segunda-feira, fevereiro 28, 2005
Não podia deixar de assinalar a morte de Peter Benenson, fundador da Amnistia Internacional, que está indissociavelmente ligada a Portugal, quando no ano de 1960 dois estudantes de Coimbra foram presos por terem cometido o crime de brindarem à liberdade num café. Uma vida dedicada à defesa da liberdade de expressão e dos direitos individuais, que fez das cartas de protesto armas cívicas contra a tirania.
Ambientalismo e propriedade
"Mais de 30 por cento da área do Parque Natural da Arrábida é propriedade privada. Não faz sentido que, em alguns casos, os proprietários sejam impedidos de entrar e de residir nas propriedades que lhes pertencem" via Diário Digital
Quem o diz é Carlos Sousa, presidente da Câmara M. de Setúbal, a propósito do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida (POPNA) elaborado pelos Instituto de Agronomia e Instituto de Conservação da Natureza. Deve-se recordar que o edil setubalense, anterior edil de Palmela, foi eleito pela CDU. Em conjunto com os colegas de Palmela e Sesimbra, rejeita o Plano e considera que se esqueceu "o contributo da comunidade residente no interior do Parque Natural da Arrábida para a preservação ambiental daquela zona protegida."
Uma vez mais, parece que estamos perante um caso em que o ambientalismo legislado esquece de envolver os proprietários na protecção dos seus bens e segue uma visão probicionista.
Sobre este tema, leia-se a série de posts de João Miranda no Blasfémias, intulada "O Ambientalista Liberal".
Quem o diz é Carlos Sousa, presidente da Câmara M. de Setúbal, a propósito do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida (POPNA) elaborado pelos Instituto de Agronomia e Instituto de Conservação da Natureza. Deve-se recordar que o edil setubalense, anterior edil de Palmela, foi eleito pela CDU. Em conjunto com os colegas de Palmela e Sesimbra, rejeita o Plano e considera que se esqueceu "o contributo da comunidade residente no interior do Parque Natural da Arrábida para a preservação ambiental daquela zona protegida."
Uma vez mais, parece que estamos perante um caso em que o ambientalismo legislado esquece de envolver os proprietários na protecção dos seus bens e segue uma visão probicionista.
Sobre este tema, leia-se a série de posts de João Miranda no Blasfémias, intulada "O Ambientalista Liberal".
E vão cinco
Com o empate em Coimbra, já vão em cinco empates seguidos para o Vitória, num jogo onde se marcaram um total pouco habitual de seis golos. Do resumo que vi e do que li, parece-me que desta vez a defesa facilitou um pouco mais que o habitual. Se me tenho queixado da falta de pontaria e afinação das chuteiras, desta vez marcámos três golos. Não é facil fazê-lo e por isso o trabalho defensivo (que deve ser trabalho de toda a equipa) devia ter sido suficiente para assegurar a vitória. Pelo contrário, estivémos a perder até ao último minuto. Enfim, continuamos à espera da primeira vitória de José Rachão como treinador. Pode ser que para a semana com o dificílimo Braga o consigamos. Esse vai ser um jogo para não falhar. Entretanto, na quarta-feira à noite temos Taça no Bonfim. Com o Braga, nem mais.
Só para fanáticos
A Vodafone que me desculpe o roubo, mas é preciso ser muito fanático. Não é que desde ontem de manhã que há um gupo de pessoas sentadas à entrada da loja no posto da BP em Setúbal, à espera dos bilhetes dos U2?
Os revoltosos
Aí está O Insurgente, ajuntamento de inssurectos escribas.
Um deles, o Miguel Noronha, aproveita para avisar do fecho d'O Intermitente, dois anos após a sua abertura. Uma boa novidade, é o regresso do João Noronha às escritas. Da minha parte, agradeço a inclusão do Office Lounging na coluna da direita (não podia ser outra) d'O Insurgente, o qual vai já ali para o topo direito. Farei por merecer tal distinção.
Boa sorte a todos!
insurgentes: plu. de insurgente, insurgente , do Lat. insurgente, adj. 2 gén., que se insurge; rebelde; insurrecto
Um deles, o Miguel Noronha, aproveita para avisar do fecho d'O Intermitente, dois anos após a sua abertura. Uma boa novidade, é o regresso do João Noronha às escritas. Da minha parte, agradeço a inclusão do Office Lounging na coluna da direita (não podia ser outra) d'O Insurgente, o qual vai já ali para o topo direito. Farei por merecer tal distinção.
Boa sorte a todos!
insurgentes: plu. de insurgente, insurgente , do Lat. insurgente, adj. 2 gén., que se insurge; rebelde; insurrecto
sexta-feira, fevereiro 25, 2005
Habituem-se
Agora que o PS está a preparar-se para anunciar os nomes do governo socrático, começa a sentir o escrutínio da comunicação social. Para começar, António Vitorino já deixou o seu aviso para a História: "O Governo do PS não será feito pela comunicação social nem na comunicação social. Habituem-se."
Estou curioso para saber como vão agir aqueles que achavam que o último governo da coligação vivia ao ritmo da agenda dos media. Não sei se os planeadores do choque tecnológico notaram, mas a sociedade da informação é uma realidade, é mais que um cliché usado para enquadrar a velocidade de circulação de notícias. Nessa sociedade as formas de transmitir informação multiplicam-se com o passar dos dias. A novidade dos blogs depressa dará lugar a outra. Os meios que propiciam essas trocas vivem maioritariamente de audiências, de publicidade. Quem tiver a notícia do momento, quem a tiver todos os dias, de preferência várias vezes ao dia, ganha. E é de dinheiro e influência que falo. Então, qual é o combustível deste mercado? São os conteúdos, as notícias, mesmo aquelas que vêm de fontes com os ouvidos colados à porta do escritório do noticiado e que no fim se revela sofrerem de surdez. Se estas notícias provocarem reacções dos personagens que estão nelas contidos, teremos uma maximização do impacto e do ganho por ela gerado. Este ganho pode ser favorável também a quem está no centro da discussão. A superioridade sobre os demais é estabelecida pela capacidade de gerir o caminho e proporção que a notícia toma, em que meios e por quem, ela é tratada.
Será este governo PS e a sua clientela partidária mais imune, a esta sociedade de informação em crescendo, que os seus predecessores?
Estou curioso para saber como vão agir aqueles que achavam que o último governo da coligação vivia ao ritmo da agenda dos media. Não sei se os planeadores do choque tecnológico notaram, mas a sociedade da informação é uma realidade, é mais que um cliché usado para enquadrar a velocidade de circulação de notícias. Nessa sociedade as formas de transmitir informação multiplicam-se com o passar dos dias. A novidade dos blogs depressa dará lugar a outra. Os meios que propiciam essas trocas vivem maioritariamente de audiências, de publicidade. Quem tiver a notícia do momento, quem a tiver todos os dias, de preferência várias vezes ao dia, ganha. E é de dinheiro e influência que falo. Então, qual é o combustível deste mercado? São os conteúdos, as notícias, mesmo aquelas que vêm de fontes com os ouvidos colados à porta do escritório do noticiado e que no fim se revela sofrerem de surdez. Se estas notícias provocarem reacções dos personagens que estão nelas contidos, teremos uma maximização do impacto e do ganho por ela gerado. Este ganho pode ser favorável também a quem está no centro da discussão. A superioridade sobre os demais é estabelecida pela capacidade de gerir o caminho e proporção que a notícia toma, em que meios e por quem, ela é tratada.
Será este governo PS e a sua clientela partidária mais imune, a esta sociedade de informação em crescendo, que os seus predecessores?
A Visita
Uma semana pautada pela visita de Bush à Europa, sob o signo da Irão e da China.
Nestas ocasiões vem sempre à tona a herança comum, aquilo que nos une, a nós europeus, à América. Sendo assim, as diferenças não seriam sólidas, mas rapidamente diluídas nesse todo representado pela herança comum. Mesmo se, segundo R. Kagan, os americanos são de Marte e os Europeus de Vénus, espírito guerreiro versus amor.
Bush pediu aos europeus que seguissem o exemplo americano, pondo a “liberdade e a democracia" no centro das relações internacionais. Visava questões como a manutenção do embargo de venda de armas à china (que os europeu têm vontade me levantar) e o programa nuclear desenvolvido pelo Irão, em que a abordagem diplomática da França, Alemanha e Reino Unido causa algum embaraço. Em relação a este último ponto, a iniciativa diplomática destes três países constitui até hoje o único esforço para inverter a lógica nuclear. E parece estar a dar alguns frutos, para os quais os EUA nada contribuíram.
Enfim, apenas quis deixar algumas impressões da vinda do Presidente Bush à velha Europa.
Nestas ocasiões vem sempre à tona a herança comum, aquilo que nos une, a nós europeus, à América. Sendo assim, as diferenças não seriam sólidas, mas rapidamente diluídas nesse todo representado pela herança comum. Mesmo se, segundo R. Kagan, os americanos são de Marte e os Europeus de Vénus, espírito guerreiro versus amor.
Bush pediu aos europeus que seguissem o exemplo americano, pondo a “liberdade e a democracia" no centro das relações internacionais. Visava questões como a manutenção do embargo de venda de armas à china (que os europeu têm vontade me levantar) e o programa nuclear desenvolvido pelo Irão, em que a abordagem diplomática da França, Alemanha e Reino Unido causa algum embaraço. Em relação a este último ponto, a iniciativa diplomática destes três países constitui até hoje o único esforço para inverter a lógica nuclear. E parece estar a dar alguns frutos, para os quais os EUA nada contribuíram.
Enfim, apenas quis deixar algumas impressões da vinda do Presidente Bush à velha Europa.
Nas costas dos outros...
"À semelhança do que fez com os ex-primeiros- ministros António Guterres e Durão Barroso, o Presidente da República assinalou também a despedida de Santana Lopes com um almoço no Palácio de Belém." via Portugal Diário
Eu, se fosse ao Eng. indigitado, desconfiava quando Belém marcasse um almoço fora do calendário de encontros semanais.
Eu, se fosse ao Eng. indigitado, desconfiava quando Belém marcasse um almoço fora do calendário de encontros semanais.
Noite verde
Têm razão para celebrar, estes dois ilustres sportinguistas. E também este, não menos ilustre, que anda lá fora, nas neves, a lutar pela vida.
Eu também não fiquei nada triste.
Eu também não fiquei nada triste.
A factura do almoço
O custo das SCUT's e das promessas socialistas, segundo o presidente da comissão parlamentar de Obras Públicas, via Diário Digital:
"Chegamos à conclusão que o IEP não tem forma de suportar o aumento dos custos: serão 500 milhões de euros, a partir de 2005, e depois 700 milhões até 2023.(...) na altura não foram contabilizados nos custos as indemnizações compensatórias, nem as expropriações. Foi ao Estado que ficou contratualizada a obrigação de pagar as expropriações e não aos concessionários. Cada uma das concessões levou um valor muito superior de encargos que não estavam previstos. E porquê? Porque os concursos foram lançados sem o estudo de impacto ambiental concluído. Quando ficou concluído, o atraso obrigou a indemnizar os concessionários, o que aumentou de forma desgovernada os custos das Scuts. (...)Dentro de 23 anos, um português que nasça hoje vai pagar as Scuts. (...)Se o PS vier a ser Governo, com as mesmas pessoas que há dois anos e meio colocaram o país neste estado, talvez seja a altura dessas mesmas pessoas serem confrontadas com o que fizeram. A promessa do eng.º Sócrates, de manter as Scut, não dura dois anos. É financeiramente insustentável."
"Chegamos à conclusão que o IEP não tem forma de suportar o aumento dos custos: serão 500 milhões de euros, a partir de 2005, e depois 700 milhões até 2023.(...) na altura não foram contabilizados nos custos as indemnizações compensatórias, nem as expropriações. Foi ao Estado que ficou contratualizada a obrigação de pagar as expropriações e não aos concessionários. Cada uma das concessões levou um valor muito superior de encargos que não estavam previstos. E porquê? Porque os concursos foram lançados sem o estudo de impacto ambiental concluído. Quando ficou concluído, o atraso obrigou a indemnizar os concessionários, o que aumentou de forma desgovernada os custos das Scuts. (...)Dentro de 23 anos, um português que nasça hoje vai pagar as Scuts. (...)Se o PS vier a ser Governo, com as mesmas pessoas que há dois anos e meio colocaram o país neste estado, talvez seja a altura dessas mesmas pessoas serem confrontadas com o que fizeram. A promessa do eng.º Sócrates, de manter as Scut, não dura dois anos. É financeiramente insustentável."
"...Lisbon stayed strangely quiet."
A vitória socialista, na The Economist (link premium, meus destaques):
"Socratic dialogue
A landslide for the left, but plenty of economic problems loom ahead
IT SHOULD have been a night to celebrate. Portugal's centre-left Socialists won a historic victory in the election on February 20th. For the first time since the overthrow of the dictatorship in 1974, the party took more than half the seats in parliament. But even as the win became a landslide, Lisbon stayed strangely quiet.José Sócrates, the Socialists' new leader, tried to instil some passion by shouting “We did it! We did it!” in his victory speech. Yet the turnout (65%), the highest in ten years, and the big swing to the left were less a vote of confidence in the Socialists than a rejection of the centre-right government. Nobody did more for the left than Pedro Santana Lopes, the former mayor of Lisbon who took over as prime minister last July, when José Manuel Barroso stepped down to become European Commission president. His government proved so erratic, blunder-prone and media-obsessed that, after only four months, Jorge Sampaio, Portugal's Socialist president, took the unusual step of dissolving parliament and calling elections a year early.His decision has been vindicated by a result that should ensure four years of stable government. Some of the blame should go to Mr Barroso. His centre-right Social Democrats were torn apart by his choice of successor, helping to push them towards their biggest-ever defeat. Not only did the Socialists win an absolute majority, with 45% of the vote, but the left swept up 60%, with hardline Communists and a group of former Trotskyites and Maoists winning close to 15% among them.The muted response to the victory also reflects the serious tasks facing Mr Sócrates. Unemployment is at a six-year high of 7.1%, and the economy is just emerging from the worst recession in Europe. Productivity is less than two-thirds of the EU average and a bloated public sector soaks up the equivalent of 15% of GDP in wages. Inspired by what he calls “Nordic social democracy”, Mr Sócrates wants to copy the success of Finland and Ireland. By doubling state investment in research, paying for science and management graduates to work in companies and more teaching of English in primary schools, he promises a “technological shock” to create up to 150,000 jobs in four years. He also wants spending on this plan to be exempt from the euro-area's stability-pact limits on the budget deficit, arguing that the pact should allow such “healthy investment”. Under an earlier Socialist government, in which Mr Sócrates served as environment minister, uncontrolled spending led to the first official breach of the pact, ushering in two years of austerity under Mr Barroso. Economists hope that the vagueness of Mr Sócrates's programme will let him this time make spending cuts to offset his spending promises, even if he did not spell this out to voters. "
"Socratic dialogue
A landslide for the left, but plenty of economic problems loom ahead
IT SHOULD have been a night to celebrate. Portugal's centre-left Socialists won a historic victory in the election on February 20th. For the first time since the overthrow of the dictatorship in 1974, the party took more than half the seats in parliament. But even as the win became a landslide, Lisbon stayed strangely quiet.José Sócrates, the Socialists' new leader, tried to instil some passion by shouting “We did it! We did it!” in his victory speech. Yet the turnout (65%), the highest in ten years, and the big swing to the left were less a vote of confidence in the Socialists than a rejection of the centre-right government. Nobody did more for the left than Pedro Santana Lopes, the former mayor of Lisbon who took over as prime minister last July, when José Manuel Barroso stepped down to become European Commission president. His government proved so erratic, blunder-prone and media-obsessed that, after only four months, Jorge Sampaio, Portugal's Socialist president, took the unusual step of dissolving parliament and calling elections a year early.His decision has been vindicated by a result that should ensure four years of stable government. Some of the blame should go to Mr Barroso. His centre-right Social Democrats were torn apart by his choice of successor, helping to push them towards their biggest-ever defeat. Not only did the Socialists win an absolute majority, with 45% of the vote, but the left swept up 60%, with hardline Communists and a group of former Trotskyites and Maoists winning close to 15% among them.The muted response to the victory also reflects the serious tasks facing Mr Sócrates. Unemployment is at a six-year high of 7.1%, and the economy is just emerging from the worst recession in Europe. Productivity is less than two-thirds of the EU average and a bloated public sector soaks up the equivalent of 15% of GDP in wages. Inspired by what he calls “Nordic social democracy”, Mr Sócrates wants to copy the success of Finland and Ireland. By doubling state investment in research, paying for science and management graduates to work in companies and more teaching of English in primary schools, he promises a “technological shock” to create up to 150,000 jobs in four years. He also wants spending on this plan to be exempt from the euro-area's stability-pact limits on the budget deficit, arguing that the pact should allow such “healthy investment”. Under an earlier Socialist government, in which Mr Sócrates served as environment minister, uncontrolled spending led to the first official breach of the pact, ushering in two years of austerity under Mr Barroso. Economists hope that the vagueness of Mr Sócrates's programme will let him this time make spending cuts to offset his spending promises, even if he did not spell this out to voters. "
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
Barroso e os italianos
Através do Diário de Lisboa cheguei a esta polémica entre a Comissão de José M. Barroso e os italianos. A Comissão decidiu excluir o italiano das traduções nas conferências de imprensa, o que não foi do agrado de um dos fundadores da CEE. O nosso José prometeu, hoje, esforçar-se para falar em italiano nas próximas conferências.
