da UE antes 2016, dizendo que "não somos vizinhos da Europa, somos parte da Europa, somos a Europa! Não existe alternativa para nós.".
Numa demonstração que as capacidades de criação de emprego são um atributo comum em governantes de todo o continente, o presidente ucraniano mostra-se mais ambicioso que o nosso engenheiro. Questionado sobre o número crescente de ucranianos emigrados, responde que se compromete a criar "em cinco anos, cinco milhões de empregos". Será a contar com o regresso destes imigrantes que Sócrates promete/objectiva mais 150.000 empregos?

domingo, março 06, 2005

Inclinações

"O último sufrágio serviu mais para se optar pelo que não se queria no poder do que, propriamente, o que se queria para governar."
E não é que eu, desta vez, concordo contigo!?
Infelizmente, não se votou a pensar no que seriam as melhores opções políticas para o futuro do país. Dentro em breve, o peso "de sondagem" do PS irá diminuir. Quer por se quebrar o encantamento das promessas/objectivos impossíveis de cumprir, quer porque a nova direcção do PSD irá competir pelo mesmo mercado eleitoral, não propondo uma alternativa ao "centrão". Infelizmente.
Também por isto, Paulo Portas disse à saída do Conselho Nacional do CDS/PP que o futuro líder fez bem em esperar quer os nomes dos ministros, quer a inclinação futura do PSD. É que o mercado à direita ficará menos concorrencial.

sexta-feira, março 04, 2005

O que aí vem

Acabei de ouvir o elenco governativo na TSF.
Freitas do Amaral estará lá.
Luís Campos e Cunha, professor de outros tempos, também. Para já, o Dr. Anacleto mostra-se preocupado que a sua nomeação não traga mais políticas "à la BE". Por outro lado, aceita como positiva a nomeação do Prof. Freitas.
Como todos os governos, tem o benefício da dúvida. Por pouco tempo...

O regresso do Circo

Vou voltar a ver carros a andar às voltas numa pista. Começa lá do outro lado do mundo, na Austrália. Procurem encontrá-lo.
Tiago Monteiro

Divergências Insanáveis

Para além das muitas coisas em que concordamos, há uma em que as nossas divergências são insanáveis. O Rodrigo é um adepto da gloriosa equipa das papoilas saltitantes. Eu sou um adepto (sócio, com as quotas em dia) do clube do Bonfim.
Não há compromisso possível.
Ele pergunta se será seguro marcar uma jantarada para o Jamor. Eu respondo-lhe que se a sorte assim quiser, lá nos encontraremos. Se o acaso nos fizer adversários antes, espero que se repita o resultado do dia 16 de Fevereiro de 1999.

O Regresso

É o tempo esperado do regresso à Câmara de Lisboa de Pedro Santana Lopes, talvez um cargo menos aborrecido que o de deputado, e que certamente lhe conferirá outro protagonismo.
Lá vai Santana a reboque do plano de reconversão do Parque Mayer.

O Amor é Tão Lindo! - XL

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aaaa"Pretty in Pink"
Talk Talk Talk - The Psychedelic Furs
Há alguém da minha geração que não tenha visto este filme?

PT

Os lucros de 2004 da operadora mais do que duplicaram em relação a 2003. Mesmo assim, prepara-se para despedir cerca de mil trabalhadores.

Monotaxa

Algumas vezes tenho discordado da DECO, mas desta vez concordo com o seu pedido para que a benesse concedida aos condutores de monovolumes, criada por decreto lei, seja revogada. Sobre este decreto já aqui escrevi das razões da minha discordância.
No Tugir, o Luís Novais Tito, acha que este acordo representa "as tais teorias liberais do pagador utilizador levadas ao último escalão do absurdo."
Pelo contrário. Nada haverá de liberal (ou mesmo de racional) em subsidiar um determinado tipo de transporte aceitando que a empresa afectada pelo abaixamento de tarifas seja compensada com aumentos em determinados troços. Claro que se a empresa tem os seus preçários distorcidos por acção de um legislador satisfeito por agradar a determinada clientela, irá procurar fazer acertos compensatórios noutro lado do seu negócio (a Brisa é uma empresa privada, não é uma instituição de caridade).
O efeito é uma clara forma de política social de redestribuição de rendimentos, de cariz mais socialista que outra coisa. Também o argumento de que ajudaria a fomentar o mercado de monovolumes e a manter a fábrica da Volkswagen em Palmela (origem dos veículos VW, Ford e Seat) me parece irrealista. Não será por este benefício que uma família decidirá aumentar o orçamento que destina à compra de carro para cobrir o custo de um destes veículos (entre 35.000 a 45.000 euros) ajudando à expansão do mercado local (que imagino não ser assim tão grande). Não será por isso razão para que a fábrica fique cá e não seja deslocalizada para os países de leste, que têm mão de obra qualificada, sistemas fiscais mais favoráveis e estão melhor localizados junto aos grandes mercados do centro da Europa.

Ainda a Biblioteca

(Também no Abrupto)
Depois de escrever a posta abaixo, resolvi pesquisar um pouco sobre a antiga biblioteca da Gulbenkian.
Na inauguração da Biblioteca Municipal de Odemira (baptizada de "José Saramago"...), disse o vereador da cultura:
"Todo este espaço sucede na sua função cultural, à velha mas tão querida Biblioteca da Gulbenkian, a quem, nunca será demais agradecer o trabalho desenvolvido tantos e tantos anos no país e também em Odemira, bem como a doação total do acervo com cerca de sete mil exemplares à Biblioteca Municipal."

No site da Câmara Municipal de Odemira, faz-se a apresentação da Biblioteca Municipal e da importância da Fundação Gulbenkian. Curiosamente, também o presidente da CMO, autor do texto, cita logo à cabeça, o Emílio Salgari:
"Eram as carrinhas-biblioteca da Gulbenkian que à sexta à tarde chegavam, enquanto a malta de olhos esbugalhados e não sem alguns empurrões à mistura para assegurar um melhor lugar, ficava na bicha. À espera…Eram os Cinco, as aventuras de Emílio Salgari, de Júlio Verne, eram Eça de Queirós, Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis…Poucos e sempre os mesmos, os livros eram disputados ao palmo. A sua "raridade" levava a que frequentemente houvesse lugar a segunda ou terceira leitura. Inacreditavelmente havia sempre algo de novo…Depois foi a biblioteca fixa em Odemira. Pequenina, escura e desconfortável, mas extraordinariamente rica de conteúdo, de cumplicidades, de amizades e de sonhos. Depois, um pouco a nossa utopia. "
A nova Biblioteca mantém um serviço de "Bibliomóvel ", um veículo que transporta uma biblioteca pelas freguesias do interior do maior concelho do país.
Example O Serviço de Bibliotecas Itinerantes foi criado em 1958.
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"A 100.ª biblioteca fixa da Gulbenkian, inaugurada nos anos 60 em Carregal do Sal", JN 19/10/98
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Vista da actual Biblioteca Municipal, construida no alto do castelo, sobre o Rio Mira.