Será que há um "issue" mal resolvido, algum ressentimento do caso Buttiglione?
Será que há um "issue" mal resolvido, algum ressentimento do caso Buttiglione?
Comércio tradicional vs. Hipers
O chamado comércio tradicional volta a queixar-se de não poder impedir o livre estabelecimento de hipermercados. Qualquer coisa como a Lei do Condicionamento Industrial seria o ideal, não? Veja-se (abaixo) o número de instituições que estão envolvidas no processo, para perceber se não há razões já mais que suficientes para os empreendedores/empresários andarem assustados.
Via O Setubalense (meu destaque):
"São 18 as novas superfícies comerciais já aprovadas para abrir brevemente no distrito, três destas no próprio concelho de Setúbal, onde se registaram duas reprovações, entre elas, a do Fórum Setúbal. (...) A nova lei de aprovação das superfícies comerciais determina que os espaços com área até 2.999 metros estejam a cargo das comissões municipais, que incluem um elemento de cada uma das seguintes entidades: Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal, assembleias e câmaras municipais envolvidas, DECO – Associação de Defesa dos Consumidores e Direcção-Regional da Empresa.As superfícies com maior área, por sua vez, são analisadas por uma comissão regional.Ora, para José Borges, que representa o comércio tradicional, este método "faz com que quase nada seja reprovado, só o sendo por questões técnicas" porque, garante, "o voto da associação pouco vale no meio dos outros que são quase sempre positivos", o que se viu nas recentes aprovações."
Via O Setubalense (meu destaque):
"São 18 as novas superfícies comerciais já aprovadas para abrir brevemente no distrito, três destas no próprio concelho de Setúbal, onde se registaram duas reprovações, entre elas, a do Fórum Setúbal. (...) A nova lei de aprovação das superfícies comerciais determina que os espaços com área até 2.999 metros estejam a cargo das comissões municipais, que incluem um elemento de cada uma das seguintes entidades: Associação de Comércio e Serviços do Distrito de Setúbal, assembleias e câmaras municipais envolvidas, DECO – Associação de Defesa dos Consumidores e Direcção-Regional da Empresa.As superfícies com maior área, por sua vez, são analisadas por uma comissão regional.Ora, para José Borges, que representa o comércio tradicional, este método "faz com que quase nada seja reprovado, só o sendo por questões técnicas" porque, garante, "o voto da associação pouco vale no meio dos outros que são quase sempre positivos", o que se viu nas recentes aprovações."
O Amor é Tão Lindo! - XXXV
aaaa
aaa"Father and Son"
Tea for the Tillerman - Cat Stevens
Dedicado a esta feliz família. Que a sua felicidade possa ser a nossa.
aaa"Father and Son"
Tea for the Tillerman - Cat Stevens
Dedicado a esta feliz família. Que a sua felicidade possa ser a nossa.
Leitura muito recomendada
A da coluna de Rui Ramos, no Portugal Diário, onde se fala sobre a influência do "Encoberto":
"(...)o cavaquismo reduziu a capacidade de as direitas gerarem lideranças políticas fortes, especialmente nos momentos em que essas lideranças eram mais necessárias."
"(...)o cavaquismo reduziu a capacidade de as direitas gerarem lideranças políticas fortes, especialmente nos momentos em que essas lideranças eram mais necessárias."
Sustos
Diz o Marvão que «bloco assusta a direita e a sua legião de “empreendedores”. »
Numa análise assaz simplista, se esses empreendedores (nacionais e estranjeiros) se assustarem não criarão empresas. Não haverá criação de empregos. Não haverá riqueza para tributar. Não haverá dinheiro para todas políticas sociais pedidas pelo BE. Neste contexto nem haverá necessidade nem meios para ter funcionários públicos. Tem piada como estas coisas estão ligadas, não é?
Numa análise assaz simplista, se esses empreendedores (nacionais e estranjeiros) se assustarem não criarão empresas. Não haverá criação de empregos. Não haverá riqueza para tributar. Não haverá dinheiro para todas políticas sociais pedidas pelo BE. Neste contexto nem haverá necessidade nem meios para ter funcionários públicos. Tem piada como estas coisas estão ligadas, não é?
Não se pode confiar em ninguém
Hoje de manhã, enquanto tomava o pequeno almoço, ía ouvindo o resumo da imprensa na televisão. Eis senão quando ouço um título no Jornal de Notícias: "Sócrates avisa PSde que virão tempos difíceis".
Pensar que ainda a semana passada o homem não só respirava confiança, como pedia também a nossa e achava que tudo se resolvia com a dita. Agora, parece ter perdido a confiança na lealdade e na acalmia interna do PS. Talvez porque conheça as suas tropas. Talvez porque são as mesmas do tempo de Guterres. As cobranças de promessas e de benesses vai começar. Com a realidade do país a roer-lhe os calcanhares, ele vai já avisando que as coisas afinal não vão ser o mar de rosas que prometeu. O que deixará desiludidos muitos "rosas".
Pensar que ainda a semana passada o homem não só respirava confiança, como pedia também a nossa e achava que tudo se resolvia com a dita. Agora, parece ter perdido a confiança na lealdade e na acalmia interna do PS. Talvez porque conheça as suas tropas. Talvez porque são as mesmas do tempo de Guterres. As cobranças de promessas e de benesses vai começar. Com a realidade do país a roer-lhe os calcanhares, ele vai já avisando que as coisas afinal não vão ser o mar de rosas que prometeu. O que deixará desiludidos muitos "rosas".
O Bloco e a Direita
No intermitente, o Miguel acaba de confirmar a minha tese : o bloco assusta a direita e a sua legião de “empreendedores”.
Candidatos
Dizia-me ontem alguém que pior, que Marques Mendes e que Luís F. Menezes, para o PSD, só se Alberto João Jardim fosse o próximo a anunciar a sua candidatura. Levei essa afirmação como uma brincadeira sobre uma impossibilidade. Mas ontem, ao ouvir o presidente de todos os madeirenses a falar, fiquei a matutar. Ele bem disse que os continentais nunca aceitariam um insular, que era preciso reunir apoios,... enfim, que não.
E se, ele achar que os candidatos a candidatos são figuras que não têm todo o apoio do aparelho (distritais, concelhias e autarcas) e que os militantes não se revêem no posionamento que estes querem dar ao partido? Repare-se que ele já ocupa um lugar de governo (e com que poder!) e não teria nada a perder atravessando o "deserto" da oposição. Claro que isto sou eu a divagar e, provavelmente, os continentais nunca aceitariam aquele insular como líder.
O meu interlocutor tem razão: seria mau demais.
E se, ele achar que os candidatos a candidatos são figuras que não têm todo o apoio do aparelho (distritais, concelhias e autarcas) e que os militantes não se revêem no posionamento que estes querem dar ao partido? Repare-se que ele já ocupa um lugar de governo (e com que poder!) e não teria nada a perder atravessando o "deserto" da oposição. Claro que isto sou eu a divagar e, provavelmente, os continentais nunca aceitariam aquele insular como líder.
O meu interlocutor tem razão: seria mau demais.
A Viragem
Neste novo tempo, a viragem à esquerda parece ter contagiado quase todos.
Como exemplo, temos as declarações de dois candidatos à liderança do PSD, de seus nomes Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, que advogam a necessidade de tirar o partido das margens da “direita populista”(estou a citar de cor o primeiro) e de uma viragem à esquerda. Está dado o mote para o congresso que se avizinha.
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.”E por este andar ainda corremos o risco de ter um país a uma só cor.
Como exemplo, temos as declarações de dois candidatos à liderança do PSD, de seus nomes Marques Mendes e Luís Filipe Menezes, que advogam a necessidade de tirar o partido das margens da “direita populista”(estou a citar de cor o primeiro) e de uma viragem à esquerda. Está dado o mote para o congresso que se avizinha.
“Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades.”E por este andar ainda corremos o risco de ter um país a uma só cor.
Saraband
Saraband é a vida nas suas diversas matizes, dor, crueldade, ternura, amor e solidão. E o medo do crepúsculo.
quarta-feira, fevereiro 23, 2005
Iraque
O futuro primeiro-ministro do Iraque, Ibrahim Jaafari, é descrito com sendo próximo do Irão e partidário de um islão conservador, lesivo dos direitos das mulheres. É a marcha da democracia no Iraque.
A Queda
Santana, o “político profissional”, decidiu não se recandidatar à liderança do PSD por força dos resultados eleitorais de dia 20 de Fevereiro. Com isso evitou talvez uma luta fratricida no interior do PSD, mas não uma longa travessia do deserto. È lícito prever mesmo o fim da sua carreira política, da rápida ascensão ao topo à vertiginosa queda, metáfora do populismo fabricado pelas televisões.
"A História é um Tsunami"
No Corriere della Sera, descreve-se como o mundo muda. Aconselho a leitura integral e deixo aqui um parágrafo:
"Nel mondo che muta vincono i coraggiosi
Com’è cambiato il mondo in soli 365 giorni! Bush era un guerrafondaio ed è il seminatore della democrazia in Iraq, partner diplomatico di Chirac. Sharon era un criminale di guerra e interloquisce con la sinistra, dal settimanale New Republic in America a Furio Colombo, che sveglia gli ultimi settari con la sua intervista al Corriere. I palestinesi sembravano ipnotizzati dall’impotenza di Arafat e rientrano in diplomazia con Mahmoud Abbas. Putin era l'amicone dell'Occidente e si ritrova oligarca da tenere a bada, forte solo del petrolio siberiano. "
"Nel mondo che muta vincono i coraggiosi
Com’è cambiato il mondo in soli 365 giorni! Bush era un guerrafondaio ed è il seminatore della democrazia in Iraq, partner diplomatico di Chirac. Sharon era un criminale di guerra e interloquisce con la sinistra, dal settimanale New Republic in America a Furio Colombo, che sveglia gli ultimi settari con la sua intervista al Corriere. I palestinesi sembravano ipnotizzati dall’impotenza di Arafat e rientrano in diplomazia con Mahmoud Abbas. Putin era l'amicone dell'Occidente e si ritrova oligarca da tenere a bada, forte solo del petrolio siberiano. "
Manda-chuvas
O choque tecnológico já começou a ter efeitos práticos e ainda Sócrates não tomou posse.
Via SIC:
"Um avião da Força Aérea liberta hoje dois compostos químicos na atmosfera, sobre as regiões de Coimbra, Castelo Branco e Évora, para provocar a queda de chuva. A iniciativa, que surge numa altura em que algumas regiões do país vivem uma situação de seca extrema, resulta da colaboração entre a Força Aérea, que disponibiliza uma avião Hércules C-130, e o Instituto de Estudos Ambientais e de Meteorologia da Universidade Lusófona."
Via SIC:
"Um avião da Força Aérea liberta hoje dois compostos químicos na atmosfera, sobre as regiões de Coimbra, Castelo Branco e Évora, para provocar a queda de chuva. A iniciativa, que surge numa altura em que algumas regiões do país vivem uma situação de seca extrema, resulta da colaboração entre a Força Aérea, que disponibiliza uma avião Hércules C-130, e o Instituto de Estudos Ambientais e de Meteorologia da Universidade Lusófona."
O Amor é Tão Lindo! - XXXIII
aaaaaaaaa"Ouvi Dizer"aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa"Recordar é Viver"
O Monstro Precisa de Amigos - Ornatos Violeta, com Vitor Espadinha
Porque recordar é viver, repito-vos os conselhos do Mestre, que passam em repeat na Rádio Radar. Cito-os de memória:
"1 - Respeito. É preciso respeitá-las sempre.
2 - Nunca demonstrar ciúme. Sofre calado. Guardar cá dentro. Um homem que demonstra ciúme fica praticamente subjugado pela mulher. E já vão dois bons conselhos...
3 - Se um homem tiver um deslize, uma relação sexual com outra mulher, nunca deve contar. Calar sempre. Essa coisa de poder contar tudo é mentira."
It's the Muppet Show!
O Animal, o Statler e o Waldorf andam há dois anos a dar marretadas a torto e a direito. Fazem eles muito bem, que isto não vai lá doutra maneira. Parabéns, seus marretas!
Menezismo
Com vista nortenha, em pose pouco elistista e sem ponta de liberalismo no pensamento.
Ontem ouvi a entrevista de Luís Filipe Menezes na SIC e recordei-me de quando uma frase sua marcou um congresso: "sulistas, elitistas e liberais". A frase foi lançada como uma acusação. Ficava claro de que lado desses adjectivos ele se colocava .
Ontem, ele enunciou que o caminho para a recuperação eleitoral do PSD está no centro-esquerda, nos votantes da classe média que necessitam de políticas sociais que suportem as suas dificuldades. Comentando o possível apoio dos barões a Marques Mendes, chamou a si o apoio das bases. Dado o número de vezes que se refere aos votos que obteve em Gaia, aos sucessos da sua direcção na distrital do PSD Porto e dada a frase acima citada, penso que reclama o apoio "dos nortenhos e às massas de esquerda". Como se não bastasse já as tolas disputas futebolíticas norte/sul. Retive ainda a sua ideia de que o novo líder deve ser deputado, o que serve também para dizer que não conta com quem se tem abstido de participar nas batalhas mais recentes. Fecharia-se a porta a quem não esteja engajado com a actual situação partidária. O poder reservado a quem conduziu o partido ao estado em que está!
Se viesse a ganhar o congresso poderia perguntar-se o que no seu programa político diferenciaria o PSD do PS. Em todo o caso, parece-me que aumenta o espaço político para um projecto político ligado ao liberalismo mais clássico, sem as meias tintas deste "centrão" (ao qual Marques Mendes não foge). Poderá ele surgir dentro do PSD ou o partido voltará a ter mais do mesmo?
terça-feira, fevereiro 22, 2005
A ler
Os textos do Jaquinzinhos e do Contra a Corrente sobre o debate de ontem à noite, onde a setubalina (será que posso pedir desculpa por isso?) Odete Santos insultou a inteligência de quem a ouviu. Ou não, a julgar pelo aplauso que recebeu. Eu por mim desliguei o aparelho. Mudar de canal não me pareceu suficiente perante as declamações da actriz/advogada/deputada senhora, devidamente e avermelhadamente distendida na sua cadeira. Nunca gostei de filmes de zombies e aquele espaço parecia ocupado por um exército deles.
O Bloco
O Bloco pôs muita gente em estado de choque com os mais de seis por cento de sufrágios obtidos. E este pequeno terramoto(para a direita, é claro) fez –se também sentir em Setúbal, distrito onde elegeu dois deputados.
Mas o que pretende o Bloco? Tão-só uma reforma fiscal que nos aproxime da Europa e dos EUA no combate à fraude e evasão. Depois há as ditas questões civilizacionais, reforço da igualdade de direitos das minorias e combate às múltiplas formas de exclusão.
Não é muito revolucionário, mas ainda assim o suficiente para assustar a direita que temos.
Mas o que pretende o Bloco? Tão-só uma reforma fiscal que nos aproxime da Europa e dos EUA no combate à fraude e evasão. Depois há as ditas questões civilizacionais, reforço da igualdade de direitos das minorias e combate às múltiplas formas de exclusão.
Não é muito revolucionário, mas ainda assim o suficiente para assustar a direita que temos.
Mercado mais livre
Finalmente caíu uma das barreiras mais idiotas à liberalização do mercado de combustíveis. Segundo o Público, o Ministério das Actividades Económicas seguiu as recomendações da Autoridade da Concorrência e vai "permitir a instalação de postos de combustíveis junto a hipermercados e supermercados para promover a concorrência". Esta entidade estima que os actuais limites de construção de postos de abastecimento junto a grandes superfícies comerciais custa "entre 150 a 200 milhões de euros por ano" aos consumidores.
Claro que a ANAREC vai espernear, claro que vai tentar lutar contra esta decisão. É da natureza das associções que representam interesses estabelecidos que assim seja. Também as petrolíferas poderão não estar satisfeitas. O facto é que a quantidade de combustível que uma rede de postos detida pela Auchan, ou Continente, ou Intermarché... pode movimentar, significa grandes descontos e grandes prazos de pagamento nas negociações com as petrolíferas. Estes podem ser transmitidos aos consumidores finais através de preços mais baixos, em postos cujos serviços extra são mínimos e geridos com custos mínimos. De lembrar que o negócio principal fica já ali ao lado. Uma boa ideia era os empresários da distribuição começarem a falar com as grandes superfícies, procurando oferecer o seu know-how na gestão de postos. Mas a direcção da ANAREC e o seu líder, o socialista António Saleiro, têm provado ter vistas demasiado curtas para enxergar esta e outras alternativas.
Claro que a ANAREC vai espernear, claro que vai tentar lutar contra esta decisão. É da natureza das associções que representam interesses estabelecidos que assim seja. Também as petrolíferas poderão não estar satisfeitas. O facto é que a quantidade de combustível que uma rede de postos detida pela Auchan, ou Continente, ou Intermarché... pode movimentar, significa grandes descontos e grandes prazos de pagamento nas negociações com as petrolíferas. Estes podem ser transmitidos aos consumidores finais através de preços mais baixos, em postos cujos serviços extra são mínimos e geridos com custos mínimos. De lembrar que o negócio principal fica já ali ao lado. Uma boa ideia era os empresários da distribuição começarem a falar com as grandes superfícies, procurando oferecer o seu know-how na gestão de postos. Mas a direcção da ANAREC e o seu líder, o socialista António Saleiro, têm provado ter vistas demasiado curtas para enxergar esta e outras alternativas.
O Amor é Tão Lindo! - XXXII
aaaaaa
aaaaaa"Denis"
Plastic Letters - Blondie
Ninguém fazia beicinho como a Debbie.
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Plastic Letters - Blondie
Ninguém fazia beicinho como a Debbie.
Duas notícias numa
"Santana Lopes não vai assim voltar a candidatar-se no próximo Congresso extraordinário dos sociais-democratas. O primeiro-ministro demissionário vai comunicar esta decisão, esta terça-feira, na reunião da Comissão Política do PSD, marcada para as 18:00. " via TSF
Começa a corrida para as presidenciais. Prepara-se o anúncio do primeiro candidato a candidato.
Ou então não, e o senhor vai calmamente ser deputado por Lisboa.
Quem vier atrás que reconstrua a casa. Não passaram oito meses a dizer que ele não servia? Está na altura de darem o corpo ao manifesto.
Quanto ao formato de escolha do novo líder, repito o que escrevi em Outubro passado:
"Em Viseu, no XXIII congresso do PSD Santana Lopes bateu-se pelas directas. Entre outras proclamações, defendeu mesmo uma reorganização do centro-direita, o que poderia passar por um partido «populista democrático» e «liberal». As directas seriam talvez o melhor meio de estas ideias base para o programa do partido serem debatidas."
Começa a corrida para as presidenciais. Prepara-se o anúncio do primeiro candidato a candidato.
Ou então não, e o senhor vai calmamente ser deputado por Lisboa.
Quem vier atrás que reconstrua a casa. Não passaram oito meses a dizer que ele não servia? Está na altura de darem o corpo ao manifesto.
Quanto ao formato de escolha do novo líder, repito o que escrevi em Outubro passado:
"Em Viseu, no XXIII congresso do PSD Santana Lopes bateu-se pelas directas. Entre outras proclamações, defendeu mesmo uma reorganização do centro-direita, o que poderia passar por um partido «populista democrático» e «liberal». As directas seriam talvez o melhor meio de estas ideias base para o programa do partido serem debatidas."
É disto que o meu povo gosta!
«"I do not agree with a minimum sized state, limited to performing sovereignty functions", Mr Sócrates said. » no EUobserver
Agora, espera-se que sejas um bom pai de família e, seguindo a tendência das famílias modernas, assegures os rendimentos de todos os teus filhos, redistribuindo o rendimento ganho por aqueles que se esforçam, entre aqueles que preferem viver à conta e em casa dos pais até mais tarde. Não é também isso que está por detrás desta história?
Agora, espera-se que sejas um bom pai de família e, seguindo a tendência das famílias modernas, assegures os rendimentos de todos os teus filhos, redistribuindo o rendimento ganho por aqueles que se esforçam, entre aqueles que preferem viver à conta e em casa dos pais até mais tarde. Não é também isso que está por detrás desta história?
O Amor é Tão Lindo! - XXXI
aaaa"Boys Don't Cry"
aaaaaaaThe Cure
Dedicado a todos os "boys" que andam por aí, a lutar pela vida.
"I try to laugh about it
Cover it all up with lies
I try and laugh about it
Hiding the tears in my eyes
'Cause boys don't cry, Boys don't cry"
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
O que aí vem - II
Não querendo usurpar o papel de especialista no BE, o qual pertence com inteiro crédito ao meu amigo e co-blogger Marvão, gostava de deixar algumas considerações sobre o papel que este ajuntamento de partidos de extrema-esquerda pode vir a desempenhar.
O partido dos deputados, pelo nosso distrito, Prof. Rosas e Mariana Aiveca (assistente administrativa e sindicalista da CGTP), falhou no objectivo claro que tinha de aceder ao governo, caso o PS não majorasse.
No parlamento, passarão a disparar em todas as direcções em regime de fogo livre, usando todas as munições que consigam fazer sair das cabeças dos seus grandes líderes para lutar contra todas as reformas que o PS será forçado a fazer quando a realidade lhe morder os calcanhares e tiver de fazer o contrário do que apreguou. Por outro lado, ficam livres de qualquer comprometimento, podendo subir ainda mais o nível de populismo inconsequente e irresponsável das suas propostas sobre políticas fracturantes e até sobre o agro-mar. Poderão ainda continuar alegremente em arruadas, tentando convencer os jovens revolucionários urbanos que os "cotas" do PCP não têm futuro, que eles é que são a esquerda moderna.
Infelizmente, não penso que venham a ter resultados inferiores nas próximas eleições, sejam elas quando o próximo P.R. quiser. O populismo paga sempre, neste país de estatismo paternalista. Um ponto positivo é que com o duo Anacleto & Rosas pode-se sempre contar com matéria para futuras postas mais ou menos humorísticas.
O partido dos deputados, pelo nosso distrito, Prof. Rosas e Mariana Aiveca (assistente administrativa e sindicalista da CGTP), falhou no objectivo claro que tinha de aceder ao governo, caso o PS não majorasse.
No parlamento, passarão a disparar em todas as direcções em regime de fogo livre, usando todas as munições que consigam fazer sair das cabeças dos seus grandes líderes para lutar contra todas as reformas que o PS será forçado a fazer quando a realidade lhe morder os calcanhares e tiver de fazer o contrário do que apreguou. Por outro lado, ficam livres de qualquer comprometimento, podendo subir ainda mais o nível de populismo inconsequente e irresponsável das suas propostas sobre políticas fracturantes e até sobre o agro-mar. Poderão ainda continuar alegremente em arruadas, tentando convencer os jovens revolucionários urbanos que os "cotas" do PCP não têm futuro, que eles é que são a esquerda moderna.
Infelizmente, não penso que venham a ter resultados inferiores nas próximas eleições, sejam elas quando o próximo P.R. quiser. O populismo paga sempre, neste país de estatismo paternalista. Um ponto positivo é que com o duo Anacleto & Rosas pode-se sempre contar com matéria para futuras postas mais ou menos humorísticas.
Not Guterres
Não é só em Portugal que há quem pense que entre o primeiro ministro José Sócrates e o primeiro ministro António Guterres não há grande diferença embora eu ache que, fisicamente, são duas pessoas distintas.
Estes alemães são uns pândegos!
Dada a idade do site, talvez se trate de um caso de premonição.
Para mim, e tendo em conta as figuras por detrás de José Sócrates, o próximo governo será um "deja vu".
Estes alemães são uns pândegos!
Dada a idade do site, talvez se trate de um caso de premonição.
Para mim, e tendo em conta as figuras por detrás de José Sócrates, o próximo governo será um "deja vu".
"Freitas congratula-se com maioria absoluta do PS"
"Foi bonita a festa, pá!", terá dito o respeitável jurisconsulto e Professor, cujos pensamentos têm ultimamente sido citados pelo Dr. Anacleto.
(In)decisões
«António Borges dá uma entrevista ao Diário Económico onde afirma a sua disponibilidade para "contribuir para o futuro do país". Não parecendo uma afirmação resultante do momento imediato, dá-nos conta que "há bastante tempo que muitos colegas, amigos e colaboradores se dizem dispostos para, surgindo a oportunidade, trabalhar em conjunto numa nova configuração da actividade política portuguesa"» neste blog a 3 de Dezembro
"Em declarações à TSF, o ex-vice-governador do Banco de Portugal afastou a possibilidade de vir a candidatar-se à liderança do PSD, afirmando não ter «nem curriculum, nem experiência» para conduzir o partido.«O PSD já sofreu muito por ter pessoas mal preparadas e sem experiência»" via TSF
Fala, fala e nunca o vi a fazer nada. Afinal em que é que ficamos?
Ou é uma estratégia de segurem-me se não candidato-me, ou está à espera de surfar uma inesperada vaga de fundo, ou então cale-se...
"Em declarações à TSF, o ex-vice-governador do Banco de Portugal afastou a possibilidade de vir a candidatar-se à liderança do PSD, afirmando não ter «nem curriculum, nem experiência» para conduzir o partido.«O PSD já sofreu muito por ter pessoas mal preparadas e sem experiência»" via TSF
Fala, fala e nunca o vi a fazer nada. Afinal em que é que ficamos?
Ou é uma estratégia de segurem-me se não candidato-me, ou está à espera de surfar uma inesperada vaga de fundo, ou então cale-se...
O Bloco em Setúbal
Luís, a subida do Bloco em Setúbal foi muito significativa, mais de dez por cento de votos e dois deputados (pois é, o Rosas não está sozinho). Quem também perde neste círculo eleitoral é a CDU, menos um deputado em relação às últimas eleições.
Voto de Rejeição
Os portugueses fizeram um voto de rejeição do governo em funções, ao darem a maioria absoluta ao PS.
A campanha do PS, embora inteligente, não foi assim tão apelativa e o programa eleitoral omisso em questões centrais, como sejam o combate à fraude e evasão fiscal, o défice externo e da contas públicas, para citar apenas algumas. Trata-se de uma espécie de cheque em branco.
A afluência eleitoral aumentou significativamente, reforçando o cenário da maioria absoluta.
Traço marcante destas eleições é a derrocada do PSD, que perdeu o centro político para o PS, ficando abaixo dos 30%.
O CDS ficou muito aquém do objectivo traçado, os 10% de votos, e por isso perdeu, muito embora a quebra eleitoral não tenha sido acentuada.
A CDU conseguiu estancar as perdas e voltar a crescer em votos e número de mandatos.
E o Bloco de Esquerda é um dos vencedores da noite, ao triplicar os votos e atingir oito mandatos.
Uma última palavra para o sistema eleitoral, tão vilipendiado ao longo da campanha por ser fonte de instabilidade, mas afinal tão capaz de gerar maiorias estáveis num quadro de diversidade democrática.
A campanha do PS, embora inteligente, não foi assim tão apelativa e o programa eleitoral omisso em questões centrais, como sejam o combate à fraude e evasão fiscal, o défice externo e da contas públicas, para citar apenas algumas. Trata-se de uma espécie de cheque em branco.
A afluência eleitoral aumentou significativamente, reforçando o cenário da maioria absoluta.
Traço marcante destas eleições é a derrocada do PSD, que perdeu o centro político para o PS, ficando abaixo dos 30%.
O CDS ficou muito aquém do objectivo traçado, os 10% de votos, e por isso perdeu, muito embora a quebra eleitoral não tenha sido acentuada.
A CDU conseguiu estancar as perdas e voltar a crescer em votos e número de mandatos.
E o Bloco de Esquerda é um dos vencedores da noite, ao triplicar os votos e atingir oito mandatos.
Uma última palavra para o sistema eleitoral, tão vilipendiado ao longo da campanha por ser fonte de instabilidade, mas afinal tão capaz de gerar maiorias estáveis num quadro de diversidade democrática.
O que aí vem - I
Santana Lopes fez mal em ter aceite ser primeiro ministro em Junho passado, num processo de sucessão sem glória. Ele que vinha de uma série de vitórias eleitorais, poderia ter querido afirmar-se através do voto. Não está em causa a legitimidade da sucessão, uma vez que se mantinha estável a maioria parlamentar que suportaria essa solução, garantindo a continuação das reformas de que o país tanto precisa. Aliás, ela mantinha-se estável aquando da dissolução. Entretanto, ao ganhar o congresso do PSD retirou-se a questão da legitimidade interna. Ontem, Santana fez mal em não se demitir, mesmo que declarasse a intenção de ser recandidatar.
Agora Santana Lopes leva o partido para um caminho de culpabilização, uma espécie de caça às bruxas do "a culpa é tua; não, tua; não, dele". Ele inicia um processo em que irá desafiar os seus críticos a assumir as suas responsabilidades, dando azo a que quem o acusa de ter feito uma campanha personalizada e baseada na vitimização (no PSD e no governo), possa contribuir para demonstrar essa sua orientação. O congresso extraordinário será altura da famosa frase "quem tem alguma coisa contra, que fale agora ou para sempre se cale", não podendo os que se calaram no último congresso fazer o mesmo. Pode vir a criar clivagens irreconciliáveis entre muitos dos notáveis, com os delegados locais a ficar de boca aberta de espanto e susto, desorientados sobre o destino do partido.
Como escrevi outro dia, o cenário do «total descalabro eleitoral que encoste "as bases" à parede e torne qualquer candidatura numa monumental vaga de fundo de sebastiânicas consequências» tornou-se uma realidade. Acredito que a antecipação deste cenário levou ao planeamento de um congresso nestas condições. A escolha de quem se apresentará aos delegados como capaz de atravessar o deserto governativo, preparar as presidenciais e as municipais está feita por quem já contactou os caciques locais e se assegurou do seu apoio. Até Santana Lopes deve saber disso. Marques Mendes reafirmou-se preparado para liderar o partido na oposição, mas não se deve pôr de parte o aparecimento de outros, e dantes inesperados, nomes. Porquê descartar já Santana? No entretanto, António Borges sugere Manuela Ferreira Leite.
Agora Santana Lopes leva o partido para um caminho de culpabilização, uma espécie de caça às bruxas do "a culpa é tua; não, tua; não, dele". Ele inicia um processo em que irá desafiar os seus críticos a assumir as suas responsabilidades, dando azo a que quem o acusa de ter feito uma campanha personalizada e baseada na vitimização (no PSD e no governo), possa contribuir para demonstrar essa sua orientação. O congresso extraordinário será altura da famosa frase "quem tem alguma coisa contra, que fale agora ou para sempre se cale", não podendo os que se calaram no último congresso fazer o mesmo. Pode vir a criar clivagens irreconciliáveis entre muitos dos notáveis, com os delegados locais a ficar de boca aberta de espanto e susto, desorientados sobre o destino do partido.
Como escrevi outro dia, o cenário do «total descalabro eleitoral que encoste "as bases" à parede e torne qualquer candidatura numa monumental vaga de fundo de sebastiânicas consequências» tornou-se uma realidade. Acredito que a antecipação deste cenário levou ao planeamento de um congresso nestas condições. A escolha de quem se apresentará aos delegados como capaz de atravessar o deserto governativo, preparar as presidenciais e as municipais está feita por quem já contactou os caciques locais e se assegurou do seu apoio. Até Santana Lopes deve saber disso. Marques Mendes reafirmou-se preparado para liderar o partido na oposição, mas não se deve pôr de parte o aparecimento de outros, e dantes inesperados, nomes. Porquê descartar já Santana? No entretanto, António Borges sugere Manuela Ferreira Leite.
O Amor é Tão Lindo! - XXX
"It Ain't Over 'Til It's Over"
Mama Said - Lenny Kravitz
"So many tears I've cried
So much pain inside
Baby It ain't over 'til it's over"
Dedicado a Santana Lopes, que ao não se demitir avisa os seus críticos dentro do PSD que "it ain't over yet".
Democracia interna
Parabéns, Marvão!
Pode-se mesmo dizer que numas eleições que foram um mar de "rosas", Setúbal ainda contribuiu com mais um(a). Agora que o Prof. Dr. Rosas está no parlamento, aguardo com muito interesse o seu contributo para a análise económica da política do próximo governo.
Pode-se mesmo dizer que numas eleições que foram um mar de "rosas", Setúbal ainda contribuiu com mais um(a). Agora que o Prof. Dr. Rosas está no parlamento, aguardo com muito interesse o seu contributo para a análise económica da política do próximo governo.
Vitória empata vitórias
Se bem me lembro dos resultados, já vão 4 empates seguidos. Já aqui escrevi que um dos problemas do Vitória parece ser a falta de pontaria. Volto, então, a pedir: afinem as chuteiras! Eu posso não perceber nada de bola, mas caramba, derperdiçar oportunidades claríssimas de golo como o VFC fez na 1ª parte do jogo com o Moreirense, é demasiado para o coração de um adepto. Meiyong continua a não "querer" ser o goleador que poderia ser se se esforçasse e se entregasse mais. Há vezes em que parece se arrastar pelo campo, caíndo em fora de jogo não por jogar no limite (como faz Liedson) mas por ser lento a recuperar; há vezes em que perde bolas por não as passar a quem está melhor colocado. Infelizmente Igor, o seu substituto, não tem capacidades para consistentemente ser uma alternativa, numa altura em que é necessário vencer. Falando de coisas mais positivas, não se pode esquecer os golos. Dois trabalhos excelentes de Jorginho: um chapéu feito do lado direito da grande área e um passe milimétrico para uma boa execução técnica na cabeçada de Buno Moraes.
Aproveitei ainda para ver o jogo contra o ABC no Pavilhão Antoine Velge. Casa cheia para assistir ao empate 24-24 com a equipa de Braga. Os adeptos, vindos na maioria do jogo de futebol, repetiram a tradição de contestar exaltadamente a equipa de arbitragem. Mas o melhor foi ouvir todos a gritar "Vitória!", ajudando a empolgar a equipa.
Aproveitei ainda para ver o jogo contra o ABC no Pavilhão Antoine Velge. Casa cheia para assistir ao empate 24-24 com a equipa de Braga. Os adeptos, vindos na maioria do jogo de futebol, repetiram a tradição de contestar exaltadamente a equipa de arbitragem. Mas o melhor foi ouvir todos a gritar "Vitória!", ajudando a empolgar a equipa.
domingo, fevereiro 20, 2005
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
Jazz encadernado
Este livro chegou-me hoje às mãos, na sua edição espanhola, oferta da organização capitalista e globalista que me assalaria.
O livro chama-se "JAZZ - Historia/Instrumentos/Musicos/Grabaciones" e foi escrito por John Fordham, com prefácio de (genuflexão e olhos no chão) Sonny Rollins. O TomaJazz, onde colabora o Nuno, já escreveu sobre ele.
Thanks, boss!
Mercado pouco liberal
O Jorge Palinhos, escreve no Blogue de Esquerda sobre as (des)vantagens da livre concorrência.
A liberalização deste mercado não é completa, porque ainda há limitações à livre instalação que nada têm a ver com razões de segurança. Quando os hipermercados puderem abrir posts sem que a ANAREC consiga fazer valer o seu lobby junto dos decisores governamentais, poderemos fazer comparações. Até lá, chame-se o que se quiser mas não liberalização nem livre concorrência.
Atente-se no resto do texto da notícia não citado por Jorge Palinhos (meu destaque):
«Quanto aos preços praticados pelos postos de abastecimento dentro do país, a AC constatou "um maior grau de diferenciação de preços" entre os vários tipos de postos e entre as regiões, concluindo que há uma "maior diversidade de escolha" para os consumidores. Os preços mais baixos continuaram a ser praticados pelos postos nos hipermercados e os mais elevados pelos postos independentes. Estes cobraram, em média, mais 3,7 cêntimos por litro de gasolina e 6,4 cêntimos por litro de gasóleo do que os dos hipermercados»
A liberalização deste mercado não é completa, porque ainda há limitações à livre instalação que nada têm a ver com razões de segurança. Quando os hipermercados puderem abrir posts sem que a ANAREC consiga fazer valer o seu lobby junto dos decisores governamentais, poderemos fazer comparações. Até lá, chame-se o que se quiser mas não liberalização nem livre concorrência.
Atente-se no resto do texto da notícia não citado por Jorge Palinhos (meu destaque):
«Quanto aos preços praticados pelos postos de abastecimento dentro do país, a AC constatou "um maior grau de diferenciação de preços" entre os vários tipos de postos e entre as regiões, concluindo que há uma "maior diversidade de escolha" para os consumidores. Os preços mais baixos continuaram a ser praticados pelos postos nos hipermercados e os mais elevados pelos postos independentes. Estes cobraram, em média, mais 3,7 cêntimos por litro de gasolina e 6,4 cêntimos por litro de gasóleo do que os dos hipermercados»
Sondar o PSD
As sondagens que dão a maioria absoluta ao PS não podem deixar de implicar que no PSD se sonde as suas estruturas sobre o "day after".
Até ao momento não tenho ideia de Santana Lopes ter mencionado que abandona a liderança em caso de derrota. Nem sequer em caso de maioria absoluta do PS, embora este seja o cenário mais provável e aquele que o PSD deverá preparar. O que vai acontecer no dia 21 de Fevereiro e seguintes? Por um lado há um líder eleito em congresso, um primeiro ministro que não soube manter a estabilidade governativa necessária para não se tornar um alvo fácil do PR, mercê também dos acontecimentos no PS - como se demonstra pela entrevista de ontem de Ferro Rodrigues. Santana Lopes herdou um partido que tinha uma popularidade muito baixa, como demonstram as sondagens anteriores à dissolução do Parlamento. Foi exigido nestes 6 meses, como se fosse natural e atingível, a recuperação das intenções de votos para os níveis de 2002. A maior parte dos ataques mais destrutivos partiram de membros do PSD que usando a sua visibilidade mediática, não cessaram de alardear o quão desgarrada da tradição social-democrata, era a liderança de Santana e dos seus ajudantes de campo.
As reservas morais do partido terão alguém a quem irão rezar louvas a partir de segunda feira? Mesmo que tenham, penso que terão de esperar que a primeira reacção seja de Santana Lopes. Se este decidir ficar, quem está preparado para o enfrentar e exigir um novo congresso? Da maneira que o partido está estruturado, teria de ser alguém que tenha o apoio clientelizado das distritais e concelhias. Alguém que jogasse o jogo com as regras de hoje.
Outro cenário será o total descalabro eleitoral que encoste "as bases" à parede e torne qualquer candidatura numa monumental vaga de fundo de sebastiânicas consequências. Como estas coisas não acontecem por acaso, ela estará a ser preparada há algum tempo e as hipóteses de líder já elencadas, responsabilizando-se tais preparadores pelas consequências dessa ruptura. Não está de todo em causa a legitimidade de tal pretensão. Há concerteza no PSD militantes que têm perfil para o liderar e liderar a oposição parlamentar, talvez durante 4 anos. Com excepção para o caso de uma repetição da dissolução paralmentar, quem está disposto a diferir 4 anos a disputa do poder governamental?
Até ao momento não tenho ideia de Santana Lopes ter mencionado que abandona a liderança em caso de derrota. Nem sequer em caso de maioria absoluta do PS, embora este seja o cenário mais provável e aquele que o PSD deverá preparar. O que vai acontecer no dia 21 de Fevereiro e seguintes? Por um lado há um líder eleito em congresso, um primeiro ministro que não soube manter a estabilidade governativa necessária para não se tornar um alvo fácil do PR, mercê também dos acontecimentos no PS - como se demonstra pela entrevista de ontem de Ferro Rodrigues. Santana Lopes herdou um partido que tinha uma popularidade muito baixa, como demonstram as sondagens anteriores à dissolução do Parlamento. Foi exigido nestes 6 meses, como se fosse natural e atingível, a recuperação das intenções de votos para os níveis de 2002. A maior parte dos ataques mais destrutivos partiram de membros do PSD que usando a sua visibilidade mediática, não cessaram de alardear o quão desgarrada da tradição social-democrata, era a liderança de Santana e dos seus ajudantes de campo.
As reservas morais do partido terão alguém a quem irão rezar louvas a partir de segunda feira? Mesmo que tenham, penso que terão de esperar que a primeira reacção seja de Santana Lopes. Se este decidir ficar, quem está preparado para o enfrentar e exigir um novo congresso? Da maneira que o partido está estruturado, teria de ser alguém que tenha o apoio clientelizado das distritais e concelhias. Alguém que jogasse o jogo com as regras de hoje.
Outro cenário será o total descalabro eleitoral que encoste "as bases" à parede e torne qualquer candidatura numa monumental vaga de fundo de sebastiânicas consequências. Como estas coisas não acontecem por acaso, ela estará a ser preparada há algum tempo e as hipóteses de líder já elencadas, responsabilizando-se tais preparadores pelas consequências dessa ruptura. Não está de todo em causa a legitimidade de tal pretensão. Há concerteza no PSD militantes que têm perfil para o liderar e liderar a oposição parlamentar, talvez durante 4 anos. Com excepção para o caso de uma repetição da dissolução paralmentar, quem está disposto a diferir 4 anos a disputa do poder governamental?
Aniversário do Intermitente
Os meus parabéns ao Miguel, e que continue a servir a nobre causa liberal durante muitos e muitos anos.
Apoiar o Vitória
Soube através do Treinador de Bancada que o bilhete de sócio para o jogo de amanhã com o Moreirense, permitirá assistir também ao jogo com o ABC no Pavilhão Antoine Velge.
Não há desculpas para não ir apoiar o nosso clube!
Não há desculpas para não ir apoiar o nosso clube!
Maioria Absoluta
A maioria absoluta aparece como a panaceia para todos os males de que padece a nação lusitana. Não se pede, exige-se.
A argumentação refina-se : uma vez obtida, o governo ficará imune aos lóbis e poderes fácticos que por aí pululam; governará absolutamente.
Olhamos para a Europa, do norte à meridional, e depressa constatamos que dominam os governos de coligação, que nunca constituíram empecilho ao desenvolvimento. Mas estamos em Portugal, país que só entrará nos eixos através da estabilidade absoluta. Como se a estabilidade estivesse arredada das coligações ou acordos de incidência parlamentar.
Neste discurso há um subtexto muito pouco democrático, em que a exaltação do consenso serve para anular a diferença, a discussão e o conflito, essenciais à mudança social e política.
De que a nossa democracia carece é da dignificação do parlamento, lugar de escrutínio das várias propostas políticas, cerne do debate sobre os problemas da nação. Num cenário de maioria absoluta, ficará transformado em mera caixa de ressonância do governo, neste país em que os deputados tem um grau de autonomia reduzido, ou quase nulo, em relação aos directórios partidário. Caminhamos assim para o empobrecimento da nossa vida democrática.
Sou, por tudo o que disse, pelas maiorais relativas, que são potenciadoras do debate político em democracia
A argumentação refina-se : uma vez obtida, o governo ficará imune aos lóbis e poderes fácticos que por aí pululam; governará absolutamente.
Olhamos para a Europa, do norte à meridional, e depressa constatamos que dominam os governos de coligação, que nunca constituíram empecilho ao desenvolvimento. Mas estamos em Portugal, país que só entrará nos eixos através da estabilidade absoluta. Como se a estabilidade estivesse arredada das coligações ou acordos de incidência parlamentar.
Neste discurso há um subtexto muito pouco democrático, em que a exaltação do consenso serve para anular a diferença, a discussão e o conflito, essenciais à mudança social e política.
De que a nossa democracia carece é da dignificação do parlamento, lugar de escrutínio das várias propostas políticas, cerne do debate sobre os problemas da nação. Num cenário de maioria absoluta, ficará transformado em mera caixa de ressonância do governo, neste país em que os deputados tem um grau de autonomia reduzido, ou quase nulo, em relação aos directórios partidário. Caminhamos assim para o empobrecimento da nossa vida democrática.
Sou, por tudo o que disse, pelas maiorais relativas, que são potenciadoras do debate político em democracia
O Amor é Tão Lindo! - XXIX
aaaaaaaa
aaa"We're All Alone" aaaaaaaaaaaaaaaaaaaasssa"All Time High"
Universal Masters Collection - Rita Coolidge
aaa"We're All Alone" aaaaaaaaaaaaaaaaaaaasssa"All Time High"
Universal Masters Collection - Rita Coolidge
2 Intermitentes Anos
O Miguelinho anda há dois anos a iluminar a blogos com o seu Intermitente.
Livra-te de te baldares agora, com desculpas de que outras paragens te tomam muito do teu tempo.
Livra-te de te baldares agora, com desculpas de que outras paragens te tomam muito do teu tempo.
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
O nosso homem em Bruxelas
A The Economist (link premium) dedica a sua coluna "Charlemagne" a José Manuel Durão Barroso.
Nas vésperas da visita de George Bush, a revista entrevistou o homem que será o seu interlocutor possível na União Europeia. Ambos já se conhecem da altura da cimeira do Açores o que pode criar um clima de confiança e amizade favorável ao melhoramento das relações trans-atlânticas durante o segundo mandato de Bush.
«(...)he has “been accused of many things—of being an ultra-liberal, a counter-revolutionary” but adds: “I can assure you that none of it is true.”
(...)As a teenager, the young Barroso gradually realised that the official line—that Portugal was a great, respected state because of its empire—was belied by the reality of a poor, isolated and backward country on the periphery of Europe. Books and works of art that were freely available elsewhere were banned. “It wasn't just a question of not being able to read Marx,” he exclaims indignantly, “I wasn't allowed to buy that record by Jane Birkin, ‘Je t'aime...moi non plus'.”
(...) his personal experience of what it means to live under a dictatorship also makes him much less cynical than some other Europeans about President Bush's rhetoric on the subject of freedom. “Of course we can unite with the Americans in a fight for freedom,” he says: “freedom is a European concept.”
(...)“Some accuse me of lack of ambition for the EU,” says Mr Barroso, “but what could be more ambitious than trying to get this new Union of 25 countries actually to work and to produce greater prosperity?”»
Nas vésperas da visita de George Bush, a revista entrevistou o homem que será o seu interlocutor possível na União Europeia. Ambos já se conhecem da altura da cimeira do Açores o que pode criar um clima de confiança e amizade favorável ao melhoramento das relações trans-atlânticas durante o segundo mandato de Bush.
«(...)he has “been accused of many things—of being an ultra-liberal, a counter-revolutionary” but adds: “I can assure you that none of it is true.”
(...)As a teenager, the young Barroso gradually realised that the official line—that Portugal was a great, respected state because of its empire—was belied by the reality of a poor, isolated and backward country on the periphery of Europe. Books and works of art that were freely available elsewhere were banned. “It wasn't just a question of not being able to read Marx,” he exclaims indignantly, “I wasn't allowed to buy that record by Jane Birkin, ‘Je t'aime...moi non plus'.”
(...) his personal experience of what it means to live under a dictatorship also makes him much less cynical than some other Europeans about President Bush's rhetoric on the subject of freedom. “Of course we can unite with the Americans in a fight for freedom,” he says: “freedom is a European concept.”
(...)“Some accuse me of lack of ambition for the EU,” says Mr Barroso, “but what could be more ambitious than trying to get this new Union of 25 countries actually to work and to produce greater prosperity?”»
Razões
O Paulo Gorjão, no Bloguitica, interroga-se sobre o timing da entrevista de Ferro Rodrigues.
Esta campanha esteve (está) cheia de entrevistas, ou relatos de fontes próximas, cujos timings são a manifestação óbvia das razões porque os jornalistas as escrevem onde escrevem, porque são publicadas ou porque foram dadas a quem foram.
Cada um por si, cada um com a sua agenda de objectivos pessoais; os jornalistas e os dadores de entrevistas. Os jornais estarão sempre prontos a vender mais umas cópias ou a enviezar a audiência na direcção favorável aos interesses de quem os edita. Por vezes esses interesses coincidem com os dos entrevistados. A simbiose perfeita resulta na entrevista do dia.
Aos leitores resta manter um espírito crítico e filtrador do que lhe chega. O que será quase uma utopia num país de iliterados funcionais.
Esta campanha esteve (está) cheia de entrevistas, ou relatos de fontes próximas, cujos timings são a manifestação óbvia das razões porque os jornalistas as escrevem onde escrevem, porque são publicadas ou porque foram dadas a quem foram.
Cada um por si, cada um com a sua agenda de objectivos pessoais; os jornalistas e os dadores de entrevistas. Os jornais estarão sempre prontos a vender mais umas cópias ou a enviezar a audiência na direcção favorável aos interesses de quem os edita. Por vezes esses interesses coincidem com os dos entrevistados. A simbiose perfeita resulta na entrevista do dia.
Aos leitores resta manter um espírito crítico e filtrador do que lhe chega. O que será quase uma utopia num país de iliterados funcionais.
O Amor é Tão Lindo! - XXVIII
"There Is a Light That Never Goes Out"
The Queen Is Dead - The Smiths
Não é Amor. É a minha Paixão.
"And if a double-decker bus
Crashes into us
To die by your side
Is such a heavenly way to die
And if a ten-ton truck
Kills the both of us
To die by your side
Well, the pleasure - the privilege is mine"
A Corrida
Entre o BE e o CDS para ver quem é a terceira força, constituída em interlocutor do PS num contexto de maioria relativa.
Não se esqueçam da CDU...
Não se esqueçam da CDU...
Portugal no "Le Monde"
""Mitterrand a été un mythe, mais ma source d'inspiration ce sont les pays nordiques" via Le Monde
As palavras são de José Socrates em entrevista ao Le Monde, onde volta a falar de apresentar aos portugueses um discurso de confiança, em tornar Portugal competitivo mas mantendo altos níveis de protecção social e de fomentar a inovação ao "fazer entrar" (sic) 1.000 licenciados em tecnologia e gestão nas PME. Sócrates esclarece ainda os franceses que o único momento de fractura nacional, em termos do entendimento geral sobre política externa, deu-se aquando da cimeira açoriana e por causa da guerra no Iraque. Ele irá restaurar essa coesão, mas ao contrário dos espanhóis, não retirará do Iraque. Não sei quem ele "não" retirará, mas enfim...
Dá-se a curiosidade da entrevista ter sido feita em Setúbal, como se pode ler abaixo do título da mesma. Noutra reportagem sobre o momento eleitoral português, o Le Monde, diz que Setúbal é "la grande banlieue de Lisbonne" (o grande subúrbio).
Neste texto, o jornal qualifica Santana Lopes de "conservateur", "homme élégant, populiste imprévisible et beau parleur". O Bloco de Esquerda aparece como o partido que "réunit intellos "bobos", maoïstes et ouvriers".
As palavras são de José Socrates em entrevista ao Le Monde, onde volta a falar de apresentar aos portugueses um discurso de confiança, em tornar Portugal competitivo mas mantendo altos níveis de protecção social e de fomentar a inovação ao "fazer entrar" (sic) 1.000 licenciados em tecnologia e gestão nas PME. Sócrates esclarece ainda os franceses que o único momento de fractura nacional, em termos do entendimento geral sobre política externa, deu-se aquando da cimeira açoriana e por causa da guerra no Iraque. Ele irá restaurar essa coesão, mas ao contrário dos espanhóis, não retirará do Iraque. Não sei quem ele "não" retirará, mas enfim...
Dá-se a curiosidade da entrevista ter sido feita em Setúbal, como se pode ler abaixo do título da mesma. Noutra reportagem sobre o momento eleitoral português, o Le Monde, diz que Setúbal é "la grande banlieue de Lisbonne" (o grande subúrbio).
Neste texto, o jornal qualifica Santana Lopes de "conservateur", "homme élégant, populiste imprévisible et beau parleur". O Bloco de Esquerda aparece como o partido que "réunit intellos "bobos", maoïstes et ouvriers".
O tempo eleitoral
Bom, está a escoar-se o tempo da campanha eleitoral, sinto-o como se pertencesse já ao passado. Poucas recordações sobrarão, até os inesperados números do nosso primeiro-ministro ficaram aquém das expectativas.
Ambiente sensaborão e tristonho. Mas não é suposto as campanhas preencherem o vazio de alma... nem mesmo dos militantes partidários.
Ambiente sensaborão e tristonho. Mas não é suposto as campanhas preencherem o vazio de alma... nem mesmo dos militantes partidários.
Ajuntamento
Juntaram-se num só sítio. Muitos já tinham lugar ali à direita.
Deram à agremiação o nome de "A Mão Invisível" e não levam ninguém ao engano sobre o que lá se pode encontrar.
Deram à agremiação o nome de "A Mão Invisível" e não levam ninguém ao engano sobre o que lá se pode encontrar.
O Amor é Tمo Lindo! - XXVII
aaaaa
aaaa"Bem Bom"aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa"Telepatia"
aaaaaaaDoceaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaLara Li
Às tantas da manhã, os corpos acham bem bom algo mais que telepatia.
aaaa"Bem Bom"aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa"Telepatia"
aaaaaaaDoceaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaLara Li
Às tantas da manhã, os corpos acham bem bom algo mais que telepatia.
Outros colos preferem Sócrates
Dá ideia que Ferro Rodrigues ficou com pena de não ter sido ele a ser carregado ao colo até S.Bento por Jorge Sampaio.
Via A Capital:
"– Saiu da liderança do PS porque o Presidente da República decidiu não convocar eleições. O que é que sentiu quando uns meses depois o dr. Jorge Sampaio tomou essa decisão?
– Senti que fiz bem em ter saído. Sobre essas coisas não vale a pena especular. Mas fica a pergunta de saber se eu não tivesse tido a atitude bastante forte, do ponto de vista político e contraditória com o senhor Presidente da República, se ele teria, passados uns meses, tomado a posição que tomou.
– Acha que não?
– Fica a dúvida. "
Via A Capital:
"– Saiu da liderança do PS porque o Presidente da República decidiu não convocar eleições. O que é que sentiu quando uns meses depois o dr. Jorge Sampaio tomou essa decisão?
– Senti que fiz bem em ter saído. Sobre essas coisas não vale a pena especular. Mas fica a pergunta de saber se eu não tivesse tido a atitude bastante forte, do ponto de vista político e contraditória com o senhor Presidente da República, se ele teria, passados uns meses, tomado a posição que tomou.
– Acha que não?
– Fica a dúvida. "
Ainda o debate
Estive ausente numa reunião do grupo capitalista que me assalaria e onde se discutiu, entre outras coisas, a possível criação de mais emprego. Acabei por ficar com a ideia que tal aconteceria apesar de Sócrates e não por sua causa.
Adiante. Só agora posso escrever sobre o debate que vi em diferido.
O"não-facto" criado por Louçã demonstra a ignorância e impreparação dele e de quem o ajuda a preparar-se para os debates. Tivessem tido o cuidado de verificar os factos (o que é estranho, dada a quantidade de escritores de imprensa que o rodeiam e que o deviam institivamente fazer), teriam chegado à conclusão que não só a operação, feita ao abrigo de um DL de 1990 (com continuidade renovada), é legal como é uma prática necessária à reorganização das empresas, usada ao longo de 15 anos por cerca de 2.500 empresas como se soube posteriormente - trata-se de não tributar operações internas em grupos económicos. Disto não percebem estes teóricos que nunca geraram emprego (embora botem opinião sobre como criar centenas de milhares). O que esperar do mesmo grupo onde o Prof. Rosas prevê o petróleo a 80 dólares?
Triste e rídicula foi a reacção crédula de Sócrates, acreditando piamente que o seu futuro colega de governo tinha descoberto um podre da governação PSD.
Adiante. Só agora posso escrever sobre o debate que vi em diferido.
O"não-facto" criado por Louçã demonstra a ignorância e impreparação dele e de quem o ajuda a preparar-se para os debates. Tivessem tido o cuidado de verificar os factos (o que é estranho, dada a quantidade de escritores de imprensa que o rodeiam e que o deviam institivamente fazer), teriam chegado à conclusão que não só a operação, feita ao abrigo de um DL de 1990 (com continuidade renovada), é legal como é uma prática necessária à reorganização das empresas, usada ao longo de 15 anos por cerca de 2.500 empresas como se soube posteriormente - trata-se de não tributar operações internas em grupos económicos. Disto não percebem estes teóricos que nunca geraram emprego (embora botem opinião sobre como criar centenas de milhares). O que esperar do mesmo grupo onde o Prof. Rosas prevê o petróleo a 80 dólares?
Triste e rídicula foi a reacção crédula de Sócrates, acreditando piamente que o seu futuro colega de governo tinha descoberto um podre da governação PSD.
quarta-feira, fevereiro 16, 2005
O Debate
O debate de ontem à noite pode ter repercussões no resultados de Domingo, dia 20.
A prestação de Sócrates foi pouco menos do que medíocre e poderá ter comprometido o objectivo da maioria absoluta. Santana, surpreendentemente, apareceu pouco combativo, talvez sem fé nos resultados eleitorais que se avizinham. Sobram Portas e Louçã, que retiraram proveito do debate pela acutilância e clareza de exposição (mais o primeiro que o segundo) que revelaram.
O debate ficou marcado pela denúncia de Louçã sobre o processo de fusão do banco Totta, isento do pagamento do imposto ao fisco. Chegou até a ser hilariante, quando no começo da segunda parte Santana, ao que parece depois de um profícua conversa telefónica, recuperou o tema para acusar o PS de também ter sido useiro em tal prática; o primeiro-ministro a escudar-se nos males dos outros...
De fora, ficaram temas importantes como a Europa e o pacto de Estabilidade, o défice externo, o Iraque, a justiça e as questões ambientais, o que diz muito do que é a política em Portugal.
E do que se falou sobraram poucas propostas.
A prestação de Sócrates foi pouco menos do que medíocre e poderá ter comprometido o objectivo da maioria absoluta. Santana, surpreendentemente, apareceu pouco combativo, talvez sem fé nos resultados eleitorais que se avizinham. Sobram Portas e Louçã, que retiraram proveito do debate pela acutilância e clareza de exposição (mais o primeiro que o segundo) que revelaram.
O debate ficou marcado pela denúncia de Louçã sobre o processo de fusão do banco Totta, isento do pagamento do imposto ao fisco. Chegou até a ser hilariante, quando no começo da segunda parte Santana, ao que parece depois de um profícua conversa telefónica, recuperou o tema para acusar o PS de também ter sido useiro em tal prática; o primeiro-ministro a escudar-se nos males dos outros...
De fora, ficaram temas importantes como a Europa e o pacto de Estabilidade, o défice externo, o Iraque, a justiça e as questões ambientais, o que diz muito do que é a política em Portugal.
E do que se falou sobraram poucas propostas.
terça-feira, fevereiro 15, 2005
Iraque
E as eleições acabaram com o resultado previsto : vitória da aliança iraquiana unida com maioria absoluta, predominância do voto étnico e religioso. Os laicos tiveram reduzida expressão, pouco mais de dez por cento para a lista do Iraque, os partidos interétnicos, como o outrora poderoso partido comunista, são presença residual.
Neste contexto, em que são necessários dois terços dos votos da futura assembleia para eleger o presidente e formar governo, um entendimento entre a aliança iraquiana unida e a coligação curda parece ser o cenário mais provável. Contém o risco de exclusão duradoura dos sunitas, que na sua maioria boicotaram o acto eleitoral, e de perpetuação de uma guerrilha num quadro cada vez mais de guerra civil.
Para os EUA, a possibilidade de emergência de um governo de pendor teocrático, próximo do Irão, marca a derrota do intervencionismo liberal. A aventura da administração republicana no Iraque afunda-se num atoleiro feito de eleições adversas e de guerrilhas endémicas.
Neste contexto, em que são necessários dois terços dos votos da futura assembleia para eleger o presidente e formar governo, um entendimento entre a aliança iraquiana unida e a coligação curda parece ser o cenário mais provável. Contém o risco de exclusão duradoura dos sunitas, que na sua maioria boicotaram o acto eleitoral, e de perpetuação de uma guerrilha num quadro cada vez mais de guerra civil.
Para os EUA, a possibilidade de emergência de um governo de pendor teocrático, próximo do Irão, marca a derrota do intervencionismo liberal. A aventura da administração republicana no Iraque afunda-se num atoleiro feito de eleições adversas e de guerrilhas endémicas.
Não vai haver choques
O que resulta dos programas políticos dos dois maiores partidos é uma falta de coragem política (como sempre) para criar um corte com a actual maneira de governar. Não se vê no horizonte um verdadeiro choque de governação.
A noção de que o que faz falta é confiança e que esta é induzida directamente pelo discurso do governo não me parece correcta. Mais eficaze seria uma proposta governativa que devolvesse aos cidadãos o poder de decisão que há muito o providencial estado lhes vem retirando. Claro que com esta devolução de responsabilidades teria de vir também uma diminuição do valor que os estado retira aos contribuintes para financiar as suas despesas. Os contribuintes, individuais ou empresariais têm melhor capacidade de avaliar se existe ou não razões nesta pequena economia muito aberta, para investir, counsumir ou poupar.
Este choque de governação implicaria, de facto, induzir um estado de choque nos cidadãos e nas empresas para que estes se apercebam que não podem continuar de mãos estendidas, à espera de toda a sorte de subsídios que lhes amortizem a inconsequência ou os maus resultados das suas decisões. Cada vez que o estado subsídia uma actividade, significa que retirou riqueza produzida por uns para a distribuir a outros. Ou seja, financia os rendimentos de uns diminuindo os rendimentos líquidos de outros. Isto ocorre levianamente sem se ter em consideração que provavelmente se diminui os rendimentos disponíveis daqueles com maior capacidade de gerar riqueza e que pela sua actividade permitem que a sociedade como um todo beneficie. Tratam-se de perdas para a sociedade. Podia aqui referir-se os impostos progressivos como desincentivo à aumento de riqueza e como incentivo à fuga na declaração de rendimentos maiores.
O discurso do facilitismo, do paternalismo governativo, baixa as precauções e acautelamentos que todos devemos ter com os nossos rendimentos futuros, desincentivando a poupança em períodos de expansão, quando os rendimentos disponíveis permitiriam maior disponibilidade para tal. Esta poupança permitiria financiar consumos e investimentos futuros. Infelizmente foi assim durante o último consulado do PS e parece ser essa a noção que o discurso da confiança de Sócrates pretende perpetuar. Do lado de Santana não há a mínima coragem de ser a voz que diz que o rei vai nú: só aumentando os impostos se poderá manter as obrigações actuais do estado, quanto criar mais responsabilidades e despesas.
Estão criadas as condições para a perpetuação do actual sistema governativo. Não vai haver choques.
A noção de que o que faz falta é confiança e que esta é induzida directamente pelo discurso do governo não me parece correcta. Mais eficaze seria uma proposta governativa que devolvesse aos cidadãos o poder de decisão que há muito o providencial estado lhes vem retirando. Claro que com esta devolução de responsabilidades teria de vir também uma diminuição do valor que os estado retira aos contribuintes para financiar as suas despesas. Os contribuintes, individuais ou empresariais têm melhor capacidade de avaliar se existe ou não razões nesta pequena economia muito aberta, para investir, counsumir ou poupar.
Este choque de governação implicaria, de facto, induzir um estado de choque nos cidadãos e nas empresas para que estes se apercebam que não podem continuar de mãos estendidas, à espera de toda a sorte de subsídios que lhes amortizem a inconsequência ou os maus resultados das suas decisões. Cada vez que o estado subsídia uma actividade, significa que retirou riqueza produzida por uns para a distribuir a outros. Ou seja, financia os rendimentos de uns diminuindo os rendimentos líquidos de outros. Isto ocorre levianamente sem se ter em consideração que provavelmente se diminui os rendimentos disponíveis daqueles com maior capacidade de gerar riqueza e que pela sua actividade permitem que a sociedade como um todo beneficie. Tratam-se de perdas para a sociedade. Podia aqui referir-se os impostos progressivos como desincentivo à aumento de riqueza e como incentivo à fuga na declaração de rendimentos maiores.
O discurso do facilitismo, do paternalismo governativo, baixa as precauções e acautelamentos que todos devemos ter com os nossos rendimentos futuros, desincentivando a poupança em períodos de expansão, quando os rendimentos disponíveis permitiriam maior disponibilidade para tal. Esta poupança permitiria financiar consumos e investimentos futuros. Infelizmente foi assim durante o último consulado do PS e parece ser essa a noção que o discurso da confiança de Sócrates pretende perpetuar. Do lado de Santana não há a mínima coragem de ser a voz que diz que o rei vai nú: só aumentando os impostos se poderá manter as obrigações actuais do estado, quanto criar mais responsabilidades e despesas.
Estão criadas as condições para a perpetuação do actual sistema governativo. Não vai haver choques.
O Amor é Tão Lindo! - XXVI
aaaaa"Spiritual Love"
aaaaListen - Urban Species
Ao vivo no primeiro Sudoeste, nos primeiros dias de Agosto de '97.
Dias depois começava a perceber.
"Now I'm remembering the first time I saw her
Feeling this vibe, or whatever, let's say aura
But I never would have thought, see I never could have known
Outta one chance glance all this could have grown
And that's the beauty of it you see it grows and it's natural
What can I say in every way we're compatible
Talk is cheap at times we don't speak
Cos we're engrossed in thoughts that are deep
It's like two hearts, two minds, two bodies, two souls
Making one whole, now it's gotta be told
That what we have is more than just physical
Don't be so cynical, we got a spiritual love"
Os EUA e a Tortura
Os EUA persistem em confundir guerra ao terrorismo com a prática sistemática da tortura em lugares como Guantánamo, onde centenas de pessoas são mantidas à margem do Direito e sujeitas a toda a sorte de sevícias.
Trata-se de mais um exemplo da banalização do mal, a que mesmo as nações democráticas acabam por sucumbir em momentos particulares da sua história. Só afirmando o primado do Direito podemos evitar a barbárie.
Trata-se de mais um exemplo da banalização do mal, a que mesmo as nações democráticas acabam por sucumbir em momentos particulares da sua história. Só afirmando o primado do Direito podemos evitar a barbárie.
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
A Campanha
Dizem as luminárias que não há memória de uma campanha assim, feita pela negativa e repleta de insinuações. Eu até sou tentado a concordar, mas primeiro acho importante, numas pinceladas, lançar algumas interrogações : não estaremos a assistir a um novo tipo de paradigma eleitoral? Se sim, não estará relacionado com o aparecimento de políticos mais novos que tomam por referência o modelo de americano, onde abundam as técnicas de “marketing político negativo”? Por último, as campanhas feitas pela negativa não têm impacto nos eleitores? Creio que, se Sócrates não tiver maioria absoluta, ainda vamos glosar este tema.
Recomendações
Via Dinheiro Digital.
O movimento Compromisso Portugal analisou os programas do PS e do PSD e deixou algumas recomendações para o futuro:
- Maior estabilidade, através de maiorias parlamentares que cumpram a legislatura
- Criação de causas mobilizadoras
- Responsabilização da sociedade civil
- Ultrapassar a resistência à mudança dos interesses instalados
- A criação de indicadores mensuráveis (PIB per capita vs UE, % de abandono do ensino secundário, % das exportações no PIB, produtividade do trabalho, investimento em I&D e % despesa pública no PIB).
O movimento Compromisso Portugal analisou os programas do PS e do PSD e deixou algumas recomendações para o futuro:
- Maior estabilidade, através de maiorias parlamentares que cumpram a legislatura
- Criação de causas mobilizadoras
- Responsabilização da sociedade civil
- Ultrapassar a resistência à mudança dos interesses instalados
- A criação de indicadores mensuráveis (PIB per capita vs UE, % de abandono do ensino secundário, % das exportações no PIB, produtividade do trabalho, investimento em I&D e % despesa pública no PIB).
Hipocrisia
"Não fiquei nada contente nem convencido da sinceridade no tocante à suspensão de actividades políticas. Estas campanhas eleitorais são ou não para elucidar o povo português? Não tem nada a ver uma coisa com a outra e a campanha eleitoral devia continuar. Não tenho dúvidas nenhumas." - D. Manuel Martins, bispo resignatário de Setúbal via TSF
Como é que partidos, que repudiam que as palavras de um pároco apelando a que os católicos votem de acordo com a suas convicções religiosas, assumem agora a sua reverência perante o falecimento da última dos videntes de Maria?
A alteração da campanha eleitoral revela hipocrisia de quem se tenta colocar do lado do politicamente correcto.
D. Manuel Martins, que me lembro de ser chamado de "bispo vermelho" pelas preocupações que sempre demonstrou pelos desprotegidos de Setúbal, tem toda a razão.
Hipocrisia: do Gr. hypocrisia, forma poética de hypócrísis, desempenho de um papel no teatro, dissimulação s. f., impostura, fingimento; manifestação de virtudes ou sentimentos que realmente se não tem.
Como é que partidos, que repudiam que as palavras de um pároco apelando a que os católicos votem de acordo com a suas convicções religiosas, assumem agora a sua reverência perante o falecimento da última dos videntes de Maria?
A alteração da campanha eleitoral revela hipocrisia de quem se tenta colocar do lado do politicamente correcto.
D. Manuel Martins, que me lembro de ser chamado de "bispo vermelho" pelas preocupações que sempre demonstrou pelos desprotegidos de Setúbal, tem toda a razão.
Hipocrisia: do Gr. hypocrisia, forma poética de hypócrísis, desempenho de um papel no teatro, dissimulação s. f., impostura, fingimento; manifestação de virtudes ou sentimentos que realmente se não tem.
A Morte da Vidente
A morte da Irmã Lúcia levou os partidos da direita, PSD e PP, a suspender a campanha eleitoral, procurando, numa colagem ao luto nacional, capitalizar sentimentos religiosos e dar-lhes tradução política.Em suma, o acto de suspender a campanha política nada mais é do que um acto de propaganda política no contexto de uma campanha eleitoral cada vez mais atípica.
O Amor é Tão Lindo! - XXIV
"Can't Get Enough of Your Love, Babe"
Can't Get Enough - Barry White
As minhas amigas merecem o melhor. Especialmente para a Sandra e para a Fátima, para que continuem a acordar bem dispostas.
O Amor é Tão Lindo! - XXIII
Para a C. vai todo o meu "Amor" e toda a minha "Paixão". Sabes bem que "Só Gosto de Ti", ó minha "Cachopa" e a imensa "Alegria" que trazes à vida de um pobre "Supersticioso". Contigo nunca será "Tarde Demais" para sermos "Amantes Furiosos".
Feliz S. Valentim.
Calibrem as chuteiras
Ontem à noite, ao ver o resumo do jogo do Vitória, confirmei aquilo que mais me tem agastado nos jogos. Há muitas oportunidades criadas que são desperdiçadas por clara falta de pontaria com a baliza - sim, aquela coisa enorme com dois postes, uma barra e vedada por redes... Ontem foi o Bruno Moraes que na segunda parte podia ter feito com que os três pontos fossem nossos. Quanto ao penalty, não vou discutir se existiu ou não. Penso quem nem devia ter sido marcado porque a bola já tinha entrado na baliza. O árbitro trocou um golo por um penalty. Mas como não estive lá, só posso falar do que vi na TV. O treinador continua a manter a estabilidade da equipa o que só abona em seu favor por resistir à tentação de dar o seu "cunho pssoal" ao grupo.
Para o meu amigo B.B., este terá sido o resultado que lhe equilibrou as preferências. Se bem que eu ache que ele torceu pelos da casa, uma vez que estavam a precisar muito de pontuar...
Para o meu amigo B.B., este terá sido o resultado que lhe equilibrou as preferências. Se bem que eu ache que ele torceu pelos da casa, uma vez que estavam a precisar muito de pontuar...
sexta-feira, fevereiro 11, 2005
Seu..., seu..., seu... benfiquista!!!
O acidental Rodrigo pensa o quê?
Que eu me fico?!? Olhe que não, olhe que não!
'Tou aqui, 'tou a fazer um post a espicaçar alguém! A ver se me processa por usurpação de funções! Com sorte, o Benfica vai ver Braga por um canudo. Bem feita! Azarucho!
Só lhe desculpo por incluir na sua "concupiscência", e muito justamente, a Romy.
Aaahhh... a Romy...
Que eu me fico?!? Olhe que não, olhe que não!
'Tou aqui, 'tou a fazer um post a espicaçar alguém! A ver se me processa por usurpação de funções! Com sorte, o Benfica vai ver Braga por um canudo. Bem feita! Azarucho!
Só lhe desculpo por incluir na sua "concupiscência", e muito justamente, a Romy.
Aaahhh... a Romy...
Freeport
Luís,
Concordo contigo quando dizes que quanto maior for o número de entidades a emitir licenciamentos maior é também a probabilidade de corrupção. Os procedimento legais deveriam ser simplificados. Com isso ganharíamos todos nós, amigos do ambiente ou não.
Sobre se Sócrates é, ou não, parte implicada, as notícias fazem pairar muitas dúvidas. Dúvidas legítimas, pois estamos perante um candidato a titular de um cargo público, no caso o de primeiro-ministro. Todo o cuidado é pouco, mas, acima de tudo, devemos pugnar pelo esclarecimento de tais dúvidas. E o tempo recorde de aprovação do projecto é no mínimo suspeito.
Mais uma vez assistimos à subversão dos PDMs, prática cada vez mais comum nas nossas autarquias. Aprova-se um PDM para depois o virar do avesso, sobretudo se as restrições forem de natureza ambiental e em jogo estiver a Santíssima Trindade, construção civil, futebol e financiamento de campanhas eleitorais dos partidos políticos.
Concordo contigo quando dizes que quanto maior for o número de entidades a emitir licenciamentos maior é também a probabilidade de corrupção. Os procedimento legais deveriam ser simplificados. Com isso ganharíamos todos nós, amigos do ambiente ou não.
Sobre se Sócrates é, ou não, parte implicada, as notícias fazem pairar muitas dúvidas. Dúvidas legítimas, pois estamos perante um candidato a titular de um cargo público, no caso o de primeiro-ministro. Todo o cuidado é pouco, mas, acima de tudo, devemos pugnar pelo esclarecimento de tais dúvidas. E o tempo recorde de aprovação do projecto é no mínimo suspeito.
Mais uma vez assistimos à subversão dos PDMs, prática cada vez mais comum nas nossas autarquias. Aprova-se um PDM para depois o virar do avesso, sobretudo se as restrições forem de natureza ambiental e em jogo estiver a Santíssima Trindade, construção civil, futebol e financiamento de campanhas eleitorais dos partidos políticos.
Serviço ao Público do Jazz
"JAZZ BRITANNIA SEASON
Great performances and stimulating documentaries form a musical guide to a little-known part of Britain's history."
Na há outras músicas. Ao cuidado dos nossos programadores televisivos.
Great performances and stimulating documentaries form a musical guide to a little-known part of Britain's history."
Na há outras músicas. Ao cuidado dos nossos programadores televisivos.
O Amor é Tão Lindo! - XXII
a"I Am The Resurrection"
The Stone Roses - The Stone Roses
Com dedicatória para o meu maninho mais novo. Um grande disco. Um dos seus/meus/nossos favoritos.
Suspeitas
Sobre as suspeitas que hoje são capa do Independente, nada se pode concluir nem ajuizar. Só se pode dizer que houve um jornal que conseguiu obter informações (fidedignas ou não) de uma investigação policial que devia ser conduzida o mais discretamente possível e que com isso terá aumentado as suas vendas e possíveis receitas publicitárias. Se o jornal actuou de má fé, sabendo que o nome de Sócrates só é associado a este caso por na altura ser membro do governo com o pelouro do ambiente (o que dada a localização ribeirinha do espaço lhe daria responsabilidades governativas na sua construção), há que tentar perceber a quem beneficia esta notícia. Aos accionistas do jornal? Aos autores dos demais boatos sobre Sócrates? Prefiro o pressuposto da isenção jornalistíca: o repórter conseguiu saber que a investigação envolvia um candidato a 1º ministro. Isto tornaria a notícia muito relevante para os eleitores poderem melhor ponderar a sua escolha.
Infelizmente neste caso, como em todos os outros de suspeitas sem veredicto de culpado, os leitores não têm uma visão crítica das notícias nem de como e quando são apresentadas. Os textos impressos transformam-se em factos quer o sejam ou não. As conclusões das investigações destas suspeitas nunca têm o mesmo destaque nem impacto porque são muito diferidas no tempo. O que importa é o efeito imediato resultante da "fuga de informação" transformada em parangona de primeira página.
Outra lição pode ser tirada desta situação e que é para mim bem mais importante. As suspeitas por detrás da notícia de que José Sócrates influenciou de alguma maneira as condições que permitiram a abertura do espaço comercial de Alcochete, só ocorrem porque o processo de criação e estabelecimento de empresas em Portugal inclui demasiado envolvimento estatal. Nada se faz sem que câmaras, institutos disto e daquilo, conservatórias e registos comerciais, associações comerciais e sei lá mais o quê, intervenham. Quanto maior o circuito de licenciamento maior a possibilidade de alguém aproveitar ilicitamente a sua posição.
Já a inauguração deste espaço comercial, no Verão passado, decorreu entre acusações de falta de licenças camarárias (conforme se pode ler nestas notícias). Teria a minha preferência o candidato que se proponha a "exterminar" estas forças de bloqueio. Bastava mesmo a suspeita dessa pretensão para fazer de mim um eleitor convicto da sua escolha.
Adenda: A P.G.R. informa que "até ao momento(...)não existe nenhuma suspeita de cometimento por parte do Engº José Sócrates de qualquer ilícito criminal relacionado com o processo de licenciamento".
Infelizmente neste caso, como em todos os outros de suspeitas sem veredicto de culpado, os leitores não têm uma visão crítica das notícias nem de como e quando são apresentadas. Os textos impressos transformam-se em factos quer o sejam ou não. As conclusões das investigações destas suspeitas nunca têm o mesmo destaque nem impacto porque são muito diferidas no tempo. O que importa é o efeito imediato resultante da "fuga de informação" transformada em parangona de primeira página.
Outra lição pode ser tirada desta situação e que é para mim bem mais importante. As suspeitas por detrás da notícia de que José Sócrates influenciou de alguma maneira as condições que permitiram a abertura do espaço comercial de Alcochete, só ocorrem porque o processo de criação e estabelecimento de empresas em Portugal inclui demasiado envolvimento estatal. Nada se faz sem que câmaras, institutos disto e daquilo, conservatórias e registos comerciais, associações comerciais e sei lá mais o quê, intervenham. Quanto maior o circuito de licenciamento maior a possibilidade de alguém aproveitar ilicitamente a sua posição.
Já a inauguração deste espaço comercial, no Verão passado, decorreu entre acusações de falta de licenças camarárias (conforme se pode ler nestas notícias). Teria a minha preferência o candidato que se proponha a "exterminar" estas forças de bloqueio. Bastava mesmo a suspeita dessa pretensão para fazer de mim um eleitor convicto da sua escolha.
Adenda: A P.G.R. informa que "até ao momento(...)não existe nenhuma suspeita de cometimento por parte do Engº José Sócrates de qualquer ilícito criminal relacionado com o processo de licenciamento".
A co-incineração em Setúbal
Ontem ouvi na TSF o cabeça de lista do PS por Setúbal, António Vitorino, reconhecer que é a própria administração da Secil que não pretende recorrer à co-incineração de resíduos perigosos. Vitorino já tinha dado outra entrevista onde falava sobre a probabilidade de não se recorrer a este processo.
Como esta decisão da empresa já foi anunciada há três semanas, não entendo porque é que Sócrates continua a insistir nessa possibilidade.
A continuada insistência de José Sócrates neste propósito deve doravante ser encarada como uma birra vingativa de cariz pessoal. Um ressabiamento contrariado pelo seu lugar tenente.
Como esta decisão da empresa já foi anunciada há três semanas, não entendo porque é que Sócrates continua a insistir nessa possibilidade.
A continuada insistência de José Sócrates neste propósito deve doravante ser encarada como uma birra vingativa de cariz pessoal. Um ressabiamento contrariado pelo seu lugar tenente.
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
Reunião
Fiquei a saber pelo Nuno que Jimmy Smith faleceu (no dia 8). Espero que o "Duo Dinâmico" se tenha reunido para voltarem a tocar este grande disco que mora lá na minha estante.
Um bom patrão
"Um estudo publicado no Boletim do Banco de Portugal revela que em 2000, com igual escolaridade e experiência, um funcionário público português ganhava mais 37,6 por cento do que no sector privado - se fosse uma funcionária, esta diferença atingia os 64,6 por cento. Tendo em conta apenas as bases de dados nacionais, na função pública os homens ganham mais 12,9 por cento que no sector privado, e as mulheres recebem mais 26,5 por cento. " no Público, destaques meus.
Isto explica muita coisa.
Inclusive, porque tanta gente participa nos concursos de admissão à função pública como no caso dos candidatos a professor. Também aqui o mercado funciona e muitos querem ser contratados por um patrão tão mãos largas.
Isto explica muita coisa.
Inclusive, porque tanta gente participa nos concursos de admissão à função pública como no caso dos candidatos a professor. Também aqui o mercado funciona e muitos querem ser contratados por um patrão tão mãos largas.
A Administração Pública
No Público de hoje, dois gráficos comparativos ilustram o peso da Administração Pública portuguesa, quer medida em despesas com os funcionários públicos em percentagem do PIB, quer medida em relação ao emprego total; somos o terceiro e o oitavo, respectivamente, num conjunto de países representativos da OCDE. Temos, porém, perto de nós países como a Finlândia e a Suécia, economias extremamente competitivas, ainda que o peso da administração pública não seja nelas despiciendo. Ora, isto conduz-nos à importância de uma administração moderna e racional, facilitadora das dinâmicas de desenvolvimento. Importa para isso despir-nos desta espécie de maniqueísmo que nos leva a ver a razão de todos os males na Administração Pública e a abandonar de vez a política da terra queimada, tão apregoada por liberais deste nosso mundo.
Recomenda-se
Ide ler os textos do André Abrantes Amaral n' O Observador sobre o "Mito Maior", a Igualdade.
Ainda aqui está? Ide!
Ainda aqui está? Ide!
Notícia não confirmada
O JPT anuncia o acabar do Ma-Schamba.
Espera-se o desmentido de fonte bem colocada. Do próprio autor.
Espera-se o desmentido de fonte bem colocada. Do próprio autor.
Publicidade não endereçada
"O PS inicia quinta-feira o envio de uma carta para quatro milhões de domicílios portugueses, na qual o líder do partido, José Sócrates, pede «um voto de confiança» para governar Portugal, anunciou hoje o partido" via Portugal Diário
Esta operação será feita pelo partido do então ministro José Sócrates, que durante o consulado de Guterres legislou para limitar o acesso das empresas às caixas de correio dos lares portugueses através da Lei nº6/99 de 27 de Janeiro, pelo menos no seu artigo 3º. A dita lei determina no artigo 1º a sua não aplicação à propaganda política. Caso contrário, estaríamos claramente perante um caso de publicidade não endereçada, promovendo produtos de qualidade duvidosa e enganadora quanto à possibildade do anunciante em fornecer o anunciado.
Quatro milhões de cartas é muita carta. Menos seriam se fosse possível descontar as caixas de correio com o autocolante amarelo da autoria de Sócrates.
Exemplar fornecido pela C.M.Oeiras
Esta operação será feita pelo partido do então ministro José Sócrates, que durante o consulado de Guterres legislou para limitar o acesso das empresas às caixas de correio dos lares portugueses através da Lei nº6/99 de 27 de Janeiro, pelo menos no seu artigo 3º. A dita lei determina no artigo 1º a sua não aplicação à propaganda política. Caso contrário, estaríamos claramente perante um caso de publicidade não endereçada, promovendo produtos de qualidade duvidosa e enganadora quanto à possibildade do anunciante em fornecer o anunciado.
Quatro milhões de cartas é muita carta. Menos seriam se fosse possível descontar as caixas de correio com o autocolante amarelo da autoria de Sócrates.
Exemplar fornecido pela C.M.Oeiras
O Aviador
Vi o Aviador de Martin Scorsese, baseado na vida do excêntrico milionário Howard Hughes.
Não é, nem de longe, um filme marcante na obra de Scorsese, mas ainda assim contém aspectos interessantes. Desde logo, a contradição do personagem, entre o desejo de abraçar o mundo através da materialização dos sonhos ligados à aviação e o medo de ser contaminado por esse mesmo mundo; a demência que progressivamente se vai apossando de Hughes.
Scorsese filma magistralmente o glamour da Hollywood dos anos trinta e quarenta. Centra-se no lado empreendedor do personagem, no seu desejo de criar e inovar , metáfora de uma América livre e inventiva por oposição aos constrangimentos institucionais representados nas figuras do presidente da Pam Am e do senador da persecutória comissão de inquérito. É o mesmo espírito de Tucker, realizado por Francis Ford Coppola, que exaltava a livre iniciativa e o espírito inventivo de um fabricante de automóveis independente.
De fora, ficam aspectos mais sombrios da vida de Hughes, como as ligações à CIA e à máfia nos anos cinquenta.
Últimas notas para a excelente Cate Blanchett no papel de Katharine hepburne e para a nada convincente Kate Beckinsale a encarnar Ava Gardner.
O Amor é Tão Lindo! - XXI
"Good Morning Heartache"
The Lady's Decca Days, Vol. 2 - Billie Holiday
Lester Young chamou-lhe Lady Day. Cantou o amor como ninguém. É impossível ouvir um disco dela sem sentir o "heartache" da sua voz. Confesso que escolhi este pela capa, pelo sorriso que não aparece nas suas canções.
Representatividade - IV
Desgraçadamente, o Hamas volta a demonstrar que não quer a paz negociada com Israel, ao lançar um ataque poucas horas depois dos acordos de Sharm El-Sheikh. Ao mesmo tempo fica claro aquilo que eu temia que se demonstrasse: que a Autoridade Palestiniana e que Mahmoud Abbas não têm controlo sobre os grupos terroristas, apesar de terem sido eleitos livremente pelos palestinianos. Que legitimidade terá Abbas para negociar com o estado de Israel? Afinal ele representa quem? Quem detém o poder e o direito de representação dos palestinianos?
A reacção israelita foi de cancelar a prevista reunião com negociadores palestinianos.
Só quando houver ordem interna e aceitação da representatividade democrática da A.P. e de Abbas, haverão condições para uma negociação em que ambas as partes podem assegurar o cumprimento dos acordos.
Tem de ser claro para os próprios palestinianos que serão estes grupos os responsáveis por um eventual falhanço de mais jornada no "caminho para a paz". Não são aceitáveis dedos apontados a Israel.
A reacção israelita foi de cancelar a prevista reunião com negociadores palestinianos.
Só quando houver ordem interna e aceitação da representatividade democrática da A.P. e de Abbas, haverão condições para uma negociação em que ambas as partes podem assegurar o cumprimento dos acordos.
Tem de ser claro para os próprios palestinianos que serão estes grupos os responsáveis por um eventual falhanço de mais jornada no "caminho para a paz". Não são aceitáveis dedos apontados a Israel.
Preguicite aguda
De vez em quando resolves sair da toca onde hibernas, não é? Só quando te calha, não é? Só para bater no Sr. Jerónimo, não é?
Vê lá se escreves mais. E não me venhas com tretas que não tens tempo, que tens de trabalhar para viver. Todos sabemos que os os neo-pós-pró-liberais são abastados herdeiros de fortunas resultantes da exploração do proletariado.
Calão.
Anacleto.
Vê lá se escreves mais. E não me venhas com tretas que não tens tempo, que tens de trabalhar para viver. Todos sabemos que os os neo-pós-pró-liberais são abastados herdeiros de fortunas resultantes da exploração do proletariado.
Calão.
Anacleto.
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
Pure Drivel
Entre as actividades familiares que me ocuparam a maior parte do fim de semana alargado, ainda ouve tempo para re-ouvir Coltrane e para ler um livro. A escolha era acabar o "Morte em Veneza", que há muito espera ser terminado, ou começar outras leituras. Talvez influenciado pelos tempos que correm na política e no calendário, optei por abrir o "Puro Disparate" do Steve Martin. Leitura terminada, fiquei muito contentinho pela opção.
Quem me dera que as decisões eleitorais fossem assim tão fáceis e com resultados tão satisfatórios.
"Pure Drivel" em americano.
Quem me dera que as decisões eleitorais fossem assim tão fáceis e com resultados tão satisfatórios.
"Pure Drivel" em americano.
Cavaco e o Público
O título do Público “Cavaco Silva aposta numa maioria absoluta do PS” insere-se no domínio da propaganda política ou no estrito domínio do noticioso? A resposta a tal pergunta não é, para mim, clara. À primeira vista, o emprego da palavra “aposta” poderá sugerir uma preferência pela vitória do PS, prestando-se a alguma ambiguidade ou duplo sentido. Se, por outro lado, o Prof. Cavaco Silva quis manifestar a convicção de que a vitória eleitoral do partido socialista é inevitável, então não fez mais do que repetir o que muita gente diz e pensa, mesmo dentro do PSD (lembrem-se das declarações de Marques Mendes).O problema é saber se a informação foi obtida junto do próprio Cavaco Silva ou através de fonte próxima deste. A diferença é relevante porque no segundo caso estamos no terreno movediço em que informação e propaganda esbatem as suas diferenças.
A Paz
Com a campanha em fundo, monótona e triste, as boas notícias vêm da palestina. Há pelo menos uma réstia de esperança no trilhar da paz. Será sempre um parto difícil, exigirá concessões por parte de Israelitas (a retirada da faixa de Gaza e da Cisjordânia e a partilha de Jerusalém) e palestinianos (abdicar da reivindicação do direito de retorno dos refugiados) e firmeza quanto aos muitos obstáculos que se depararão no caminho.
A vontade de viver em paz, sem o espectro dos atentados no trajecto para casa ou para o emprego e das bombas e demolições que privam famílias de um tecto, poderá, em suma, quebrar a espiral de violência que se abate sobre esta martirizada região.A fonte de incerteza reside em Sharon; saber se vai renunciar ao sonho da grande Israel, saber se se distanciará das seus bases fundamentalistas, mesmo correndo o risco de com isso hipotecar o seu futuro político. Interrogo-me também se os americanos se vão implicar na busca de uma solução duradoura. Talvez sim...por causa do atoleiro iraquiano.
A vontade de viver em paz, sem o espectro dos atentados no trajecto para casa ou para o emprego e das bombas e demolições que privam famílias de um tecto, poderá, em suma, quebrar a espiral de violência que se abate sobre esta martirizada região.A fonte de incerteza reside em Sharon; saber se vai renunciar ao sonho da grande Israel, saber se se distanciará das seus bases fundamentalistas, mesmo correndo o risco de com isso hipotecar o seu futuro político. Interrogo-me também se os americanos se vão implicar na busca de uma solução duradoura. Talvez sim...por causa do atoleiro iraquiano.
Isto é parvoíce
Isto é parvo. É mesmo muito parvo. Destroçar rumores parvos é parvoíce. Mais ainda se os meios para o fazer forem de uma ingenuidade parva. E não quero com isto criar nenhum rumor.
"Se lhe pergunta se Sócrates é um homem atraente, Marta sorri e vai dizendo que esses comentários não ficam bem a uma mulher casada... " via Portugal Diário
"Se lhe pergunta se Sócrates é um homem atraente, Marta sorri e vai dizendo que esses comentários não ficam bem a uma mulher casada... " via Portugal Diário
Representatividade - III
Depois de Mahmoud Abbas e Ariel Sharon terem anunciado o fim das hostilidades, há notícias de quem não reconheça estas tréguas.
Como disse antes, de pouco valerá o empenho de Abbas se os grupos terroristas continuarem a actuar sem reconhecer na Autoridade Palestiniana a sua representação. Demonstra-se que não reconhecessem legitimidade aos eleitores que escolheram o programa político de Abbas e a sua liderança nas negociações com Israel. Esta questão da representatividade da Autoridade Palestiniana é cada vez mais o ponto sobre o qual assenta o futuro da paz na Palestina.
Kal, The Economist
Como disse antes, de pouco valerá o empenho de Abbas se os grupos terroristas continuarem a actuar sem reconhecer na Autoridade Palestiniana a sua representação. Demonstra-se que não reconhecessem legitimidade aos eleitores que escolheram o programa político de Abbas e a sua liderança nas negociações com Israel. Esta questão da representatividade da Autoridade Palestiniana é cada vez mais o ponto sobre o qual assenta o futuro da paz na Palestina.
Kal, The Economist
Promessas
Retive do tempo de antena do Partido Humanista que este acha por bem a criação de uma lei que "permita às pessoas tirar o cargo aos que não cumpram as suas promessas".
Muitas vezes penso que seria útil uma lei que permitisse demitir os governantes que cumprem as suas promessas. Principalmente aqueles que beneficiam as clientelas que os colocaram em posição elegível e que orientaram o seu programa de gastos públicos (muitas vezes apelidados de investimentos), financiado pelo aumento da dívida pública. Cada vez acho mais perigosos, para os meus bolsos, os candidatos a governantes que prometem grandes feitos e realizações.
Por outro lado, os poderes presidencias permitem já uma certa arbitrariedade para "tirar o cargo" nem que seja dissolvendo o parlamento que suporta o governo.
Muitas vezes penso que seria útil uma lei que permitisse demitir os governantes que cumprem as suas promessas. Principalmente aqueles que beneficiam as clientelas que os colocaram em posição elegível e que orientaram o seu programa de gastos públicos (muitas vezes apelidados de investimentos), financiado pelo aumento da dívida pública. Cada vez acho mais perigosos, para os meus bolsos, os candidatos a governantes que prometem grandes feitos e realizações.
Por outro lado, os poderes presidencias permitem já uma certa arbitrariedade para "tirar o cargo" nem que seja dissolvendo o parlamento que suporta o governo.
A 200 Km do Bonfim
Às oito e meia de segunda-feira lá estava eu preparado para ver o Vitória . Não no Bonfim, mas lá em baixo na costa alentejana, seguindo o jogo pela televisão de um café. Mais alguns clientes se sentaram nas mesas à volta para seguir o jogo. Aguardo para ver o impacto que a mudança de "mister" trará à equipa. Nenhuma, à partida.
Apito inicial.
A meio de uma primeira parte desinteressante, alguém ao meu lado me diz que está surpreendido pela maneira como o Vitória está a aguentar o Boavista. Os primeiros quarenta e cinco minutos terminam sem história e não deixam saudades a ninguém.
Começa a segunta metade.
O vitória empolga-se e empurra o adversário para a sua grande área. Em campo, só uma equipa luta para ganhar. Como algumas vezes tem acontecido, a pontaria das chuteiras dos verdes não foi afinada. Apercebo-me que à minha volta se sofre de cada vez que o Vitória remata e falha. "Já deviam estar a ganhar", "bela equipa", "quem é aquele miúdo?"... Vou tentando explicar quem são e como têm jogado ao longo da época os atletas do Vitória.
Afito final. O vitória empata a zero.
"Sim, só nos faltam três pontos para assegurar a permanência", confirmo.
Os jogadores não o souberam, mas naquela noite, a 200 Km do Bonfim, houve mais uns quantos vitorianos que por hora e meia torceram pelo seu sucesso. O Vitória não é grande; é enorme!
Apito inicial.
A meio de uma primeira parte desinteressante, alguém ao meu lado me diz que está surpreendido pela maneira como o Vitória está a aguentar o Boavista. Os primeiros quarenta e cinco minutos terminam sem história e não deixam saudades a ninguém.
Começa a segunta metade.
O vitória empolga-se e empurra o adversário para a sua grande área. Em campo, só uma equipa luta para ganhar. Como algumas vezes tem acontecido, a pontaria das chuteiras dos verdes não foi afinada. Apercebo-me que à minha volta se sofre de cada vez que o Vitória remata e falha. "Já deviam estar a ganhar", "bela equipa", "quem é aquele miúdo?"... Vou tentando explicar quem são e como têm jogado ao longo da época os atletas do Vitória.
Afito final. O vitória empata a zero.
"Sim, só nos faltam três pontos para assegurar a permanência", confirmo.
Os jogadores não o souberam, mas naquela noite, a 200 Km do Bonfim, houve mais uns quantos vitorianos que por hora e meia torceram pelo seu sucesso. O Vitória não é grande; é enorme!
segunda-feira, fevereiro 07, 2005
Iraque
Os líderes xiitas, que se preparam para tomar o poder na sequência de resultado eleitoral favorável, pressionam agora para que a futura constituição do Iraque consagre o Islão como guia orientador.
Assim, uma miríade de questões sociais, tais como o casamento, o divórcio e o direito de herança, cairiam sob o domínio da sharia, condicionado as escolhas individuais e os direitos das mulheres (estas, por direito de herança, apenas receberiam metade daquilo que recebem os filhos homens).
E assim se trilha o caminho da Democracia no Iraque.
Assim, uma miríade de questões sociais, tais como o casamento, o divórcio e o direito de herança, cairiam sob o domínio da sharia, condicionado as escolhas individuais e os direitos das mulheres (estas, por direito de herança, apenas receberiam metade daquilo que recebem os filhos homens).
E assim se trilha o caminho da Democracia no Iraque.
Em tempo de Entrudo
Estou a escrever na blogosfera em tempo de Entrudo.
Não me vou mascarar de zelota de um qualquer totalitarismo nem tão-pouco de teólogo do mercado livre. Não sei, na realidade, que máscara pôr nestes tempos de insatisfação. Dir-me-ão que não falta por onde escolher, neste reino do mercado, agora enriquecido pelo comércio da China, posso satisfazer todas as minhas fantasias e talvez mesmo encaixar-me num nicho algures.
Imerso nos papéis do escritório, procuro, por entre relatórios e balanços, vislumbrar a máscara da minha felicidade. Mas não sou bem sucedido e acabo remetido à condição de perdedor.
Não me vou mascarar de zelota de um qualquer totalitarismo nem tão-pouco de teólogo do mercado livre. Não sei, na realidade, que máscara pôr nestes tempos de insatisfação. Dir-me-ão que não falta por onde escolher, neste reino do mercado, agora enriquecido pelo comércio da China, posso satisfazer todas as minhas fantasias e talvez mesmo encaixar-me num nicho algures.
Imerso nos papéis do escritório, procuro, por entre relatórios e balanços, vislumbrar a máscara da minha felicidade. Mas não sou bem sucedido e acabo remetido à condição de perdedor.
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
Vou para casa
Este escriba vais descer a costa. Lá em baixo esperam por mim.
Durante o fim de semana prolongado, o "Office" fica entregue aos cuidados do meu amigo e co-blogger, Luís Marvão.
Rapaz, conto contigo para um relato exaustivo dos festejos carnavalescos na cidade do Rio Azul.
Peço aos visitantes que controlem o nível de desvio liberal que o Marvão possa sentir ao tentar preencher o vazio da minha ausência. Não quero que se ponha agora a questionar as suas convicções. Por outro lado, mantenham-se viligilantes, não vá ele ter um "arremedo totalitarista"!
Até já.
Aos 1000 é mais barato
Sócrates propõe-se criar condições para que as PME contratem mais 1.000 engenheiros e doutores por ano. Se forem recém licenciados, o tempo de treino, aprendizagem do negócio, das tarefas e responsabilidades na empresa, implicam que lá fiquem durante algum tempo (anos, provavelmente) até que se tornem uma mais valia absoluta.
Continuo a não perceber quem vai pagá-los: se fôr à conta de redução temporária da fiscalidade do empregador, esse subsídio gerará um emprego temporário. Melhor seria reduzir de vez a carga fiscal e a burocracia que enfrentam os empreendedores. Desregulamente-se a economia e o mercado laboral que a concorrência forçará que os recursos usados sejam melhorados e a empregabilidade de quem tem formação nas áreas tecnológicas ou de gestão será promovida. Os empresários julgarão por si da necessidade de investir em melhores recursos humanos. Não será certamente por decreto governamental que sobe a rentabilidade do negócio ou o seu crescimento e se ditam mais contratações.
Continuo a não perceber quem vai pagá-los: se fôr à conta de redução temporária da fiscalidade do empregador, esse subsídio gerará um emprego temporário. Melhor seria reduzir de vez a carga fiscal e a burocracia que enfrentam os empreendedores. Desregulamente-se a economia e o mercado laboral que a concorrência forçará que os recursos usados sejam melhorados e a empregabilidade de quem tem formação nas áreas tecnológicas ou de gestão será promovida. Os empresários julgarão por si da necessidade de investir em melhores recursos humanos. Não será certamente por decreto governamental que sobe a rentabilidade do negócio ou o seu crescimento e se ditam mais contratações.
O Debate
Luís, foi para mim um debate morno e pouco esclarecedor. Imputas isso ao figurino “à americana”, com poucas interrupções e interpelações por parte dos políticos em debate e em que os jornalistas são supremos juizes. Julgo que tens razão nas críticas, mas este modelo permite ouvir com clareza as propostas dos candidatos em debate (quando estas existem) e evitar a, tão comum entre nós, anarquia da sobreposição de vozes.
Sobre o debate, pouco há a dizer, Sócrates e Santana corresponderam ao que deles se esperava; o primeiro mais conciso e preciso nas respostas de aluno aplicado, o segundo, não raras vezes, a vaguear por vários temas (vide a biodiversidade, o aborto e a eutanásia). Constatei também que em assuntos como a criação de emprego, a idade de reforma e a convergência da pensão mínima com o salário mínimo pouco separava os candidatos a primeiro-ministro.
Por fim, não creio que tenha havido um vencedor, embora Santana tenha sido melhor a dirigir-se aos eleitores na alegação que encerrou a contenda.
Direi que foi um debate com reduzido impacto nas intenções de voto, em jeito de conclusão.
Sobre o debate, pouco há a dizer, Sócrates e Santana corresponderam ao que deles se esperava; o primeiro mais conciso e preciso nas respostas de aluno aplicado, o segundo, não raras vezes, a vaguear por vários temas (vide a biodiversidade, o aborto e a eutanásia). Constatei também que em assuntos como a criação de emprego, a idade de reforma e a convergência da pensão mínima com o salário mínimo pouco separava os candidatos a primeiro-ministro.
Por fim, não creio que tenha havido um vencedor, embora Santana tenha sido melhor a dirigir-se aos eleitores na alegação que encerrou a contenda.
Direi que foi um debate com reduzido impacto nas intenções de voto, em jeito de conclusão.
Medidas dolorosas
Do debate, ficou a ideia que é esperado que seja a própria administração pública que se revolucionará por sua livre vontade. Como? Injectando mais dinheiro na sua requalificação ou esperando a reforma dos funcionários públicos. Ninguém assume a necessidade absoluta de um "downsizing", situação dolorosamente comum a todas as empresas que com o tempo engordam para além da suas possibilidades. Como sempre, a administração pública goza de garantias inexistentes para os outros contribuintes: as empresas fecham, despedem e contratam; os trabalhadores por conta de outrém são aumentados conforme a sua performance, despedidos se a empresa perder rentabilidade e contratados quando o negócio cresce. Os custos de reformar esses funcionários ou mesmo de rescindir os seus contratos seriam menores que mantê-los no activo. Além de que como qualquer outro trabalhador podem mudar de emprego se não estiverem satisfeitos. A sua entrada no mercado de trabalho seria para muitos a primeira vez que afeririam do valor das suas qualificações e capacidades face aos outros trabalhadores.
O Irão
Uma intervenção norte americana no Irão seria a todos os títulos desastrosa.
Com o Iraque ainda exangue e a questão do futuro estado palestiniano a marcar passo, a intervenção só iria cavar um fosso cada vez mais profundo entre o os americanos e as populações muçulmanas em todo o mundo (lembro que apesar do êxito que constituiu a participação eleitoral no Iraque, a maior parte da população deste país deseja a saída do exército americano, visto como ocupante). Por outro lado, perante o espectro de uma invasão, a oposição reformista do Irão veria estreitar-se a sua margem de manobra na sociedade e acabaria refém dos grupos mais conservadores, que hoje dominam as principais instituições do país. É, em suma, a receita para mais caos e instabilidade no Médio Oriente, pois o que sobra aos EUA em força militar é o que lhe falta em visão estratégica e política para esta região. E os discursos em que a palavra democracia é usada até à exaustão soam como uma mera caixa de ressonância em que as palavras perdem o seu sentido original.
Com o Iraque ainda exangue e a questão do futuro estado palestiniano a marcar passo, a intervenção só iria cavar um fosso cada vez mais profundo entre o os americanos e as populações muçulmanas em todo o mundo (lembro que apesar do êxito que constituiu a participação eleitoral no Iraque, a maior parte da população deste país deseja a saída do exército americano, visto como ocupante). Por outro lado, perante o espectro de uma invasão, a oposição reformista do Irão veria estreitar-se a sua margem de manobra na sociedade e acabaria refém dos grupos mais conservadores, que hoje dominam as principais instituições do país. É, em suma, a receita para mais caos e instabilidade no Médio Oriente, pois o que sobra aos EUA em força militar é o que lhe falta em visão estratégica e política para esta região. E os discursos em que a palavra democracia é usada até à exaustão soam como uma mera caixa de ressonância em que as palavras perdem o seu sentido original.
Recomendação
Ouçam a compilação do Nuno Catarino, n' A Forma do Jazz.
A frase está no imperativo, caso não tenham percebido.
A frase está no imperativo, caso não tenham percebido.
Concordo
"É preciso que se chegue à idade de reforma não em tempo de morte mas de vida e de alegria." no Público.
Nem mais, Dr. Louçã.
Por favor, proponha uma lei que me permita optar por sair de um sistema de segurança social que não escolhi. Quero poder poupar e investir para financiar o meu bem estar futuro, o que de momento é dificultado pela fatia do meu salário que me é retirada todos os meses.
Nem mais, Dr. Louçã.
Por favor, proponha uma lei que me permita optar por sair de um sistema de segurança social que não escolhi. Quero poder poupar e investir para financiar o meu bem estar futuro, o que de momento é dificultado pela fatia do meu salário que me é retirada todos os meses.
Falsas promessas
Fiquei ainda elucidado sobre a criação dos tais 150.000 empregos (não percebo porque não são 165.428). Não são uma promessa, são um objectivo. Objectivo, dois pontos - como fez questão de esclarecer que é o que está escrito nos outdoors.
Sócrates até sabe que são as empresas que criam emprego, não o governo.
Concluo que Sócrates sabe que apresenta um falso objectivo. Ou melhor - objectivo: falso!
Sócrates até sabe que são as empresas que criam emprego, não o governo.
Concluo que Sócrates sabe que apresenta um falso objectivo. Ou melhor - objectivo: falso!
O lado a lado
O debate de ontem deixou-me saudades dos frente a frente que incluiam interrupções múltiplas. Costuma-se dizer que as conversas são como as cerejas. Um tema leva a outro, um argumento recebe um contra-argumento e no fim conduz-se o adversário a ojectivar assuntos que ficariam só tocados pela rama. Pode ser menos civilizado e produzir mais ruído (em volume e interferência na comunicação) mas permite avaliar melhor a convicção, os conhecimentos e propósitos dos debatentes por recorrerem menos à pré-programação. Disto foi exemplo Sócrates que para as declarações finais recorreu a dois cartões, onde teria as frases chave que não poderia deixar de dizer.
Do formato usado ontem retenho o facto de Sócrates receber a 1ª pergunta e por isso ter sido sempre ele a introduzir um determinado tema, estabelecendo os pontos em discussão . As perguntas não foram iguais para ambos e os jornalistas interromperam por vezes com novas questões, o que dado o tempo de resposta limitado, levou a quebras de raciocínio e à não conclusão de argumentação. Santana Lopes deu-me ideia de ser mais pragmático face às propostas pouco concretas de Sócrates, como no caso dos estágios (ou outro nome que o PS lhes dê) dos tais 1000 licenciados. Mais uma vez, ninguém falou da redução do peso do sector público e do abaixamento das despesas dministrativas do estado, enunciando medidas práticas - boas intenções têm todos. Por fim lamento que o limitado tempo de debate deixasse de fora temas como a política externa (e o futuro na UE) e a justiça.
Do formato usado ontem retenho o facto de Sócrates receber a 1ª pergunta e por isso ter sido sempre ele a introduzir um determinado tema, estabelecendo os pontos em discussão . As perguntas não foram iguais para ambos e os jornalistas interromperam por vezes com novas questões, o que dado o tempo de resposta limitado, levou a quebras de raciocínio e à não conclusão de argumentação. Santana Lopes deu-me ideia de ser mais pragmático face às propostas pouco concretas de Sócrates, como no caso dos estágios (ou outro nome que o PS lhes dê) dos tais 1000 licenciados. Mais uma vez, ninguém falou da redução do peso do sector público e do abaixamento das despesas dministrativas do estado, enunciando medidas práticas - boas intenções têm todos. Por fim lamento que o limitado tempo de debate deixasse de fora temas como a política externa (e o futuro na UE) e a justiça.